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terça-feira, 28 de julho de 2020

Os corpos sutis

Os corpos sutis

    Este tema me foi apresentado recentemente com maior clareza e me fez entender melhor várias questões, espero ser válido também para você, leitor do nosso Blog.

    Nós somos formados por sete corpos que são a base para nossa existência. Sabemos que tudo é energia e cada corpo tem uma frequência vibracional e medida diferentemente em Hertz (Hz). Quando morremos nossa vibração se eleva, tornando nosso corpo invisível. Na nossa existência passamos por sucessivas mortes, mas nossos valores nos acompanham, juntamente com as experiências de cada vida, e ficam registrados nos corpos sutis para a nossa evolução.

    Vamos conhecer estes corpos sutis que nos formam, a partir da classificação oriental:

    1 – Átima (alma, espírito): é o nosso corpo Luz, ou seja, é Deus dentro de nós; centelha Divina; essência Divina.

    2 – Búdico (Budhi, Budhico): é o corpo responsável por todos os registros de nossas encarnações; é a memória do ser divino composto de três almas: consciência, intuição e moral; daqui é que surge o “déjà vu”.

    3 – Mental Superior (causal abstrato): responsável pela nossa encarnação atual; tem todas as informações necessárias de encarnações passadas que serão trabalhadas na encarnação atual; é o nosso programa de vida; é o nosso projeto da atual encarnação; nossa missão de vida;

  4 – Mental inferior (concreto): corpo da racionalidade (pensamento); onde fica a individualidade (começa a formar o ego); é o banco de dados da educação recebida na encarnação atual, composto por informações intelectuais, mentais e racionais; engloba os cinco sentidos: tato, olfato, paladar, visão e audição.

    5 – Astral (Emocional): aqui são registradas todas as nossas emoções (desta e de outras vidas); é o corpo que sente dores e prazeres e os transmite ao corpo físico por impulso elétricos através do sistema nervoso; é o corpo que viaja no astral e realiza trabalhos mediúnicos conscientes e inconscientes.

    6 – Etérico (Duplo Etérico): também conhecido como Aura que define o padrão emocional momentâneo do indivíduo; pode ser visto pela clarividência por causa da sua densidade; é o que anima o corpo físico; onde se encontram os chakras.

    7 – Físico: carne, ossos, órgãos etc. É o instrumento passivo que age sob o comando dos demais corpos sutis e suas manifestações; tem a característica de captar o magma da Terra para compor o sistema eletromagnético da existência atual (os encarnados são seres eletromagnéticos, ou sejam, precisam da energia telúrica/magma para permanecer na Terra com a combinação da energia elétrica que vem do espírito). Alguns espíritos obsessores ficam com os encarnados retirando essa energia para permanecer na crosta terrestre, pois neste caso o espírito tem energia apenas elétrica e para permanecer na Terra necessita do magnetismo do encarnado.


    Os corpos sutis podem ser separados em duas classes:

    Quaternário inferior: físico, etérico, astral/emocional e mental inferior

    Tríade Superior: mental superior, búdico e átmico

    É bom esclarecer que existem outras classificações dos corpos sutis, a apresentada acima está sob a ótica da filosofia oriental. A título de exemplo, para a Filosofia Espírita existem: corpo físico, perispírito e espírito. O Perispírito englobaria, todos os corpos de 2 a 6 estudados acima.

    Feitos esses esclarecimentos, certo é que para viver em harmonia os corpos sutis devem estar em equilíbrio. Interessante destacar que o corpo mental inicia a construção do corpo físico. No início da vida tudo funciona em harmonia, mas tendemos a desequilibrar os corpos sutis, ocasionando doenças físicas e psíquicas. Qualquer desejo de realização de projetos pessoais dos corpos emocional e racional deverão vibrar em mesma frequência, mas seu desequilíbrio poderá ser sentido no corpo físico.

    Como já dito no início, nossos corpos sutis vibram em frequências diferentes. O corpo átima vibra numa frequência muito rápida, por isso é invisível. O corpo físico vibra numa frequência baixa e é o que nos permite viver nesta dimensão.

    Os corpos vão diminuindo sua frequência para que possamos estar encarnados e no caso da morte, acontece o contrário: a frequência dos corpos é acelerada até que ocorra o desencarne (morte apenas do corpo físico e duplo etérico). No caso, primeiro morre o corpo físico e depois morre a aura ou duplo etérico, esta é chamada primeira morte. Os demais corpos permanecem até que, depois de milhares de anos, poderá ocorrer a segunda morte que é o desligamento dos corpos mental e emocional e voltamos para a luz, a nossa essência.

