Pesquisar

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

A Umbanda e os Elementais

 A Umbanda e os Elementais

    Os Elementais são Entidades Espirituais, relacionadas com os elementos da natureza, os quais realizam tarefas muito importantes e essenciais à vida natural, pois é através destas Entidades que são oferecidos a nós seres encarnados: ervas, flores, frutos, oxigênio, água e tudo o mais que o ser encarnado denomina de Forças da Natureza.

    São Entidades que geram, ordenam e dirigem as forças na natureza, trabalhando dentro de uma linha evolutiva diferente da dos seres encarnados. Podem ser percebidos pelo homem em certos estados de consciência, porém, pelos chamados irracionais, são notados e vistos com a maior naturalidade.

    São vários os elementos da natureza, dentre eles, o "AR": é um elemento considerado ativo masculino, sendo o 1º elemento. Possui natureza dupla: É ao mesmo tempo atmosfera tangível, um substrato intangível chamado AR ESPIRITUAL. É o hálito que respiramos e que se acha simbolizado pelas fumaças usadas nos rituais de UMBANDA.

     A fumaça representa o ato da libertação da forma, com uma imediata dissolução no ar, de modo espiralado, permite ao ar agir como intermediário entre o mundo físico e o espiritual, tornando-se assim um agente mágico capaz de realizar a intenção com que a fumaça é liberada.

    

    "ÁGUA": É o elemento passivo feminino. O conceito da água estende-se a toda matéria em estado líquido. Este elemento está sempre ligado ao conceito da fertilização,da maternidade, e geração. Serve como elemento condutor de energia vibratória, como agente mágico que religa o ser humano a DEUS pelo batismo.

   "TERRA": Elemento passivo feminino. Possui duas partes essenciais, a inferior, fixa, terrena imóvel e a superior, rarefeita, móvel e virtual. Ele atribui-se da propriedade de receber descargas etéreas e materiais, é a vestimenta da materialidade.

    Na Umbanda a terra, representa a energia capaz de aliviar a pessoa das cargas dirigidas por alguém ou alguma coisa.

  "FOGO": Elemento ativo masculino. Dos quatro elementos, é o que se acha constantemente nas religiões, desde os tempos pré-históricos, simbolizando a própria alma e a vida. Ele é visível e invisível, uma flama até real e espiritual que se manifesta através de uma flama substancial e material. A Umbanda considera o fogo como o mais enigmático e surpreendente dos 4 elementos, pois sua energia é extremamente poderosa.

    Os elementais estão presentes em todas as religiões, eles colaboram na purificação dos ambientes de trabalhos e também no atendimento da caridade.

    Na Umbanda não é diferente, em diversos trabalhos, como na Apometria, os elementais são chamados a colaborar com os Pretos Velhos, Caboclos, Exu, Ciganos, e etc. Eles se agrupam sob o comando dos ORIXÁS da seguinte forma:

Plano 7 – Chacra Coronário – Oxalá – Silfos

Plano 6 – Chacra Frontal – Senhoras – Ondinas ou Ninfas

Plano 5 – Chacra Laríngeo – Ibeji – Fadas

Plano 4 – Chacra Cardíaco – Xangô – Salamandras

Plano 3 – Chacra Plexo Solar – Ogum – Elfos

Plano 2 – Chacra Umbilical – Oxossi – Gnomos e Duendes

Plano 1 – Chacra Básico – Almas – Avissais

SILFOS – ELEMENTAIS DO AR: São entidades de pequena estatura, de poderes mágicos, que os diferem dos outros espíritos da natureza, por serem de uma constituição sem forma definida, uma massa semi sólida de substância etérea. Exemplo: Fumaça, efeitos de luz através dos pirilampos, Aurora Boreal, arco-íris, etc… 

Movimentam-se, fluem forças através de suas auras, em pequenos grupos, com cores e matizes vibrando entre eles, ou acima deles, e movimentam-se com extrema rapidez.

