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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Lei Divina

Lei Divina

 

Diferente do que muitos pensam, o mundo espiritual não se difere muito do mundo carnal ao se tratar de sentimentos e ações. Toda ação tem uma reação, isso é chamado de Lei divina, em outras crenças ou formas de pensar pode-se chamar também de Universo, ou Lei universal ou Lei do retorno. São várias as formas que se pode utilizar para nomear o mesmo fator, que nada mais é que a correspondência de tudo aquilo que se faz e retorna para você, não necessariamente do mesmo jeito que fez, porém trazendo o mesmo sentimento e intensidade naquilo que causou a si e ao próximo, em que a criação divina é toda interligada e por ela tudo é transmitido através de ações e sentimentos.

 Os planos carnal e espiritual são totalmente interligados e todas as nossas ações e sentimentos vão trazer próximo de nós, espíritos afins com a energia emanada e, por consequência, as coisas que acontecerão conosco. Não existe ninguém injustiçado se não for injusto e ninguém abençoado se não for bom. Muitas vezes podemos não compreender os acontecimentos por termos conhecimento apenas dos fatos dessa vida, pois em nossas várias encarnações carregamos conosco nossos aprendizados, nossos erros e acertos e procuramos evoluir com base nisso e em nossa atual vida, encarnados.


Isso reflete diretamente em várias coisas que acontecem no que se chama de “acaso”, o qual é simplesmente uma forma de dizer o que não se sabe explicar, porém torno a dizer que é justamente pelo fato das limitações carnais que não sabemos o que são esses “acasos” e nomeamos de sorte ou azar, justiça ou injustiça, não sabendo ao certo o que realmente é verdade ou mentira, e para não termos dificuldades devemos sempre lembrar que Deus é perfeito, que tudo tem um propósito e que somos autores dos nossos próprios destinos, fazendo ele se tornar melhor ou pior através de nossas ações, nossas aceitações e nossas transformações.

Para nos tornarmos seres melhores e em busca de evolução devemos entender a Lei divina e não colocar culpa ou dificuldade nas coisas que acontecem e sempre extrair um aprendizado daquilo que nos acontece, seja bom ou ruim, refletindo assim nossas vidas e voltando para dentro de si, descobrindo nossos defeitos e qualidades, lapidando sua alma e seu espírito para um caminho em torno da luz. Reclamar e colocar a culpa em coisas de fora nunca trará benefícios, pelo contrário, trará prejuízos que por sua vez atrairão ações negativas e mais ações negativas em sua vida criando um círculo vicioso de coisas ruins até que se enxergue diferente ou continue a sofrer por um mal causado a si próprio.

Elevar os pensamentos, amar a ti mesmo, amar ao próximo, confiar em Deus e em sua Lei, saber perdoar, compreender e entender lhe fará uma pessoa mais próspera com caminho ascendente a luz, a dificuldade encontrada por cada um é aquela que apenas você poderá vencer, nunca se comparando ao próximo nem fazendo juízo de quem goste ou não.

 Pai Igor de Oxum


terça-feira, 18 de agosto de 2020

Banho de ervas


Banho de ervas 

Na Umbanda as ervas são utilizadas de diferentes maneiras a fim de auxiliar na manipulação energética, dentre elas destacam-se os banhos. As ervas podem ser divididas em: quentes, mornas e frias, sendo utilizadas para limpeza e equilíbrio energético, sucessivamente. Há também as ervas universais, como por exemplo as rosas, que são ervas neutras cuja energia pode ser moldada de acordo com as ervas as quais se associará.

Por ser uma prática comum em diversas culturas, os banhos de ervas acabaram sendo banalizados com o passar do tempo e realizados incorretamente, sem orientação adequada. É comum que as pessoas tomem banhos por conta própria ou por indicação de terceiros, no entanto seu uso deve ser sempre orientado por um guia espiritual pois, cada planta tem sua particularidade e o momento correto de utilização. Dessa forma o mesmo banho pode ser benéfico para uma pessoa e acarretar danos energéticos a outra. A título de exemplo, se for prescrito um banho para descarrego para uma pessoa em particular, com uso de Arruda (promove uma limpeza profunda e agressiva no campo energético) e outra pessoa realizá-lo sem que haja necessidade de limpeza energética, seu peri-espírito será prejudicado.

Dentre os banhos podemos citar os de descarrego e energizantes como mais comuns,   muitas vezes sendo utilizados de maneira complementar pois os banhos de limpeza energética atuam retirando miasmas e larvas astrais, podendo causar “feridas” no campo áurico durante o processo, dessa forma é comum que os guias orientem a utilização de um banho energizante logo em seguida, utilizando ervas com ação esterilizante e cicatrizante.

Alguns fatores devem ser levados em consideração no momento da preparação do banho como: a temperatura da água (estando relacionada com a expansão ou concentração de energia), o horário e local a ser realizado e a forma como será tomado. Banhos de corpo inteiro são pouco indicados pelos guias, uma vez que podem influenciar na vibração do chakra coronário.

Vale lembrar que nenhum trabalho deve ser realizado sem orientação espiritual, sempre que surgirem dúvidas, devemos questionar para assegurar que a execução seja feita de maneira correta e efetiva.

 Larissa de Iansã e Pedro” de Xangô 


terça-feira, 11 de agosto de 2020

Uma visão espiritualista sobre a pandemia


Uma visão espiritualista sobre a pandemia

Nesse ano de 2020 temos passado por sérias dificuldades relativas ao avanço do coronavírus, limitações de confraternizações, um medo constante de ter a  sua saúde e a de pessoas próximas afetada, medo de perder entes queridos(principalmente idosos e de outros grupos de risco), limitações para trabalhar, muitos perdendo o emprego e muitos não conseguindo cumprir os compromissos e dívidas adquiridas em outra realidade e com outra expectativa de futuro. Apesar de normalmente só enxergarmos esta faceta desse momento, tem sim, vários outros aspectos a serem analisados e aproveitados quando olhamos para tudo isso com um olhar espiritualista. Como veremos, assim como em outras grandes crises e guerras, onde sempre se tiram lições valiosas e sempre se tem algum tipo de avanço, o coronavírus é também uma oportunidade.

