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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Terceira Ordem – Espíritos Imperfeitos

Terceira Ordem – Espíritos Imperfeitos

Dentre o Livro II dos espíritos capítulo I discorre sobre os Espíritos Imperfeitos, são espíritos de interesses voltados à matéria, com sentimentos ainda enraizados no orgulho, no egoísmo e na ignorância. Em alguns, o mal é predominante, em outros, pelo simples fato de não praticarem o bem, já se pode identificar a inferioridade moral contida nele.
Nessa classificação, muitos desses espíritos quando encarnados, trazem consigo vícios, preconceitos, doenças psicossomáticas, entre outras. Tem uma ideia de Deus, mas não o compreendem. Possuem conhecimentos limitados, e muitas das vezes, contrário daquilo que realmente é. A forma como falam também revela seu caráter, sua verbalização está diretamente ligada à sua condição moral. Assim também, todo mau pensamento que nos é sugerido, vem de um espírito dessa ordem, tanto como também é dessa ordem, toda comunicação de espírito que traz um mau pensamento.
Também sofrem com sentimentos como inveja, ciúme, mágoa, angústia, com a felicidade do próximo e etc. Conservam lembranças de vidas corpóreas e se culpam pelo mau que proporcionaram ao próximo. Esses espíritos compõem cinco classes:


Décima classe – Espíritos Impuros – São inclinados ao mau e o fazem por prazer. Plantam a discórdia, a ira entre outros tentando a todo custo atrapalhar a evolução moral do outro. Suas manifestações se dão de maneira grosseira e tentam iludir através de falas sensatas, mas que não são sustentadas por muito tempo por sucumbirem à traição. Alguns povos os designam como espíritos maus e demônios. Na Umbanda, são denominados como Kiumbas.
Nona classe – Espíritos Levianos – Também são chamados de espíritos zombeteiros. Por serem maliciosos, incitam, para após gozar dos infortúnios da humanidade. São brincalhões e gostam de causar desgostos diversos. Sua comunicação é espirituosa, mas sem profundeza de ideias e adotam supostos nomes, como por exemplo, de guias da Umbanda em outras casas religiosas a fim de causarem intrigas e se divertirem.
Oitava classe - Espíritos Pseudo-sábios – Têm um conhecimento mais amplo, porém julgam saber mais do que realmente sabem. A linguagem tem um tom de seriedade e verdade, porém pode notar-se a presença de erros, ciúme, ego, presunção e afins. Em processo de incorporação, quando o médium não tem preparo, podem ser acoplados espíritos dessa classe que acabam se passando por mentores, assim como existem casas que sem a devida orientação e preparo são lideradas por esses espíritos.
Sétima classe – Espíritos neutros – São espíritos nem bons o bastante para fazerem o bem, nem maus o bastante para fazerem o mau. Tendem tanto para um quanto para outro e são apegados às coisas materiais. Nessa classe estão espíritos sofredores e suicidas, por exemplo.
Sexta classe – Espíritos batedores e perturbadores – Podem caber em todas as classes da terceira ordem de acordo com a intenção da ação. Manifestam geralmente manipulando a matéria, causando efeitos físicos, como pancadas, barulhos em móveis, movimentos anormais de massa de ar, ruídos, bater de portas, enfim, reconhecendo a causa não oriunda de uma circunstância fortuita ou física. Todos os espíritos podem produzir tais efeitos, mas os de ordem mais elevada deixam essa tarefa com os subalternos mais capacitados de agir no material. Em alguns casos também os espíritos de ordem mais elevada, escravizam outros para que esses sejam o agente do efeito, deixando assim sua disponibilidade para atuar nas questões intelectuais.
Axé a todos!

Ryan de Oroiná

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Escala Espírita

Escala Espírita

Vamos fazer um estudo hoje sobre as escalas dos espíritos, tema constante no capítulo 1 do livro II dos espíritos.
A classificação dos espíritos está fundamentada em seu grau de desenvolvimento e nas qualidades adquiridas e imperfeições das quais ainda não se livraram.
Essa classificação não tem nada de absoluta, pois nenhuma categoria possui caráter bem definido, a não ser no conjunto. De um grau a outro a transição é insensível, pois como na natureza as diferenças se apagam ou ainda nos diferentes períodos da existência da vida humana.
Podemos, portanto, formar maior ou menor número de classes, como acontece com as classificações científicas: Os sistemas podem ser mais ou menos complexos, mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos à inteligência.
Os espíritos admitem, normalmente, três categorias principais, ou três grandes divisões:
São eles os espíritos imperfeitos, os espíritos bons e os espíritos puros. Observaremos, entretanto, que os espíritos não pertencem para sempre a esta ou aquela categoria, seu progresso se realiza de forma gradual, como se efetua mais em um sentido que em outro, eles podem reunir características diferentes, de graus diferentes. O que podemos facilmente observar por sua linguagem e seus atos.
Na umbanda, há a presença de diversos espíritos. Aqueles que trabalham em nossa religião possuem uma grande luminosidade, entendimento e amor, propagando sempre o bem. Não podemos dizer com exatidão sobre uma escala espiritual de evolução referente aos trabalhadores de umbanda haja vista a imensidão de assuntos que ainda fogem ao nosso entendimento.