ONDINAS ou NINFAS – ELEMENTAIS DA ÁGUA: São entidade do amor, que vivem nas águas do mar, lagos, lagoas, rios e cachoeiras.A cascata é o lugar perfeito das Ondinas, onde elas se divertem em bandos, e onde a UMBANDA se utiliza na purificação de seus adeptos, comandam toda a fauna aquática.

FADAS – ELEMENTAIS ECLÉTICOS: São entidades voláteis, que atuam em todos os reinos da natureza, segundo à necessidade ou ordens recebidas. As Dríades, trabalham diretamente nas árvores, com suas fascinantes evoluções manipulam a clorofila das plantas, estabelece a multiplicação de matizes das flores e fragrâncias que exalam (as mais evoluídas delas agem transformando , combinando e misturando não só colorações e fragrâncias, mas até forma de cada pétala ou broto que nasce nos campos, prados, vales, e jardins e grutas

SALAMANDRAS – ELEMENTAIS DO FOGO: São espíritos do fogo e se apresentam com corrente de energia ígnea que fluem, que precipitam não se moldando jamais a figuras e posições humanas.

ELFOS – ELEMENTAIS DOS METAIS: São entidades em muito semelhante aos SILFOS, sem forma corpórea definida, pois aparecem, da combinação do Ar e do Fogo sobre os metais. Por serem elementais belicosos. Estão também associados à vida das células da relva e outras plantas 

GNOMOS ou DUENDES – ELEMENTAIS DAS FLORESTAS: São entidades que habitam as florestas e lugares desertos. Atuam sobre tudo e sobre todos os que habitam ou transitam nas matas e florestas. Cuidam da fecundidade da terra e das pedras e metais preciosos. 

AVISSAIS – ELEMENTAIS DA TERRA: São entidades que entrelaçam os elementos da terra e da água, apresentam-se em massa disforme, porém bem densa.

    Cada vez que destrói alguma coisa na natureza, o homem ativa a ira dos elementais, que através da lei do retorno darão sua resposta. Exemplo: Enchentes, desertos, falta de alimentos. Quando isto começa a acontecer, esta na hora de uma reciclagem da raça humana, e os elementais simplesmente se afastam para dar lugar ao trabalho dos espíritos dos elementares.

    Os elementais ou espíritos da natureza são naturalmente puros, não se contaminam com dúvidas dissociativas, com egoísmo ou com inveja, como acontece com os homens, a não ser que sejam deturpados. Predominam, neles, inocência e ingenuidade cristalinas, prontos a servir, acorrem solícitos ao nosso chamamento, desejosos de executar nossas ordens.

    Nunca, porém, devemos utilizá-los em tarefas menos dignas, ou a serviço de interesses mesquinhos e aviltantes, pois, aquilo que fizerem de errado, enganados por nós, refluirá inevitavelmente em prejuízo de nós próprios (Lei do Carma).

    Devemos utilizar os serviços dos elementais na justa medida da tarefa a executar, para que eles não se escravizem aos nossos caprichos e interesses. Nunca esqueçamos de que eles como nós, são seres livres, que vivem na Natureza e nela fazem sua evolução e que nós mesmos para chegarmos onde hoje estamos, passamos por esse processo de evolução.

Emilly de Oxalá

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Corpos Astrais

 Corpos Astrais

    Os corpos astrais que compõem o Ser. O Ser é composto por sete corpos, podendo esses serem denominados também como Corpos Sutis, são eles: Físico, Etérico, Astral, Mental Inferior, Mental Superior, Búdico e Átima.

    Allan Kardec introduziu esse conceito quando falou sobre corpo, perispírito e espírito, o que é uma visão simplificada dos corpos astrais. Não foi por falta de conhecimento que ele trouxe essa visão simplificada, mas sim sobre o que melhor seria compreendido na época.


     Quando escreveu que o perispírito é constituído de matéria sutil, nervosa e inerte, é evidente que ele estava se referindo ao perispírito como um corpo complexo, não de natureza única. Logo, na visão kardecista o perispírito é composto pelos corpos: Etérico, Astral, Mental Inferior, Mental Superior e Búdico. O espírito seria o corpo átmico. E o corpo por óbvio o corpo físico.