    O estudo acima é apenas uma pequena amostra da grandiosidade e da importância deste tema para melhor compreensão das energias e a espiritualidade que nos é inerente. Que tenhamos a certeza de que o equilíbrio de nossos corpos é a melhor opção para viver com sabedoria e em direção à nossa missão de vida.

Axé e que Olorum os ilumine.

Girlei de Iemanjá

 


terça-feira, 21 de julho de 2020

Orixá Omolu


Orixá Omolu


            Muitas dúvidas surgem quando o assunto é Omolu, a principal delas é se Obaluaê e Omolu são o mesmo Orixá, na doutrina seguida pela nossa casa, são cultuados como divindades diferentes. A história a seguir foi contada pelo Preto Velho Pai João de Aruanda e nos ajuda a compreender as diferenças entre os dois Orixás:
            “Certo dia Obaluaê resolveu deixar a ilha onde morava para viajar pelo mundo e adquirir conhecimento. Ele rodou o mundo todo, conheceu todas as doenças do corpo físico e a cura para cada uma delas, tornando-se o senhor da vida. Quando já era mais velho, foi até Olorum pedir permissão para andar pelo mundo espiritual e adquirir novos conhecimentos, uma vez que já havia obtido todo conhecimento possível sobre as enfermidades do mundo físico. Olorum atendeu ao pedido e, de Obaluaê criou Omolu, feito à imagem de um ancião, para que esse pudesse ser enviado ao plano espiritual e adquirir todo conhecimento acerca das doenças e curas espirituais, tornando-se o senhor da morte.”
            Os orixás são energias divinas que se manifestam na natureza e apesar de Obaluaê e Omolu terem energias similares, não são iguais. É comum que essa confusão aconteça, pois, o físico e o espiritual coexistem, porém em planos diferentes. Imagine uma linha com duas figuras, uma caminhando na parte de cima e outra na parte de baixo, como um reflexo. A imagem da parte superior da linha é Obaluaê (no plano físico) e a imagem na parte inferior, como se andasse de cabeça para baixo, é Omolu (no plano espiritual). Dessa forma, quando uma pessoa adoece fisicamente, o espiritual dela também é afetado e vice versa. Assim como Obaluaê, Omolu também é temido por muitos pelo fato de ser conhecido como o Orixá da morte, porém esse medo é equivocado já que uma divindade não traz a doença ou a morte por maldade, mas para a evolução caso seja necessário.


            Na nossa doutrina Omolu atua como Orixá absorvedor na sétima linha, a linha da geração, onde polariza com Iemanjá, Orixá irradiador. É um Orixá cósmico, negativo, absorvedor e está ligado ao chakra básico. Omolu não representa somente a morte física, mas sim a morte relacionada aos sete sentidos da vida (fé, amor, conhecimento, justiça, lei, evolução e geração) para que a partir dela, novas ideias possam ser geradas. Ele termina um ciclo para que Iemanjá possa criar outro, paralisa as criações em desequilíbrio, impedindo seu progresso. Tudo que tem fim relaciona-se a essa divindade.
            Omolu tem sob seu domínio espíritos que auxiliam no momento do desencarne, desatando os fios de agregação astral-físico que ligam o espírito ao corpo material. Tais espíritos, dentre outras funções, são diretamente responsáveis pelos sítios pré e pós morte física (hospitais, cemitérios, necrotérios, etc.), envolvendo estes lugares com poderoso campo de força fluídico-magnético, a fim de não deixarem que espíritos negativos se aproveitem da energia daqueles que estão em processo de passagem para o plano espiritual.
            Omolu rege a linha dos Exus e Pombogiras, seu ponto de força é a calunga pequena (cemitério) e sua saudação é “Atotô”. Carrega o Xaxará (cetro feito de palhas da costa e enfeitado com búzios) como instrumento de poder, limpando os ambientes e as pessoas de qualquer doença ou impureza espiritual, além de encaminhar os espíritos perdidos para um local apropriado.   É sincretizado com São Lázaro, sua data comemorativa é o dia 16 de agosto e o dia da semana é a segunda-feira. Em nossa doutrina usamos a cor palha para cultuá-lo (cor da casca de milho seca). A oferenda para Omolu é a pipoca estourada com azeite de dendê ou na areia da praia, o momento da oferenda deve ser de extremo silêncio e concentração, demonstrando todo o respeito por esse grande orixá. A oferenda pode ser arriada no chão do cemitério.