Em primeiro lugar, é uma oportunidade de refletir em tudo que está errado na humanidade, sobretudo, quanto a exploração de nossos recursos naturais. Em um curto período em que o bicho homem parou suas atividades fabris e recreativas, a natureza agradeceu muito. Águas límpidas como há muito não se via, grandes centros industriais com um ar puro contrastando com a realidade anterior, são apenas alguns exemplos disso. Sei que quando falamos disso parece hipocrisia e na verdade é. 

Todos querem proteger o meio ambiente, mas praticamente ninguém quer renunciar a suas facilidades para que isso seja possível. Nos acostumamos a viver de tal forma, com tamanhos excessos e desperdícios, que se torna muito difícil de enxergar uma saída. Somos estimulados ao consumismo, onde trabalhamos muito para comprar coisas que não precisamos. É verdade que isso gera empregos, mas enquanto o ser humano não se adaptar para viver harmonicamente com os outros seres, a conta vai chegar. E tem chegado a prestações, com inúmeros desastres naturais, dos quais essa pandemia é apenas um. 

No entanto isso não nos impede de fazer uma reflexão e de tentar fazer um trabalho de formiguinha, a cada dia melhorando um hábito, adotando novas rotinas e escolhendo melhor o que consumir. Parece conversa de ecologista, mas são apenas fatos. O resto da natureza não foi feita para o homem abusar a seu bel-prazer. Nós umbandistas sabemos mais do que ninguém o sagrado que habita em cada elemento da natureza. Poderíamos refletir muito mais sobre isso mas não é o propósito do texto.

Esse momento pode ser também precioso para o desenvolvimento pessoal, na correria do dia-a-dia as pessoas não têm tempo para organizar as ideias, para pensar para onde querem ir e para onde estão indo, normalmente só vamos, sem pensar nos ajustes de percurso necessários para alcançar nossos objetivos. Com esse isolamento, estamos sendo forçados a buscar as respostas mais dentro de nós mesmos, avaliando possibilidades e soluções, tendo ideias, com toda a certeza seremos outras pessoas quando tudo se normalizar, ou pelo menos deveríamos ser. Pessoas que estavam com dificuldades de se fixar em um emprego, por exemplo, estão tendo um tempo para se preparar para o momento em que tudo voltará ao normal. Sabemos que o preparo não é só de cursos e qualificação profissional (que estão ocorrendo online) mas também em uma mudança de atitude, de uma leitura sóbria dos passos errados do passado e da tentativa sincera de ser melhor.

A pandemia também serviu para liberar o que as pessoas têm dentro de si, muitos demonstram compaixão nesse momento em que o outro está com dificuldades. Pessoas tem entregado cobertores e alimento a quem necessita,em plena pandemia, expondo sua saúde a contrair o vírus. Aqueles que tem dinheiro para receber de alguém que devido a situação não poderá honrar a dívida, está tendo que compreender... E muitos tem compreendido e sido caridosos. E que aquele que deve e teve sua dívida congelada, está tendo também a chance de congelar a de quem o deve, assim como na oração do pai nosso: “Perdoai nossas ofensas(dividas), assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido (devido)”. 

Por outro lado, a pandemia tem também aflorado todo o ódio e egoísmo do coração dos que os tem. Os poderosos legisladores e líderes de governo, com a desculpa de cobrir os gastos da pandemia, tem aprovado cortes de direitos do trabalhador pobre e classe média baixa. Enquanto para os poderosos do legislativo, do judiciário, para os ricos e também para os líderes do executivo nada tem sido perdido, inclusive, eles têm tido aumentos reais e significativos. Ou seja, cortam na carne do pobre para garantir seus privilégios. São as doenças do Brasil, um país rico que é saqueado pelo próprio brasileiro há séculos. Com certeza tudo isso também tem um propósito, o aumento desses abusos talvez possa ser, lá na frente, o início do estopim para que o trabalhador exija mudanças. Mais uma vez vamos encerrar por aqui para não fugir ao tema.

Nesse texto tentamos mostrar a pandemia além do que estamos acostumados, sobre o que se pode tirar de positivo em um momento tão difícil, o que ela tem despertado nas pessoas. Falamos também dos aspectos ambientais e políticos que podem parecer que fogem do aspecto espiritual, mas que na verdade também se relacionam. Ressalto que essa é apenas uma leitura do cenário por um espiritualista, longe de ser uma verdade absoluta. Qual é a sua opinião? Aguardamos seus comentários.

Axé

Ricardo de Ogum Matinata

 


terça-feira, 4 de agosto de 2020

A importância da mudança

A importância da mudança

 

    Você já percebeu o quão resistentes somos diante de qualquer mudança? Até mesmo sem perceber ou achando que lidamos bem com a mudança, quando algo foge um pouco do que estamos acostumados, sentimos de alguma maneira.

    Particularmente, como filha de Xangô e com muito a evoluir, tenho uma grande dificuldade em lidar com as mudanças, em quaisquer aspectos da vida, seja em um trajeto realizado todos os dias ou uma mudança drástica pessoal. Mas com as orientações dos guias estou conseguindo lidar, aos poucos, com as mudanças e entendendo que elas acontecem para nos tornar pessoas melhores, nos trazendo grandes aprendizados. Devemos absorver cada um deles, sem medo.