    Tratando detalhadamente sobre cada um dos corpos que compõem o nosso ser, iniciaremos com o de mais fácil compreensão, aquele que nos deparamos todos dias ao olharmos no espelho: o corpo físico; é a estrutura carnal, formada por ossos, sangue, músculos e pele, responsável por permitir que o espírito se manifeste no invólucro físico.        

       O corpo etérico ou duplo etérico é que envolve o corpo físico e reproduz seu formato, é fonte geradora de energia. Está relacionado a energia vital, é o mediador magnético entre o corpo astral e o corpo físico, ele é quem distribui as energias vitalizantes pelo corpo físico através de cordões ligados aos Chakras (centros de força). Para melhor compreensão pode-se imaginar ele com a estrutura do corpo físico, com todas as suas partes e órgãos, a sua estrutura é semelhante a uma teia que está em constante movimento. É constituído de matéria menos densa, quase imaterial. Para finalizar, o corpo etérico tem individualidade própria, mas não possui consciência.

    O corpo astral pode ser conceituado como um Modelo Organizador Biológico (MOB), a partir do qual se estrutura o corpo físico em cada reencarnação. Ele se liga à matéria desde o começo da vida embrionária e passa a expandir-se, entranhando-se no corpo físico, molécula a molécula, célula a célula, orientando sua formação conforme a herança espiritual dessa vida e das passadas, sendo responsável pelo registro de todas as emoções, sensações e sentimentos, sendo transmitidos ao corpo físico através de impulsos do sistema nervoso, assim como o corpo etérico tem o formato parecido com o do corpo físico e não possui a capacidade de processar ideias e pensamentos.

    Sobre o corpo mental inferior, ele compreende os atributos dos cinco sentidos, avaliando o mundo através do peso, do cheiro, cor, tamanho, gosto, som entre outros e da intelectualidade. Esse corpo está associado a pensamentos e processos mentais. É no mental inferior que armazenam-se os conhecimentos do nosso cognitivo, nele a vontade (que vem do corpo astral) se transforma em ação. É o campo do raciocínio, de onde vem os poderes da mente, os fenômenos da cognição, memória e de avaliação de nossos atos. É um importante transmissor de ligação e harmonização do binômio razão-emoção. Seu formato normalmente é ovalado, composto por substâncias ainda mais finas que a do corpo astral.

    Sobre o corpo mental superior, rege a vontade e a imaginação, é uma fonte de conexão com a mente divina de onde vem a intuição pura. Nada que esteja desequilibrado, traumas, enfermidades pode se alojar nesse corpo, ou seja, nada que não vibre na frequência divina tem acesso a esse nosso corpo. Seu formato é em chamas.

    O corpo búdico é responsável pelo armazenamento da consciência, detém as experiências do espírito. É neste corpo que são traçadas as diretrizes do projeto de vida a ser compreendido pelo espírito quando encarnado; é a memória do ser divino composto por três almas: consciência, intuição e moral. O formato está ligado às três almas, a alma consciencial tem o formato de um pequeno sol, que se encontra no centro; a alma intuitiva se apresenta em formato de ponta de lança sobreposto ao pequeno sol; e por fim a alma moral é representada por um sol em chamas que envolve as outras duas almas.

    Por fim, o corpo átmico (alma/ espírito) é o princípio e motor da vida. É centelha divina, ou seja, a porção de Deus em nós. Possui o formato de uma esfera multifacetada.

    Por tudo isso, o quaternário inferior (corpos: Físico, Etérico, Astral, Mental Inferior) formam a  personalidade e são mutáveis a cada encarnação. Já a tríade superior (corpos: Mental Superior, Búdico e Átima) é a manifestação divina contendo a sabedoria universal, é o Eu individual, não mudam com o passar das encarnações, são fixos. 

Jullia de Iansã

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Nações Africanas

 Nações Africanas 

Desde o descobrimento do Brasil se vê religiões afro sendo cultuadas em certos grupos de pessoas, na verdade quando os negros foram tirados de seu continente para serem escravizados, para que não perdessem sua essência levaram para cada parte do planeta sua religião. 

