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sexta-feira, 31 de maio de 2019

Pena de Morte

Pena de Morte

Em continuação aos nossos estudos do Livro dos Espíritos de Allan Kardec, em seu Livro III, Capítulo IV, Lei da Destruição, vamos tratar sobre as perguntas 760 a 765 que Kardec faz aos espíritos sobre pena de morte. 

Esse assunto é abordado nos dias atuais e encontramos várias linhas de pensamentos, sendo que existem países que aplicam tal sanção e outros não. É um tema que gera várias interpretações conforme a realidade de cada local. 

Já de início, Kardec questiona se a pena de morte irá algum dia desaparecer da legislação humana e a resposta é que isso acontecerá com o tempo, quando o homem encontrar outros meios de sanar seus problemas.


É também falado pela espiritualidade que o homem procura o meio mais fácil de eliminar o problema e, muitas vezes, não dá oportunidade de arrependimento à pessoa que agiu fora da Lei, existindo outros meios sem ser a pena de morte. 

Ainda é citado na resposta dos espíritos, que o homem sempre julga uma coisa necessária quando não encontra nada melhor. Mas também é dito pelos espíritos que, nos últimos anos, (ressalta-se que o livro foi escrito no século XIX), as penas e punições evoluíram bastante com a criação de novos mecanismos de legislação.

Em continuidade, é questionada uma fala de Jesus Cristo “Quem matar pela espada perecerá pela espada”. De imediato, os espíritos respondem e dizem que há  equívoco na interpretação dessa fala, pois quem aplica essa lei é Deus  e não o homem. O bem que fizer retornará para você e o mal também, ao longo de suas encarnações, e não a lei que o homem aplica e julga. Ainda responde com outra frase de Jesus: “Perdoai aos vossos inimigos” colocando assim sentido em toda fala de Cristo, onde devemos fazer nossa parte perdoando e amando. 


Kardec finaliza o capítulo indagando o que devemos pensar sobre a pena de morte em nome de Deus. E a sábia resposta é que fazer algo dessa maneira é se colocar no lugar de Deus, distanciando assim o conhecimento sobre Deus, o que não exime a responsabilidade de quem  pratica o  crime em Seu nome.

Na Umbanda, aplicamos as lei do amor e da caridade e tudo é baseado em torno dessas leis. Então, seja qualquer coisa fora disso, na Umbanda não praticamos. Também de forma Cristã, não julgamos aqueles que pensam de modo diverso ou vivem de maneira diferente. 

Levando em consideração o tema abordado, podemos analisar que preservamos a vida em todas as suas formas, a natureza, suas plantas e animais. Somos a favor da preservação da vida humana e da cura, da reforma íntima e pessoal através da lei do amor e caridade.


Os Orixás, na Umbanda, trazem o equilíbrio para nossas vidas, nos mostram as divergências existentes em todos os âmbitos do mundo, trazendo aprendizado com as diferenças e tornando possível praticar o que é ensinado dentro dos terreiros e tendas de Umbanda. 

O tema abordado é complexo, conforme dito anteriormente, principalmente quando se trata de culturas diferentes. Há locais em que a população acha comum e há outros em que não, porém, independente da posição em que cada um se coloca perante tal fato, o principal é que devemos ter respeito  ao tempo  e à evolução de cada um.

Criar conflitos porque existem conflitos não ajuda a resolver nenhum problema, apenas dificulta. Então, através do conhecimento, do amor e da caridade, o homem encontrará seu caminho perante Deus.

Pai Igor de Oxum.’.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Duelo

Duelo

No livro III, capítulo 6 do Livro dos Espíritos, Allan Kardec nos esclarece a respeito do Duelo. As primeiras perguntas esclarecem se o duelo pode ser considerado um ato de legítima defesa, e a resposta é não. O duelo é um costume bárbaro e já praticamente extinto, em sua forma literal, de nossa sociedade moderna. E à medida que nossa sociedade for evoluindo espiritualmente, compreenderemos que a prática é tão ridícula quanto os combates antigos, que eram erroneamente chamados de Juízo Divino. Como a humanidade pôde pensar que o caos e a destruição seria um Juízo Divino? Talvez por acharem dentro de si o caos e a destruição, sendo então necessário para se expurgar o que há de pior na humanidade.

Nas perguntas seguintes, nos é apresentado a ideia de que o duelista conhecendo sua fraqueza e ainda sim se dispõe a um duelo, mesmo sabendo que sucumbirá, podemos considerar como suicídio. E se ambos conhecem suas fraquezas, e ambos conhecem sua força, e ainda sim se dispõem a um duelo, podemos dizer que seria um assassínio e um suicídio ao mesmo tempo, já que ambos irão ferir, e ambos sairão feridos. O espírito também nos apresenta as duas chagas da humanidade: O orgulho e a vaidade.


