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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Transmissão Oculta do Pensamento

Transmissão Oculta do Pensamento

Dando continuidade nos estudos sobre o Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, hoje abordaremos o tema Transmissão Oculta do Pensamento, tema apresentado no Livro II, capítulo 8. 

Os primeiros questionamentos feitos aos espíritos são em relação de como uma mesma ideia pode “surgir” na cabeça de pessoas diferentes. É esclarecido que isso ocorre porque, quando estamos dormindo, nosso espírito tende a desgarrar do corpo físico, sem perder a ligação por completo, e tende a experienciar diversas coisas em outros planos, o que chamamos de desdobramento, ou viagem astral. 

Quando acordamos, não somos capazes de relembrar do que ocorreu por completo, no entanto, quando temos uma ideia e criamos alguma coisa, essa ideia pode ter sido plantada e vivenciada por nós enquanto visitávamos outros planos. Isso explicaria como o porquê duas pessoas (ou mais) pensarem e criarem coisas semelhantes em locais diferentes sem nunca mesmo terem se comunicado de alguma maneira.


Os espíritos também podem se comunicar conosco quando estivermos acordados. Isso porque nosso corpo físico não é como uma caixa incomunicável, temos que compreender que nosso corpo irradia ao nosso redor, ou seja, somos capazes de emanar certas energias que provêm do nosso espírito pelo nosso corpo físico. Assim, quando estamos acordados, somos capazes de comunicar com outros espíritos, no entanto isso pode ser mais difícil por serem planos diferentes.

Observando nosso dia-a-dia, podemos notar que, em momentos pontuais de extrema necessidade, sentimos certos anseios que podem vir a ser essa comunicação. Como sabemos, os guias componentes da coroa mediúnica de todos nós sempre nos acompanham e quando necessitamos de “um empurrãozinho” eles atuam para que possamos assim darmos um passo à frente. Claro que não é da mesma maneira quando comparamos à incorporação completa, pois quando nos entregamos ao trabalho por completo a comunicação também acontece com plenitude.  


Por fim, os espíritos são questionados de como duas pessoas, em locais diferentes, podem ter o mesmo pensamento. Isso acontece porque algumas pessoas possuem um grau de simpatia muito grande, fazendo com que pensamentos e ideias sejam comuns àquelas pessoas. Pensemos em nosso dia-a-dia, se observarmos sempre teremos um amigo, família ou pessoa próxima que comunga conosco os gostos, ideias e ideais. Essa pessoa seria nosso espírito simpático, justamente pelo afinco entre ambos.
   
  Trazendo esses ensinamentos para nossa Umbanda, devemos lembrar sempre de que nosso grande objetivo é o Amor e a Caridade, ou seja, independente de estarmos ou não no terreiro, centro, casa, etc. Se somos umbandistas, devemos presar por esses dois valores. Quando umbandistas, nos tornamos seres simpáticos com os demais irmãos de fé e na nossa natureza íntima devemos prezar por estes sentimento, bem como os demais adquiridos ao longo da nossa caminhada umbandista.

Victor de Oxumarê

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Visitas espíritas entre pessoas vivas

Visitas espíritas entre pessoas vivas
O Livro II dos espíritos, capítulo 8, fala sobre as visitas espíritas entre pessoas vivas. Inicia-se falando sobre a emancipação da alma, que a mesma parece decorrer de duas existências simultâneas, no entanto, explica-se que não existem duas existências, são apenas duas fases da mesma existência. Também é falado da habitualidade de visitarmos pessoas e parentes durante o sono. Pessoas que julgamos nem conhecer, amigos de outros países, pessoas úteis ao nosso desenvolvimento. É indagada a utilidade dessas visitas, se a olvidamos. Certo que ao despertar guardamos intuições, ideias, que, apesar de não sabermos, são adquiridas nessas confabulações. 

Explica também que o homem não tem autonomia sobre o espírito em relação a encontrar-se com quem deseja. Quando o espírito desperta, ele se desprende da vida na Terra. Pode acontecer de visitar quem o homem deseja ver, mas não é relacionado ao fato dele querer quando desperto.

É falado também da possibilidade de se reunir com vários outros espíritos, como uma assembleia, e de fato isso pode ocorrer devido aos laços de amizade, reunindo-se tanto espíritos antigos como novos. 


Por fim, expressa a possibilidade de visitarmos um amigo que julgávamos estar morto, mas que na verdade ainda vive, e ter por prova a sua existência terrena. Pode-se ter prova tanto da sua vida, quanto da sua morte.

No nosso terreiro, esse fenômeno é bastante citado como desdobramento astral, onde o corpo físico adormece e o corpo espiritual se projeta por vários locais, podendo ter contato com pessoas já falecidas ou não. No entanto, esse desdobramento só acontece com permissão do plano espiritual, ou seja, mesmo fazendo todos os “pré-requisitos” (meditação, relaxamento, etc.) para o desdobramento, não necessariamente iremos desdobrar. Isso explica porque algumas vezes desdobramos e o que experienciamos aparenta turvo e ao retornar ficamos cansado. Isso acontece porque, muita das vezes, forçamos os desdobramentos, visto que ele está além de nossa vontade material, segundo o Pai Jacó pelo médium Vitor de Oxumarê.





