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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Karma

Karma


   A ideia sobre karma nos remete a situações que devemos passar para que possamos nos desenvolver espiritualmente. Existe muita controvérsia quanto a este assunto, muitos acreditam que quando fazemos algo de ruim com alguém, pagaremos por isso em uma próxima encarnação. Será que é isso mesmo? Onde o livre arbítrio se encaixa nisso? Porque algumas pessoas têm “vidas mais fáceis” que as outras? 


 Muitas pessoas acreditam que sua vida é um roteiro onde passará por todos os sofrimentos que causou no passado, para que assim se aperfeiçoe e se torne alguém melhor. Não é assim que vejo. Se fosse assim, poderíamos passar pela vida no “piloto automático”, aceitando qualquer situação por mais desconfortável que seja, pois seria nosso destino passar por aquilo. Hoje vejo que essa ideia é usada, muitas vezes, por ser conveniente, com ela as pessoas nunca precisam assumir sua culpa, é só dizer que é seu destino. Acredito que não é saudável que nós espiritualistas enxerguemos o karma assim, pois é uma forma de estimular o conformismo. Soa, muitas vezes também, como uma ameaça, como se o karma fosse o inferno dos espiritualistas, onde dizem “seja bonzinho ou pagará caro depois”. 


   A realidade é que karma existe e tem uma relação íntima com as reencarnações, acreditamos que se reencarnamos é para nos aprimorarmos diante de provas. No entanto, a evolução não se dá somente através do sofrimento. Podemos aprender do modo mais fácil ou do mais difícil, depende de cada um essa escolha, aí que entra o nosso chamado livre arbítrio. É possível aprender a se libertar do orgulho e a amar ao próximo, sem que seja necessário sofrer. Isso pode ser visto imaginando que somos crianças, onde o pai tenta nos ensinar dando o exemplo para que sejamos honestos, não poluamos e que sejamos educados, mas caso não aprendamos dessa maneira seremos castigados, se não pelo pai, através do castigo e sofrimento físico, pela própria vida que pode nos castigar depois de diversas maneiras como multas, brigas, prisão etc. Cada um atrai e aprende com aquilo que tem afinidade.

   Muitos comparam a suas vidas às dos outros e se fazem de vítimas. Invejam o que é do outro e muitas vezes não lutam pra realizar o que almejam. Dizem que o sucesso do outro foi fácil por nascer privilegiado e acham que tem como karma uma vida mais difícil. Quem disse que a vida de quem tem o sucesso aos olhos humanos é fácil? Cada um passa pelas provas que precisa. Uma pessoa rica, não tem necessariamente lições menos duras que uma pessoa pobre. Não é uma grande prova quando um rico descobre que as pessoas que considerava como amigos só o cercam por serem interesseiros? E quando ele tem filhos que esbanjam do seu dinheiro mesmo que tudo esteja desmoronando, não é uma lição? Outro exemplo é a vida do homem que tem facilidade de conquistar várias mulheres, ele é admirado pela sociedade, mas será que isso também não é uma prova? Será que não acontece dele ter tido a chance de ter um relacionamento mais profundo com alguém que admirasse e que deixou passar devido a seus instintos? A dor dele é pequena quando ele vê essa pessoa sendo feliz com outro alguém? Como já foi falado em outro texto(Orgulho e Julgamento), temos que julgar menos e olhar mais para nós mesmos. Enquanto nos preocupamos com a vida dos outros, muitas lições das nossas próprias vidas podem estar passando despercebidas. 


   Temos que viver a vida tentando trabalhar os pontos fracos que identificamos em nós mesmos e não se entregando a eles, o karma não é gerado somente nas encarnações anteriores, é também gerado em vida. Por exemplo, você tem a opção de ser gentil ou agressivo e receberá um retorno da vida de acordo com o que escolher. As pessoas terão opiniões diferentes a respeito de você de acordo com isso, desejarão o seu sucesso ou fracasso. Desejarão distância ou proximidade. Construímos o nosso próprio karma.

  Nem mesmo nos meios espiritualistas a ideia de como funciona o karma é uma unanimidade, nesse texto tentei expor brevemente o que penso a respeito. E você concorda ou tem uma ideia diferente? Caso tenha algo para acrescentar comente e vamos aprender juntos. 

Muito obrigado!
Ricardo de Ogum Matinata

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