Trazendo ao ensinamento Umbandista, podemos nos desprender do significado literal da palavra Duelo, como algo bárbaro que remetemos nosso pensamento a uma luta corporal entre dois cavaleiros com espadas reluzentes, e começar a pensar no duelo como as batalhas que travamos todos os dias. Podemos achar que não vemos mais duelos em nosso cotidiano moderno, mas estamos enganados. De fato não veremos mais espadas sendo empunhadas trazendo ferimentos e morte, mas vemos batalhas com diferentes armas: os pensamentos e as palavras. 

A cada vez que somos atacados e atacamos de volta, podemos pensar em um duelo. Uma batalha ali está sendo travada. E sabemos, conforme o ensinamento trazido pelo Livro dos Espíritos, que haverá sempre alguém que sucumbirá e ambos irão ferir e serão feridos. E essas batalhas geralmente começam quando justamente o ego, a vaidade e o orgulho são feridos. 


Queremos sempre ter razão, sempre sermos vencedores e superiores, e criamos batalhas desnecessárias por isso. Ferimos e somos feridos por simples vontade de poder, mesmo que o poder de se vangloriar como vencedor de uma batalha que não há prêmio a não ser o ego inflado. Podemos pensar que fugir de um duelo, ou mudando o vocábulo, fugir de uma discussão é uma ameaça de nossa honra, saibamos que há mais honra em assumir seu erro, refletir, aprender com ele e fazer seu mea culpa do que lutar por isso, mesmo sabendo de sua fraqueza e que eventualmente sucumbirá. Ou ainda pior, vai se indispor com irmãos, irá ferir, para somente se vangloriar vencedor. 


Layla de Omolu

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Crueldade

Crueldade

No texto de hoje, trataremos do tema Crueldade, presente no Capítulo VI, Livro Terceiro, p. 433-435.

Kardec é respondido acerca da crueldade e da visão da espiritualidade sobre o que leva o homem a ser cruel com seu semelhante. Inicialmente, é esclarecido sobre a ligação existente entre o sentimento de crueldade e o instinto de destruição, onde tal sentimento é considerado o pior da destruição, advindo de uma natureza má do ser. Vale dizer que a destruição tem seu “lado positivo” visto que abre portas à reconstrução, caracterizando o encerramento de certos ciclos e início de outros. Já a crueldade, não tem a mesma “função”, sendo caracterizada sempre como algo negativo, por essência.

Somos esclarecidos, no decorrer do livro, acerca da baixíssima evolução espiritual presente nos seres cruéis, chamados de primitivos, visto que dada à sua pouca evolução, são exacerbadamente apegados à matéria, levando-os a cogitar a ideia de que não há necessidade de desenvolvimento espiritual. Tais seres, por conseguinte, são habitados por espíritos, também de baixa vibração – visto que energias afins são necessárias para a composição do contexto energético desses seres – havendo a necessidade de que seres de maior grau evolutivo encarnem nesses mundos a fim de evoluí-los pelos seus ensinamentos.


A espiritualidade responde, ainda, acerca do fato de que, mesmo que sejam cruéis, tais seres não o fazem sem possuir qualquer senso de bondade; o fazem dada sua baixa evolução espiritual, estando dormente neles a bondade e senso moral necessários para a boa lida com o próximo.

Vale dizer que, à medida que o ser desenvolve sua espiritualidade, será cada vez menos materialista e, por conseguinte, menos cruel com seus semelhantes, pela lógica de antagonismo entre tais perspectivas, onde o desenvolvimento de uma, acaba por sobrepor-se e reduzir o desenvolvimento da outra.

É válido, ainda, afirmar que, sob a ótica da ideia de que os pares se aprimoram, mesmo em civilizações bem desenvolvidas, existem seres cruéis, para que estes possam evoluir no contato com os que os cercam.
Por fim, é respondido a Kardec sobre a possibilidade de expurgo dos seres cruéis. A espiritualidade afirma que, à medida que os seres evoluem, aqueles que permanecem cruéis têm a possibilidade de se aprimorarem e se adequarem ao contexto evolutivo do ambiente que os cercam. Porém, quanto maior o grau evolutivo do mundo habitado, menor a incidência de seres cruéis, visto que estes, conforme supracitado, encarnam com a intenção única de se abdicarem das ações de crueldade, por meio do aprendizado vindo daqueles que os cercam.

Sendo assim, podemos, certamente, afirmar que a humanidade, um dia, viverá em plena harmonia e paz, porém, nada se pode dizer no tocante ao tempo despendido para tal feito, nem do caminho traçado pela humanidade, para que alcancemos tal patamar evolutivo.


Na Umbanda, a crueldade é vista como a falta de amor próprio e, por conseguinte, de amor por aqueles que nos cercam. A falta de amor pelo próximo leva o homem a agredir verbal e/ou fisicamente seu próximo, sem que haja uma intenção clara de proporcioná-lo algum aprendizado. 