A África sendo um enorme continente abrigava vários povos, e cada pedaço daquele território tinha um reino que cultuavam divindades de formas diferentes, assim surgiram as nações do candomblé. Mostraram ao mundo essa cultura religiosa, visto que com o fim de seus grandes reinos, os africanos foram obrigados a se fortalecerem na fé, a espalhar memórias e falas sob sua cultura, pois essas eram as únicas maneiras de acreditarem que ali não terminaria a história de uma nação. 

Desde cedo o homem acredita em energias, e sabe se que essas energias têm influências em tudo no nosso planeta. Cada região cultuava essas energias com um nome diferente, que são os Orixás, Inkices e Voduns.

Entre todas essas regiões podemos citar a região nagô, a região daomeanos, a região bantu, a região angola conjolês,as regiões islamizadas. E cada região se dá a um culto diferente chamados assim de nação.

As nações nagôs originam-se no Sul, conhecida também como grupo iorubá, nela encontramos os Candomblés Nagô Egbá, Ijexá, Ketu, Efan, Xambá de Pernambuco e Batuque do Rio Grande do Sul.

A região de Daomé é conhecida como Benin, os Candomblés que são de sua origem são Fon, Fanti, Krumans, Agni, Mina, Éwé, Ashanti, Nzema e Timini.

As nações Bantu localizam-se principalmente na África subsariana, na Contra Costa, conhecido principalmente pelos Moçambique Angola, Cabinda e Congo.

No Brasil as nações mais cultuadas são Angola, Ketu e Jeje cada uma delas possuem diferentes características como os cantos e rituais. O candomblé Ketu é o mais conhecido no Brasil e segundo lendas africanas iniciou se na Bahia, por princesas de Ketu e Oyó, escravas trazidas do continente africano que de alguma maneira precisavam salvar sua cultura.

Os orixás cultuados na nação Yorubá estão também predominante no idioma utilizado. Também existem diferenças no toque dos atabaques, nos símbolos e cores de cada Orixá.

Os ensinamentos do Ketu são trazidos pelos Babalorixás e Yalorixás. Na nação Ketu existe uma pessoa especifica para o culto com os Eguns – chamado de Ojé , pois o sacerdote responsável pelos orixás não se envolvem com as energias de Eguns.

A nação angola é considerada afro-brasileira pois é o resultado da mistura de  alguns povos de regiões distintas no território africano. Quem já frequentou diferentes casas de Candomblé poderá notar que os cantos, dança e batidas dos tambores de Angola são bem diferentes. Quando fala-se de cargos dentro dessa casa também encontra se nomes diferentes, como o Pai de Santo é chamado de Tata Nkisi e a Mãe de Santo, Mametu Nkisi. Os Orixás são chamados Inquices (Inkices), e Deus é chamado de Zambi. Para iniciação na religião há várias etapas como o batismo que é o Massangá, onde se faz a cabeça do iniciado, nesse processo usa-se o Obi e a água doce, depois o Bori, a raspagem da cabeça, a obrigação de 1 ano, depois uma obrigação de 3 anos (para mudança do grau), e depois a de 5 e pôr a último de 7 anos, após esse período a pessoa poderá se tornar um Tatá ou Mamety Nkisi. Um costume interessante é uma bandeira branca em casas de angola que simboliza Mukuiú N´zambi, a nação.

A nação Jeje encontra-se no Brasil em diversas casascom cultos diferentes, sua origem foi no Maranhão, mas espalhou-se pelo Nordeste (principalmente Bahia e Pernambuco) e depois para São Paulo e Rio Grande do Sul. Em casas de Jeje os Orixás são chamados de Voduns, e Deus é chamado de Mawu (a Lua). Há uma lenda que Mawu encontrava-se com seu amado Lissa (Sol) durante o eclipse, dando assim origem aos 14 Voduns.

