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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Oxalá

Oxalá


   Após ter sido explicado em postagens anteriores o que são os Orixás e como funcionam as Sete Linhas de Umbanda, é chegado o momento de falarmos de cada um dos Orixás cultuados na umbanda separadamente. Hoje daremos início a uma sequência de postagens sobre os orixás e ninguém melhor para a estreia do que o nosso grande e querido Pai Oxalá. Explicaremos sua magnitude, sua linha de atuação, qual é a ligação com Jesus Cristo e quais as características de seus filhos.

   Oxalá é conhecido como o maior dos orixás da Umbanda, o orixá dos orixás, pai de todos os outros. É cultuado como o primeiro orixá, a quem Olorum (Deus) delegou a função de criar o planeta Terra e a espécie humana e é, por isso, considerado o regente de nosso planeta. É representado pela cor branca que pode se dividir nas sete cores do arco-íris, simbolizando que oxalá recebe sua energia diretamente de Olorum, fragmentando-a e a repassando a cada um dos demais orixás a energia (cor) que lhes corresponde.




   Oxalá é quem determina o início e fim da vida de qualquer ser, até por isso é associado ao sol, astro cuja a luz é imprescindível para a vida na terra. Sua vibração é associada à fé, amor, bondade, pureza espiritual entre outros atributos.



   Nas sete linhas de Umbanda Oxalá apresenta-se como o orixá Irradiador do trono da fé (1ª Linha), sendo o orixá que fornece a fé a cada pessoa. Forma par, nessa linha, com Logunam que é responsável por absorver a fé em desequilíbrio como já foi explicado no texto sobre as sete linhas.



   Muito se fala sobre Oxalá, sendo ele um orixá muito conhecido e cultuado, mas muitas vezes são feitas comparações com Jesus que deixam muita gente confusa. Inicialmente é importante lembrar que os orixás são energias gigantescas de Deus, sendo assim, impossível um orixá encarnar por inteiro em um corpo humano. O espírito humano está para um orixá assim como um átomo está para o sol. Por isso Jesus Cristo não foi de forma alguma uma encarnação de Oxalá. O sincretismo nasceu da necessidade dos escravos esconderem seus orixás por trás de figuras católicas, já que naquele tempo eles eram castigados se exercessem sua fé abertamente. A partir disso, associaram cada um dos orixás a um santo católico que tivessem mais características em comum. Como Jesus é o grande filho de Deus, um grande mestre que trouxe mensagens de fé, amor e paz, logo, foi associado à Oxalá que também é identificado por esses atributos. E, diga-se de passagem, foi o sincretismo mais fiel, pois as similaridades são grandes. Acredita-se que Jesus tenha sido uma fração dessa energia, ou que pelo menos vibrasse na frequência de Oxalá.


   Existem vertentes espiritualistas que dividem Oxalá em duas divindades, sendo Oxaguiã o Oxalá jovem (sicretizado como o menino Jesus), simbolizando a luta necessária para se alcançar a paz, e Oxalufã, o Oxalá velho (Sincretizado como Jesus no monte das oliveiras), simbolizando a sabedoria e a paz propriamente dita. No entanto não nos aprofundaremos mais sobre essa divisão, pois é uma tradição mais voltada para os cultos do candomblé.

   Os filhos de Oxalá são conhecidos por sua criatividade e inteligência. Destacam-se com facilidade. Costumam ser calmos, são bons oradores e escritores. Tem potencial para liderar. São arrogantes. Não sabem perder e nem receber críticas, muitas vezes impõem sua opinião. Zangam-se com grande facilidade. São fechados, tendo dificuldade de expor problemas e desabafar. São cuidadosos e generosos. Têm grande carinho por crianças, são excelentes pais e mães. Perfeccionistas e detalhistas. A velhice tende a tornar os Filhos de Oxalá irritados e rabugentos.

   O dia do ano dado a Oxalá é o dia 25 de dezembro, devido ao sincretismo com Jesus. O dia da semana é Sexta-feira. O elemento de Oxalá é o ar. Ele tem como símbolos a cruz e o Apaxorô (Espécie de cajado). Sua cor é o branco, a cor que contém todas as demais. A vela oferecida a oxalá também é a branca. Como domínio ou ponto de forças de Oxalá é considerado todo o planeta terra, do qual ele é regente. Sua saudação é “Epa Babá!”.

   Esperamos que este texto tenha sido satisfatório e demonstrado a grandeza do nosso Orixá maior. E que possamos continuar sempre levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá, como diz o belo hino da nossa querida umbanda.



Axé meus Irmãos!

Epa Babá, Oxalá!

Ricardo de Ogum Matinata

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