Bruno de Oxóssi

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Sono e Sonhos

Sono e Sonhos 

Dando início ao capítulo VIII do livro II, do livro dos espíritos, vamos falar neste texto sobre SONO E SONHOS. A emancipação da alma acorre quando de fato nos tornarmos libertos. É a liberdade temporária da alma, apesar de estar junto a um corpo físico. Sono é uma atividade natural do corpo físico para que ele possa reconstituir as suas energias. Cada ser diferente tem a sua necessidade de sono, porém todos nós necessitamos desse merecido descanso.
Possuímos dois tipos de vidas, ”vida material e a vida espiritual” que são interdependentes e para isso precisamos do corpo físico. Entendemos que cada um de nós sobrevive por um tempo, que este corpo físico nada mais é que uma casca para nosso corpo perispiritual. O espírito é o senhor do corpo, é ele que tem a vontade o corpo físico e é o executor das obras. 
Emancipação da alma é o fenômeno que pode ocorrer em várias situações e circunstâncias da vida do ser humano, entre elas o sono. Esse desprendimento do Espírito encarnado  possibilita-o a afastar-se por um breve período de tempo do seu corpo físico, onde a alma anima. 
Sono é o estado em que cessam as atividades motoras e sensoriais e o corpo repousa. Há o refazimento das forças físicas. Nas primeiras quatro horas de sono, é o sono físico, onde é reparado nossos órgãos e sistemas. Após essas quatro horas de sono se dá início ao sono psíquico.


  Sonho nada mais é que uma mera recordação do sono. Um refúgio o qual possibilita termos os mais altos e puros devaneios, algo que se cobiça e tanto queira. Porém, nota-se que nem sempre terá um sonho ou se lembrará de tê-lo.
  Sonho é um efeito da emancipação da alma, que de certa forma nos dá uma clarividência indefinida que se estende a muitos mundos e formas de existência. Existe também a possibilidade de reaver contato com espíritos mais evoluídos no qual em vida tiveram certo contato e relação de amizade. Em sonhos buscamos uma realidade alternativa da qual vivemos e a qual pertencemos.
Dentro da Umbanda, a emancipação da alma se dá de uma forma pela qual o médium se desdobra para o mundo espiritual a trabalho. Um médium consciente ou inconsciente de seus atos feitos no mundo espiritual lembrar-se-á apenas daquilo que seu corpo físico necessita para melhorar em sua vida.


Devemos nos preocupar com esse desdobramento? Claro que sim, pois é nele que os espíritos obsessores vão tentar ainda mais atormentar os nossos sonhos e boas vibrações, sujando assim muito nossa energia, fazendo com que nosso sono não tenha total eficiência durante a noite. Não apenas esses obsessores, mas também nossos guias de luz entram sempre em contato conosco através desse desdobramento, para não haver a interferência de tais espíritos perversos. Portanto, devemos nos deitar com pensamentos elevados, aumentando assim a nossa sintonia com bons espíritos.
Sonhos é sim, muitas das vezes, uma manifestação da nossa mediunidade, pois assim conseguimos nos lembrar de alguns ensinamentos úteis a nós mesmo e para outros. Esse tipo de mediunidade nem sempre é bem aproveitada por nós médiuns, devido ao pouco entendimento e o não preparo que devemos realizar do nosso corpo para esses trabalhos espirituais durante o sono.
Essa preparação pode ser feita através de uma alimentação leve e uma singela oração para melhorar nossa conexão com os guias Espirituais. Entrar em melhor sintonia com eles e ter uma noite proveitosa de trabalho, estudo e descanso do corpo físico.



Lucas Santos de Oxalá

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Esquecimento do passado


Esquecimento do passado

Vemos muito no meio espírita, umbandista e no meio reencarnacionista, de modo geral, a curiosidade em saber ”o que fomos” no passado. Este tema é tratado no Livro dos Espíritos, Capítulo Sete da Segunda Parte. Allan Kardec começa o assunto questionando aos Espíritos Superiores o motivo pelo qual não nos lembramos do nosso passado, e mais adiante pergunta se tomaremos consciência dessas lembranças futuramente.
Como sabemos, o nosso livre arbítrio é proporcional ao nosso grau de adiantamento intelectual e, principalmente, moral. Então, não poderia ser diferente nesse quesito. O esquecimento do passado, meus amigos, é um presente de Deus. Você já imaginou como seria você estar encarnado agora, dentro da sua casa, e olhar para aquele familiar que hoje você está aprendendo a amar, mas que ainda tem uma certa dificuldade,  e saber que em um passado distante ele te fez algo muito grave, ou você a ele? Iria dificultar ainda mais a sua caminhada ao lado desse ser. No âmbito familiar, principalmente, temos esses casos de diferenças do passado e que hoje esses seres caminham juntos, para que assim, pelos laços de afeto que a família inspira, possam resgatar aquilo que foi ferido anteriormente. 
Lembrar-se do passado é algo que normalmente na Terra não é bom, porque se o fosse, naturalmente já nos lembraríamos. De acordo com a nossa evolução e à proporção em que a nossa maturidade for crescendo, aí sim, teremos condições de lembrarmo-nos do nosso passado. Saberemos lidar com isso, sem que isso nos fira e nos comprometa, uma realidade que ainda não é presente no planeta Terra, um mundo de provas e expiações.