No Maranhão conhecido também como Tambor de Mina, as casas de Jeje necessitam de um amplo espaço, pois precisam de Casa de Legba, onde realizam as obrigações maiores, pequenas casas das divindades, um barracão central para as danças, quartos para dormir, se vestirem e fazerem os alimentos. Para iniciar se em uma casa de jeje necessita de um período em confinamento que pode durar de 6 meses há 1 ano. Durante esse processo tudo sobre os rituais e cultura será ensinado.

Cada nação tem sua particularidade, não podendo esquecer que essa cultura fez parte da formação do Brasil, foram anos de tradições de um povo que tiveram sua  continuidade ameaçada com a exploração que sofreram, porém a energia é mais forte e as nações se mantiveram  e se espalharam por todo o mundo por meio da luta e do sangue de cada um desses africanos que acreditaram no seu berço e na sua nação.

Luan de Ogum 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Nanã Buruque

 Nanã Buruque


Nanã Buruquê é um orixá muito antigo, comemora-se seu dia em 26 de julho e está associado às águas paradas, à lama dos pântanos, ao lodo do fundo dos rios e mares. Na África, Nanã se refere às pessoas idosas e respeitáveis e com grade saberes da vida.

No Brasil, Mãe Nanã é sempre lembrada como a “orixá Vovó”, ela representa o arquétipo ancião do criador, sendo representada como uma senhora idosa, que quando se manifesta em seus filhos, possui um andar lento, curvado para frente. É sincretizada com Santa Ana no catolicismo, a avó de Jesus Cristo.

Quando falamos dos mistérios de nanã, na atuação em nós seres humanos, e a importância que Nanã tem em nossas vidas e no nosso objetivo, que nada mais é do que a evolução em todos os aspectos da vida, Nanã faz o equilíbrio. Termos como: sabedoria, experiência, amadurecimento, paciência e prudência está fortemente ligada a esta orixá. Por sua antiguidade Nanã sabe exatamente tudo que já aconteceu no mundo e por isso uma de sua atribuição e a memória ancestral, exemplo: quando temos um problema e não encontramos a solução, podemos rogar a nanã pedindo que nos indique a solução, por que os problemas são sempre os mesmos, muda-se as pessoas, as épocas e o cenário, logo, nanã sempre sabe a resposta para o seu problema.

Um dos aspectos mais interessantes da atuação de Mãe Nanã é sua atuação no processo de reencarnação, é ela que decanta todos os aspectos emocionais do espírito que irá reencarnar, fazendo com que ele esqueça tudo o que viveu e possa começar uma nova passagem pelo planeta Terra sem os tormentos que certamente trariam consigo: culpa, medo, revolta, ódio, etc.

Neste caso, o esquecimento é um presente, pois temos a oportunidade de começar do zero e fazer de maneira diferente tudo aquilo que fizemos errado na vida anterior, recomeçando, inclusive, de onde paramos em nossa evolução.

Nanã é quem controla todos os eguns (lembrando que egum e todo e qualquer espíritos desencarnados), separando os bons e os maus, direcionando cada um no seu determinado destino, para manter o equilíbrio da força. Dizem que durante a morte é nanã quem corta o fio que liga o espirito ao corpo.

Nanã é um orixá bi-elemental ou seja, rege sobre dois elementos: terra e água.

Sua regência sobre o elemento terra denota sua estreita ligação com a Mãe Terra. Remetendo a frase bíblica: “Tu és pó, e ao pó voltarás”…

Nanã realmente recebe em seu ventre terreno os corpos dos filhos que desencarnam, e que voltando ao pó se fundem novamente ao “barro” primordial.

Sua regência sobre o elemento água decanta todos os aspectos de negativismos emocionais que possam atrasar nossa evolução, tornando-nos mais racionais.

Nada pode nos levar mais longe do que a sabedoria. Podemos ter experiência, poder, dinheiro, mas pra que serve tudo isso diante do que não se pode medir em valores?

Todos deveríamos alcançar a maturidade em condições melhores do que viemos. E o que vemos? – Muitos idosos amargos, tristes, sem perspectiva de vida ou além-vida, apáticos e sem esperança.

