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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Povoamento da Terra - Adão

Povoamento da Terra - Adão 

O presente texto tratará sobre O POVOAMENTO DA TERRA-ADÃO, assunto presente no livro I, capítulo 3 do livro dos espíritos. Em toda parte do mundo, as pessoas sempre se perguntam: “de onde viemos?”, e nas diversas culturas do mundo sempre existem lendas e teorias sobre o surgimento da humanidade e o povoamento do planeta Terra. 
Alan Kardec, em seus estudos, indagou aos espíritos sobre como o homem moderno veio a surgir no planeta, e se Adão fora o primeiro homem, de fato, como levava a crer as lendas criacionistas. A resposta que obteve foi que, o homem a qual chamamos Adão, não fora de fato o primeiro homem, nem sequer o único. Ele fora apenas um daqueles que sobreviveram aos diversos cataclismos que ocorreram no passado e constituíram o tronco de uma das raças que atualmente vivem no globo. Para muitos, Adão é considerado um mito, sendo a personificação dos que habitaram a Terra em seus primórdios.


Dentro da Umbanda, existem diversas interpretações da origem do homem, existem casas que cultuam os mitos criacionistas dos Iorubás, assim como centros que seguem a linha evolucionista pregada pela ciência. Essa dicotomia de crenças não significa que alguém está mais correto que o outro, mas sim qualifica a pluralidade de pontos de vista que o criador deu a seus filhos, pois independe da maneira que um filho acredita que a humanidade surgiu e povoou a Terra, sabemos que isso foi feito conforme os desígnios de Deus.

Diego de Oxóssi

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Formação dos Mundos

Formação dos Mundos 

Capítulo 3 do Livro I do Livro dos espíritos trata da formação dos mundos. Note-se que as questões tratadas por Kardec não se restringem à formação do globo terrestre, mas sim, da formação dos mundos. Não poderia ser de outra forma, pois entendendo a Lei divina como sendo universal, a mesma lei que rege a formação de um orbe vale para os demais.
As seguintes questões foram propostas por Kardec à plêiade de Espíritos superiores encarregadas da Codificação:
37. O Universo foi criado, ou existe de toda a eternidade, como Deus?
38. Como criou Deus o Universo?
39. Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?
40. Serão os cometas, como agora se pensa, um começo de condensação da matéria, mundos em via de formação?
41. Pode um mundo completamente formado desaparecer e disseminar-se de novo no Espaço a matéria que o compõe?
42. Poder-se-á conhecer o tempo que dura a formação dos mundos: da Terra, por exemplo?
Sobre as questões acima, os Espíritos esclarecem que  Deus é a causa primeira de todas as coisas, sendo anterior à criação do universo.  Deus criou o universo pela sua vontade “Faça-se a luz e a luz foi feita”; e, que dada a condição evolutiva da humanidade atual, não podemos ainda penetrar nos mistérios divinos e conhecer como Deus cria. Entretanto, nos indicam que a matéria física, como a conhecemos, se forma a partir da condensação da matéria sutil dispersa no espaço. Os mundos se renovam de tempos em tempos, ou seja, um orbe tem seu início e também um fim e que não existem meios de precisar há quanto tempo se deu o início da formação da Terra.


No espiritismo, Jesus é reconhecido como o Cristo planetário, ou seja, é o Ser responsável pela criação e evolução do planeta e daqueles que aqui experienciam a vida. Deus é a inteligência suprema e causa original de tudo o que há. Partindo deste ponto, temos na Umbanda, que o Orixá (energia sagrada) que criou a terra foi Oxalá (sincretizada com Jesus). A partir da criação do orbe, Deus irradia outros aspectos como a Justiça/Xangô, a Paciência/Nanã, o Amor/Oxum e demais atributos divinos que descobrimos ao longo da caminhada evolutiva.
Observe-se que, na Umbanda, o Criador superior, supremo é Olorum ou Zambi. Assim, ambas as doutrinas estão em perfeita harmonia ao pregar que acima de Jesus/Oxalá, há uma vontade maior que é Deus/Olorum.