Um exemplo claro ocorre quando, no processo de criação de seus filhos, os pais, no ímpeto da raiva, agridem seus filhos que possam ter quebrado as normas estabelecidas naquele lar. Tal ato não tem a intenção única de ferir os filhos e sim, de ensiná-los – mesmo que pela dor – a não realizarem mais tais feitos. A crueldade, neste caso, seria evidente no caso de uma agressão desnecessária e intencionada, simplesmente, à geração de dor no próximo.

Outro exemplo são os Exus que, por diversas razões, acabam por executar a Lei Divina, impingindo ao ser um castigo/ dor/ perda a fim de que possam existir aprendizado e evolução, demonstrando, assim, a clara intenção de aprimoramento daquele que fora ferido/ lesado.

Importa, ainda, salientar a ideia de que os nossos guias e mentores espirituais têm pleno conhecimento de nossas vontades a medos, agindo somente em casos de urgência e/ ou extrema necessidade.

Axé!

Matheus de Obaluaê

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Assassínio

Assassínio 
O capítulo 6 do livro III do Livro dos Espíritos,  nos traz um diálogo com o espírito da verdade a respeito do assassínio e das visões divinas sobre variações deste crime. Neste subtema Kardec faz 6 perguntas para esclarecer o assunto; na primeira ele pergunta se o assassinato seria um crime aos olhos de Deus. Como resposta, o espírito da verdade diz que é um grande crime, pois quando um Ser tira a vida de seu semelhante, ele não retira somente a vida deste, mas também toda uma sequência de provas e expiações e também de missões pelas quais o indivíduo deveria ter passado para sua evolução. O mal deste crime estaria aí. 
Na ótica umbandista, essa resposta faz sentido porque cremos que encarnamos neste mundo para viver dificuldades e, a partir delas, evoluirmos, assim como cumprir missões próprias e até para a coletividade. Sendo assim, o assassinato poderia interromper esse ciclo.

Na segunda, Kardec pergunta se todos os assassinos têm o mesmo grau de culpabilidade. O espírito responde que Deus é justo e julga mais pela intenção do que pelo fato.


Isso também se encaixa na visão umbandista uma vez que somos julgados muito pelo que sentimos. Quando os espíritos vão para o umbral eles são corroídos pelas suas próprias culpas e angústias. Para que Deus os perdoe é necessário que antes eles perdoem a si próprios.

Depois Kardec pergunta se, em caso de legítima defesa, Deus perdoaria o assassino. Desta vez o espírito responde que somente a necessidade poderia ser justificativa para esse crime, mas tendo o agredido como preservar sua vida sem tirar a do agressor, assim deve fazê-lo. A umbanda também enxerga esse aspecto de maneira similar.
A quarta pergunta refere-se a qual culpa o homem tem dos assassinatos que comete em guerra. O espírito responde que, quando obrigado a isso, ele não teria culpa, mas é sim culpado pelas crueldades que venha a cometer. É avaliado também o sentimento de humanidade que demonstre. 

Aqui voltamos à resposta do que comentamos na segunda pergunta. Somos julgados pelo que sentimos e por nossas intenções principalmente. Se ele é obrigado a matar o “inimigo” ele não tem culpa disso, mas se sente prazer nisso e executa com excessos já é outro o cenário.

  Na penúltima pergunta, Kardec questiona a respeito de qual tipo de assassinato seria mais condenável aos olhos de Deus: o parricídio (o filho que mata o pai) ou o infanticídio (o pai que mata os filhos). A resposta é que são igualmente condenáveis, pois todo crime é um crime.


Tudo isso depende das circunstâncias que os crimes ocorrem também, dependendo das intenções e excessos um pode ser pior que o outro.

Na sexta e última pergunta, Kardec indaga a respeito de povos que são evoluídos em aspecto intelectual, mas que tenham o infanticídio como um costume sagrado e previsto na legislação. O espírito responde que o desenvolvimento intelectual não está ligado ao desenvolvimento espiritual e nem na necessidade do bem. Um espírito superior em inteligência pode sim ser mau.  Isso é comum aos que vivem muito sem melhorar, apenas sabem. 

Com certeza, a evolução intelectual não está ligada a fazer o bem, não somente na visão umbandista, mas isso é facilmente notado na humanidade, quando grandes planos intelectuais como de Hitler, Pablo Escobar, Osama Bin Laden e vários estelionatários são realizados para benefício próprio e para infortúnio de vários. Há de se lembrar que a felicidade não é deste mundo e tudo que for feito em busca de uma felicidade plena na terra à custa da desgraça alheia será cobrado, se não por Deus pela própria consciência no desencarne.