O Espírito não perde as lembranças do passado. O que ocorre na passagem da reencarnação é um esquecimento temporário. Pode se processar a lembrança, caso necessário, mas na sutileza divina, desde que tenha um motivo (tratamento espiritual através da regressão, por exemplo, mas isso será feito com alguém devidamente preparado com bases cientificas).
As lembranças do passado servem de aprendizado quando o Espírito delas necessita. Quem vive em busca de recordações, vivem numa ilusão com seu passado, que só serve para nos ajudar a corrigir certas condutas. Kardec comenta que não temos uma lembrança precisa daquilo que fomos ou daquilo que fizemos de bem ou mal, mas temos, entretanto, a intuição. E as nossas tendências instintivas são uma reminiscência do nosso passado, as quais a nossa consciência nos adverte que devemos resistir.      
Dentro da Umbanda, a linha que trata desse assunto é a linha da Evolução, sabemos que essa linha é regida pelos Orixás Nanã e Obaluaê. Essa energia (Nanã e Obaluaê) que cuida/que faz com que aconteça o “Esquecimento do passado”. Enquanto Obaluaê trabalha na passagem do plano físico para o espiritual (desencarnação), Nanã atua de forma contrária, do espiritual para o material, preparando o ser, serenando sua energia e fazendo-o passar pelo “véu” do esquecimento.
Todavia, essas duas energias desses dois Orixás operam juntos no processo de reencarnação e desencarne, mas cada um em uma intensidade. Obaluaê conduz o ser após o desencarne, Nanã o tranquiliza para receber aos poucos aquilo que foi “esquecido” antes de reencarnar. Todo esse procedimento é energético, lento e se dá de forma natural.
 Tudo que se faz necessário esquecer para não nos prejudicar, nós esquecemos, isso nos dá maior chance de abrir espaço para a seara do amor e da fraternidade. 

Axé!


Pedro Botelho de Oxóssi

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Simpatia e Antipatia Terrenas


Simpatia e Antipatia Terrenas

Dando continuidade aos estudos do Livro dos Espíritos, iremos abordar o tema Simpatia e Antipatia Terrenas, presente no Livro II, Capítulo VII.
Antes, vamos entender mais sobre simpatia e antipatia terrenas. A simpatia é uma relação entre seres que tenham afinidades no modo de sentir e de pensar. Sempre que falarmos em simpatia vamos lembrar no poder da atração, na vibração positiva. A antipatia é uma aversão espontânea irracional, repulsiva em relação a outro Espírito, que se reconhecem sem nem mesmo se falarem. Muitas das vezes, um amor não nasce de uma simples semelhança, de modos ou de apenas interesses comuns. Ele pode ser também resultado de um longo processo de dezenas ou centenas de vidas passadas em que as almas viveram juntas. Nessas experiências conjuntas, ambas foram passando por inúmeras situações, enfrentando desafios, superando obstáculos e que se envolveram em laços afetivos um com o outro, brotando daí uma profunda identificação e um sentimento verdadeiro. São Espíritos que em meio a uma multidão se sintam atraídos um com o outro, mas que não vão se reconhecer de vidas passadas, até porque essas lembranças de vidas anteriores seriam inconvenientes, maiores do que possamos imaginar.


Porém, depois de desencarnados, vão se reconhecer e saberão que passaram tempos juntos e tiveram afinidades em comum. No nosso dia-a-dia temos relações de simpatia e antipatia a todo instante, em relações a gostos, ideias, que podem começar em uma sala de consultório ou até mesmo em uma fila de banco. E, muitas das vezes, não estão associados a vidas passadas, mas que diante da profundidade desses vínculos, podem ser levados para outras reencarnações.
Um dos principais motivos da encarnação é o de poder trabalhar o sentido de buscar melhorias internas, de aperfeiçoar nossas qualidades e nos esforçar para deixarmos de lado nossas imperfeições e atingir a cada dia a perfeição Espiritual.
Da mesma forma com que os encarnados se agrupam aqui na Terra através dos laços familiares, das amizades e do amor, existem também os laços com nossos guias, que através das vibrações e das energias que o médium irradia, obtém uma afinidade maior com eles. São guias que estão trabalhando na irradiação do médium, com o objetivo de desenvolverem juntos a espiritualidade. Então, a simpatia e antipatia vão de acordo com seus pensamentos, da forma com que você está irradiando essa vibração e assim vai atrair Espíritos na mesma intensidade.
O poder do pensamento é uma relação de atração e atraímos espíritos simpáticos através das nossas ações. A afinidade mental e vibratória do médium faz com que cada entidade se aproxime dele e estabeleça o vínculo mediúnico para o trabalho na caridade dentro de cada linha. Existe no universo uma lei imutável: Os iguais se atraem e os diferentes se repelem. Num relacionamento mediúnico é importante que o desencarnado e o encarnado tenham o livre arbítrio respeitado. Então, a simpatia e antipatia é de acordo com a sua vibração e por isso é tão importante que sejamos seres bons e dignos, tanto nessa vida como nas outras encarnações.