    Certa vez a Cabocla Jurema me disse: "Mudança é para quem tem coragem, não é para qualquer um". Quando elas ocorrem, temos a sensação de que perdemos algo, nos dá medo pois as coisas parecem fugir ao nosso controle, mas isso é nossa mente nos enganando. Mesmo com as devidas mudanças, nossa essência e energia não mudam, o que muda são costumes, coisas materiais etc., para que haja melhoria.

    Temos como grande exemplo o nosso Terreirinho, que desde a sua fundação passou por várias mudanças, tanto em âmbito físico, quanto estrutural e nunca deixou de ser o mesmo, nunca perdeu sua essência ou mudou sua energia e propósito. 

    Somos nós quem dificultamos o processo de mudança quando criamos resistência a ela. Ao nos tornarmos inertes ao processo ou remarmos contra ele, acabamos nos perdendo em frustrações. Quando isso ocorre, muitas vezes é preciso parar, voltar ao início, lembrar do propósito primário de nossas vidas e nos apoiarmos no ensinamento de que todas as mudanças vêm para trazer evolução e melhorias. Dessa forma paramos de enxergar as mudanças como algo ruim e passamos a vê-las com bons olhos.

    Para nos tornarmos mais receptivos às variações que ocorrem em nossas vidas, podemos começar com coisas simples, como por exemplo: pequenas alterações na nossa alimentação ou realizar um trajeto diferente do que estamos habituados a fazer diariamente. E se tentássemos mudá-lo? Uma nova rota te leva ao mesmo lugar, porém proporcionando experiências diferentes.

    A mudança é importante na vida de todos nós, é com ela que criamos a nossa melhor versão, evoluímos e lembramos que podemos sempre nos adaptar, por mais adversas que as situações pareçam, sem nos perder, sem perder nossa essência. Aceitar a mudança é evoluir, como o Exú Mirim Calunguinha me disse uma vez: "Umbanda é evolução e não existe evolução se não há mudança". Então as aceite, sejam quais forem e consequentemente a evolução virá.

    Se você se encontra relutante às modificações que aparecem em sua vida, comece com pequenos passos e verá que, aos poucos, conseguirá se adaptar e enfrentar grandes mudanças interiores A evolução não acontece do dia pra noite, é aos poucos, com um passo de cada vez. Confie em si!

 "É nos ventos das mudanças que encontramos a nossa direção!"

 Eparrey Iansã

 

Karol de Xangô


terça-feira, 28 de julho de 2020

Os corpos sutis

Os corpos sutis

    Este tema me foi apresentado recentemente com maior clareza e me fez entender melhor várias questões, espero ser válido também para você, leitor do nosso Blog.

    Nós somos formados por sete corpos que são a base para nossa existência. Sabemos que tudo é energia e cada corpo tem uma frequência vibracional e medida diferentemente em Hertz (Hz). Quando morremos nossa vibração se eleva, tornando nosso corpo invisível. Na nossa existência passamos por sucessivas mortes, mas nossos valores nos acompanham, juntamente com as experiências de cada vida, e ficam registrados nos corpos sutis para a nossa evolução.

    Vamos conhecer estes corpos sutis que nos formam, a partir da classificação oriental:

    1 – Átima (alma, espírito): é o nosso corpo Luz, ou seja, é Deus dentro de nós; centelha Divina; essência Divina.

    2 – Búdico (Budhi, Budhico): é o corpo responsável por todos os registros de nossas encarnações; é a memória do ser divino composto de três almas: consciência, intuição e moral; daqui é que surge o “déjà vu”.

    3 – Mental Superior (causal abstrato): responsável pela nossa encarnação atual; tem todas as informações necessárias de encarnações passadas que serão trabalhadas na encarnação atual; é o nosso programa de vida; é o nosso projeto da atual encarnação; nossa missão de vida;

  4 – Mental inferior (concreto): corpo da racionalidade (pensamento); onde fica a individualidade (começa a formar o ego); é o banco de dados da educação recebida na encarnação atual, composto por informações intelectuais, mentais e racionais; engloba os cinco sentidos: tato, olfato, paladar, visão e audição.

    5 – Astral (Emocional): aqui são registradas todas as nossas emoções (desta e de outras vidas); é o corpo que sente dores e prazeres e os transmite ao corpo físico por impulso elétricos através do sistema nervoso; é o corpo que viaja no astral e realiza trabalhos mediúnicos conscientes e inconscientes.

    6 – Etérico (Duplo Etérico): também conhecido como Aura que define o padrão emocional momentâneo do indivíduo; pode ser visto pela clarividência por causa da sua densidade; é o que anima o corpo físico; onde se encontram os chakras.

    7 – Físico: carne, ossos, órgãos etc. É o instrumento passivo que age sob o comando dos demais corpos sutis e suas manifestações; tem a característica de captar o magma da Terra para compor o sistema eletromagnético da existência atual (os encarnados são seres eletromagnéticos, ou sejam, precisam da energia telúrica/magma para permanecer na Terra com a combinação da energia elétrica que vem do espírito). Alguns espíritos obsessores ficam com os encarnados retirando essa energia para permanecer na crosta terrestre, pois neste caso o espírito tem energia apenas elétrica e para permanecer na Terra necessita do magnetismo do encarnado.


    Os corpos sutis podem ser separados em duas classes:

    Quaternário inferior: físico, etérico, astral/emocional e mental inferior

    Tríade Superior: mental superior, búdico e átmico

    É bom esclarecer que existem outras classificações dos corpos sutis, a apresentada acima está sob a ótica da filosofia oriental. A título de exemplo, para a Filosofia Espírita existem: corpo físico, perispírito e espírito. O Perispírito englobaria, todos os corpos de 2 a 6 estudados acima.

