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terça-feira, 26 de outubro de 2021

Dissertações espiritas: Comunicações apócrifas

 

Dissertações espíritas: Comunicações apócrifas

 

Olá irmãos, hoje encerramos nosso ciclo de estudos do Livro dos Médiuns e, para finalizar, abordaremos os ensinamentos contidos na parte final do capítulo XXXI - Dissertações espiritas: Comunicações apócrifas (falsas).

Grandes ensinamentos estão contidos nas dissertações apresentadas nesta parte do capitulo, mostrando cada vez mais a necessidade do estudo e da preparação para as comunicações. Não devemos aceitar toda e qualquer comunicação vinda do plano espiritual, mesmo que esteja assinada por grandes nomes, como o de Jesus. O senso crítico dos médiuns perante as dissertações obtidas só será desenvolvido através de estudo, de recolhimento e de análise profunda.

Algumas dissertações apresentadas são belas, com linguagem pomposa, mas ao serem estudadas não trazem nenhum ensinamento, devemos sempre desconfiar de comunicações pomposas, com floreios... Podemos observar também comunicações com tom mais agressivo que não são compatíveis com a assinatura do “autor” do texto.

Mas porque isso ocorre? Muitas vezes espíritos desencarnados que ainda não apresentam certo grau de elevação moral, querem "deixar sua marca" nas sessões e, para serem aceitos, acabam tomando nomes de respeito para os encarnados. Encontram na equipe despreparada uma porta para propagarem seus falsos ensinamentos, se divertindo às custas dos médiuns.

O senso crítico para análise das comunicações também possui grande importância na Umbanda. A proteção da casa, equilíbrio e estudo dos médiuns são pilares necessários para a firmeza dos trabalhos. Aliado a esses pontos, adotamos  alguns preceitos, como não realizar a ingestão de bebidas alcoólicas e carnes vermelhas ou ter relações sexuais nos dias que antecedem os trabalhos (tais preceitos podem variar de casa para casa, pois a Umbanda não possui uma doutrina única), os preceitos limpam o corpo e a mente do médium, diminuindo as influências do mundo material.

Em casas onde não se trabalha nos princípios do amor e da caridade, é comum observar espíritos mal intencionados (kiumbas) incorporando em seus médiuns, se apresentando como membros de grandes falanges espirituais, alegando conseguir fazer qualquer tipo de trabalho. Esse ciclo só poderá ser interrompido através de análise minuciosa das comunicações, dessa forma fica fácil observar que as falas do kiumba são incompatíveis com os ensinamentos disseminados pela falange do qual toma o nome.

“A umbanda é coisa séria pra gente séria”.

 

Pedro” de Xangô

 

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Dissertações espíritas- Sociedades espíritas

Dissertações espíritas- Sociedades espíritas

 

Olá Irmãos, analisaremos hoje os ensinamentos do capítulo XXXI da parte segunda do Livro dos Médiuns, mais especificamente as dissertações a sobre as sociedades espíritas.

A importância da prece para o começo dos trabalhos é destacada, através dela nossos Espíritos familiares serão evocados para a reunião. Não existe uma prece fixa e absoluta para ser realizada antes das sessões, desde que feita com fervor e sinceridade a ajuda irá alcançar os médiuns. Se despir de egos e vaidades também é essencial.

Destacam sobre a importância do recolhimento, da meditação, sobre a importância de limpar as mentes antes das reuniões. A concentração fará toda diferença na qualidade das comunicações, quando a egrégora formada é séria, sincera e benevolente, os bons Espíritos estarão presentes para proteger e transmitir suas experiencias e ensinamentos. 


As dissertações presentes expõem sobre a importância do real motivo da comunicação, nos advertindo que as comunicações não são circos e que os Espíritos sérios ali presentes não querem aplausos ou reverências. Nenhuma manifestação deve ser condenada, pois, mesmo as realizadas por Espíritos malfazejos, ocorrem com a permissão de Deus, muitas vezes como forma de alerta aos médiuns da casa ou como forma de auxílio ao espirito que ali se manifesta.