Moni de Oxalá

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Da Infância

 Da Infância 

Dando continuidade quanto aos estudos referentes ao Livro dos Espíritos, hoje abordaremos o tema “Da Infância”, tema este que pode ser encontrado no Capítulo 7 do Livro II. 

Em um primeiro momento, é feito um comparativo entre o grau evolutivo do espírito e a idade do encarnado. Neste, é explicado que a idade de uma criança não faz daquele espírito habitante inferior ao adulto, podendo ser, no entanto, o contrário. Um espírito, ao reencarnar, reinicia sua jornada no plano físico e isso faz com que ele esteja renovado livre de quaisquer interferências mundanas, possibilitando ao reencarnado a qualidade de pureza maior comparado ao adulto, que, por sua vez, tem uma vivência mundana maior. 

O fato do Ser, na fase infantojuvenil, ser considerado mais vulnerável, se dá a um fator fisiológico e a precária formação de seus sistemas funcionais, digestivo, circular, muscular, etc. Se um órgão é mal formado, obviamente ele não exercerá as funções de maneira promissora, no entanto isso não implica que aquele espírito encarnado é pouco evoluído. Ele só não consegue utilizar daquele corpo que lhe foi dado em sua plenitude. 


   Sobre aqueles espíritos que desencarnam ainda na infância, é explanado que, quando isso acontece, o espírito retoma sua jornada no plano espiritual, ou seja, retorna para o plano espiritual e retoma seu processo de desapego da carne. Pode sim voltar a encarnar quando esse espírito não possuir nenhuma ligação com o envoltório carnal (corpo), ou seja, enquanto o espírito não rompe a ligação com o corpo anterior, em sua totalidade, ele não consegue dar um passo à frente no processo evolutivo. 

A Infância é de extrema necessidade para que o espírito possa evoluir, tanto no plano espiritual quando no plano físico. Quando a criança nasce, ela chora de modo que naquele momento é despertado na mãe o interesse aos cuidados para com a criança, ou seja, o choro serve como um chamado. Já durante a infância, diversas mudanças corpóreas ocorreram naquele Ser. Primeiramente devido a fatores biológicos naturais (aplicável a qualquer ser vivo) e essas mudanças também são de grande importância, pois são elas que adaptaram aquele espírito da recém encarnação para a vida adulta. Por fim, na adolescência, o espírito retoma sua natureza e se mostra tal qual era, por isso pouco conseguimos compreender as crianças, suas vontades, até mesmo a sua fala. 

O ingresso de uma criança em um meio familiar se dá por dois motivos. Primeiramente, para que aquele espírito possa evoluir em Terra e também adquirir novos valores. Uma criança também é de extrema necessidade para os pais que a concebem, pois são eles os responsáveis de fomentar aquela nova vida com amor incondicional, além da proteção quando a criança estiver numa fase infantil de sua vida. 

Por fim, é esclarecido que os espíritos não podem ingressar na vida terrena sem passar pelo aperfeiçoamento que ocorre durante a fase infantil, pois é nesta fase que são realizadas as adaptações a nova vida mundana.


  Gostaria de ressaltar agora a presença dos Erês na Umbanda, pois muitas vezes pessoas tendem a infantilizá-lo, no entanto, gostaria de esclarecer que esses espíritos não são crianças. Os Erês compõem uma linha de trabalho na Umbanda que traz em si uma pureza e inocência muito grande. “Arquetipar” um Erê em uma criança (fase infantil) nada mais é que utilizar da pureza das crianças e tentar utilizar um modelo terreno ou padrão passível de ser reproduzido. O mistério Erê está muito além da nossa compreensão humana, então temos que “arquetipá-los”  no mais próximo possível, não fazendo deles criança. E, vale relembrar que, como apresentado anteriormente, a infância nada mais é que uma fase transitória de qualquer encarnado.



Victor de Oxumarê

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Idiotismo e Loucura

Idiotismo e Loucura 

Antes de dar continuidade nos estudos acerca do Livro dos Espíritos, gostaríamos de enfatizar que essa obra foi primeiramente publicada em Abril de 1857, em Paris, na França. Com isso, podemos notar que é um livro com mais de 160 anos no qual algumas palavras e expressões nele apresentados podem denotar algum sentido diferente do que se apresenta hoje, sendo necessário, portanto, atenção nesta questão. 