            Os filhos de Omolu levam suas empreitadas até o fim, não importando o preço que irão pagar e querem sempre que tudo saia do jeito que planejaram. São teimosos, muito sinceros e não levam desaforo para casa. Apreciadores das artes que envolvem o misticismo, magia e cura. Costumam apresentar pensamentos pessimistas e são introvertidos, pois sentem necessidade de estarem sozinhos, em silêncio com seus próprios pensamentos, uma vez que seu desenvolvimento pessoal depende disso. São calmos (as), estudiosos (as) e misteriosos (as).
            Geralmente os filhos desse Orixá apresentam problemas de pele e/ou articulações, nunca adoecem ou adoecem com frequência e se recuperam rápido. São pessoas doces, apesar de não transparecer com facilidade. Costumam optar por profissões relacionadas a área da saúde, em que poderão ajudar o próximo. São extremamente prestativos, trabalhadores e caridosos, capazes de doar até mesmo a roupa do corpo para ajudar alguém.

Layla de Omolu

terça-feira, 14 de julho de 2020

Orixá Obaluaê


Orixá Obaluaê

         
            Obaluaê é um Orixá muito temido, por ter o domínio das doenças e da cura, sendo ele o senhor da saúde. Esse medo é equivocado uma vez que um Orixá, energia divina, não leva doenças por maldade ou vingança, na verdade, nossa saúde é usada como instrumento de prova para a nossa evolução. Se a evolução necessária está presente nas batalhas do dia a dia, é dada a saúde para que continue nesse caminho, se não, a saúde é retirada para que a evolução possa ocorrer no âmbito espiritual.
            Na nossa doutrina Obaluaê atua como orixá irradiador na sexta linha, a linha da evolução, onde polariza com Nanã, que é o orixá absorvedor. Ele então é positivo e passivo, ou seja, irradia evolução para toda a criação. Evolução é mudar todos os dias, crescer, melhorar e subir um degrau de cada vez na escada da vida. O trono da evolução permite ou bloqueia que se evolua nas diversas áreas da vida, pois muitas vezes o bloqueio evolutivo em determinadas áreas é necessário para progredir em outras. Um exemplo disso é uma pessoa que ficou desempregada, essa pessoa passa a evoluir e fortalecer sua fé. É assim que Obaluaê e Nanã atuam em nossas vidas, evoluindo e paralisando, sempre com equilíbrio.
            A energia de Obaluaê tem grande ligação com a chakra esplênico, responsável pela produção de fluidos que auxiliam na cura. Ele é responsável pelas passagens dos espíritos do plano carnal para o espiritual e está presente em todas as saídas e entradas das dimensões. Tem sob seu comando incontáveis legiões de espíritos (enfermeiros, médicos, cientistas) que preparam os espíritos para uma nova encarnação além de promoverem a cura de nossas doenças. Esses espíritos atuam também no plano físico, junto aos profissionais da saúde, trazendo o bálsamo necessário para o alívio das dores daqueles que sofrem.


            Segundo a mitologia Obaluaê nasceu coberto de chagas e foi abandonado em uma praia por sua mãe Nanã. Iemanjá encontrou a criança e o levou para morar com ela em uma ilha, onde cuidou das feridas de Obaluaê e o criou com amor e carinho. Quando ficou adulto Obaluaê se cobriu com uma roupa feita de palhas da costa, para esconder as cicatrizes deixadas pelas chagas e saiu pelo mundo em busca do conhecimento da cura, para assim ajudar aos outros como ele foi ajudado. Outra mitologia diz que Obaluaê só cobriu seu corpo com as palhas porque seu brilho era tão intenso como o do sol, para proteger a visão daqueles que o amavam. Essas mitologias nos mostram como Obaluaê teve força e coragem para vencer as adversidades; curando a si mesmo, dominando a própria fraqueza e vencendo os próprios medos para só depois ajudar o próximo.
            Obaluaê é o orixá regente da linha dos Pretos Velhos. Seu símbolo de poder é o Xaxará, um cedro feito de palhas da costa e enfeitado com búzios, que pode varrer todas as mazelas e espíritos negativos dos lugares e das pessoas. É sincretizado com São Roque, sua data comemorativa é o dia 16 de agosto, seu dia da semana é a segunda-feira, suas cores são o preto e o branco e as guiadas com essas cores representam seu poder. Seu ponto de força é o cruzeiro das almas, o elemento é a terra, o chakra ao qual está ligado é o básico e sua saudação é Atotô, que significa silêncio e respeito. A oferenda para Obaluaê é a pipoca estourada com azeite de dendê ou na areia da praia, o momento da oferenda deve ser de extremo silêncio e concentração, demonstrando todo o respeito por esse grande orixá e ela pode ser arriada no cruzeiro das almas.
            Os filhos (a) de Obaluaê são, em sua maioria,  introspectivos, calados, modestos e pensativos. Ter amigos ao seu lado é extremamente importante para que ele (a) consiga se realizar, comunicar e tornar-se uma pessoa ativa. Do contrário, se entrega à letargia e à solidão. Os filhos de Obaluaê tem muita dificuldade em fazer novos amigos, mas tem grande consideração por aqueles que têm, e esses se tornam amigos para sempre. Sentem a necessidade de estar só, em silêncio. Seu crescimento e entendimento dependem do silêncio e da solidão, por isso são tão introvertidos. São pessoas muito calmas, estudiosas, misteriosas e por isso gostam de estar sozinhos com seus pensamentos e leituras. São capazes de provocar guerras para defender as pessoas que amam, e não medem esforços para vingar quem prejudicou uma pessoa importante para ele, são pessoas muito vingativas. São ranzinzas, reclamões e extremamente negativos. Sem ter a intenção, exibem seus sofrimentos e tentam desanimar os mais otimistas.