"Oxalá criou a terra, Oxalá criou o mar, Oxalá criou o mundo onde reinam os Orixás". 



Hélida de Nanã

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Espaço Universal

Espaço Universal

Encerrando o segundo capítulo, Kardec pergunta a respeito da dimensão universo. Seria possível, nós na condição de seres racionais que somos, imaginar que teria um final no universo? Nossa razão por outro lado, nos leva a compreender que sempre vai existir algo que não esteja no nosso campo de visão.
 Como por exemplo, a galáxia mais distante já localizada pela ciência está posicionada a 13,4 bilhões de anos-luz de distância do planeta terra. Todavia, se supomos que o universo é finito, o que haveria no final?
Sendo assim, Kardec continua com seguinte pergunta: “O vácuo absoluto existe em alguma parte no espaço universal?” E a resposta dada é que não, existe uma matéria que ainda escapa a nossa capacidade de entendimento. Essa matéria é chamada pelos cientistas de matéria escura, ela quem sustenta o universo.
Imaginemos um aquário, para melhor compreensão, o espaço que é o vazio absoluto ou Exu, seria o recipiente.  A água seria a matéria escura e os peixes as galáxias, no caso as energias dos orixás presentes na criação. Dentro dos fundamentos umbandistas, consideramos Exu Bara (orixá Exu) como o vazio absoluto, o princípio de tudo, o espaço que precisa existir para, a partir dele, dar lugar aos demais orixás possibilitando a criação.


Portanto, considerando que nossa ciência atual é ainda muito limitada, e que não temos permissão devido a nossa condição atual evolutiva, para entendermos a extensão do universo, sabemos que esse conhecimento cabe apenas ao criador Olorum. Se supormos um universo finito, qual seria a barreira que nos limitaria no final desse universo? E sabendo da grandeza do Criador, haveria algo além dessa barreira?


Bianca de Oxóssi e Ryan Oroiná

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Propriedades da Matéria

Propriedades da Matéria

Neste texto, no capítulo II do livro I do livro dos espíritos, vou falar sobre as PROPRIEDADES DA MATÉRIA. Para iniciarmos, é preciso primeiramente saber o que é matéria: "Matéria é tudo que ocupa o espaço, massa em repouso". Temos algumas propriedades da matéria, tais como:
Inércia: O corpo mantem-se em repouso ou em movimento. 
Massa: Quantidade de matéria existente em um corpo.
Extensão: Ocupa um lugar no espaço, que é medido pelo volume.
Impenetrabilidade: Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.
Divisibilidade: A matéria pode ser dividida até certo ponto.
Compressibilidade e elasticidade: redução de volume e elasticidade quando para de comprimir o volume e ele volta ao seu estado de origem (mola).
Descontinuidade: toda matéria é descontinua, pois existe espaço vazio.
Temos a matéria em todo mundo etéreo e esse tipo de matéria é nada mais do que a massa. E no mundo espiritual, temos a gravidade, logo ela é uma propriedade relativa que não há peso, não há forma. A formação da matéria, segundo Dalton, seria a junção de átomos particulares esféricas, maciça, individuais formando um só elemento. São modificações em que as moléculas sofrem para efeito de sua união. A matéria tem suas difusões que seriam: matéria, corpo, objetivo e energia.