Axé

Ricardo de Ogum Matinata

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Guerras

Guerras

  Este tema encontra-se compreendido ainda no Capítulo VI, Parte Terceira, do Livro dos Espíritos, que trata sobre a Lei de Destruição. O estudo desta citada Lei é de fundamental importância para o entendimento do direcionamento e planejamento divino, mesmo quando só conseguimos enxergar por meio de nossos olhos materiais a destruição, a dor, o desespero, as tragédias, etc. Quando o ser humano, por sua ignorância, olha ao seu redor e só vê desgraças, guerras, tristeza e sofrimento, é sinal de que precisa de orientação para sua evolução, desenvolvimento e progresso no sentido de compreender o plano de Deus, seja material, seja espiritual, ambos de extrema perfeição.

Diferente do que a primeiro momento se imagina, a lei de destruição é uma lei de renovação, visto que é preciso primeiramente que se forme um caos para posteriormente vir a paz. As guerras ainda são necessárias neste mundo para o desenvolvimento espiritual e trazem com os seus términos uma renovação no tempo, espaço e pessoas.

Por se tratar de um assunto de compreensão dificultada, serão exemplificados alguns dos objetivos de Deus até mesmo no tocante às guerras, sejam elas internas, particulares, familiares, no ambiente de trabalho, no trânsito, religiosas, para que o conhecimento seja devidamente alcançado.


Primeiramente, é preciso entender a causa dessas guerras. Quando Kardec questiona os Espíritos, eles respondem que as guerras são causadas pelo instinto animal dos homens que prevalecem sobre os instintos espirituais. Então, podemos tirar de ensinamento que, quando nos deparamos com alguma situação que pode desencadear a guerra, devemos deixar de lado o orgulho, a cobiça, o egoísmo, o preconceito, o desejo errôneo de fazer justiça e fazer  escolhas acertadas, não nos deixar agir impulsivamente, pois, somente assim, o Espírito que habita em cada um terá condições de evoluir. Sempre devemos potencializar a nossa natureza espiritual e tomar as decisões pensando no bem coletivo e deixando de lado nossos vãos desejos individuais.

Exemplificando, a maioria das guerras nos lares são causadas porque um dos cônjuges quer escravizar a consciência do outro, quer devastar mais e mais o outro. Com isso, a paz, o amor, a alegria, a felicidade vão perdendo seu posto para o desejo de vitória, o desejo de ganhar, para que a razão daquele prevaleça, mesmo tendo que usar de mágoas e humilhações. Isso demonstra o que precisa ser feito diante dessas situações: repensar as nossas atitudes e fazer uma valoração se aquela conduta denota respeito à Lei Maior ou senão oferecer o silêncio quando não tiver nada de proveitoso a oferecer.

No trânsito, a maioria dos acidentes ocorre porque um dos motoristas não sabe respeitar o direito do outro ou conduz o veículo numa pressa desenfreada, sendo que poderia ter planejado sair com antecedência, ou senão por ser nervoso, compulsivo, imprudente. Isso porque não há uma pacificação interna do homem, ainda está em um estado de guerra interna, o que precisa ser trabalhado.


Prosseguindo, Kardec pergunta aos Espíritos se um dia acabarão as guerras. A resposta é sim, mas isso depende do desenvolvimento dos seres humanos. Nos mundos celestes, por exemplo, não haveria razão alguma para ter guerra, considerando o grau de regeneração espiritual individual.

Dando continuidade, pergunta-se a motivação para existência das guerras. A interpretação das respostas denota que estas são necessárias para alavancar a marcha do progresso da humanidade. Alguns Espíritos se apresentam resistentes, endurecidos a acabar com o egoísmo e o orgulho. E essas duas características devem ser vencidas para conseguir a libertação da alma. Por isso a guerra, a dor, a violência são necessárias para a liberdade e progresso que levam ao mundo de regeneração.

Analisando o momento contemporâneo em que vivemos, podemos perceber que ainda somos muito bélicos, respaldados de agentes de segurança munidos de armamentos para resguardar a segurança e proteção da sociedade, o que não seria necessário se houvesse basicamente o respeito. Respeito às diferenças, às opiniões, às crenças, ao estilo de vida.


Em cada palavra dita, em cada atitude tomada, em cada gesto, devemos pensar antes nas consequências que poderão advir, pois, podemos ser responsáveis por devastar, destruir a alegria e a esperança, aprisionar consciências do outro, tudo isso para instigar a outrem ter o mesmo pensamento que o nosso, pensando ser a verdade absoluta.

Relacionando o assunto guerras com a Umbanda podemos raciocinar o seguinte. A definição de Umbanda é “A manifestação do espírito, para a prática da caridade”. Ogum é o Orixá da guerra. Partindo desse pressuposto, as Entidades, principalmente as que trabalham na irradiação de Ogum, vêm em terra mostrar que Ogum não traz/cria a guerra, mas sim a paz, Ele acaba com a guerra. Porém, para ter a paz, precisa ter a guerra primeiramente. Em caráter complementar, recomenda-se a leitura do texto que trata especificamente sobre Ogum.
De lição, nesse mundo famigerado e faminto por guerra, sejamos paz.