Nunca foi esse o plano. O plano é viver, aprender, não necessariamente pela dor. Tirar de cada experiência uma lição. Passar os ensinamentos que aprendeu aos outros.

Decantar dos registros de nossas almas toda a negatividade, dúvidas, incertezas, tudo aquilo que nos impede de evoluir, de crescer como seres divinos que somos.

Clamem por transmutação. Transmutar é mudar pra melhor. É ressignificar sentimentos e crenças limitantes que te impedem de sair do estado atual para um nível de consciência superior.

Nanã ocupa o polo feminino do Trono da Evolução, absorvendo tudo que há de excesso junto a obaluayê que irradia a evolução. Sua cor é roxa, sua saudação é "Saluba Nanã Buruquê", que significa "Salve a Mãe das águas pantaneiras". Carrega em seus braços seu símbolo maior: o ibiri, um cedro feito de fibra de dendezeiro dobrado como se fosse um nove de cabeça para baixo, costurado com búzios e carrega como se fosse um feto e nina como se fosse uma criança.

Nanã Buruque – filhos: Iroko, Obaluayê, Osanyin, Yewá, Omolu e Oxumaré.

Uma das Lendas de Nanã: Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele e  não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra, mas ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada. Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã. Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou. Com a ajuda dos Orixá povoou a Terra. Mas tem um dia que o homem tem que morrer. O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã. Nanã deu a matéria no começo mas quer de volta no final tudo o que é seu .

Pedro Eduardo de Nanã Buruque

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Mensagem do Caboclo Sete Flechas

Mensagem do Caboclo Sete Flechas 

Recado passado pelo Caboclo Sete Flechas a todos os membros da corrente mediúnicas presentes na gira do dia 10/11/2021, autorizado pelo mesmo a divulgar sua mensagem. 

“6° ano de comemoração ao dia da Umbanda nesta casa. Muitas batalhas, muitas lutas, 113 anos da Umbanda, há 6 anos renovamos a força da Umbanda e a força de vocês, é muito mais além do que os olhos podem enxergar e que o coração pode sentir.