O que queremos passar desse capítulo e desse ensinamento para vocês leitores é que, na umbanda, ensinamos as pessoas a entenderem os valores, tais como particularidades, cada um tem a sua. Desejos, cada um tem o seu. Gosto, cada um tem seu gosto. Amor, cada um tem seu amor. Ética, cada um tem a própria. Com essa difusão se criam pontos de vista onde tudo se modifica, porém toda modificação permanecerá no tudo. 
E o que é tudo: a natureza , a terra onde habitamos, a água, o ar, o fogo, o gelo, as plantas e etc, e o tudo é a criação do Divino Olorum, nosso Deus maior, o Supremo. E devida às suas criações, Dele surgiram nossos orixás, que, dentro de terreiro de umbanda, é a irradiação das matérias. Vou citar alguns orixás regentes em terreiros de umbanda:


Logunedé é um orixá que se culta tanto nas matas quanto nas águas, por impulsionar energias  tanto de Oxum quanto de Oxóssi, sendo  ele a união de elementos etéreo.
Oxóssi é caçador das matas de um flecha só, manifestando a energia vegetal.
Oxum é rainha das águas doces, cachoeiras, rios, manifestando a energia das águas.
Iemanjá é rainha das água salgadas, calunga grande, mais conhecida com mar, manifestando a energias das águas.
Nanã Buruquê é irradiação dos pântanos, decantado, manifestando a energia das águas. 
Xangô irradia nas pedreiras, montanhas, manifestando a energia da terra .
Ogum é irradiação ferreiro , ferro é feito de mineral, manifestando na energia do fogo.
Oroiná irradia no calor, manifestando a energia do fogo.
Essas são as propriedades da matéria dentro da umbanda!


Alessandra Mendes  de Logunedé

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Espírito e Matéria

 Espírito e Matéria

Continuando o estudo do capítulo II do Livro dos Espíritos, neste texto vou relatar sobre Espírito e matéria. Neste contexto, Kardec indaga em primeira questão se a matéria existe desde toda eternidade ou se Deus a criou e a resposta em questão é sim. Pois Deus vem antes de tudo, modelo de amor e caridade. Kardec define a matéria como algo que prende o espírito, um intermediário do qual o espírito atua, define também o espírito como o princípio inteligente do Universo. Espírito e matéria são claramente diferentes, mas segundo o Livro dos Espíritos trata-se o conjunto do espírito e matéria algo necessário para formação da matéria. 


Afirma também neste tópico que se pode formar espírito sem a matéria e matéria sem o espírito, pelo pensamento. Espírito e matéria são considerados elementos gerais do universo, mas acima deles está Deus. Os três juntos, juntamente com o fluido universal que desempenha o papel de intermediário entre a matéria e o espírito, são o princípio de tudo.
Assim como no espiritismo, a Umbanda também vê o espírito como seres inteligentes que estão no Universo. Encarnados ou não são sempre espíritos, quando encarnados possuem o corpo material e espiritual (períspirito), desencarnados apenas o espiritual. A matéria por sua vez é vista como algo inerte, que precisa do comando de um espírito. Matéria depende de um espírito, por exemplo, um corpo físico precisa de um espírito para se movimentar e ter vida. Se o corpo espiritual está machucado muitas vezes você vai sentir dor no seu corpo físico. 


Ana Clara de Logunam 

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Conhecimento do Princípio das Coisas

Conhecimento do Princípio das Coisas

Dando continuidade ao estudo dos livros dos espíritos, iremos hoje iniciar a abordagem de seu capítulo II  ainda no livro I, que trata sobre OS ELEMENTOS GERAIS DO UNIVERSO. Neste texto falarei sobre “ O conhecimento do princípio das coisas”. O principio das coisas é uma busca natural do raciocínio lógico, ou seja, é o começo de tudo.
O princípio de todas as coisas não é dado ao homem, somente Deus tem absolutamente tudo sobre este mundo. Não se trata de uma proibição absoluta, pode chegar um tempo em que se aprenda algo do princípio de todas as coisas deste mundo. Mas antes, para que se tenha o conhecimento, há a necessidade de se preparar. Deus pode deixar que o homem aprenda, mas não neste mundo, pois isto é fundamental para o crescimento humano.