Márcia de Oxóssi e Hélder de Logunam

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Flagelos Destruidores

Flagelos Destruidores

Dando sequência aos estudos sobre o Livro dos Espíritos, no Capítulo VI trataremos sobre a  Lei de destruição.

Em todos os lugares, todos os dias alguém perde uma pessoa querida, sendo a dor  dela e de mais ninguém. Muitas vezes acontecem grandes tragédias que marcam a vida de várias pessoas como nos casos de terremotos, erupções de vulcões, tsunamis, ou epidemias, ou seja, verdadeiros flagelos destruidores.

Muitas pessoas questionam o porquê de tamanho castigo, assim como Kardec questiona na questão 737: Com que fim Deus fere a humanidade por flagelos destruidores?


No entanto, nós umbandistas sabemos que os chamados flagelos destruidores têm a finalidade de promover o progresso. A vida física é muito rápida, e tudo se destrói para se refazer: é uma constância, fazer, desfazer e  refazer sempre para melhor evolução.

Como é para nossa evolução, poderia Deus empregar outros meios menos dolorosos? Sim, e o faz diariamente nos dando conhecimento para agirmos devidamente com raciocínio. Contudo, muitas das vezes nos deixamos levar pelos prazeres e pelo imediatismo, perdendo o senso da realidade, sendo necessária muitas vezes uma grande dor, um choque para que  acordemos. Exemplo disso é quando uma guia nos orienta a perdoarmos uma pessoa específica. Pode ser que, levados pela teimosia, não perdoamos a tempo e alguma circunstância  da vida leva aquele alguém a desencarnar causando-nos choque e dor.

Devemos sempre nos lembrar de que somos passageiros, frágeis, semeadores. O que plantamos colheremos, seja aqui ou em outra vida. 


Kah de Obá

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Destruição necessária e destruição abusiva

Destruição necessária e destruição abusiva
  
Dando continuidade aos estudos e textos sobre o Livro dos Espíritos de Allan Kardec, hoje discutiremos a destruição necessária e abusiva na visão Espírita e Umbandista, tema este apresentado no Livro III do Livro dos Espíritos, capítulo 6. Para que possamos entender a explicação posterior teremos que entender primeiramente o que é DESTRUIÇÃO. A destruição nada mais é que uma lei da natureza, uma lei divina, necessária para que haja sempre uma renovação nos ciclos. Isso, em todos os aspectos de uma existência. É uma forma de transformação com o intuito de renovar, melhorar e ajudar a evolução que cada um busca.

Para que todos os seres se mantenham neste ciclo evolutivo, o instinto de destruição foi dado como um fim providencial. Estes se destroem entre si com o objetivo de manter o equilíbrio. O melhor exemplo seria o equilíbrio no âmbito reprodutivo do nosso planeta, pois não o havendo, existiria um excesso de seres, uma superlotação, causando o desequilíbrio. Este fim, para o qual a destruição nos leva, não é um fim definitivo, mas parcial. É o fim de um corpo do Ser, não da alma (sua verdadeira essência).


Durante cada vivência em nossa existência, são dados, pela natureza, meios de preservação. Mas por que seriam dados esses meios se a destruição é certa e inevitável? Todos nós teremos um fim, seja em qual aspecto for, mas, desde que não nos cuidemos e protejamos, este fim pode chegar precocemente, antes mesmo de termos atingido nosso objetivo.

De acordo com o que ouvimos e/ou aprendemos no decorrer de nossa vivência, a morte nos conduz a uma “vida” melhor e nos livra dos males deste mundo. Então, por que tantos a temem instintivamente? Como dito anteriormente, o instinto de conservação nos foi dado para que prolonguemos ao máximo a vida, a fim de completar a tarefa que nos propomos a cumprir. Como tudo tem que haver um equilíbrio, junto aos meios de conservação, foi colocado os agentes destruidores para servir de contrapeso.

A necessidade de destruição não é “igual” em todos os mundos, mas proporcional ao estado e necessidade de cada um. Em se tratando de mundos com uma maior elevação espiritual e moral, essa necessidade vai se dissolvendo, pois as condições de existência são absolutamente distintas. Tratando-se de nosso mundo, a Terra, sempre será necessária a destruição. À medida que o espírito superar a matéria, esta necessidade de destruição (interna em cada ser) diminuirá. O direito da destruição existe para o controle e é regulado de acordo com a necessidade e segurança, o abuso nunca foi um direito.


Em alguns casos, pelo abuso de liberdade, os seres acabam cedendo aos maus instintos. Com isso, a bestialidade predominam os limites da necessidade e segurança, isso ocorrerá quando o único objetivo da destruição for simplesmente o prazer sem utilidade. Qualquer destruição que ultrapasse esses limites estará violando a lei divina. Quando seguidos esses maus instintos, haverá, após seu próprio fim, a necessidade de prestar contas desse abuso.