Sobre outras casas, os espíritos nos instruem que muitos são os que buscam a evolução. Não devemos ver outras casas como concorrentes, mas sim como aliadas para a prática do amor e da caridade, sempre ao lado das trevas deverá haver luz para guiar. A rivalidade apenas atrasa o processo de evolução dos encarnados e desencarnados, servindo de alimento para as trevas minarem a bondade.

As dissertações apresentadas trazem diversos ensinamentos dos quais a Umbanda também se utiliza, a importância do preceito, do recolhimento, de manter os bons pensamentos para que os malfeitores não consigam encontrar caminhos para nos fazerem mal ou nos enganarem. A egrégora formada em uma gira tem início fora do terreiro, com o amor e caridade propagado por seus membros.

Uma vez que a Umbanda não possui uma doutrina única uma casa nunca será igual a outra. Destacando a importância da união e harmonia entre os Umbandistas.

“A união faz a força. Sede Unidos, para serdes fortes”, uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco.

Pedro” de Xangô

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Dissertações Espíritas- Sobre os Médiuns

Dissertações Espíritas- Sobre os Médiuns

 

Dando continuidade ao estudo do Livro dos Médiuns, falaremos agora sobre a segunda parte do capítulo XXXI- Dissertações espíritas: sobre os médiuns.

Iniciamos com uma reflexão que abrange diversos pontos de vista: todos os homens são médiuns e todos tem um espírito que os dirige em direção ao bem, desde que saibam escuta-lo. Há aqueles que possuem mediunidade aflorada e capacidade de se comunicar diretamente com seus mentores espirituais e  aqueles que não possuem tal faculdade ou que não acreditam em tal contato dentre os mundos, mas ainda assim, são guiados pela voz do coração, da razão, ou como preferir chamar, mas jamais estão desamparados.

Apesar de saber que a mediunidade é natural ao homem, muitos a enxergam como um dom e se deixam levar por este “dom”. Esquecem-se que Deus permite que desfrutem de tal faculdade com o intuito de ajudar a propagar a verdade, evoluir espiritualmente e ajudar aqueles que necessitam e atribuem a si mesmos o mérito por seus feitios. Em contrapartida, quando são tomados pelo orgulho, os bons espíritos os abandonam.


Para receber comunicação de bons espíritos é necessário ter bons intenções e fazer o bem pelo progresso geral. Para ser um bom médium deve-se ser modesto e devoto aos princípios da espiritualidade. São raros aqueles que, em nenhum momento, se deixaram levar pela grandeza dos pensamentos, que não pensaram, nem por um momento, que estavam destinados a obter resultados superiores. O espírito Pascal cita em sua declaração:

“Médiuns, aproveitai essa faculdade que Deus vos quer conceder. Tende fé na mansuetude de nosso Mestre; tende a caridade sempre em prática; não deixei jamais de exercer essa sublime virtude, assim como a tolerância. Que sempre vossas ações estejam em harmonia com vossa consciência.”

Em nossa casa, consideramos todos os aspectos citados no presente texto. Não vemos a mediunidade como um dom e somos sempre lembrados de que devemos usufruir de tal faculdade com responsabilidade; que somos instrumentos de trabalho e servimos a espiritualidade, não o contrário; que a parte mais difícil em lidar com a mediunidade é não se deixar levar por sentimentos mundanos como o orgulho, o ego e a vaidade, pois nada somos além de espíritos encarnados, servindo em terra a Lei Divina.

Larissa de Iansã


quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Dissertações Espíritas- Sobre o espiritismo

 

Dissertações Espíritas- Sobre o espiritismo

 

Olá irmãos de fé, dando continuidade ao estudo do Livro dos Médiuns abordaremos o capítulo XXXI da parte segunda – “Dissertações Espíritas”.