Pois bem, agora trataremos do Livro II do livro dos Espíritos, Capítulo 7,  onde vem à tona o tema IDIOTISMO, LOUCURA. Como dito anteriormente, o livro, sendo do século XIX, possui alguns termos empregados de maneira diferente da empregada atualmente. Idiotismo, segundo o dicionário,  nada mais é do que um atraso mental genético grave, equivalente a uma idade mental não superior a três anos, com capacidades cognitivas e de comunicação rudimentares. A loucura também era tida como um problema mental genético, diferentemente do que chamamos hoje de loucos.

Primeiramente, os espíritos são questionados sobre o grau evolutivo das pessoas com deficiências motoras e é esclarecido que esses espíritos, ao encarnarem, não necessariamente são seres inferiores ou menos evoluídos. Na verdade, eles podem ser espíritos mais evoluídos, os quais estariam nessas condições reencarnatórias por penitência, pois aquele espírito precisa evoluir sem utilizar as funções motoras existentes. 


Também é questionado sobre o quão uma disfunção motora pode afetar o espírito que, por si só, não possui nenhuma deficiência. Neste momento, é elucidado que as deficiências da matéria podem afetar o espírito até certo ponto na realização de atividades terrenas, contudo o espírito continuará a possuir todas as suas funções cognitivas.

Levantando a hipótese de que em algumas vezes uma disfunção motora pode acarretar no suicídio, os espíritos explicam que aqueles que cometem tal ato fazem isso, pois se sentem constrangidos devido às limitações físicas. Acham que a única maneira para solução de tais problemas é o desencarne e, assim, se julgam habilitados de realizá-lo. Após o desencarne, o espírito pode vir a sentir as disfunções motoras que o perturbavam, no entanto isso não o impedirá de reencarnar. Aquele momento em que o espírito esteve em vida com disfunções motoras, apenas ficará guardado na memória dele como um período, e as disfunções não o atormentarão mais.

Esse ensinamento  é muito reconfortante por nos fazer compreender o porquê de algumas limitaçṍes físicas e mentais que apresentam alguns seres humanos.  E isso também é repassado pelos guias de Umbanda, de maneira e palavras diferentes, àqueles que buscam respostas para dificuldades dessa natureza, bem como para outras de gênero diversos. 



Victor de Oxumarê & Samila de Iansã  

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Influência do Organismo

Influência do Organismo  

O livro II do livro dos espíritos, capítulo Vll trata da Influência do Organismo. Neste capítulo, afirma-se que o espírito tem sempre as faculdades que lhe são próprias, assim, não são os órgãos que lhe dão as faculdades, mas as faculdades que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos. 
Os órgãos são os instrumentos de manifestações das faculdades da alma. Essa manifestação está subordinada ao desenvolvimento e ao grau de perfeição dos respectivos órgãos. Pode-se, ainda, comparar a excelência de um trabalho à excelência de uma ferramenta. Um exemplo deste funcionamento pode ser ilustrado observando o processo de incorporação. O médium, ao incorporar certo guia, recebe impulsos motores do guia a ser incorporado e esses impulsos advêm das faculdades mentais não do médium, mas sim do espírito ao se aproximar.  E, à medida que esta ligação se intensifica, os impulsos motores no médium são intensificados.


O espírito, ao encarnar, traz certas predisposições e, se as faculdades tivessem os seus princípios nos órgãos, o homem seria uma máquina, sem a responsabilidade dos seus atos. Todos os espíritos configuram colônias no plano espiritual, devido similaridades energéticas, ou seja, espíritos com afinidade aquosa tendem a habitar o meio aquoso no plano espiritual, espíritos com afinidades às matas, tendem a habitar as matas no plano espiritual. Essas predisposições do plano espiritual podem (ou não) virem à tona quando o espírito encarnar. 
Usemos a afinidade às matas como falado. Um espírito que teve essa afinidade enquanto habitava o plano espiritual pode, quando encarnar, ter uma afinidade muito grande com as matas, plantas e natureza, podendo a pessoa trabalhar em órgãos ambientais, tendo afinco à natureza ou apenas com habilidade em cuidar das plantas. Ou pode ser que ocorra o oposto, um espírito que, quando habitava o plano espiritual tinha afinidade às matas, quando encarnado, ele não o terá, justamente pela necessidade desse espírito de trabalhar outros valores e habilidades quando encarnado. E vale ressaltar que essas predisposições são diferentes do dito “Karma”.

Victor de Oxumarê & Gabriela de Iansã 

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Faculdades Morais e Intelectuais do Homem

Faculdades Morais e Intelectuais do Homem

No texto de hoje, trataremos do tema Faculdades Morais e Intelectuais do Homem, no Capítulo VII, Livro Segundo, p. 253-255. ​Kardec é respondido pela espiritualidade acerca do que podemos chamar de essência do homem – visto que como essência, temos a concepção de alma, ou espírito encarnado. 
Abstrai-se das respostas, que o caráter do ser humano advém do espírito que nele é encarnado, porém, temos que ter em mente a ideia de imperfeição do espírito (estar impuro) e não de essência deste (ser impuro), pois em equívoco, conceberíamos a existência de espíritos essencialmente maus, tais quais o que nomeamos – enquanto sociedade, como demônios. Devemos ter em mente a ideia de equilíbrio, a qual espíritos impuros estão encarnados com a finalidade de evoluir espiritualmente. 
Abstrai-se, também, que é o espírito o responsável pela moralidade e inteligência do homem e que, mesmo que o homem tenha grande inteligência, pode vir a pecar em questões de moralidade, visto que seu espírito não é tão suficientemente evoluído a ponto de não ceder às influências de espíritos menos evoluídos - se o fosse, talvez não estivesse encarnado. Além disso, pode ser exemplo de moralidade e ética, mas não ter desenvolvimento pleno de suas faculdades intelectuais.