Como a Umbanda trabalha sempre em prol da lei divina, trabalhamos somente com a destruição necessária, não a abusiva. Os fins são necessários para novos começos, novos ciclos, novos aprendizados. O simples fim de uma flor ou de uma folha para o uso daquela energia, o fim de laços com pessoas com as quais não são mais compatíveis, o fim de um casamento, a saída de um emprego, o fim de um caminho ruim onde nada de bom poderia ser absorvido (não mais, pois até certo momento algo iria ser tirado como aprendizado), tudo isso é destruição. Para que um novo ciclo seja gerado, um anterior tem que ser destruído. No trono da geração, mãe Iemanjá é quem inicia e pai Omolú quem termina os ciclos. 

Como diz o saudoso Pai Barnabé: “Caminhos novos são necessários. O que de bom tem a se aprender por um caminho que já foi trilhado?” Esses caminhos se tratam de ciclos, ciclos já terminados através da destruição necessária.


Junio de Oxalufã

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Necessário e Supérfluo

Necessário e Supérfluo

Dando continuidade ao Livro III dos Espíritos, no capítulo V, Kardec faz perguntas sobre o limite do necessário, que gera o supérfluo para o homem. Neste texto, irei explicar sobre as respostas e mostrar como o capítulo atinge nossas vidas no dia a dia e em relação com a nossa querida Umbanda.

Kardec inicia perguntando como  o homem conhece o limite do necessário. Os Espíritos explicam que isso vem do nosso senso, de sabermos até que ponto aquilo nos é necessário, de entendermos que temos o necessário para vivermos bem. Outros conhecem pela sua experiência, aquele que não consegue ter mais do que tem e vive necessariamente com aquilo sem extrapolar para o supérfluo. 

Kardec dá continuidade questionando se esse limite de necessário já não nos foi dado pela natureza. Os Espíritos respondem que sim, mas que somos ambiciosos e estamos sempre querendo mais. A natureza nos mostrou o que seria necessário, mas criamos necessidades superficiais nos projetando para o supérfluo, sempre tendo mais do que precisamos, seja comida, roupas, sapatos e as outras coisas utilizadas em nosso dia a dia. 


São finalizadas as perguntas com a seguinte, “o que pensar dos que aproveitam dos bens da Terra para ter o supérfluo, em prejuízo dos que não têm sequer o necessário?” Os Espíritos explicam que são pessoas que desconhecem as Leis de Deus e logo mais responderão por esses atos. Ou seja, aquelas pessoas que sempre têm a mais do que lhe são necessário, mas que não fazem nada para ajudar o outro que nada tem, como aquele que passa por dificuldades diárias, sejam elas pela falta do que vestir, pela falta do que comer e até mesmo pela falta de algum lugar para morar, serão responsabilizadas.

 A Espiritualidade está sempre em prol da caridade, nos auxiliando através dela e nos mostrando que podemos sim ajudar o próximo. Quantas vezes colocamos muita comida no prato sem conseguir comer tudo, desperdiçando aquele alimento, sabendo que naquele mesmo momento há pessoas passando fome? Quantas vezes percebemos que temos várias roupas e sapatos em nossos armários que não utilizamos mas que também não doamos, talvez por apego? Por deixar o ego e a vaidade falar mais alto? Sabendo que naquele momento também há pessoas que não provém nem do necessário para se vestir? Sabemos quando aquilo se torna supérfluo quando percebemos que temos mais do que precisamos ter, que em um momento que temos de sobra, falta para alguém em algum lugar.


 Na Umbanda, aprendemos isso até com os utensílios de trabalhos dos nossos guias. Muitos médiuns acham que os guias que trabalham em sua coroa devem ter todos os utensílios, compram até mesmo antes da entidade pedir, acham que o Preto Velho que ali trabalha deve ter o chapéu mais bonito, o maior rosário, a melhor xícara, tornando tudo isso supérfluo. Esquecem que para a Espiritualidade o necessário é estarmos ali de corpo, alma e coração aberto, que tenhamos Fé em cada fala, em cada trejeito, naquele chão que pisamos e em todos os guias que ali trabalham, sejam eles incorporados ou não. Os utensílios de trabalho somos nós quem precisamos, para nos adaptarmos melhor a cada trabalho e deixar com que eles façam os trabalhos deles.

 Com o ensinamento que foi trazido neste capítulo, vamos refletir o que para nós é necessário, se não temos nada supérfluo que podemos tirar para ajudar o outro. Vamos deixar que o amor e caridade que a nossa querida Umbanda vem nos ensinar atinjam nossos corações.
 “...Umbanda é para quem tem fé, Umbanda é caridade, Umbanda é felicidade…”

Karol de Xangô

Privações voluntárias. Mortificações

Privações voluntárias. Mortificações

O Livro III dos espíritos, em seu capítulo 5, nos ensina que a lei da conservação obriga o homem a prover as necessidades do corpo, uma vez que sem força e saúde é impossível o trabalho.