    Feitos esses esclarecimentos, certo é que para viver em harmonia os corpos sutis devem estar em equilíbrio. Interessante destacar que o corpo mental inicia a construção do corpo físico. No início da vida tudo funciona em harmonia, mas tendemos a desequilibrar os corpos sutis, ocasionando doenças físicas e psíquicas. Qualquer desejo de realização de projetos pessoais dos corpos emocional e racional deverão vibrar em mesma frequência, mas seu desequilíbrio poderá ser sentido no corpo físico.

    Como já dito no início, nossos corpos sutis vibram em frequências diferentes. O corpo átima vibra numa frequência muito rápida, por isso é invisível. O corpo físico vibra numa frequência baixa e é o que nos permite viver nesta dimensão.

    Os corpos vão diminuindo sua frequência para que possamos estar encarnados e no caso da morte, acontece o contrário: a frequência dos corpos é acelerada até que ocorra o desencarne (morte apenas do corpo físico e duplo etérico). No caso, primeiro morre o corpo físico e depois morre a aura ou duplo etérico, esta é chamada primeira morte. Os demais corpos permanecem até que, depois de milhares de anos, poderá ocorrer a segunda morte que é o desligamento dos corpos mental e emocional e voltamos para a luz, a nossa essência.

    O estudo acima é apenas uma pequena amostra da grandiosidade e da importância deste tema para melhor compreensão das energias e a espiritualidade que nos é inerente. Que tenhamos a certeza de que o equilíbrio de nossos corpos é a melhor opção para viver com sabedoria e em direção à nossa missão de vida.

Axé e que Olorum os ilumine.

Girlei de Iemanjá

 


terça-feira, 21 de julho de 2020

Orixá Omolu


Orixá Omolu


            Muitas dúvidas surgem quando o assunto é Omolu, a principal delas é se Obaluaê e Omolu são o mesmo Orixá, na doutrina seguida pela nossa casa, são cultuados como divindades diferentes. A história a seguir foi contada pelo Preto Velho Pai João de Aruanda e nos ajuda a compreender as diferenças entre os dois Orixás:
            “Certo dia Obaluaê resolveu deixar a ilha onde morava para viajar pelo mundo e adquirir conhecimento. Ele rodou o mundo todo, conheceu todas as doenças do corpo físico e a cura para cada uma delas, tornando-se o senhor da vida. Quando já era mais velho, foi até Olorum pedir permissão para andar pelo mundo espiritual e adquirir novos conhecimentos, uma vez que já havia obtido todo conhecimento possível sobre as enfermidades do mundo físico. Olorum atendeu ao pedido e, de Obaluaê criou Omolu, feito à imagem de um ancião, para que esse pudesse ser enviado ao plano espiritual e adquirir todo conhecimento acerca das doenças e curas espirituais, tornando-se o senhor da morte.”
            Os orixás são energias divinas que se manifestam na natureza e apesar de Obaluaê e Omolu terem energias similares, não são iguais. É comum que essa confusão aconteça, pois, o físico e o espiritual coexistem, porém em planos diferentes. Imagine uma linha com duas figuras, uma caminhando na parte de cima e outra na parte de baixo, como um reflexo. A imagem da parte superior da linha é Obaluaê (no plano físico) e a imagem na parte inferior, como se andasse de cabeça para baixo, é Omolu (no plano espiritual). Dessa forma, quando uma pessoa adoece fisicamente, o espiritual dela também é afetado e vice versa. Assim como Obaluaê, Omolu também é temido por muitos pelo fato de ser conhecido como o Orixá da morte, porém esse medo é equivocado já que uma divindade não traz a doença ou a morte por maldade, mas para a evolução caso seja necessário.


            Na nossa doutrina Omolu atua como Orixá absorvedor na sétima linha, a linha da geração, onde polariza com Iemanjá, Orixá irradiador. É um Orixá cósmico, negativo, absorvedor e está ligado ao chakra básico. Omolu não representa somente a morte física, mas sim a morte relacionada aos sete sentidos da vida (fé, amor, conhecimento, justiça, lei, evolução e geração) para que a partir dela, novas ideias possam ser geradas. Ele termina um ciclo para que Iemanjá possa criar outro, paralisa as criações em desequilíbrio, impedindo seu progresso. Tudo que tem fim relaciona-se a essa divindade.
            Omolu tem sob seu domínio espíritos que auxiliam no momento do desencarne, desatando os fios de agregação astral-físico que ligam o espírito ao corpo material. Tais espíritos, dentre outras funções, são diretamente responsáveis pelos sítios pré e pós morte física (hospitais, cemitérios, necrotérios, etc.), envolvendo estes lugares com poderoso campo de força fluídico-magnético, a fim de não deixarem que espíritos negativos se aproveitem da energia daqueles que estão em processo de passagem para o plano espiritual.
            Omolu rege a linha dos Exus e Pombogiras, seu ponto de força é a calunga pequena (cemitério) e sua saudação é “Atotô”. Carrega o Xaxará (cetro feito de palhas da costa e enfeitado com búzios) como instrumento de poder, limpando os ambientes e as pessoas de qualquer doença ou impureza espiritual, além de encaminhar os espíritos perdidos para um local apropriado.   É sincretizado com São Lázaro, sua data comemorativa é o dia 16 de agosto e o dia da semana é a segunda-feira. Em nossa doutrina usamos a cor palha para cultuá-lo (cor da casca de milho seca). A oferenda para Omolu é a pipoca estourada com azeite de dendê ou na areia da praia, o momento da oferenda deve ser de extremo silêncio e concentração, demonstrando todo o respeito por esse grande orixá. A oferenda pode ser arriada no chão do cemitério.