Porém, sabemos que há linhas de trabalho, nas quais cada falange espiritual trabalha de forma específica em algum ponto que precisamos evoluir. E, conforme nos foi ensinado, isso se dá não porque um preto velho necessariamente seja mais evoluído que um exu, ou vice-versa, mas sim porque esses espíritos necessitam naquele momento trabalhar naquela linha de trabalho tanto para auxiliarem os encarnados a evoluírem, como também eles mesmos evoluírem, visto que a evolução se dá constantemente. 
O importante é sempre nos lembrarmos de que somos capazes de fazer crescer a luz dentro de nós, e que estamos caminhando para retirarmos do nosso espírito aquilo que não nos acrescenta. E graças ao amor divino, temos a orientação dos guias dia a dia nos mostrando que não estamos sozinhos nessa caminhada. 
Abraço a todos! Tenham um lindo dia!


Carlos de Oxóssi & Natália de Iemanjá

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Diferentes Ordens de Espírito

Diferentes Ordens de Espírito

Neste tópico, o Livro II dos espíritos (Capitulo 1) aborda o tema da evolução dos espíritos e sua classificação no mundo espiritual. São realizadas quatro perguntas ao espírito da verdade que serão apresentadas, a seguir, juntamente com as respostas. Após cada pergunta, tentaremos trazer o conhecimento apresentado para a óptica umbandista através de comentários e análises.
Pergunta 1: Os Espíritos são iguais, ou existe, entre eles, algum tipo de hierarquia?
Resposta: “São de diferentes ordens, conforme o grau de perfeição a que tenham chegado.” 
Nessa simples pergunta, é revelado que conforme a perfeição e a luz que se alcança no mundo espiritual, o espírito é sim classificado em diferentes ordens ou hierarquias. No meio umbandista, isso pode ser notado dentro de uma falange, onde existem os chefes de falange, as entidades ditas coroadas e até mesmo as entidades chamadas de “pagãs”. Ou seja, conforme um espírito que trabalha na umbanda se desenvolve, ele pode ir crescendo dentro de sua falange e galgando maiores hierarquias e maiores responsabilidades, conforme o quão preparado e desenvolvido esteja para isso.  


Pergunta 2: Há um número determinado de ordens ou de graus de perfeição entre os espíritos? 
Resposta: “Este número é ilimitado, porque, entre essas ordens, não há uma linha de demarcação traçada como barreira e, desta forma, podem-se multiplicar ou restringir as divisões à vontade; todavia, considerando-se os caracteres gerais, pode-se reduzi-las a três principais.” “Na primeira ordem, situam-se os que atingiram a perfeição: os puros Espíritos. Os da segunda chegaram ao meio da escala: o desejo do bem é a preocupação deles. Os da última ordem ainda estão na parte inferior da escala: os Espíritos imperfeitos. São caracterizados pela ignorância, o desejo do mal e todas as más paixões que retardam o seu adiantamento.” 
Nesta pergunta, é respondido que os espíritos podem ser classificados em várias ou poucas ordens conforme o que se analisa. Essa resposta pode parecer estranha, mas creio que seja o mesmo que tentar classificar os encarnados como bons ou maus, ou em uma escala de bondade. Depende de quem está analisando, depende de quais são os parâmetros escolhidos para análise. Praticamente nenhum espírito é por inteiro bom ou ruim, assim como os homens também não são. Pelo pouco que entendemos sobre o mundo espiritual, aprendemos que o bom espírito é reconhecido através de suas obras, ou seja, não é a partir de um momento que o espírito se torna puro ou de luz, mas sim em um processo contínuo de evolução através da caridade e do amor. Nesse processo de evolução e trabalho, o espírito é reconhecido por suas obras e passa a ser respeitado e admirado por muitos. Isto é algo tão relativo que certa vez o Exu Sete Catacumbas se referiu ao Exu Arranca Toco como um “espírito de muita luz” e o quando o Exu Arranca Toco foi perguntado no diálogo dos espíritos se seria um espírito de luz, o mesmo disse que não. Disse que ainda está longe disso. Isso nos mostra o quão é delicada essa questão, depende da referência que se adota. A evolução de um espírito comparada à de Cristo pode ser pequena, mas comparada a um kiumba pode ser que seja grande. A partir disso, o espírito da verdade apresentou três classes mais gerais de espíritos para que a humanidade pudesse ter uma noção, mas que podem ser subdivididas em várias outras. Na umbanda, essa hierarquia e classes parecem ser mais claras dentro de uma falange, mas será que são mesmo? A partir de qual momento uma entidade se torna coroada ou chefe de falange? São boas perguntas que talvez algum dia possam nos ser reveladas, há de se preparar para essas respostas através do estudo, pois provavelmente não são simples.