 ...A Umbanda é onde os espíritos de luz se manifestam para ajudar os encarnados, que consequentemente ajudam também esses espíritos de luz e também os espíritos desencarnados que rodeiam. A Umbanda nada mais é do que os elos de amor,  umbanda é compartilhar amor pois todos ganham, não a o que se falar em que perder, pois até nos momentos difíceis vocês estão aprendendo com Deus, vocês estão aprendendo com as dificuldades, vocês estão aprendendo com as lições que a vida dá, vocês estão aprendendo com tudo aquilo que a vida oferece de bom e de ruim. Não existe lugar perfeito nessa terra, pois me diga um de vocês que é perfeito, então se um de vocês estão lá não é mais perfeito o lugar, porque nenhum de vocês é perfeito. As coisas e lugares são perfeitos onde tudo é perfeito, se todos tem defeitos nenhum lugar é perfeito. Tolo aquele que vai  para um terreiro e crê que tudo será perfeição e mar de rosas, pois quando consulentes enxergam muito isso, chegam, são ajudados, os espíritos auxiliam e amparam. Porém atrás de todas as cortinas existem grandes coisas para se fazerem, para que aquilo que você vê aconteça e atrás dessas cortinas a todo um conjunto de médiuns que se desafiam todos os dias para se tornarem um pouco melhor a cada dia. Essa busca incessante que vocês fazem para se tornar pessoas e seres melhores é que fazem da Umbanda uma religião de amor e caridade, onde Cristo é um orgulho de estar, onde os Orixás são um orgulho de se estar, onde os Guias de Luz é um orgulho de se estar. Tomando sempre cuidado para que um terreiro não seja dominado pelo ego, pela vaidade, que afronta as virtudes de um homem, nenhum lugar onde existe um homem está isento disso, pois o ego e a vaidade estão no coração de todos, porém é necessário que todos saibam dominar esse ego e essa vaidade interior, dando assim portas para que o amor bata e entra, dando assim portas para que o amor possa disseminar. É como cuidar das ervas e do jardim, você tem que retirar as pragas para que então as plantas que o trarão benefícios e flores, se você não faz isso as pragas vão dominar as ervas e você ficará sem. Dentre esse e outros ensinamentos, os quais as pequenas funções no terreiro tem, quando eu disse que deveria haver um jardim, ainda entre outro solo, outro sol, disse: deve haver um jardim e todos deverão cuidar, amar e aprender com ele, as plantas vão trazer energia assim como a floresta que ensinaram o clico da vida, ensinaram a importância de cuidar dia a dia, assim como você cuida de uma planta todos os dias você deve cuidar de você todos os dias, do seu amor, da sua força, da sua luz. A Umbanda não é para qualquer pessoa pois a Umbanda exige dedicação, exige força de vontade, exige luz interior, caso falte algum desses requisitos não teremos então um bom umbandista. O bom umbandista é formado nas dificuldades, o bom umbandista não é aquele que incorpora todas as linhas, ou o que melhor toca atabaque, ou o que melhor cambona, o bom umbandista é aquele que faz as coisas por amor, independente do que faz e que saiba respeitar o irmão, que saiba respeitar que nem todos os dias as pessoas têm dias bons e que elas podem falhar. Sabendo compreender que o outro pode falhar assim como você, entender a falha do outro. A Umbanda é uma religião sem preconceitos, mas não quer dizer que os umbandistas não tem, quer dizer que ela ensina a seus adeptos a se livrarem dos preconceitos e assim eles devem trabalhar muito disso. Saibamos diferenciar aquilo que é inerente ao homem e inerente a Deus. Os Orixás na Umbanda servem para você aprender um pouco mais sobre si e então trabalhar isso, crescer e lapidar você mesmo. Colocar os pés em um chão de terra e bater a cabeça no chão servem para lembrar da humildade, abandonando assim as vaidades. Vestirem de branco servem para se lembrar que todos são iguais, pois todos são espíritos da criação, todos são bons, todos são ruins, mas o respeito é inerente a todos, pois cada um está em seu caminho, evoluindo da sua maneira, em seu tempo. Nunca se compare a irmão, como já foi dito várias e várias vezes não julgai para não ser julgado, compreender para ser compreendido, amar para ser amado e assim por diante. Tudo ao se dizer é bonito e parece fácil, mas na hora  de se praticar é muito difícil e doloroso, doloroso porque o ego e a vaidade eles batem a porta do coração, o sentimento de ser único bate a porta do coração. Essa renovação que é feita todos os dias e não a cada ano, todos os dias. Deve ser algo constante, sem se esquecer das suas origens, dos seus ancestrais e de tudo aquilo que te rodei. Saibamos então internalizar em nossos corações o verdadeiro amor, saibamos enxergar a verdadeira caridade que tanto é falada, que tanto é pregada nessa Umbanda. Umbanda fundada por espírito simples, de manifestações simples, de povo simples, mas de grande conhecimento. Umbanda de amor e reverência a Deus, Umbanda de luz, Umbanda que é sagrada e assim então daremos mais um passo a luz divina, mais próxima a Deus e compartilhando esse amor, pois quando o amor é compartilhado muitos ganham.  Que assim seja.”   

Mensagem do Caboclo Sete Flechas

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Cangaceiros na Umbanda

Cangaceiros  na Umbanda 


Os cangaceiros no Brasil são símbolos históricos de um movimento ocorrido no sertão brasileiro entre o século XIX e XX, cujas características devem ser estudadas para compreensão do arquétipo, contudo, deve-se analisar nas histórias os dois lados dos fatos ocorridos, pois a história retratada pelo lado coronelista da época tinha o intuito de retrata-los como "bandidos", mas houve também o lado social do cangaço, no qual deu voz e armas a sociedade reprimida e sofrida da época.