​Por fim, Kardec questiona sobre uma teoria em que diversos espíritos juntos seriam a base da alma humana, trazendo-lhe suas faculdades e moralidades. A espiritualidade responde que é absurdo, pois, se assim fosse, não teria o homem a individualidade que o permite ser único no planeta. Nos leva a refletir, ainda, sobre a quantidade de problemas que criamos frente às respostas simples e objetivas que recebemos – muitas vezes, por não acreditarmos que se trata de algo tão simples. E vai mais adiante, ao nos expor a volatilidade do conhecimento humano sobre o mundo em que vivemos, pois nos primórdios da ciência, acreditava-se na existência de diversos tipos de matéria e que em sua coexistência, formariam o universo que os cerca. Hoje, porém, temos conhecimento sobre a relativa singularidade – ou reduzida pluralidade – da matéria¹, que em sua coexistência e transformação permanente e constante, se traduz no que conhecemos à nossa volta.
​Na umbanda, isso se traduz no processo de evolução ao qual estamos submetidos. Buscamos o alívio de nossas dores quando visitamos um terreiro pela primeira vez, mas o que nos leva a voltar é nossa necessidade de evolução. O desenvolvimento de nossas faculdades morais e intelectuais por meio das orientações que recebemos, nos faz progredir de forma que chega a impressionar aqueles que nos cercam – o que muitas vezes acaba por ser a porta de entrada destes na Umbanda.


​Percebe-se, também, de certa forma, a evolução espiritual quando ouvimos de um Exu, por exemplo, que ele está ali em busca da evolução de seu espírito por meio da prática da caridade de nos orientar e proteger. ​Há, ainda, de forma clara, a contextualização referente à formação do que chamamos de 3ª personalidade, confirmando a teoria de que somos constituídos de um único espírito, pois se não o fosse, não seria 3ª, e sim, 4ª, 5ª ou 50ª personalidade.

Axé!

Matheus de Obaluaê


¹Neutrino, Elétron, Quarks, Glúon, Bóson, Fóton e Gráviton são os elementos básicos do universo, que na relação entre si, formam tudo o que conhecemos.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

União da Alma e do Corpo

União da Alma e do Corpo

Dando continuidade ao trabalho desenvolvido no blog, sobre o Livro dos Espíritos, de Alan Kardec, o tema a ser discutido nesse texto é a União da Alma e do Corpo, no Livro Segundo, Capítulo VII – Retorno à Vida Corporal.
Primeiramente, devemos compreender que a alma é imaterial e individual, que existe em nós e sobrevive ao corpo, tendo mais que um significado. Já o corpo é a matéria, o agente, o intermediário, é a "ponte" para o espírito atuar. 
A alma e o corpo começam a se unir no momento da concepção, mas não se completa até o nascimento, para que o espírito possa já sentir as atribulações da gestação, que acarretará na encarnação. Desde a concepção, alma e corpo estão ligados pelo laço fluídico, que nada mais é que a conexão que liga o corpo físico ao corpo espiritual. Porém, sua ligação com o corpo é frágil e pode o espírito recuar à prova e vir a desistir de sua  experiência em carne.
O aborto espontâneo explica muito bem essa “não encarnação”. Há, ainda, em termos de rompimento da ligação entre a alma e o corpo, o corpo que não tem vida, levando o espírito à escolha de outro corpo para a sua prova. Ao espírito, isso não gera retrocesso, mas pode não gerar aprendizado. Como sabemos, em termos de espiritualidade, não há retrocesso, existe estagnação. A evolução, nesses casos, ocorre em grande parte, nas vidas dos pais desse Ser, seja como mudança de hábitos inadequados, seja como uma maior preparação para o futuro do casal.