O conteúdo presente no capitulo será divido de acordo com o tema das dissertações apresentadas: sobre o espiritismo, sobre os médiuns, sobre as reuniões espíritas e comunicações apócrifas (falsas).

Antes de mais nada, devemos fazer uma consideração: o capítulo presente é composto por ditados espontâneos de alguns espíritos elevados, a fim de confirmar os princípios contidos na obra. A primeira dissertação tem autoria de “Santo Agostinho”. Devemos lembrar que não provem do espírito de Santo Agostinho, mas sim de um espirito de elevado nível de moral e que traz consigo conhecimentos e vivências que o permitem utilizar tal nome, na umbanda chamamos de “falange”.



O espírito J. J. Rousseau cita o espiritismo como um estudo filosófico de causas secretas, como uma forma de confirmação e não como revelação. Segundo ele “o espiritismo é uma alavanca que derruba as barreiras da cegueira” e mostra o que realmente importa: a elevação espiritual, o esclarecimento.  

Nesta primeira parte, os comunicadores trazem muitos ensinamentos reconfortantes sobre o futuro do espiritismo. Nos mostram que a semente foi plantada e que, antes disso, todo o solo para a revelação da doutrina foi preparado e precisará ser regado com fé a cada dia. Que o caminho não será fácil, mas será gratificante. Ressaltam ainda a importância de escutarmos os conselhos dos espíritos que querem nosso bem, sem nos ofendermos com a verdade, pois Deus os envia para nos instruir sobre nossos deveres e para mostrar o melhor caminho a seguir.

Ao fazermos uma pequena mudança de hábito, uma melhora de rotina, uma nova forma de auxiliar o próximo, não temos real consciência do bem que estamos fazendo. Essa ação irá ecoar por várias encarnações em nossa existência.

“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”

Pedro “de Xangô e Larissa de Iansã

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Regulamento da sociedade parisiense de estudos espíritas

 

Regulamento da sociedade parisiense de estudos espíritas

 

Continuando nosso estudo do “Livro dos Médiuns”, hoje abordaremos o capitulo XXX, da parte segunda – Regulamento da sociedade parisiense de estudos espíritas.

Antes de mais nada, o regulamento apresentado foi realizado com base nas experiências da época em que a sociedade parisiense de estudos espíritas foi fundada (01/04/1858). O regulamento não é dado como norma absoluta, seu intuito é organizar e facilitar o funcionamento e fundação de novas casas. O regulamento completo não será apresentado no presente texto para que não fique cansativo, mas alguns pontos serão destacados.

A sociedade tem como objetivo estudar os fenômenos relativos às manifestações espíritas e, logo no primeiro artigo apresentado, um fato nos chama atenção: “As questões políticas, de controvérsia religiosa e de economia social não são comentadas”. Essas questões podem acabar desviando o real intuído da reunião. O regulamento também diz que todos os membros devem ter benevolência entre si e se tratarem com amor, colocando o bem geral acima do amor próprio.

Outro ponto importante a ser citado é como o regulamento é rigoroso no que diz respeito as reais intenções dos sócios. Para tornar-se titular é preciso, primeiro, ser sócio livre e frequentar durante certo tempo as sessões por vontade própria, e durante esse tempo provar sua adesão e vontade de agir de acordo com os princípios da caridade e da moral espírita. Visando manter tais princípios e o espírito da benevolência recíproca, a sociedade tem o direito de excluir os membros que causem qualquer tipo de hostilidade a doutrina.



Após a leitura, é possível observar a seriedade dos trabalhos que serão realizados e com os membros que poderão ou não ingressar na sociedade parisiense. Essa preocupação está presente até hoje em diversas casas de atendimento.