Pergunta 3: Os espíritos da segunda ordem possuem somente o desejo do bem; têm eles, também, o poder de praticá-lo?
 Resposta: “Eles têm este poder, conforme o seu grau de perfeição: uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade, todos, porém, ainda têm provas a suportar.”
O que a terceira pergunta nos demonstra é que não é necessário ser evoluído para praticar o bem, todos nos somos capaz de fazer o bem que está ao nosso alcance. Se hoje o que podemos fazer ainda é pouco, esse pouco servirá de preparo e aprendizado para que possamos fazer mais em um futuro e isso serve tanto para os espíritos quanto para os humanos. 


Pergunta 4: Os Espíritos da terceira ordem são todos essencialmente maus? 
Resposta: “Não; uns não fazem o bem nem o mal; outros, ao contrário, se comprazem no mal e ficam satisfeitos, quando encontram ocasião de praticá-lo. E há, ainda, os Espíritos levianos ou travessos, mais perturbadores do que maus, que se comprazem muito mais na malícia do que na maldade, encontrando prazer em mistificar e em causar pequenas contrariedades, de que se riem.”
Essa nossa ultima pergunta aborda algo muito interessante, os espíritos menos evoluídos não são essencialmente maus na nossa ótica umbandista. A essência de cada um espírito é, para nós, exatamente o contrario, é sagrada e divina. Para nós, o mais perdido e maldoso dos kiumbas é apenas alguém em desequilíbrio com seu eu divino. No fundo, a mais impiedosa maldade é puro e simples engano. Para ficar mais clara essa afirmação, basta pensar que para todos os males existe uma raiz, em algum momento um sentimento de revolta, de injustiça e descrença surgiu naquele ser, o que fez com que ele quisesse prejudicar seu próximo, como se fosse uma espécie de vingança. Uma vingança que na verdade é contra si mesmo, essas atitudes o torna cada dia mais cego para o seu eu divino e o impede de avançar em sua evolução, mas não quer dizer que ele um dia não encontrará a luz. A essência divina de cada Ser ainda está com cada um, ainda que adormecida.

Espero que nossa reflexão sobre esse trecho do Livro dos Espíritos possa nos guiar para que nos atentemos para os falsos sentimentos de injustiça e para que caminhemos em equilíbrio para o desenvolvimento espiritual.
Obrigado pela atenção. 



Ricardo de Ogum Matinata

segunda-feira, 23 de julho de 2018

O Perispírito

O perispírito

Sabe-se que espíritos são ditos como imateriais - ou incorpóreos, como definido por estes -, uma vez que, como já informado em outros textos do blog, não possuem matéria física compreensível à nossa capacidade de abstração de significação precisa e/ou próxima da realidade.
Sabe-se, também, que são eternos e que vivem em mundo próprio que também o é; Que estão em todo o universo, executando os desígnios divinos; Que têm forma e cor que corresponde à sua pureza, indo do "colorido escuro e opaco a uma cor brilhante, qual a do rubi"; Que, como são imateriais, a matéria não lhes é um obstáculo;
Que as distâncias podem, ou não, ser percebidas por eles, dependendo de seu grau de depuração e de sua vontade, visto que podem se locomover no espaço com a velocidade do pensamento - o que nada mais é do que a própria alma exercendo sua existência;
Que podem estar em diversos lugares ao mesmo tempo, sem se dividir, pois isso não é possível ao espírito, ou seja, sua forma lhes permite irradiar sua força e existência a diversos pontos ao mesmo tempo, tal qual o sol o faz, sem se dividir, porém vale ressaltar que sua força é equivalente à sua depuração.
Cabe, agora, transmitir-lhe mais algum conhecimento: O perispírito


Os espíritos, sendo incorpóreos, não têm constituição semelhante à nossa, porém, isso não significa que não possuem constituição alguma. São envoltos em uma substância vaporosa - aos nossos olhos - e grosseira à existência deles, porém vaporosa o bastante para que flutuem e se locomovam por todo o universo. Tal substância não é única a todos os espíritos: é uma emanação equivalente a cada globo pelo qual transitam. Um exemplo plausível e de fácil abstração são os uniformes de empresas que, uma vez que se mude de empresa, muda-se também o uniforme e, assim, passa-se a se apresentar em conformidade com os indivíduos que ali trabalham. Esse "uniforme" é a roupagem pela qual os espíritos manifestam sua forma aos nossos sentidos podendo ser, mediante sua vontade/ necessidade, visível e, até mesmo, palpável.
Na Umbanda, o perispírito corresponde à forma pela qual o espírito se plasma (se apresenta), permitindo a nós, a visão - para médiuns clarividentes - e/ou a compreensão - por meio de suas vestimentas e acessórios - do arquétipo de cada guia que se manifesta.
Para os médiuns clarividentes, a visualização depende da permissão do espírito para tal e, como dito, este vê a forma que o perispírito adquire quando o mesmo vem sob os preceitos e ensinamentos de determinada linha de arquétipos da umbanda, como por exemplo, a linha dos caboclos, que são vistos como índios fortes, sérios e destemidos.
Já os médiuns que não têm clarividência aflorada, é necessário que o espírito (guia) esteja incorporado para que possamos "vê-lo", pois o médium de incorporação (aparelho) assume seus trejeitos e faz uso de seus adereços como cocar, chocalhos e arco e flecha, no caso dos caboclos.