O homem poderá, um dia, conhecer o mistério de todas as coisas, pois, o conhecimento é dado aos que buscam. O que impede é a falta de faculdades que possibilitarão a compreensão de como funciona o Universo. Isto significa que os espíritos precisam estar mais maduros para receber estas informações. Esta maturidade está relacionada a capacidade de ampliar a sua percepção.
A ciência humana não ultrapassará os limites da natureza. A ciência foi dada como uma ferramenta para o adiantamento de todas as coisas, e não para ultrapassar os limites que Deus estabeleceu. As investigações científicas serão aliadas na busca do conhecimento sobre todas as coisas, mas jamais irá penetrar os segredos da natureza. Os espíritos reconhecem a ciência como arma para desenvolver a inteligência, mas existem barreiras. Barreira esta, como um limite da própria condição humana. 
Apesar de o homem fazer pesquisas, existem situações que as pesquisas não são suficientes para obter o conhecimento sobre todas as coisas, neste caso, caso ocorra em alguma situação que Deus julgar pertinente, Ele poderá sim revelar para o homem, o que é da natureza e que a ciência não consegue ensinar. Aquilo que a ciência não deve aprender, Deus vai ajudar o homem, deixando que o homem trabalhe o conhecimento. 


Na Umbanda, temos, a todo momento, irradiação de conhecimento divino através do orixá Oxóssi que atua na terceira linha da umbanda sagrada, linha do conhecimento. Oxóssi nos impulsiona e nos direciona, no momento certo e oportuno, a buscarmos novos conhecimentos necessários para que possamos evoluir. Muitas das vezes determinados assuntos não nos são revelados, visto que não saberemos utilizá-los da maneira correta, devido ao grau de evolução em que nos encontramos. 
Juntamente com Oxóssi, na linha do conhecimento,  há a atuação de Obá, caracterizada como orixá absorvedor dessa linha por limitar o interesse dos indivíduos em alguns assuntos, quando estes o prejudicarão ou quando o conhecimento está sendo utilizado de forma errônea.
Portanto, necessário é que sejamos sempre incessantes caçadores do conhecimento, rogando, assim, a força de Deus  e de todos os orixás, em especial, a Pai Oxóssi e a Mãe Obá para que o adquiramos da melhor maneira possível.

Adriele de Iansã & Natália de Iemanjá

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Panteísmo

Panteísmo

Finalizando o Primeiro capitulo do livro primeiro do Livro dos Espíritos, e ainda tratando de DEUS, Kardec traz indagações sobre Deus e o Panteísmo. Antes de mais nada, devemos compreender  do que se trata o Panteísmo.
 A palavra Panteísmo vem do grego, sendo que “pan” significa tudo e “theos” vem a ser Deus. O dicionário da Língua Portuguesa traz que o panteísmo é uma doutrina (ou filosofia),  que admite como Deus a unidade do todo, a universalidade dos seres do Universo. Ou seja, o panteísmo acredita que absolutamente tudo e todos compõem um Deus abrangente, ou que todos os elementos da natureza (ou o Universo) e Deus são idênticos.
O questionamento feito é se Deus seria a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo unidas (levando em consideração a teoria panteísta). A resposta é sutil  e objetiva  discorrendo que Deus não é causa, não é resultante, e na verdade Deus é o motivo da existência. Na Umbanda, sabemos que Deus (Olorum) é a base originária de toda a criação, toda criação deriva de Deus e de sua essência divina. Lembremos, brevemente, da criação. Olorum, ao exteriorizar a vontade de criar, necessitava de uma energia exteriorizada a qual ele pudesse assentar/sustentar sua criação, criando assim o Orixá Exú, a energia que assenta as demais energias. Posteriormente, Olorum pôde então assentar as demais energias divinas como Oxalá e Logunam e assim por diante. Assim, compreendemos que tudo provém de Deus, e não é o conjunto de sua obra que o faz existir e sim a sua existência que faz com que a criação exista.