Justamente pelo lado social do cangaço à época torna-se de fácil compreensão a existência desta linha, visto que o movimento foi de grande importância para sociedade e consequentemente para a espiritualidade, a referida linha tem como principais características de um espírito guerreiro, combatente que luta bravamente por seus ideias e pela justiça que lhe é de direito. Logo, a busca pela justiça, a retidão e o senso de proteção são os ideais marcantes do cangaço e da linha dos cangaceiros na umbanda.

Além de atuarem como protetores na umbanda, os cangaceiros amparam todos aqueles fracos que se encontram em necessidade extrema, bem como auxiliam na proteção da casa, dos trabalhos, possuem grande experiência em lidar com energias densas e espíritos trevosos e extremamente endurecidos, são hábeis caçadores de energias contrárias e demandas, intencionais ou não, direcionadas contra os encarnados.

Também prestam forte auxílio a todas as correntes em seu trabalho de campo, seja recolhendo e resgatando irmãos em busca de auxílio ou na lida com as mais variadas energias. Os cangaceiros são honrosos soldados de Oxalá que estarão sempre a postos, com seus coletes de couro vistosos, chapéu ornamentado e muita bala na cintura pra combater o bom combate.

Devido todo sofrimento vivido, costumam se apresentar rudemente, apesar de serem amorosos e amigáveis, nos ensinando a combater o bom combate, a sermos guerreiros combatentes e bravos lutadores contra a injustiça e a desigualdade a favor do bem, em favor da caridade e também nos ensinam, principalmente, a lutarmos por nós mesmos, por nossa felicidade e daqueles que nos cercam.

A linha dos cangaceiros é a pouco tempo tratada pelos terreiros de umbanda como uma linha específica e separada, tendo sido trabalhada por muito tempo juntos aos baianos, mas claro, de uma forma específica e quanto ao orixá regente da linha dos cangaceiros, sabe-se que eles são associados às irradiações de Pai Omolú e Mãe Nanã, mas podem ter campos de atuação nas sete irradiações divinas.


Nomes de alguns cangaceiros mais conhecidos: Lampião, Zé do Cangaço, Severino, Maria Bonita, Cangaceiro do Capão Comprido, Corisco, dentre outros.

Ervas dos cangaceiros: Cactus, orégano, picão, pinhão roxo, babosa, alfazema, noz moscada, erva cidreira, dentre outras.

Seu dia: Terça Feira (dia regente do Pai Omolú)

Velas: Brancas, roxas e lilás

Oferendas: Flores roxas e lilás (cravos e crisântemos), caju, graviola, coco verde, mandioca, rapadura, carne de sol com farinha e abóbora, cachaça, fumo de rolo, cigarro de palha.


Mylene de Oxalá

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Orixás de frente, adjunto e ancestral.

 Orixás de frente, adjuntó e ancestral.  

Os orixás são divindades da mitologia Africana iorubá que se popularizaram no Brasil com as religiões de matrizes africanas. Iorubá é uma região da África composta por diversas  etnias de línguas e culturas semelhantes; muitos negros trazidos para o Brasil como escravos eram dessa região. 

Olorum ( Deus) criou o mundo e os orixás para governá-lo e servirem de intermediários entre ele e os humanos. 

Definições de orixá segundo a tradição iorubá:

Ori - cabeça

Xá -  iluminado

Formando a palavra : cabeça iluminada. 


Cada um de nós trazemos em nossa coroa 3 orixás que nos regem e cada orixá ocupa uma posição:

1 - orixá de cabeça ou de frente. 

O orixá que ocupa esta posição é quem nos guiará na atual encarnação; é quem dá o norte para nossas missões e é o responsável por nos direcionar o melhor caminho para nossa evolução espiritual. 

2 Orixá adjunto ou adjuntó.

Este orixá e responsável por equilibrar a ação do orixá de frente, caminha juntos com o intuito de trazer equilíbrio. 

3 Orixá ancestral. 

O orixá ancestral sempre acompanhará o médium porque foi onde o espírito foi formado. A força deste orixá está presente na essência do Espírito independentemente de quantas encarnações este espírito sofrer; este orixá nunca será mudado.


Christian de Xangô