Desta forma, não se pode julgar o homem por buscar seu bem-estar, pois é um desejo natural. No entanto, deve-se deixar claro que Deus proíbe o abuso, assim, a busca pelo bem-estar não deve ser à custa de outrem e nem vos diminuir as forças físicas e morais.

Quanto às privações voluntárias serem meritórias aos olhos de Deus, é dito: “fazei o bem aos vossos semelhantes e mais mérito tereis”. Existem as privações voluntárias que serão meritórias, como as privações dos gozos inúteis, pois desprende o homem da matéria e eleva sua alma. Meritório significa resistir à tentação.


A vida de mortificação ascética pode ser considerada meritória? A resposta foi que se essa vida somente servir para quem a pratica e o impede de fazer o bem, é egoísmo. A verdadeira mortificação é quando priva a si mesmo para trabalhar para o outro.
No que se refere à restrição de certos alimentos, é dito que é permitido ao homem alimentar-se de tudo que não lhe prejudique a saúde.

Quanto à alimentação animal, afirma-se que a carne alimenta a carne, pois do contrário o homem perece. Assim, tem que se alimentar conforme reclame a sua organização. No entanto, será meritório abster-se da alimentação animal ou qualquer outra, se praticar em benefício dos outros. Só há mortificação havendo privação séria e útil.

Tratando das mutilações operadas no corpo do homem ou dos animais, é certo que a Deus não pode agradar o que seja inútil e o que for nocivo lhe será sempre desagradável. Deus só é sensível aos sentimentos que lhe elevam a alma.


É indagado se os sofrimentos que nós mesmos criamos são capazes de nos elevar como os sofrimentos deste mundo nos elevam. A resposta é que apenas os sofrimentos naturais são capazes de nos elevar, porque vêm de Deus. Os sofrimentos voluntários de nada servem, quando não concorrem para o bem de outrem. Sofrer alguém voluntariamente, apenas por seu próprio bem é egoísmo; sofrer pelos outros é caridade.

Por fim, é esclarecido que contra os perigos e os sofrimentos é que o instinto de conservação foi dado a todos os seres. Desta forma, devemos fustigar o nosso espírito e não o nosso corpo, mortificar o nosso orgulho, e sufocar o nosso egoísmo, fazendo assim muito mais pelo nosso adiantamento do que se infligir rigores que já não são deste século.

Lara de Ogum Iara

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Gozo dos Bens Terrenos

Gozo dos Bens Terrenos

Em continuidade ao estudo do “Livro dos Espíritos - Livro 3, capítulo 5”, é discutido sobre os prazeres terrenos e gozo dos bens materiais.

Quando questionados se o uso dos bens da Terra seria um direito de todos os homens, os Espíritos respondem que “Esse direito é a conseqüência da necessidade de viver. Deus não pode impor ao homem um dever sem dar a ele os meios de cumpri-lo”. Dando continuidade, pergunta-se também, com que finalidade Deus colocou o prazer como um atrativo dos bens materiais. Os Espíritos explicam que os bens materiais possuem tanto a finalidade de estimular o homem a cumprir sua missão quanto a finalidade de experimentá-lo por meio da tentação. Tentação esta que deverá auxiliá-lo a desenvolver a razão, e preservá-lo dos excessos.


Na sequência, são realizadas algumas perguntas sobre os limites traçados para os prazeres materiais, se tais limites existem e, caso existam, quais seriam. Os espíritos nos esclarecem que a própria Natureza traçou tais limites e que, pelos excessos, nós (encarnados) nos tornamos saciados e muitas vezes desmotivados. Explicam também que, a partir dos excessos, surgem os vícios e os danos tanto à saúde física quanto à saúde mental.

Ao analisarmos a doutrina espírita codificada por Kardec, do ponto de vista da Umbanda, podemos observar diversas semelhanças. A Umbanda, fundada em nosso plano de existência pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, tem como principal fundamento o Amor e a Caridade. O gozo de bens materiais deve ser analisado com muita cautela. Da mesma forma que os bens materiais se fazem importantes para o nosso desenvolvimento, é necessário ponderarmos, pois como dito anteriormente, a própria natureza traçou os limites e nenhum de nós estará fora da Lei e da Justiça Divina.


Não é difícil observarmos diversas pessoas no nosso convívio social que abusam dos prazeres materiais. Em um primeiro momento podem até se satisfazerem, pois esses bens funcionam também como uma forma de estímulo, proporcionando satisfação, mas esta é passageira e com o tempo esses indivíduos se tornam “anestesiados”. Muitas vezes podemos observar pessoas que acumulam bens de maneira ilícita e imoral e pode ser  que  nos questionemos por que Deus permitiria tal situação. 

Na Umbanda, entendemos que Deus permite tais situações como forma de “expiar” o homem, pois, em toda sua bondade, Deus nos agraciou com o Livre Arbítrio e, em qualquer momento de sua existência, o homem imoral poderá se abster de tais prazeres momentâneos e  poderá auxiliar o próximo. Deus nos dá, a todo o tempo, a possibilidade de nos voltarmos a Ele.