Axé a todos!
Até o próximo texto!



Matheus de Obaluaê

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Forma e Ubiquidade dos Espíritos

Forma e Ubiquidade dos Espíritos 

Neste texto, trataremos sobre a forma e ubiquidade dos espíritos, tema presente no capítulo I da segunda parte do livro dos espíritos. Alan Kardec indaga se os espíritos possuem uma forma determinada, limitada e constante, se os espíritos gastam algum tempo para percorrer o espaço, se eles se transportam com consciência dessa distância,  se há algum obstáculo material a esse percurso e se os espíritos podem se dividir. 
Conforme explicação, os espíritos para nós encarnados não têm uma forma determinada. Isso se dá, haja vista nossa limitação humana de sentidos e, por isso se diz que o espírito é um clarão ou uma chama, pois é o que nossa concepção em relação à matéria nos permite compreender.  A cor desse clarão ou chama, irá variar de uma cor clara à escura, conforme o grau evolutivo de cada Espírito. Quanto mais materializado o espírito, mais escuro o clarão e vice-versa. 
Os espíritos se deslocam através do pensamento. O tempo de percurso variará conforme a velocidade do pensamento. Para se compreender isso, basta você pensar em um local que você já esteve e que tenha lhe agradado muito. Você imagina no ambiente observando cada detalhe, o cheiro, a sensação, como se lá estivesse. O seu corpo parado, mas seu pensamento lá, e é isso que ocorre. O espírito não sai do corpo e vai até lá, mas a essência do espírito, através do pensamento, vai até o local.  


E quando o espírito está desencarnado, esse deslocamento se dá através dos pensamentos, e pode subitamente estar em um local, bem como pode se inteirar da distância desse deslocamento, conforme seu grau de evolução. Se for um espírito ainda apegado ao mundo material, suas percepções estarão mais materializadas, logo com pouca compreensão ainda das faculdades de espírito e, portanto, mais limitadas. Ressalta-se que nesses trajetos não há obstáculos materiais, visto que os espíritos podem transpassar paredes, água, fogo, ar, terra, etc.
Sobre a ubiquidade dos espíritos, é necessário se mencionar que não há divisão de um mesmo Espírito. Cada um é um centro que irradia para diversos lados e quanto mais puro e evoluído maior essa irradiação. Isso é que faz um espírito parecer que está em vários locais ao mesmo tempo. É como o Sol, que é apenas um e irradia em todo lugar. Cada espírito é uma unidade indivisível e que pode lançar seus pensamentos em vários locais , sem que se fracione.
Diante disso, podemos explicar o porquê dos guias de umbanda estarem em vários lugares ao mesmo tempo. Isso se dá em decorrência da grandeza e evolução dos mesmos, trabalhando em vários terreiros e centros espíritas através de suas irradiações, sendo isso inclusive repassado também  pelo Sr Exu Pimenta  e pelo Baiano Zé do Côco, entidades que também trabalham em nosso terreiro. 



William Pink de Oxalá e Natália de Iemanjá

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Mundo Normal e Primitivo

Mundo Normal e Primitivo

Em sequência aos nossos estudos, o texto de hoje abordará sobre o MUNDO NORMAL PRIMITIVO, assunto constante na parte segunda, no capítulo I do livro dos espíritos, onde Alan Kardec faz as seguintes indagações: “Os espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?”; Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?”; “O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita?”; “Ocupam os espíritos uma região determinada e circunscrita no espaço?
Conforme respostas dada a Kardec, o mundo dos espíritos existe, além do que podemos ver, sendo que é o mundo principal, sobrevivente a tudo. É um mundo ,independente do mundo da matéria, existindo independente da existência deste. Porém, ressalta-se que há uma grande ligação entre ambos, pois há todo momento um gera influências no outro. 
Podemos perceber que constantemente recebemos os desígnios divinos através das orientações dos espíritos. Na Umbanda, temos vários espíritos que nos auxiliam diariamente, que são os guias espirituais que nos guiam e nos conduzem nessa caminhada terrena, através de intuições, pensamentos, falas, conforme a percepção que cada ser humano possui. 



Quanto ao local que ocupam, os espíritos podem povoar todo o espaço. Observam-nos e são, além de tudo, uns dos meios que nosso Pai Olorum  se serve para atuar em nossas vidas. Salienta-se, contudo, que devido ao grau de evolução, alguns espíritos vão povoar determinados espaços circunscritos, não podendo ir a qualquer lugar.
Muito ouvimos falar sobre Aruanda, Juremá, Jardim das Oliveiras que são lugares povoados por determinados grupos de espíritos. A Aruanda, por exemplo, conforme nos ensinou nosso querido Pai João, é um complexo inteiro, sendo a morada dos pretos-velhos. O Jardim das Oliveiras, que fica dentro de Aruanda, é um local que fica aqueles que trabalham na linha fé, isto é, sob a irradiação de Pai Oxalá. Geralmente são mentores de terreiro ou mentores de falanges.  Juremá  é  a morada de caboclos que fica em torno da morada principal, Aruanda, representando uma mata fechada para que assim possamos melhor compreender. 
Há também, devido ao estágio evolutivo em que se encontram, espíritos em zonas umbralinas, consequências de suas intenções e sentimentos. Contudo, sabe-se que isso não é uma situação imutável, posto que todos têm e terão oportunidades de evolução e alcance da Luz Suprema.
Axé!