            Os filhos de Omolu levam suas empreitadas até o fim, não importando o preço que irão pagar e querem sempre que tudo saia do jeito que planejaram. São teimosos, muito sinceros e não levam desaforo para casa. Apreciadores das artes que envolvem o misticismo, magia e cura. Costumam apresentar pensamentos pessimistas e são introvertidos, pois sentem necessidade de estarem sozinhos, em silêncio com seus próprios pensamentos, uma vez que seu desenvolvimento pessoal depende disso. São calmos (as), estudiosos (as) e misteriosos (as).
            Geralmente os filhos desse Orixá apresentam problemas de pele e/ou articulações, nunca adoecem ou adoecem com frequência e se recuperam rápido. São pessoas doces, apesar de não transparecer com facilidade. Costumam optar por profissões relacionadas a área da saúde, em que poderão ajudar o próximo. São extremamente prestativos, trabalhadores e caridosos, capazes de doar até mesmo a roupa do corpo para ajudar alguém.

Layla de Omolu

terça-feira, 14 de julho de 2020

Orixá Obaluaê


Orixá Obaluaê

         
            Obaluaê é um Orixá muito temido, por ter o domínio das doenças e da cura, sendo ele o senhor da saúde. Esse medo é equivocado uma vez que um Orixá, energia divina, não leva doenças por maldade ou vingança, na verdade, nossa saúde é usada como instrumento de prova para a nossa evolução. Se a evolução necessária está presente nas batalhas do dia a dia, é dada a saúde para que continue nesse caminho, se não, a saúde é retirada para que a evolução possa ocorrer no âmbito espiritual.
            Na nossa doutrina Obaluaê atua como orixá irradiador na sexta linha, a linha da evolução, onde polariza com Nanã, que é o orixá absorvedor. Ele então é positivo e passivo, ou seja, irradia evolução para toda a criação. Evolução é mudar todos os dias, crescer, melhorar e subir um degrau de cada vez na escada da vida. O trono da evolução permite ou bloqueia que se evolua nas diversas áreas da vida, pois muitas vezes o bloqueio evolutivo em determinadas áreas é necessário para progredir em outras. Um exemplo disso é uma pessoa que ficou desempregada, essa pessoa passa a evoluir e fortalecer sua fé. É assim que Obaluaê e Nanã atuam em nossas vidas, evoluindo e paralisando, sempre com equilíbrio.
            A energia de Obaluaê tem grande ligação com a chakra esplênico, responsável pela produção de fluidos que auxiliam na cura. Ele é responsável pelas passagens dos espíritos do plano carnal para o espiritual e está presente em todas as saídas e entradas das dimensões. Tem sob seu comando incontáveis legiões de espíritos (enfermeiros, médicos, cientistas) que preparam os espíritos para uma nova encarnação além de promoverem a cura de nossas doenças. Esses espíritos atuam também no plano físico, junto aos profissionais da saúde, trazendo o bálsamo necessário para o alívio das dores daqueles que sofrem.


            Segundo a mitologia Obaluaê nasceu coberto de chagas e foi abandonado em uma praia por sua mãe Nanã. Iemanjá encontrou a criança e o levou para morar com ela em uma ilha, onde cuidou das feridas de Obaluaê e o criou com amor e carinho. Quando ficou adulto Obaluaê se cobriu com uma roupa feita de palhas da costa, para esconder as cicatrizes deixadas pelas chagas e saiu pelo mundo em busca do conhecimento da cura, para assim ajudar aos outros como ele foi ajudado. Outra mitologia diz que Obaluaê só cobriu seu corpo com as palhas porque seu brilho era tão intenso como o do sol, para proteger a visão daqueles que o amavam. Essas mitologias nos mostram como Obaluaê teve força e coragem para vencer as adversidades; curando a si mesmo, dominando a própria fraqueza e vencendo os próprios medos para só depois ajudar o próximo.
            Obaluaê é o orixá regente da linha dos Pretos Velhos. Seu símbolo de poder é o Xaxará, um cedro feito de palhas da costa e enfeitado com búzios, que pode varrer todas as mazelas e espíritos negativos dos lugares e das pessoas. É sincretizado com São Roque, sua data comemorativa é o dia 16 de agosto, seu dia da semana é a segunda-feira, suas cores são o preto e o branco e as guiadas com essas cores representam seu poder. Seu ponto de força é o cruzeiro das almas, o elemento é a terra, o chakra ao qual está ligado é o básico e sua saudação é Atotô, que significa silêncio e respeito. A oferenda para Obaluaê é a pipoca estourada com azeite de dendê ou na areia da praia, o momento da oferenda deve ser de extremo silêncio e concentração, demonstrando todo o respeito por esse grande orixá e ela pode ser arriada no cruzeiro das almas.
            Os filhos (a) de Obaluaê são, em sua maioria,  introspectivos, calados, modestos e pensativos. Ter amigos ao seu lado é extremamente importante para que ele (a) consiga se realizar, comunicar e tornar-se uma pessoa ativa. Do contrário, se entrega à letargia e à solidão. Os filhos de Obaluaê tem muita dificuldade em fazer novos amigos, mas tem grande consideração por aqueles que têm, e esses se tornam amigos para sempre. Sentem a necessidade de estar só, em silêncio. Seu crescimento e entendimento dependem do silêncio e da solidão, por isso são tão introvertidos. São pessoas muito calmas, estudiosas, misteriosas e por isso gostam de estar sozinhos com seus pensamentos e leituras. São capazes de provocar guerras para defender as pessoas que amam, e não medem esforços para vingar quem prejudicou uma pessoa importante para ele, são pessoas muito vingativas. São ranzinzas, reclamões e extremamente negativos. Sem ter a intenção, exibem seus sofrimentos e tentam desanimar os mais otimistas.