A resposta dada a Kardec ainda é complementada dizendo que Deus existe sim, e que isso é indiscutível, no entanto não precisamos ficar agarrados a estes conceitos básicos existenciais. Devemos compreender que se existimos temos um objetivo e uma finalidade, então, devemos nos policiar, a fim de nos melhorarmos constantemente. A umbanda propõe um trabalho de avaliação e construção constante, onde devemos nos avaliar buscando a melhora e o crescimento espiritual e pessoal, para assim podermos praticar o mais puro amor e a caridade, nos aproximando da tão almejada essência divina, que por sua vez é puro amor.    
Vale ressaltar que Deus não deve ser visto com essa visão humanizada que temos. Sua essência e sua existência estão fora do que podemos compreender. Somos muito imaturos para compreender, pois Deus não deve ser associado à matéria, ele está além disso. 
Allan Kardec finaliza este capitulo dizendo: “A inteligência de Deus se revela em suas obras como a de um pintor no seu quadro; mas, as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou”. Assim, podemos concluir que Deus é a sua criação, ele faz parte dela, e não o contrário. 


Victor de Oxumarê

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Atributos da Divindade

Atributos da Divindade
Ainda no primeiro capítulo do livro dos espíritos, Allan Kardec questiona sobre os atributos da divindade. Primeiramente, temos que compreender que Deus (Olorum) não pode ser compreendido em sua totalidade por nós humanos encarnados, e também sabemos que essa compreensão no plano espiritual é bastante restrita. Relembro-me de uma conversa com o Exu Tranca Rua das Sete Ruas, onde ele disse que Deus está muito além da nossa compreensão e que esse entendimento para ele também é restrito. Deus existe e isso deve ser compreendido e não questionado. Deste modo, compreender a natureza íntima de Deus ainda não é possível para nós habitantes do plano material. 
Kardec questiona, também, se algum dia os homens conseguirão compreender o mistério divino. A resposta é bastante astuta: “Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando, pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá.” A Umbanda propõe constantemente essa postura de reformulação pessoal para melhora e crescimento espiritual, o processo de mudança para a evolução espiritual é de suma importância para que possamos compreender a essência de Olorum. Lembrando que nós somos muito apegados às coisas terrenas, as quais não tem importância espiritual, e estas não nos auxiliam no processo de evolução espiritual. Precisamos nos apegar àquelas coisas que nos fazem crescer espiritualmente. No entanto, o processo de evolução espiritual não ocorre de uma vez, ele é gradativo e contínuo. 
Compreender as perfeições divinas também é uma questão de maturidade. Nos primórdios da existência humana, nós tínhamos uma ideia deturpada do que é (ou de quem é) Deus. Ao passo que a humanidade desenvolve e o senso moral cresce, a compreensão divina também desenvolve. No entanto, compreender Deus sempre será de forma incompleta, mas à medida que o homem se desprende da matéria,  se desapega das coisas mundanas e evolui espiritualmente, ele se vê um passo à frente no que diz respeito à  compreensão divina. 
Kardec finaliza esta parte do livro questionando sobre as qualidade divinas, se realmente Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. Temos que entender que Deus está acima da nossa compreensão material. Nossa inteligência, nossos meios de comunicação, e até mesmo os  nossos pensamento são restritos, ou seja, são limitados, então são com essas palavras que conseguimos caracterizar Deus. 

Salta-me aos olhos quando dizemos que “Deus é eterno”. No entanto, quando tentamos entender a simples palavra “eterno” temos que eterno é algo que dura para sempre, ou seja, teve início e não terá fim. Mas Deus sempre existiu. Eterno seria pouco para caracterizá-lo.
  Outra passagem que deve ser ressaltada, aqui, é quando se fala da soberania e da singularidade divina. Deus é único na Umbanda e nas demais religiões Afro-Brasileiras. A crença nos Orixás de nada exclui ou substitui a existência de Deus, relembrando que Orixás são emanações divinas. Ou seja, Oxum vem a ser a irradiação do amor de Deus, Oxóssi, irradia o conhecimento divino puramente dito, Xangô emana justiça, e assim por diante. Antes de louvar Orixás devemos sempre louvar Olorum (Deus).
Finalizando, “Deus é sempre justo e bom” , pois não há o “mal” ou o “ruim” quando falamos de Deus. Deus e  seus mensageiros ,sejam eles os Orixás ou guias espirituais, fazem tudo sob a sustentação da justiça e do amor.