Márcia de Oxóssi e Natália de Iemanjá

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Origem e Natureza dos Espíritos

Origem e Natureza dos Espíritos 

Na parte segunda, capítulo I, do Livro dos Espíritos, Allan Kardec, indaga sobre a origem e natureza dos espíritos. Seguindo o contexto, a palavra ‘espírito será denominada na sua individualidade, sendo entendida como seres inteligentes criados por Deus
Os espíritos povoam todo o universo à parte da matéria sendo identificados como obras de Deus, assim chamados de seus filhos, lembrando que não se confunde com o próprio. Para exemplificar, foi feita uma comparação com as obras criadas pelo homem, no caso a máquina. É obra do homem, mas não é o próprio homem. Resumindo, somos filhos de Deus, pois somos sua obra perfeita.
De acordo com o livro, os espíritos tiveram um princípio, caso contrário seriam o próprio Deus em sua infinita existência. Vale salientar que Deus nunca absteve de criar, porém há coisas que fogem do nosso entendimento, não tendo conceito para a formação dos espíritos. Entendo que toda sua criação está submetida a sua vontade e independe da nossa inteligência limitada sobre tal criação.
Em um dos questionamentos, o espírito, traz a definição do espírito como um ser incorpóreo e não imaterial, termo questionado por Allan Kardec. Devemos nos bastar  em entender que toda criação é algo, porém como só definimos aquilo que é matéria, não entendemos a grandiosidade da criação dos espíritos. Usamos assim da nossa criatividade para aquilo que foge aos nossos olhos.


Allan Kardec pergunta se os espíritos possuem um fim, sendo difícil para nós encarnados, entendermos que aquilo que tem um início não terá um fim. Contudo, nem tudo será compreensível por não termos a inteligência suficiente para concluir que os espíritos não possuem um fim, mas devemos concluir que sempre haverá um mistério sobre a criação. 
Dentro do contexto umbandista, haja vista a forte influência africana, os espíritos são,  também, conhecidos como eguns.  Egum, portanto, é todo espírito desencarnado e o que diferenciará um egum do outro, será o seu grau de evolução e o direcionamento daquilo que intenciona.
A umbanda caracteriza-se por ser a manifestação do espírito para a prática da caridade. E são várias as falanges de espíritos, ou eguns, que vêm fazer o trabalho caritativo em prol dos encarnados, como por exemplo, os pretos-velhos, caboclos, erês, exus, baianos, ciganos e diversas outras entidades de luz que nos auxiliam diariamente. Os guias ou entidades de Umbanda são, portanto, eguns  ou seja, são espíritos oriundos de Deus assim denominados por nos conduzirem e nos guiarem nos caminhos que ainda necessitamos de orientação.
Em uma gira dentro do terreiro, outros eguns que podem se manifestar são os sofredores e kiumbas. Isso ocorre, graças à bondade do Criador que permite a eles a escolha de andar pelo caminho de luz, quando lhes são ofertadas orientações e emanações de amor por todos os trabalhadores de um terreiro, seja encarnado ou desencarnado.

Por fim, é sempre importante nos lembrarmos de que independente do grau em que se encontra o espírito, todos são criações divinas, portanto, todos são filhos de Deus. E diante disso, todos, quando caminham pelos trilhos da luz do Pai Maior, são capazes de evoluírem a fim de sentir cada vez mais próxima de si a essência do Criador. 

Lara de Ogum Iara e Natália de Iemanjá

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Inteligência e Instinto

Inteligência e Instinto 

Em continuidade ao nosso estudo e encerrando a primeira parte do livro dos espíritos, no texto de hoje, falaremos sobre INTELIGÊNCIA E INSTINTO. Conforme ensinamentos repassados ao Alan Kardec, a inteligência não se caracteriza como atributo do princípio vital, pois há seres que, embora tenham matéria animalizada, são destituídos de pensamentos, temos como exemplo as plantas.  A inteligência não necessariamente está atrelada à matéria, sendo que um corpo vive sem a inteligência. Porém, esta, depende da matéria para se manifestar e o espírito a utiliza quando se manifesta em um corpo orgânico. 
A fonte da inteligência é a inteligência universal que é Deus. É só nos lembrarmos de que Deus é a causa primeira de todas as coisas, sabedoria e inteligência universal, portanto, advindo Dele toda forma de saber. Cada um tem sua inteligência, sua intelectualidade e sua formação de valores e que há coisas que fogem de nosso entendimento devido ao nosso estágio evolutivo. 
Além disso, os espíritos ensinam que o instinto não é algo estranho à inteligência. Pelo contrário, é uma espécie de inteligência e muito utilizada para a concretização de  necessidades  de muitos seres.  Em muitos casos, os seres reagem com o instinto, e este, quando bem empregado, pode trazer muitos benefícios, não podendo ser desprezado por nós. A razão não é uma inteligência infalível, segundo os espíritos, pelo nosso orgulho, má educação e egoísmo. 


