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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Assassínio

Assassínio 
O capítulo 6 do livro III do Livro dos Espíritos,  nos traz um diálogo com o espírito da verdade a respeito do assassínio e das visões divinas sobre variações deste crime. Neste subtema Kardec faz 6 perguntas para esclarecer o assunto; na primeira ele pergunta se o assassinato seria um crime aos olhos de Deus. Como resposta, o espírito da verdade diz que é um grande crime, pois quando um Ser tira a vida de seu semelhante, ele não retira somente a vida deste, mas também toda uma sequência de provas e expiações e também de missões pelas quais o indivíduo deveria ter passado para sua evolução. O mal deste crime estaria aí. 
Na ótica umbandista, essa resposta faz sentido porque cremos que encarnamos neste mundo para viver dificuldades e, a partir delas, evoluirmos, assim como cumprir missões próprias e até para a coletividade. Sendo assim, o assassinato poderia interromper esse ciclo.

Na segunda, Kardec pergunta se todos os assassinos têm o mesmo grau de culpabilidade. O espírito responde que Deus é justo e julga mais pela intenção do que pelo fato.


Isso também se encaixa na visão umbandista uma vez que somos julgados muito pelo que sentimos. Quando os espíritos vão para o umbral eles são corroídos pelas suas próprias culpas e angústias. Para que Deus os perdoe é necessário que antes eles perdoem a si próprios.

Depois Kardec pergunta se, em caso de legítima defesa, Deus perdoaria o assassino. Desta vez o espírito responde que somente a necessidade poderia ser justificativa para esse crime, mas tendo o agredido como preservar sua vida sem tirar a do agressor, assim deve fazê-lo. A umbanda também enxerga esse aspecto de maneira similar.
A quarta pergunta refere-se a qual culpa o homem tem dos assassinatos que comete em guerra. O espírito responde que, quando obrigado a isso, ele não teria culpa, mas é sim culpado pelas crueldades que venha a cometer. É avaliado também o sentimento de humanidade que demonstre. 

Aqui voltamos à resposta do que comentamos na segunda pergunta. Somos julgados pelo que sentimos e por nossas intenções principalmente. Se ele é obrigado a matar o “inimigo” ele não tem culpa disso, mas se sente prazer nisso e executa com excessos já é outro o cenário.

  Na penúltima pergunta, Kardec questiona a respeito de qual tipo de assassinato seria mais condenável aos olhos de Deus: o parricídio (o filho que mata o pai) ou o infanticídio (o pai que mata os filhos). A resposta é que são igualmente condenáveis, pois todo crime é um crime.


Tudo isso depende das circunstâncias que os crimes ocorrem também, dependendo das intenções e excessos um pode ser pior que o outro.

Na sexta e última pergunta, Kardec indaga a respeito de povos que são evoluídos em aspecto intelectual, mas que tenham o infanticídio como um costume sagrado e previsto na legislação. O espírito responde que o desenvolvimento intelectual não está ligado ao desenvolvimento espiritual e nem na necessidade do bem. Um espírito superior em inteligência pode sim ser mau.  Isso é comum aos que vivem muito sem melhorar, apenas sabem. 

Com certeza, a evolução intelectual não está ligada a fazer o bem, não somente na visão umbandista, mas isso é facilmente notado na humanidade, quando grandes planos intelectuais como de Hitler, Pablo Escobar, Osama Bin Laden e vários estelionatários são realizados para benefício próprio e para infortúnio de vários. Há de se lembrar que a felicidade não é deste mundo e tudo que for feito em busca de uma felicidade plena na terra à custa da desgraça alheia será cobrado, se não por Deus pela própria consciência no desencarne.

Axé

Ricardo de Ogum Matinata

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