Victor de Oxumarê

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Provas da Existência de Deus

Provas da Existência de Deus 

Dando continuidade ao nosso estudo, ainda no capítulo I do livro dos espíritos, Allan Kardec faz algumas indagações referentes às provas da existência de Deus. E, de forma extremamente sábia, as respostas são esclarecedoras para todos nós.
A demonstração de que Deus existe está na premissa de que todo efeito advém de uma causa.  Para crer em Deus basta olhar ao seu redor e observar cada dádiva de nossa existência. Inclusive, a nossa própria existência e o universo no qual vivemos são efeitos que vêm de uma causa superior, que inegavelmente é Deus.
O sentimento instintivo que há dentro de nós sobre a existência de Deus é mais uma das formas de se comprovar que ele realmente existe, pois esse sentimento não é gerado do nada, logo, é um efeito que consequentemente vem de uma causa. Não há fundamento se afirmar que esse sentimento é, tão somente, proveniente de estudo repassados em escolas ou por pais, ou de onde quer que seja, pois se esse sentimento da existência de um Ser Superior adviesse somente de ensino e ideias pré-concebidas, só quem recebesse esse aprendizado é que carregaria consigo essa sentimento, e como sabemos não é isso que ocorre. Seja uma pessoa com estudos ou não, o sentimento ali está.


A ideia de que a formação das coisas poderia ser fruto das propriedades íntimas da matéria ou que poderia advir do acaso pode facilmente ser descartada. Em primeiro lugar, as propriedades íntimas da matéria também têm uma causa, e logo têm de vir de algo Superior. Em segundo lugar, atribuir a formação do Universo ao acaso é inegavelmente contraditório, pois a perfeição e harmonia existente no universo nos mostra que há uma inteligência superior acima de tudo, e o acaso não é inteligente, já que um acaso inteligente não é um acaso, conforme resposta dada ao Kardec. 
Deus é a inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas. Para crer Nele, basta analisarmos as suas obras.  Pare um segundo e observe, ao menos um dia, o pôr do Sol, os jardins com suas  flores exalando perfume e beleza, as plantas em sua perfeição, os animais que nos alegram , a chuva, o balanço do mar, a natureza, a brisa suave, o barulho das cachoeiras e toda obra divina que  está ao nosso lado. Se isso tudo não é Deus, o que mais pode ser?


E na Umbanda sentimos Deus também em cada energia emanada por Ele através dos Orixás que desencadeiam dentro de nós, em cada circunstância de nossa vida, a fé, o amor, o conhecimento, a justiça, a lei, a evolução e a geração. Sentimos Deus, ainda, quando sentamos aos pés de um preto-velho que, humildemente, vem nos acalmar e secar nossas lágrimas com seu acolhimento e paciência. Também vemos Deus quando um caboclo, com sua sabedoria, nos encoraja a enfrentarmos os nossos medos, quando um Exu com sua reverência  nos  mostra o que escondemos de nós mesmos. Sentimos Deus, ao ouvirmos cada guia espiritual, seja da direita ou da esquerda, que venha, com toda a caridade, nos auxiliar no nosso propósito de encarnação. 
Há, ainda, a concretude de Deus na Umbanda, com o soar dos atabaques, com os pontos cantados e palmas, com o bater cabeça, que nos fazem vibrar de alegria e impulsiona-nos a termos forças para enfrentar o cotidiano. E, principalmente, a Umbanda nos leva mais perto de Deus quando nos mostra que, na caminhada desta vida, não estamos sós, pois ELE está conosco, e para isso não precisamos ir muito longe, pois, se já olharmos para nós mesmos, encontraremos Deus, posto que somos, também, um efeito, dessa Causa Superior. 