Muitas vezes, por exemplo, sentimos que uma pessoa precisa de ajuda, pensamos em ajudá-la no que ela precisa, seja com um abraço, uma palavra ou apenas ouvir, mas não seguimos nossos instintos.  Deixamos nos levar pela razão que nos diz que não temos tempo, que não podemos ajudar ou até mesmo chegamos a pensar que aquela pessoa não precisa realmente de ajuda e está apenas "fingindo". Deixamos nosso lado egoísta e nosso lado orgulhoso falar mais alto que, infelizmente,  vem falseado na nossa razão. 
Na Umbanda, somos levados o tempo todo a buscarmos a inteligência e a aprendermos a ouvirmos nossos instintos. Buscamo-los quando ouvimos os guias espirituais, quando procuramos entender o fundamento de cada elemento da religião e a cada vez que ouvimos e procuramos entender melhor, estamos acrescentando na nossa inteligência, conhecendo melhor nossos instintos e conseguindo compreender quando devemos usar nossa razão e quando devemos usar nossos instintos.
Como os espíritos nos explicaram nesse capítulo, a inteligência e o instinto andam juntos, e a inteligência de cada ser caminha com a evolução de cada um. A Umbanda, em prol do amor e caridade, nos ensina a cada dia, a evoluirmos com a nossa inteligência e com nossos instintos, seguindo cada ensinamento. Entendendo cada situação, estamos sempre aumentando nossa inteligência e estendendo a mão para alguém que precisa. Indo pelo nosso instinto, saberemos e entenderemos que essa diferente forma da inteligência,  muitas vezes, vem para o bem e nos ajuda a evoluir também. Ambas não devem passar despercebidas por todos nós, apenas devemos saber entender a hora de usarmos a razão e o instinto.

Karol de Xangô e Natália de Iemanjá

quarta-feira, 11 de julho de 2018

A Vida e a Morte

A Vida e a Morte

Quando o espírito encarna em um corpo físico, surge a chamada VIDA. O livro fala que os seres orgânicos morrem quando os órgãos param de funcionar, que quando o corpo está enfermo, a vida se extingue. O corpo físico é o combustível para o espírito, se o corpo físico não funciona mais, o espírito parte para uma nova etapa de trabalho em outro plano espiritual.
Existe um órgão nesse corpo chamado coração que, quando lesionado, é um dos mais importantes que ocasiona a morte. Mas por que isso acontece? Por que o coração é o lugar onde guardamos coisas boas, sendo ele que promove a vida. Se ele adoece, vem a morte logo em seguida.
Então, quando há o desencarne, os órgãos param de funcionar e o espírito inicia uma nova etapa.  E a matéria orgânica? O que acontece com ela? Simplesmente se decompõe, dando origem a novos seres e o princípio vital volta à massa de onde saiu. Os novos organismo retiram da fonte universal o princípio da vida e da atividade (os órgãos só funcionam com a presença desse fluido). 


A quantidade desse fluido vital vai variar de ser para ser, por isso algumas pessoas são mais ativas do que as outras. Porém, pode diminuir com o passar do tempo e se esgotar, tendo que recarregá-lo através de substâncias que o contêm ou através de um indivíduo para outro (o que tem mais doa para o que tem menos, podendo até reestabelecer a vida para aqueles que estavam morrendo).
O início  e o fim da vida é um ciclo, onde se forma o corpo físico da matéria que se decompôs e do fluido que retomou para sua origem após a morte.
A fé alimenta nossa alma, se a fé está baixa, nossa alma adoece e atinge nosso corpo físico.
A partir daí vem os nossos guias que nos orientam e nos ajudam a recuperar essa fé perdida, relembrando que a mudança mesmo somos nós quem fazemos. 
Quando nossa alma se recupera, nosso corpo físico também e ficamos prontos para ajudar o próximo. 
O universo é absorvedor de energia, o que a gente pensa, fala e faz é emanado a ele e passa a se tornar verdade. Atraímos o que transmitimos.
Então, alimente-se com coisas boas e terá coisas boas.

Karine de Nanã

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Seres Orgânicos e Inorgânicos

Seres Orgânicos e Inorgânicos 

Capítulo IV - Princípio Vital  - I - Seres Orgânicos e Inorgânicos 
Todos os corpos minerais, vegetais, animados ou inanimados, sólidos, líquidos ou gasosos, por mais infinita que seja a sua variedade, podem ser classificados em dois grandes grupos: Seres Inorgânicos e Seres Orgânicos.
Os seres inorgânicos são todos aqueles que não possuem vitalidade, nem movimentos próprios, sendo formados apenas pela agregação da matéria: os minerais, a água, o ar, etc.
Os seres orgânicos são os que têm animação, nos quais, além da matéria, existe uma fonte de atividade íntima. São aqueles que nascem, crescem, reproduzem e morrem, são dotados de órgãos especiais, que realizam diferentes atos da vida e apropriados a necessidade da própria conservação. Abarcam os homens, os animais e as plantas.
Os elementos formadores ( seres inorgânicos e seres orgânicos) são os mesmos, isto se dá porque há uma cadeia evolutiva envolvendo a criação divina. A diferença principal entre os seres inorgânicos e orgânicos é que nos seres orgânicos compreende-se a presença do princípio vital que se une a matéria inorgânica, animalizado-a.