Há crianças que, desde o ventre da mãe, a ciência já indica que não terão possibilidades para viver. Isso acontece frequentemente porque Olorum (Deus) permite isso como prova, seja para os pais, seja para o espírito destinado a encarnar. Alem dos casos de crianças natimortas que sequer tiveram um espírito destinado a seus corpos, isso ocorre porque as mesmas não tinham o que cumprir na Terra. É somente pelos pais que essa criança nasce, como prova.
É durante a gestação que o espírito vinculado ao feto começa a perder a memória de vidas passadas e suas faculdades mentais são limitadas afim de que as desenvolva mediante o crescimento do ser. São fatos de extrema importância, visto que se nascêssemos com todas as faculdades em pleno funcionamento e com memória de vidas passadas, o processo evolutivo poderia ser um tanto simples, pois saberíamos claramente o que mudar, como mudar, quem perdoar e nossa passagem pelo planeta seria uma viagem tão breve quanto um passeio no parque. Ou poderia, também, ser muito complexo, visto que lidaríamos com nossos erros cometidos frente a frente, independente do grau maior ou menor de gravidade. É preciso que não lembremos de vidas passadas e que nossas faculdades mentais se desenvolvam mediante nosso crescimento para que possamos evoluir em vida e, consequentemente, em espírito.
A vida do feto assemelha-se à vida vegetal, pois não possui propriamente uma alma ligada àquele corpo em processo encarnatório, porém, aguardando o momento em que o feto e o espírito se tornarão um só. 
Finalizando, questionamentos acerca da criminalidade do aborto, a espiritualidade afirma que qualquer que seja a pessoa que transgrida à Lei Divina, impedindo o nascimento de um ser que está destinado a passar pela provação da vida, está cometendo crime, salvos os casos em que a vida da mãe está em risco em detrimento da vida do feto. Se o caso fosse a vida da mãe em perigo, não seria crime sacrificar a criança para salvar a mãe, porque é preferível sacrificar o Ser que não existe ao Ser que existe. Nós devemos respeitar a Olorum e toda a sua obra de criação. Assim o fazemos com o feto, da mesma forma que respeitamos uma criança já encarnada.
A alma precisa do corpo e o corpo precisa da alma, ambos para sua evolução. A alma existe sem um corpo, mas precisa da matéria para poder evoluir conforme os planos de Olorum. O corpo necessita mais do espírito do que o espírito da matéria, e quando digo matéria não tem nenhuma ligação com os bens materiais. Pois necessitamos evoluir o nosso espírito para podermos atingir a perfeição conforme nossa evolução a cada vida.


Na umbanda, sabemos da responsabilidade que temos durante nossos períodos de encarnação e desencarne, lembrando sempre que, devemos adquirir a capacidade de enfrentar os desafios propostos. 
Uma vez que iniciamos nossa caminhada, devemos ter em mente a necessidade do exercício da espiritualidade como forma de obter orientação acerca de quais pontos devemos modificar em nossas vidas, em busca da evolução espiritual. 
Isso significa que devemos estar atentos às nossas atitudes e ter em mente que estamos vivos para suportar  as provas que nos são postas, a fim de buscarmos evolução espiritual, tendo em mente a prática do amor e caridade pregados pela Umbanda, bem como a execução dos ensinamentos, obtidos em cada consulta recebida, na vida, não nos importando o julgamento do próximo, nem a superficialidade da matéria.

“Você pensa que o amor é estar acompanhado, mas não é. Amor e caridade é amor consigo e caridade com o outro, e não o contrário. Ame a essência divina dentro de você” Exú Toquinho, pelo médium Victor de Oxumarê.

“Mais vale uma observação do que mil pensamentos” Erê Pedrinho, pelo médium Pai Igor de Oxum.




Nirvana de oxalá, Matheus de Obaluaê e Victor de Oxumarê

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Prelúdio da Volta

Prelúdio da Volta

Vamos, neste texto, abordar sobre PRELÚDIO DE VOLTA, assunto presente no livro II, capítulo VII, do Livro dos Espíritos.
A palavra prelúdio significa ação preliminar que antecede a realização de uma ação maior. Nesse texto iremos ver algumas ações que antecedem o processo reencarnatório.
Quando nosso espírito se encontra na erraticidade, que é o estado que os espíritos se encontram antes da reencarnação, todos eles pressentem tal hora chegando. É citado no livro dos espíritos que pressentimos o momento chegando como um cego que se aproxima do fogo e o sente, assim como muitas pessoas enquanto encarnadas  também pressentem que voltarão para o mundo espiritual (desencarne).
A reencarnação é uma necessidade da vida espírita , assim como a morte é uma necessidade para a vida corpórea. Precisamos retomar a um corpo  para reeducarmos nosso espírito em direção à perfeição.Precisamos desse corpo físico para que, através das nossas lutas diárias, possamos aprimorar nossos valores e elevar o nível da consciência a uma padrão vibratório mais sutil.
Nem todos os espíritos se preocupam com o processo evolutivo, tanto no mundo espiritual quanto no plano material. Há, também, aqueles que nem compreendem suas responsabilidades e acabam pensando que sua existência é apenas um passeio. Isso se dá pela natureza mais ou menos evoluída de cada um.