            Em contrapartida, são doces e sinceros quando estão amando, têm grande dificuldade em se entregar a uma paixão. Ter uma boa profissão e/ou um bom salário não os realiza profissionalmente, para que essa realização aconteça  precisam escolher uma função em que possam ajudar ao próximo, como medicina, odontologia, medicina veterinária, trabalhos voluntários, ações ligadas ao mundo científico ou de terapias naturais, ajudando a humanidade e os animais de forma geral. Quando amam alguém, são prestativos e gostam de agradar. Difíceis de lidar, mas que guardam em si grandes e puros sentimentos pelas pessoas que estão ao seu lado. Os filhos (as) desse orixá quase nunca adoecem ou vivem doentes. Quando adoecem se curam rapidamente e geralmente apresentam problemas na pele e/ou nas pernas e articulações.

            Que nosso pai Obaluaê possa cobrir a todos nós com suas palhas sagradas, nos livrando das mazelas do corpo físico e nos provendo a cura merecida. Que com seu xaxará ele possa varrer toda energia negativa de nossas vidas e que esse grande Orixá nos traga a evolução, de acordo com o merecimento de cada um.
Atotô Obaluaê!
Layla de Omolu











terça-feira, 7 de julho de 2020

A Pemba


A Pemba

A Pemba e um giz de formato redondo e ovalado muito utilizado por guias espirituais em seus trabalhos no terreiro. Seu material e de calcária, e ela pode vir em diversas cores e tonalidades. Isso se deve às necessidades que os guias têm para firmar ali as suas energias nos pontos a serem riscados por eles. Embora pareça com o giz convencional, não é a mesma coisa.
Primeiro se deve ao formato da Pemba, que facilita a utilização e impede que ela se quebre facilmente. Segundo, que uma Pemba deve ser consagrada para ser utilizada em um terreiro. Cada casa de Umbanda tem à sua maneira de fazer a consagração deste material, conforme orientado pelo guia chefe da casa. Existem Pembas em diversas cores diferentes, no entanto a cor mais comum a ser utilizada é a branca e isso se deve ao fato de que na Umbanda, o branco representa todas as cores.



Os desenhos feitos pelos guias usando a Pemba, são o que chamamos de pontos riscados, que podem ter diferentes finalidades. Como por exemplo firmeza de energias, limpeza espiritual, purificações, inversões energéticas, abertura de portais astrais e a marca daquele guia, que identifica ali a falange e linha espiritual na qual aquela entidade vem trabalhar. Alguns terreiros utilizam deste ponto riscado para a confirmação da firmeza daquele guia espiritual no médium com quem trabalha.
A Pemba também pode ser utilizada pelo Pai de Santo, quando este precisar fazer algum ritual específico, como amacis, batismos, limpezas e firmezas espirituais. Além do pai de santo, os médiuns podem utilizá-la, porém sempre sob a orientação de algum guia. Ela pode ser utilizada em trabalhos, firmezas, aberturas de caminhos, além da firmeza de atabaques (que deverá ser feita pelos atabaqueiros designados pela espiritualidade).
A Pemba é um importante artefato dentro da umbanda, e sua utilização e manuseio devem ser feitos com muito respeito e cuidado. Por mais que para muitos é apenas um giz diferente, ele contém muito poder e por isso não devemos desprezá-lo!
Salve a Umbanda, Axé.
Diego de Oxóssi


terça-feira, 30 de junho de 2020

Identifique os ciclos repetitivos de sua vida


Identifique os ciclos repetitivos de sua vida

Trataremos de um tema que é uma leitura de nossa vida terrena, onde as situações cotidianas nos levam a confrontar nossas limitações e dificuldades, nos levando fatalmente, em menor ou maior tempo, ao apuramento espiritual. Esses ciclos estão intimamente ligados a lei divina, aonde as dificuldades pelas quais passamos sempre são justas aos olhos divinos e não necessariamente aos olhos dos homens. Muitos espiritualistas pensam que por terem um guia forte estão protegidos no mundo físico quanto a roubos, furtos, agressões e demais males físicos. Tem espiritualista que até acha que está imune a morte. Na verdade, não é bem assim que as coisas funcionam.
Reencarnamos neste mundo de provas e expiações para aprender com as dificuldades. Quando preparamos nossa encarnação existem as “metas” que nos propomos a buscar, um planejamento espiritual. Esse aprendizado pode ser conquistado de forma harmoniosa e sem tantos sofrimentos, mas isso não é comum e geralmente também é muito mais demorado. Em regra, as grandes lições da vida são aprendidas nos momentos conturbados como doenças, dificuldades financeiras, perda de bens, perda de amores entre outros. Cada uma dessas situações, na verdade, tem um proposito mais profundo que é nos forçar a aprender o que evitamos aprender de forma mais fácil. É comum que depois de reencarnado o ser “fuja” dos problemas que tem maior dificuldade e caso isso fosse permitido, ao fim da encarnação ele poderia não ter se aprimorado em nada daquilo em que se propôs em seu planejamento reencarnatório. 
Nessa ótica fica claro que nossos guias não devem nos livrar de todos os males mundanos, pelo contrário, muitas vezes devem e contribuem para que passemos por essas experiencias. Fazem isso em prol do objetivo maior que é o sucesso da existência em aspectos espirituais. Tendo isso em mente fica fácil compreender que um “guia” que nos livre de todos os males mundanos estaria nos fazendo mais mal do que bem em uma visão ampla, pois estaria nos impedindo de cumprir o que precisamos e nos propomos.