Ao passo que as manifestações espíritas avançam, torna-se necessário um modelo para estabelecer como deverá funcionar as reuniões, um estatuto ou regulamento é de extrema importância para as casas. Cada casa deve ter um regulamento específico, que atenda às suas necessidades, mas como citado inicialmente, o regulamento da sociedade parisiense pode servir como base para a criação de outros regulamentos.

Uma vez que a Umbanda não possui doutrina única, também não é possível existir um regulamento único, que atenda as especificidades de todas as casas. Sempre haverá adaptações, mas os princípios do amor e da caridade devem ser a base para a criação dos regulamentos e, assim como citado no regulamento espírita, deve haver benevolência recíproca entre os membros. Como o guia chefe de nossa casa sempre diz: “Umbanda é coisa séria, para gente séria” e a presença de um regulamento para o bom funcionamento da casa afirma essa seriedade.  

“Fora da caridade não há salvação.”

Larissa de Iansã e Pedro” de Xangô

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Reuniões e sociedades espíritas

 

Reuniões e sociedades espíritas

 

Dando continuidade aos nossos estudos sobre o Livro dos Médiuns, hoje abordaremos o conteúdo da segunda parte das manifestações espirituais, capítulo XXIX- “Reuniões e sociedades espíritas”.

Neste capítulo Kardec nos esclarece sobre pontos importantes das reuniões espíritas.  As reuniões são momentos importantes por permitirem trocas de ideias e estudos entre os encarnados presentes, e entre os encarnados e os espíritos que ali se manifestam. Porém, para que uma reunião ocorra da maneira correta é necessário preparo, tanto do lugar quanto dos médiuns presentes.

Kardec nos apresenta 3 tipos de gêneros de reuniões: as frívolas, experimentais e as instrutivas.

·         Frívolas: Compostas por pessoas que vão a reunião para se divertirem e assistirem ao “show”. Essas reuniões são compostas por leitura da sorte, premonições sobre o futuro, adivinhações. Geralmente os espíritos que se apresentam nessas reuniões são espíritos zombeteiros, que atraídos pela egrégora (energia formada pelo pensamento das pessoas reunidas ali) do lugar, se manifestam para brincarem e se divertirem. As pessoas que frequentem apenas esses tipos de reuniões, não conhecem a verdadeira natureza do mundo espiritual e nem dos espíritos de luz, que se manifestam para ensinar e não para brincar.

·         Experimentais: São reuniões em que o objetivo são as manifestações físicas, sendo elas as manifestações que deram aos crédulos, conhecimento para a descoberta das leis que regem o mundo espiritual. Dessas reuniões, os incrédulos saem mais admirados do que convencidos, procuram explicações palpáveis para os eventos e quando não as encontram, justificam com pretextos. Os crédulos e os que estudam o mundo espiritual, nessas reuniões, são capazes de identificar farsas e mistificações. 

·         Instrutivas: São reuniões as que mais geram conhecimento e devem ser realizadas de maneira muito séria. As pessoas presentes devem se portar  de maneira séria, deve ter pensamentos bons, limpos, focados no trabalho que será realizado. Se os presentes estão maus intencionados, portas se abrem para que espíritos mal-intencionados atrapalhem os trabalhos. Se os presentes não estão abertos para receber o conhecimento passado pelos espíritos de luz, se esperam apenas manifestações como as descritas nas reuniões frívolas, esses espíritos de luz se afastaram e espíritos zombeteiros tomaram conta da reunião.

Na Umbanda essas reuniões podem ocorrer em junção ou separadamente. Há casas em que o estudo é feito antes das consultas, há casas que tem dias específicos para consultas e outros para estudos e há também aquelas casas em que os espíritos zombeteiros já tomaram conta, onde o trabalho feito não é sério, virando uma grande bagunça.