No plano espiritual (erraticidade), um espírito pode apressar ou retardar o momento de sua volta. Apressar através de seus votos ardentes ou retardar se recuando diante das provas que lhe foram impostas, mas sofrendo as consequências do fato. Mas  vale lembrar que não se pode adiar indefinidamente o momento da reencarnação pois a evolução é uma necessidade do espírito, a evolução é uma lei de Deus.
Existe um planejamento reencarnatório perfeitamente  elaborado para que atenda à necessidade evolutiva de cada um de nós. Todos nascemos nas nossas famílias, seja por afinidade ou antipatia, mas sempre por necessidade.
Existe sempre a indagação se um espírito pode escolher o corpo e o gênero no qual irá se reencarnar no plano material. Sim, poderá , mas sua vontade será atendida ou não, conforme sua evolução e necessidade de encarnar naquele corpo escolhido. A decisão de escolha do corpo a que o espírito irá encarnar pode ser feita por Deus que, com sua suprema bondade, lança o espírito em um corpo compatível com suas reais necessidades evolutivas.
No processo reencarnatório, a perturbação é maior que no rompimento dos laços e desprendimento  entre o espírito e o corpo físico.
Forças perispirituais no nascimento:
Impulso de contração, Força Hipodinâmica: é a contração do espírito para que tome a forma de feto, minitualização persipiritual, contato com o útero materno.
Impulso de Expansão, força Hiperdinâmica: onde se dá o crescimento da consciência do ser.
Os espíritos citam para Kardec uma metáfora de que a nossa jornada terrena é como a jornada de um marinheiro que embarca numa aventura sabendo dos riscos e perigos que irá enfrentar, mas sem saber se voltará.


Teremos espíritos amigos nos acompanhando momentos antes da nossa vinda, dependendo da nossa esfera íntima. Se estiver na esfera onde reina o amor e a afeição entre os espíritos,  amigos o acompanharão até o último momento e frequentemente em toda a jornada terrena, sendo assim um motivo a mais para que estreitemos os nossos laços afetivos com nossos irmãos terrenos.
Este ensinamento é de extrema importância, também, dentro da Umbanda. Esta, sendo uma religião que acredita na manifestação dos espíritos, possui, ainda, como um de seus embasamentos, os ensinamentos da doutrina espírita. Portanto, é uma religião que acredita na reencarnação e, nós umbandistas, nessa jornada terrena, contamos com o auxílio de todas as entidades de Luz que nos orientam, acolhem e dão forças nessa encarnação.
Por fim confie sempre em Deus, na sua jornada e na sua força. Pois a vida é linda, nosso planeta é lindo e nele temos a chance de nos aperfeiçoarmos aprendendo amar e ser amados.
Axé !


Marcelo de Oxalá

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Comemoração dos Mortos - Funerais

Comemoração dos mortos - Funerais 

Neste tema abordado, presente no capítulo VI, segunda parte do livro dos espíritos ,  Kardec nos passa que os espíritos são sim sensíveis às recordações daqueles que os amavam na Terra. Essa lembrança aumenta a felicidade dos espíritos que estão felizes e conforta  aqueles que estão infelizes.
O dia de finados  é um dia como outro qualquer, pois os espíritos  são  sensíveis ao nosso pensamento e não às cerimônias formais. Eles se reúnem em um  grupo maior pelo fato de ser maior o número de pessoas que ali os chamam pelo pensamento nesta data,  mas cada um só se apresenta em concentração  às pessoas queridas.
O pensamento é uma grande força que é uma  propriedade do ser espiritual, é ele que diferencia  o espírito  da matéria.


A grande quantidade de pessoas que visitam os túmulos não significa que venha trazer alguma satisfação ao espírito desencarnado. A visita ao túmulo  é a maneira do encarnado manifestar exteriormente que pensa no espírito desencarnado , mas é a prece feita que santifica a lembrança.
Os espíritos  presenciam sim, em grande frequência, o seu enterro. Mas, às vezes, eles não percebem o que está ocorrendo ali se ainda estiverem incomodados devido a perturbações.
Ao visitar os túmulos, essas atividades os fazem ter recordações das pessoas amadas e também é a forma  de nós encarnados demonstrarmos a saudade e o carinho que sentimos por eles. Mas devemos ter em nossos corações que essa atitude só terá  seu valor se for realmente feita com intenção tirada de dentro dos nossos corações com total sentimento e não da boca para fora .
Devemos nos lembrar com total alegria e não devemos sentir pena dos que já partiram, pois estão completamente vivos e nós, que estamos aqui  nesse plano, devemos comemorar nossa vida com muito amor, mostrando sempre nosso carinho e nossa gratidão.


Na Umbanda, acreditamos que a morte e o nascer são momentos sagrados e não acreditamos  que tudo se acaba quando  temos a morte do nosso corpo físico, mas sim que é a conclusão de uma etapa de nossa passagem aqui na Terra. 
Em relação ao ritual fúnebre, a Umbanda possui um ritual próprio que pode variar conforme a Casa. Isso irá depender do costume do terreiro , sendo que pode haver aqueles que não realizam o rito , bem como , pode haver os que o realizam. 
No dia de finados, pode ser realizado culto ao nosso Divino Orixá Pai Omulu. Conhecido como o Senhor da morte, seja morte de ideias , processos , bem como da morte física . É o término de uma fase para que se ingresse em outra. Por isso, a possibilidade de elevação de intenções ao grande Pai Omulu nesta data, na certeza de que morre o corpo físico, mas que posteriormente nascerá a possibilidade de um novo renascer, novo reencarnar.

Atotô, meu pai!


Sávio de Oxóssi