“ Maior que Zambi, maior que Oxalá, procure nesse mundo e não encontrará,
Zambi é Pai, Oxalá é filho, encontrei na UMBANDA a força do divino...”



Natália de Iemanjá

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Deus e o Infinito

Deus e o Infinito

Queridos leitores, com esse texto daremos início a uma série de textos relacionando O Livro dos Espíritos de Allan Kardec com o conhecimento umbandista, onde nós, da Tenda de Umbanda Caboclo Sete Flechas e Cabocla Jurema, iremos dar vida a esse conteúdo da doutrina espírita junto ao conhecimento de Umbanda que trazem a mesma essência, mas com palavras diferentes.
No Capítulo primeiro do livro primeiro do Livro dos Espíritos, o assunto tratado é sobre DEUS e vou falar agora sobre DEUS E O INFINITO. Kardec pergunta o que é Deus, o que é infinito e se pode se dizer que Deus é o infinito. As respostas são claras dizendo que Deus é a inteligência suprema causa primeira de todas as coisas. O infinito é o desconhecido, aquilo que não tem começo nem fim e encerra as respostas afirmando que dizer que Deus é o infinito é uma grande pobreza de palavras para definição de sua grandeza.


Todas as respostas das perguntas de Kardec são espetaculares e recomendo a leitura do Livro dos Espíritos para acompanhar nosso raciocínio. Pois bem, para nós que acreditamos em um Ser Superior, que nos criou, então sem dúvida, Ele é a inteligência suprema. E, se é o Criador, não precisa se esforçar para saber que é a causa primeira que nos leva à última pergunta relacionada: se Deus é infinito? Sendo a resposta: também. Pois se Ele é a causa primeira, Ele é a causa de existir o infinito, Ele é o tudo, porém como não temos palavras nem para definir todos os elementos de nosso planeta quem dirá a definição de Deus. O infinito deve sempre nos recordar da eternidade de nosso ser, de nossa força, sendo uma partícula dessa criação divina, somos também parte do infinito, onde todas as criações se ligam entre si, formando uma teia interligada onde a energia de cada um interfere no outro.
Teorias do universo de vários pesquisadores e cientistas afirmam que podemos realizar qualquer vontade. Basta conhecermos essa força da criação de Deus que é a ligação universal. Sabendo lidar com seus desejos e vontades, você cria seu campo magnético que é ligado à força universal, atraindo para si o que seus pensamentos e ações geram. Pensamentos e ações são consequências um do outro, não basta só pensar, nem só agir, pois os verbos PENSAR E AGIR devem estar interligados para que possam ser efetivos e causarem real mudança em sua vida. Pensamentos sem ações morrem e ações sem pensar não causam efeitos satisfatórios.


Para a Umbanda, Deus também é conhecido pelo nome de Olorum, Zambi ou NZambi, podendo variar na forma de escrever. Esses nomes vêm das nações africanas, sendo Deus da mesma forma e uma religião monoteísta da mesma forma. O que difere a Umbanda de algumas religiões sobre Deus é sua visão. Não acreditamos em Deus apenas como um ser de criação espiritual e do planeta, acreditamos na Sua presença em TODAS as coisas, seja em uma partícula de algo, ou no vento. Sendo ele o Criador, toda Sua criação tem Sua vontade e força e assim começa a teoria dos nossos Orixás. Conforme é explicado anteriormente, Orixás são essas forças de Deus na terra, e não é o que muitos pensam que cada Orixá é um Deus, pois, na verdade, cada Orixá é uma força do único Deus existente.
Não importa em qual Ser Superior acredite, qual nome você dê, ou se não acredita em nenhum Ser Superior, mas temos que ter a consciência de que o nosso conhecimento perante o universo é um grão de areia na praia e que devemos sempre procurar aquilo que o nosso coração se  sente bem, na força universal que nos rege e nos faz bem!