É importante ressaltar que essas grandes dificuldades não são a primeira oportunidade de se aprender o que é necessário, normalmente veem depois de inúmeras chances de se aprimorar de maneira menos dolorosa, no entanto, muitos evitam essas chances até que seja preciso “usar” essas situações mais radicais. Chamamos essas inúmeras chances de aprimoramento de ciclos, esses ciclos são repetidos sem que percebamos em nossas vidas, em diferentes situações, sempre nos instigando a superar uma determinada limitação. 
Nesse contexto torna-se importante ter reflexões periódicas em nossas vidas para entender o que o mundo está tentando te mostrar através de determinadas situações. Um exemplo disso é a pessoa que sempre começa a fazer algo (cursos de qualificação profissional, religião, tocar instrumentos, aprender lutas, aprender danças...), mas sempre abandona antes de colher os frutos, o que poderá ser frustrante no futuro. Nesse exemplo a pessoa quer os resultados, mas não tem a paciência e a determinação necessária para plantar a semente do sucesso e depois cultivá-la.
Certa vez ouvi uma entidade dizer, em um diálogo com os espíritos, que se um ser quiser se afastar da luz ele o aconselharia a correr (se afastar, mergulhar nas trevas) o mais intensamente que pudesse, porque fazendo isso, quanto mais intensa e rápida for essa “corrida”, mais rapidamente e intensamente esse ser teria um grande tombo (alegoria para situação de extrema dificuldade/aprendizado) que o devolveria mais rápido ainda a luz. Não quero que isso seja mal interpretado, isso quer dizer que a evolução do espírito ocorre de uma maneira ou de outra, fácil ou difícil, dependendo exclusivamente de suas escolhas.
Nesse texto podemos comentar brevemente sobre os ciclos repetitivos que ocorrem em nossas vidas em prol do nosso aprimoramento espiritual. Aconselhamos a todos a fazer esse exercício de autorreflexão, identificando o real significado por trás de cada acontecimento. Se conseguirmos fazer isso, com certeza alcançaremos mais facilmente nossos objetivos, com o menor sofrimento possível. Que Omolu possa eliminar cada um de nossos ciclos nocivos e que Iemanjá possa criar ciclos de amadurecimento e crescimento para todos nós.
Axé
Ricardo de Ogum Matinata


terça-feira, 23 de junho de 2020

O tempo de Logunam


O tempo de Logunam

Logunam, conhecida também como Oyá Tempo, é o Orixá que rege o tempo. 
Como foi mencionado no texto de nosso irmão Ricardo “O Tempo é a chave do mistério da fé regido por Logunam e Oxalá, porque é na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem”. É ela quem domina o tempo natural das coisas, do crescimento individual de cada ser e não o tempo cronológico, como muitas pessoas confundem.
Logunam, a Senhora do Tempo, demonstra que para tudo há o momento certo, seja para o conhecimento, aprendizado e até mesmo para compreender sobre si próprio. Um ciclo de início, meio e fim, demonstrando que para todo fim virá um novo começo. 



Para ser mais clara, utilizarei as palavras que sempre ouço de uma Preta Velha: ‘’O tempo certo das coisas, minha filha, é como os objetivos que se quer alcançar. Pense nos seus objetivos como sendo uma flor que está no alto de uma montanha, mas para alcançá-la você precisa caminhar passo a passo, observando cada detalhe, retirando todas as pedras e enfrentando as tempestades. Então, cada coisa que deverá passar pela sua caminhada virá à tona no momento certo, para seu aprendizado. Tudo deverá ser enfrentado com calma, pois cada tempestade vem para te ensinar algo como preparação para o que está por vir. Sendo assim quando se conquista algo, mesmo com tanta “demora”, percebe-se que aconteceu no momento certo, pois se teve tempo para aprender.’’ 
Esse ensinamento demostra de forma simples como atua Logunam e que é necessário ter calma para que as coisas fluam no seu devido ritmo, sem correria. Mostra que precisamos ter paciência, pois talvez aquele não seja o momento ideal para o que almejamos, mas sim uma fase preparatória para o que virá.

Ana Clara de Logunam



terça-feira, 16 de junho de 2020

Justiça da reencarnação


Justiça da reencarnação


Dando sequência ao nosso estudo sobre o livro dos espíritos, analisaremos as informações contidas no livro 2 capítulo 4- Justiça da Reencarnação.
Kardec pergunta aos Espíritos Reveladores em que se baseia o Dogma da Reencarnação e é então esclarecido. Na justiça de Deus e na Revelação (Os dez mandamentos, os ensinamentos transmitidos por Jesus Cristo e a revelação do espiritismo). Dizem ainda que Deus é bondade e seria diferente de sua essência punir eternamente um espírito, dessa forma Ele sempre deixa uma porta aberta para que possamos por meio de experiências, alcançar um novo de grau de evolução aprendendo com os erros.
O codificador da doutrina espírita comenta sobre o ensinamento passado, dizendo que todos os espíritos têm por destino a perfeição e a vida no plano físico é uma ferramenta para que possamos alcançá-la. A reencarnação sustentada na justiça divina se torna o principal pilar de esperança, dessa forma um erro nunca será eterno, teremos sempre quantas chances forem necessárias para aprender, entender e corrigir o erro cometido.
É possível encontrar vários pontos em comum entre o ensinamento transmitido pela doutrina Kardecista e a Umbanda por nós praticada, por exemplo, ao analisarmos o momento da anunciação da Umbanda no plano físico pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, temos a orientação de que a religião seguiria os ensinamentos de nosso senhor Jesus Cristo.