A felicidade, a evolução e o desenvolvimento espiritual do homem não devem ser pautados pelos bens materiais. Estes, no plano espiritual, não fazem diferença e Deus nivelará no nosso desencarne, o equilíbrio. 


Pedro Maciel de Xangô 

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Meios de Conservação

Meios de Conservação

O tema em apreço tem o objetivo de dar sequência ao texto publicado anteriormente, àquele que inicia os estudos sobre a Lei de Conservação, revelando então caráter complementar, sendo imprescindível a sua leitura e entendimento prévios. Serão abordados os meios de conservação, constantes do capítulo V, parte terceira de O Livro dos Espíritos, primeiro livro da codificação espírita.

Providência Divina é o ato de Deus (Olorum) criar e também cuidar de suas criaturas, de modo que seja possibilitado que elas se mantenham vivas, mesmo que de forma autossuficiente. Não faria sentido algum Ele ter dado o instinto de conservação sem os meios de conservação, isto é, se é colocada uma necessidade de reencarnação, mesmo que com dificuldades, existem maneiras de se exercer a atividade, de se manter vivo.


Menciona-se que mesmo que atualmente contemos com uma vasta população, o que não existia em tão grande número quando da época de produção da obra escrita, será possibilitado acesso a todos os recursos necessários à sobrevivência. Isso foi afirmado pelos Espíritos: que os recursos sempre chegarão a todos.

Atualmente, pode não fazer sentido esta situação de pessoas terem dificuldade de se manterem vivas, de sofrerem com falta de alimentação, por exemplo, tendo em vista a existência de programas políticos que resguardam, mesmo que deficitariamente, a proteção aos direitos humanos e fundamentais. Todavia, à época de escritura da obra pode ser que esse problema existia.


O que muitas vezes acontece com nós, seres humanos, é querer mais do que precisamos. Isso já havia sido abordado pelos Espíritos. Deus cria a necessidade de viver e possibilita os meios de prover isso, porém, provém com o essencial, com aquilo que realmente precisamos, excluindo-se os supérfluos, aquilo que passa de mero desejo. Concernente a esse tópico é o título exclusivo que trata sobre o necessário e o supérfluo, que será publicado no blog posteriormente.


Muitas vezes, nos deparamos com pessoas esgotando os recursos naturais como, por exemplo, o solo, através de ações irracionais, para atender às nossas supostas necessidades. Isso faz com que outras pessoas e até mesmo animais fiquem prejudicados. Então, deve-se ter compreensão e o entendimento devido para entender que isso não é mera ação consequente da natureza, mas sim conduta indevida do homem.

Em outras ocasiões, pode ocorrer de pessoas que, mesmo estando repletas de uma abundância de recursos, finalizarem um de seus ciclos por falta deles. Devemos nos atinar que isso é uma escolha divina, às vezes, resultado de uma ação passada onde possivelmente estes recursos podem ter sido esbanjados ou mal empregados, consequência da lei de causa e efeito. Mas que, sobretudo, é uma vontade divina, que em alguns casos, não merecem serem revelados os motivos, mas apenas vivenciados para nossa marcha evolutiva.

Com isso, diante do que já foi exposto, deve-se chegar à conclusão de que tudo depende do nosso esforço, da nossa dedicação e do nosso discernimento para aplicar. Se Deus levantou a necessidade de que devemos passar por uma nova encarnação para nossa própria evolução e nos possibilitou meios de se conseguir vencer esta etapa, só nos cabe explorar e expandir esses recursos.


Todos nós temos necessidades, mesmo que não sejam necessidades de sustento, como aborda o presente texto. Necessidades estas que são necessárias para evoluirmos e cumprir com aquilo que nos foi confiado. Para estas necessidades, Deus (Olorum) nos proporciona os meios para conquistar aquilo que almejamos e realmente precisamos, porém, muitas das vezes ou não temos o conhecimento necessário para tomar as ações devidas ou não conseguimos perceber/visualizar o que precisa ser feito. É aí que entra o maravilhoso trabalho realizado com as Entidades de umbanda. 

Peço licença para expor o que é evidenciado a cada incorporação. Percebo que as Entidades não vêm em terra para realizar desejos ou vontades das pessoas, elas vêm para orientar aquilo que já foi determinado, ou seja, mostrar os caminhos (os recursos) que temos ao nosso dispor para realizar o necessário, e ainda para derrubar ou ajudar a derrubar os obstáculos que se colocam no caminho para a vitória de cada Ser em particular. E isto compreende os meios de conservação, haja vista, serem maneiras de nos mantermos firmes rumo ao nosso propósito que precisa ser alcançado, demonstrando assim que Deus nunca abandona ou deixa de fornecer formas da nossa mantença.


“Na terra há o suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para satisfazer a ganância de alguns. (Mahatma Gandhi)”


Helder de Logunam