Que Olorum,Nzambi,Deus esteja sempre contigo!


Pai Igor de Oxum

segunda-feira, 4 de junho de 2018

O segredo da Meditação

O segredo da Meditação 

Em uma conversa com seu Tranca Rua das 7 Ruas, ele me orientou a meditar. E o que é meditar? 
Meditar é uma prática onde utilizamos técnicas para focar na mente, em um objeto, pensamento ou atividade em particular, visando alcançar um estado de clareza mental e emocional. 
O auto conhecimento é fundamental para a nossa evolução. Quando nos conhecemos, passamos a lidar e a enxergar as situações de uma forma diferente. Cito como exemplos: 
Quando nós entendemos que parar de desejar que a nossa vida seja diferente e que começar a entender que tudo contribui para o nosso crescimento, isso é chamado de amadurecimento.


Quando paramos de tentar forçar algo ou alguém para aquilo que desejamos, mesmo não sendo o momento ou a pessoa não estando preparada, inclusive você mesmo, isso é chamado de respeito. 
Quando começamos a nos livrar de pessoas, tarefas ou qualquer coisa que nos coloque para baixo, no primeiro momento, nos achamos egoístas, mas o nome disso é AMOR PRÓPRIO.
Hoje eu tenho errado bem menos quando eu desisto de ter sempre razão e isso se chama HUMILDADE. 
A meditação provoca esse efeito, desenvolve e aflora tudo aquilo que nós achamos ter perdido com o passar dos anos (em relação a situações do cotidiano). Não ache que tirar um tempo para você, nem que seja apenas 15 minutos para se conhecer e desenvolver, será tempo perdido, pelo contrário , será um tempo acrescentado em sua vida .

Exu Tranca Rua das 7 Ruas pelo Medium Willian de Xangô
Redigido por Gabriela de Iansã

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Amor em primeiro lugar

Amor em primeiro lugar

Durante uma incorporação, Tia Maria da Bahia me ensinou que não importa o quanto alguém me magoou ou tenha me feito mal, ou tenha falado mal ou inverdades sobre a minha pessoa. O meu papel como umbandista é propagar o amor. Se alguém me fez mal, que eu faça o bem a ela, e caso o outro não queira receber, é apenas uma questão do outro e não minha. 
Tia Maria me mostrou que eu já errei muito, que ainda erro muito e que, várias vezes, intencionalmente ou não, eu magôo as pessoas. Pessoas que me amam, que querem meu bem. E mesmo assim nenhuma dessas pessoas me ataca, sempre tendo o amor por onde vou. Sou uma mulher de muita sorte, muito amada, apesar do meu jeito ríspido. Ninguém tem obrigação de me entender e de passar a mão na minha cabeça, mas eu tenho o dever de entender e dar amor a todas as criaturas, inclusive e principalmente as que me fizeram mal.

Consegui lembrar-me de algumas palavras dela com quase total fidelidade:
“Existe a lei do retorno e cada um vai ter o que merece. Nunca se esqueça de que tudo que você faz volta pra você, independente do que você tenha feito, minha sobrinha. Te amo independente dos seus erros. Aprenda a amar seus irmãos independente dos erros deles. Se não há mais possibilidade de tentar ajudar ou de mostrar o certo, simplesmente vibre amor para eles. Fica na paz de Deus minha amada.”
Senti a energia saindo do meu corpo, consegui ainda a ver subindo, muito devagar e bem tranquila. Com seu paninho na cabeça, tercinho na mão e aquele sorriso que enche meu coração de alegria e doçura.
Fico somente na certeza de que tenho o privilégio de tamanho amor. E principalmente com aprendizado de ser mais tolerante. Sou cada vez mais forte e mais doce com a presença.
A benção minha Tia Maria da Bahia – preta velha mandingueira.


Tia Maria da Bahia, pela Medium Adriele de Iansã