Princípio vital é força motriz dos corpos orgânicos. Se estou em movimento, é porque existe um princípio vital ligada a essa matéria. Sem esse princípio vital, o que aconteceria com essa matéria, ia ficar inerte, logo, a morte. O princípio vital é o mesmo para todos os seres orgânicos, porém sensivelmente modificado segundo as espécies.
O fluido vital, também chamado de princípio vital, é a energia estruturadora da vida orgânica. Apesar de já contarmos, ao nascer, com certa quantidade de fluido vital, o nosso corpo precisa ser constantemente suprido deste fluido, em razão da sua constante utilização, principalmente nos processos ligados ao metabolismo. É, contudo, característica dos seres vivos a capacidade de produzir fluido vital, continuamente, a partir do Fluido Cósmico Universal, como também a capacidade de absorvê-lo diretamente, a partir dos próprios alimentos. 
Outra possibilidade de absorção do fluido vital, é através da transfusão fluídica. É justamente essa propriedade, característica do fluido vital, um dos fundamentos em que se baseia o passe.
A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia segundo as espécies, e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie.
Os guias espirituais, por não possuírem fluido vital,  necessitam do nosso concurso, para os trabalhos a que se propõem.

Kah de Oxóssi

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Considerações e Concordâncias Bíblicas

Considerações e Concordâncias Bíblicas 
O texto de hoje encerra o capítulo III da primeira parte  do livro dos espíritos e trata sobre CONSIDERAÇÕES E CONCORDÂNCIAS BÍBLICAS CONCERNENTES À CRIAÇÃO. O povo, através do tempo, vem formando ideias muito "contrárias" uns dos outros, em relação à criação, cada um de acordo com seu conhecimento. A forma exposta no espiritismo comprova e confirma a crença de muitos, compartilhada por homens mais esclarecidos.
Há quem ache ou diga que essa crença possa estar em desacordo com os livros sagrados, essa é a contestação mais usada por falta de conhecimento. Através de um estudo mais aprofundado é possível perceber que essa contradição é muito mais na aparência que na realidade.
É contado na bíblia sagrada que o mundo foi criado em seis dias. A época de sua criação é aproximadamente 4.000 anos antes da era cristã. Até então, a Terra nem sequer existia, foi criada do nada, a partir da vontade de Deus. A ciência pode provar o “contrário”, através de estudos da formação do globo terrestre, dos fósseis encontrados nas mais diversas camadas. Prova-se que não foram seis dias propriamente ditos, ou não foram seis dias os quais consideramos hoje.  Esses “dias” poderiam ser anos, décadas, séculos ou até milênios de acordo com o entendimento de cada um até aquele momento. E tudo isso não é somente uma doutrina ou uma opinião infundada, é um FATO. A partir daí deveríamos constatar que a bíblia está errada? Não, pelo contrário, aí é evidenciado o quanto Deus é perfeito respeitando as leis da natureza, por Ele criadas, tudo agindo no tempo certo.  A criação não foi em apenas algumas horas, milagrosamente, na vontade de Deus, mas foi de acordo com as leis citadas anteriormente. Isso tornou Deus “menor” ou menos poderoso? Com certeza não.  A ciência, longe de diminuir a obra divina, nos mostra sob aspecto mais grandioso e proporcional as noções que temos do poder de Deus.
Na umbanda, não temos uma ideia formada e definida da forma como tudo começou, desde a criação do mundo à criação do homem (que segundo o Kardecismo foi a última criação, se tratando de ordem). Então, dentro da Umbanda, a ideia da criação vem de dentro de cada um, de acordo com o conhecimento buscado e os estudos feitos por cada pessoa. Embora não tenhamos uma ideia fixa a ser seguida, respeitamos sempre todas as crenças, religiões e livros sagrados. O que nos torna mais próximos uns dos outros é a fé no nosso criador, na força suprema, a qual gerou todos nós. Independente do nome usado, Olorum, Deus, Zambi/NZambi, o que realmente é importante não é o termo utilizado, mas o que ele representa pra cada um.