            Em contrapartida, são doces e sinceros quando estão amando, têm grande dificuldade em se entregar a uma paixão. Ter uma boa profissão e/ou um bom salário não os realiza profissionalmente, para que essa realização aconteça  precisam escolher uma função em que possam ajudar ao próximo, como medicina, odontologia, medicina veterinária, trabalhos voluntários, ações ligadas ao mundo científico ou de terapias naturais, ajudando a humanidade e os animais de forma geral. Quando amam alguém, são prestativos e gostam de agradar. Difíceis de lidar, mas que guardam em si grandes e puros sentimentos pelas pessoas que estão ao seu lado. Os filhos (as) desse orixá quase nunca adoecem ou vivem doentes. Quando adoecem se curam rapidamente e geralmente apresentam problemas na pele e/ou nas pernas e articulações.

            Que nosso pai Obaluaê possa cobrir a todos nós com suas palhas sagradas, nos livrando das mazelas do corpo físico e nos provendo a cura merecida. Que com seu xaxará ele possa varrer toda energia negativa de nossas vidas e que esse grande Orixá nos traga a evolução, de acordo com o merecimento de cada um.
Atotô Obaluaê!
Layla de Omolu











terça-feira, 7 de julho de 2020

A Pemba


A Pemba

A Pemba e um giz de formato redondo e ovalado muito utilizado por guias espirituais em seus trabalhos no terreiro. Seu material e de calcária, e ela pode vir em diversas cores e tonalidades. Isso se deve às necessidades que os guias têm para firmar ali as suas energias nos pontos a serem riscados por eles. Embora pareça com o giz convencional, não é a mesma coisa.
Primeiro se deve ao formato da Pemba, que facilita a utilização e impede que ela se quebre facilmente. Segundo, que uma Pemba deve ser consagrada para ser utilizada em um terreiro. Cada casa de Umbanda tem à sua maneira de fazer a consagração deste material, conforme orientado pelo guia chefe da casa. Existem Pembas em diversas cores diferentes, no entanto a cor mais comum a ser utilizada é a branca e isso se deve ao fato de que na Umbanda, o branco representa todas as cores.



Os desenhos feitos pelos guias usando a Pemba, são o que chamamos de pontos riscados, que podem ter diferentes finalidades. Como por exemplo firmeza de energias, limpeza espiritual, purificações, inversões energéticas, abertura de portais astrais e a marca daquele guia, que identifica ali a falange e linha espiritual na qual aquela entidade vem trabalhar. Alguns terreiros utilizam deste ponto riscado para a confirmação da firmeza daquele guia espiritual no médium com quem trabalha.
A Pemba também pode ser utilizada pelo Pai de Santo, quando este precisar fazer algum ritual específico, como amacis, batismos, limpezas e firmezas espirituais. Além do pai de santo, os médiuns podem utilizá-la, porém sempre sob a orientação de algum guia. Ela pode ser utilizada em trabalhos, firmezas, aberturas de caminhos, além da firmeza de atabaques (que deverá ser feita pelos atabaqueiros designados pela espiritualidade).
A Pemba é um importante artefato dentro da umbanda, e sua utilização e manuseio devem ser feitos com muito respeito e cuidado. Por mais que para muitos é apenas um giz diferente, ele contém muito poder e por isso não devemos desprezá-lo!
Salve a Umbanda, Axé.
Diego de Oxóssi