A visão passada pelos espíritos reveladores vai de encontro com os ensinamentos umbandistas, estamos na Terra como seres encarnados para que possamos corrigir erros cometidos em vivências anteriores. Isso ocorre também com os guias que nos acompanham e auxiliam em nossos trabalhos ao se colocarem à disposição para nos ajudar com toda humildade e amor, estão também caminhando na evolução espiritual.
Voltemos nosso pensamento para os tempos da escravidão, não é lógico pensarmos que Deus permitiria que um ser por ele criado fosse torturado à revelia. Através da reencarnação Deus da chance para que até mesmo o torturador se arrependa, enxergue seus erros e possa corrigi-los. Um escravo em uma passagem encarnado, pode ter sido um senhor de escravos impiedoso em outra, obtendo dessa forma a oportunidade de apreender com os atos que cometeu.
Sempre que nos desviamos do amor e caridade, estamos nos desviando do caminho natural de nossa evolução. Os nossos atos enquanto encarnados serão analisados por Xangô e seus representantes da justiça de divina, para que tenhamos sempre a oportunidade de melhorar.

“Não se acerta se não errar”

Pedro” de Xangô


terça-feira, 9 de junho de 2020

Uso das ervas na Umbanda


Uso das ervas na Umbanda

As ervas e plantas são usadas desde os tempos remotos da humanidade, podendo ser utilizadas através de xaropes, chás, extratos, plastos, óleos, macerados, pomadas entre outros. Seus princípios ativos são utilizados largamente pelas indústrias farmacêuticas nos tempos modernos.
Em nossa Umbanda, são transmitidos pelos guias diversos ensinamentos sobre a utilização das ervas. Esse conhecimento passado pelos espíritos para a prática da caridade ocorre tanto nas linhas da direita (Preto Velho, Caboclo e Erê), quanto nas linhas da esquerda (Exu, Pombogira, Exu-mirim e pombogira-mirim). A mesma erva pode ser utilizada de maneiras diferentes dependendo da linha de trabalho. Como exemplo, podemos ter um chá de alecrim passado por um Preto Velho e o uso de alecrim orientado por um Exu, cada linha terá um conhecimento sobre o uso dessa erva para fins diferentes.
Podemos atribuir algumas classificações com base no efeito que as ervas produzem em nosso corpo físico e espiritual, como por exemplo, a polaridade: ativas e passivas. As ativas são usadas principalmente para limpeza e descarrego por possuírem ação absorvente. Possuem tons fortes como verde musgo e laranja, terminações pontiagudas e cheiro forte, também podem ser chamadas de ervas quentes. Entre as representantes deste grupo podemos citar a arruda, guiné e alho.



Já as passivas (sendo também classificadas em mornas e frias) possuem ação equilibradora, promovem estado de consciência mais harmonioso e saudável, atuam principalmente no plexo solar e em neurotransmissores do sistema nervoso. Possuem tons claros como verde, amarelo esmaecido... Exalam cheiros mais agradáveis como erva cidreira, manjericão e poejo.
Outro fator importante é o horário de coleta da erva pois a concentração de ectoplasma presente nas plantas varia de acordo com a posição do sol. No período da manhã, antes de 09:00 horas, o ectoplasma concentra-se nas raízes; Entre as 09:00 e 15:00 horas sua concentração é maior nas folhas e flores; após as 15:00 horas o fluxo de ectoplasma está mais concentrado no caule devido à “descida” do bioplasma. Por esse motivo, é comum que os guias nos orientem a colher as ervas em um período específico do dia.
E durante as giras? Na maioria das casas de Umbanda as reuniões ocorrem durante a noite, e neste caso, como ficaria a variação de ectoplasma das ervas? Os guias manipulam as concentrações de fluido vital para o trabalho que será realizado, concentrando as energias nas partes necessárias da erva.
No culto aos orixás temos Ossaim, orixá das folhas. Ossaim é o ativador do axé presente nas folhas e sempre que utilizarmos alguma erva em nossos trabalhos, devemos pedir a ele que derrame sua essência divina, abençoando aquela planta para que alcancemos o resultado desejado.

Pedro” de Xangô e Larissa de Iansã

terça-feira, 2 de junho de 2020

Formação dos seres vivos


Formação dos seres vivos

            Dando continuidade ao estudo do Livro dos Espíritos, falaremos no presente texto sobre a formação dos seres vivos, tema citado no capítulo 3-  Criação.
            Quando falamos da formação de seres vivos é comum imaginarmos a criação dos seres já em seus estágios mais evoluídos, como são atualmente. No entanto, nos referimos a vida em sua forma mais primitiva, germes formados através do agrupamento de elementos orgânicos que permaneceram em estado de latência por milhares de anos até que o ambiente se tornasse propício para o surgimento de cada espécie.  
            Antes mesmo da formação da Terra os elementos orgânicos que deram origem aos seres vivos já se encontravam no espaço, inertes, a espera de um ambiente favorável para sua evolução. Para melhor compreensão, imaginemos que tais elementos sejam sementes de plantas que podem ficar armazenadas por um longo período, aguardando serem plantadas em um ambiente com solo e temperatura ideais para seu desenvolvimento.

            Apesar dos vastos estudos sobre o assunto, não é possível saber com exatidão de onde vieram tais elementos, em qual época esse fenômeno ocorreu ou porque a vida não se forma mais espontaneamente. O princípio das coisas está nos segredos de Deus e Ele colocou limites as investigações dos homens. O Criador exerce seu poder sobre leis e mundos infinitos e jamais seremos capazes de compreender tamanha grandeza.
            Nós Umbandistas cremos que Olorum irradia sua luz de forma fragmentada e em diferentes vibrações e chamamos essas vibrações de Orixás. Como toda criação tem essência divina, a formação dos mundos e seres vivos se deu a partir do Orixá Exu, que é o vazio, o princípio de todas as coisas. A partir daí os demais Orixás exerceram suas forças para que tudo surgisse em seu devido tempo.
"Sem Exu nada se cria"
Larissa de Iansã