Júnio de Oxalá

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Pluralidade dos mundos

Pluralidade dos mundos

Dando prosseguimento no estudo do Livro dos Espíritos de Allan Kardec, o título 5 do Capítulo 3 aborda sobre a Pluralidade dos Mundos. 
Introdutoriamente, Kardec indaga se “Todos os globos que circulam no espaço são habitados?”. Ora, obviamente a resposta dos Espíritos Superiores é sim, pois, questionar se Olurum criou o universo sem razões e motivos é o mesmo que desconfiar de sua sabedoria. Sabemos que o universo sempre foi um enigma inexplicável. Se existisse vida somente na Terra, poderíamos afirmar que o Universo é um grande desperdício. Não existem seres vivos apenas nesse planeta em que habitamos, e ainda, não são só os seres humanos que são racionais. Existem vários outros mundos e seres vivos semelhantes. Todos estes seres são dotados de inteligência, bondade e perfeição, e possuem seu grau de importância, sendo assim, não apenas os seres racionais são merecedores deste mundo. A existência de cada ser é notória e relevante.
Há aproximadamente 20 anos, os cosmólogos não seguiam este raciocínio. Eles não acreditavam na existência de outros planetas além dos constantes no sistema solar, quem diria então acreditar que estes outros planetas poderiam ser habitados. Acreditavam apenas no que viam ou era comprovado. Isso demonstra um raciocínio errôneo, ilógico, orgulhoso e repleto de vaidade. Imaginar que apenas o que se vê é o máximo que o nosso Pai Olorum pode criar, é absurdo.
Existe sim vida em outros planetas, mas não da forma que conhecemos e estamos habituados.


Prosseguindo, dando continuidade ao raciocínio, ao se perguntar sobre a matéria física dos globos, é revelado que estes não apresentam semelhança na constituição, nem organização dos seres. Diante disso, devemos pensar que se Olorum criou globos e seres com matérias diferentes, como, por exemplo, os seres que vivem na terra, distintos dos seres que vivem na água e as aves que sobrevoam no ar, há um significado ou um motivo para tanto. Entretanto, os seres humanos desconfiam e apresentam dúvidas constantes sobre assuntos que não merecem discussão, somente acreditam naquilo que os olhos vêem, por exemplo, se não tivessem visto peixes morando na água, não acreditariam nessa situação. 
Por fim, Kardec perguntou se “os mundos mais distanciados do Sol são privados de luz e calor, de vez que o Sol lhes aparece apenas como uma estrela”. É claro que nesse caso existe uma adaptação tanto da matéria e composição, principalmente quanto aos órgãos dos seres que ficam em mundos mais distantes, para se adequar a temperatura, bem como existem outras formas de luminosidade, como por exemplo, existe a eletricidade.
Esclarecendo o assunto tratado, a pluralidade dos mundos habitados compreende um dos sete princípios básicos da doutrina espírita e trata da existência de vida nos diversos orbes do universo. Desde as épocas mais remotas, as civilizações pregavam a existência de vida nos outros planetas, isto é, a vida além da Terra. Existem evidências que corroboram esta afirmação, justamente pela descoberta da imensidão do universo e do infinito, e pela certeza comprovada pela astrofísica e por filósofos de que a Terra não se encontra no centro do universo. Diante disso, torna-se ilógico cogitar que a Terra seja um local privilegiado e único para habitação, ainda mais por ser um planeta menor que os outros.
Estes diversos mundos existentes possuem categorias muito diversas. Existem os mundos superiores, mundos intermediários e mundos inferiores. Nos superiores, a vida é totalmente espiritual. Nos intermediários, que mais se assemelham com a vida na Terra, há uma mistura do bem e do mal, havendo predominância de um ou outro conforme a maioria dos habitantes. Nestes também, há muitas provas e expiações, como a miséria, os vícios, os sofrimentos e outras imperfeições morais. E nos inferiores, a existência é toda material, onde os espíritos estão começando a sua evolução, como se fosse uma escola. Podemos inferir que em todos eles existem espíritos, sendo que alguns estão começando a sua evolução, outros estão em um nível mediano e outros ainda já desenvolvidos. Apesar das diferenças, os seres de outros mundos possuem semelhanças com os seres da Terra, mas não são idênticos, uma vez que é necessária a adaptação conforme as especificidades das matérias de cada lugar, sendo que os seres já evoluídos não possuem mais corpo físico, mas sim corpo espiritual, além da matéria.


Importante salientar, também, a classificação dos mundos quanto à existência das chamadas “zonas habitáveis”. Estas que compreendem os locais do sistema solar mais próximos ou mais distantes do Sol, assim como locais com distância ideal comparada ao local em que já estamos acostumados. Somente nas zonas com distância ideal, a ciência considerada a possibilidade de vida, em virtude da luminosidade e da temperatura propícias.
Concluindo, cumpre ressaltar que da mesma forma que a doutrina espírita, a doutrina umbandista também se baseia na pluralidade de mundos habitados. Acreditamos na transformação deste mundo, de forma moral, onde as pessoas predispostas seguirão a sua evolução e os demais serão transportados para outro mundo, para que possamos viver em um mundo melhor, um mundo regenerado. E assim como os nossos pretos velhos nos passam, devemos ter fé, esperança e acreditar que irá acontecer a regeneração, que existirão os chamados mundos perfeitos. Todos, em conjunto, devemos compartilhar do mesmo objetivo final da providência, concorrer para as fases de graduação espiritual das pessoas com foco no amor e na caridade e lutar por um lugar melhor e mais feliz para vivermos.

“Há muitas moradas na casa de meu Pai”


Hélder de Oxalá