            Em outro ponto, Kardec nos esclarece de que o estudo é de extrema importância para a compreensão e a execução de bons trabalhos espirituais. Um bom médium estuda muito, procura compreender os fenômenos e seus efeitos, assim como pesquisa suas causas, assim ele está preparado para distinguir o que é o trabalho de uma casa séria e o que não o é. O estudo também é poderosa arma contra a obsessão e mistificação de médiuns desinformados, os espíritos trevosos acham passagem fácil na mente desses médiuns, e o deixam cego e mais desinteressado pelos estudos. Quando se tem estudo, o médium pode perceber sinais de que está acontecendo algo de errado e assim procurar ajuda para resolver aquele problema. Há aqueles médiuns também que já estão tão apegados aos espíritos trevosos que não aceitam ajuda, não aceitam esclarecimento de que aquilo faz mal para ele e que a situação deve ser analisada e melhorada.

O médium obsidiado nunca aceita que está obsidiado. Infelizmente existem muitos desses médiuns que não aceitam ajuda por acharem que seus “guias” são muito evoluídos, por acharem que a pessoa que está fazendo a crítica não entende do assunto. Várias casas têm em sua corrente esses médiuns, o que gera trabalhos perigosos e bagunçados, pois os espíritos presentes ali não estão para ajudar e sim para gerar discórdia e bagunça.

Todos somos assistidos por um grupo de espíritos, esses espíritos são atraídos a nós conforme nossos pensamentos e vibrações, somos o que vibramos. Então, se a pessoa vibra raiva, angústia, tristeza, apenas coisas ruins, vai atrair para si espíritos ruins. Se a pessoa vibra positividade, vai atrair para si mais e mais espíritos positivos. Na Umbanda existem momentos, durante as reuniões, em que  determinado espírito negativo que esteja acompanhando a pessoa, vai ser esclarecido e encaminhado, ou seja, a influência daquele espírito sobre aquela pessoa irá cessar. Esse trabalho é feito de acordo com o merecimento da pessoa e do espírito, e também não adianta nada o espírito ser retirado e aquela pessoa continuar com os mesmos pensamentos negativos e estilo de vida negativo, isso só irá atrair novamente mais espíritos negativos.

            Em todas as reuniões tem-se espíritos que aparecem com regularidade, que podem ser chamados de frequentadores habituais, e há também os espíritos protetores. Esses espíritos têm suas ocupações no mundo espiritual e por isso as reuniões devem sempre serem feitas em dias e horários pré-determinados, para que os espíritos possam se organizar para estarem presentes. Aqui observamos a importância do “ponto” (horário pré-estabelecido para que o trabalho se inicie e termine), dentro daquele horário estabelecido os espíritos ficam “à disposição” para nos ajudar, porém quando esse horário termina eles têm outros afazeres e não podem ficar por nossa conta.  Nessa parte, Kardec diz que os espíritos “superiores” não são tão meticulosos com horários, que não se importam em comparecem quando são chamados, desde que se tenha um objetivo, e que pontualidade rigorosa é sinal de inferioridade.

Na Umbanda não concordamos 100% com essa afirmação. Para nós umbandistas, a pontualidade não é sinal de inferioridade, tendo em vista que os espíritos têm outras tarefas a serem feitas no mundo espiritual e não podem dedicar 100% do seu tempo a uma só tarefa. Concordamos que os espíritos podem ser chamados com um objetivo pré-determinado, como uma defumação na casa de algum membro da corrente ou consulente, porém, o horário desses trabalhos também são pré-estabelecidos.

            Em outra parte, Kardec nos fala sobre as sociedades propriamente ditas e sobre os médiuns que devem compor a casa. As casas devem ser compostas por médiuns sérios, compromissados,  dispostos a fazer um trabalho sério, a estudarem e procurarem sempre se blindar contra as más energias e maus espíritos que podem atrapalhar o bom andamento dos trabalhos. O laço que une os médiuns com princípios semelhantes é muito forte, diferente daquele que une um médium desinteressado aos demais, esse laço é fraco e basta uma pequena divergência para que este seja rompido. O médium que não está em vibração similar aos demais irmãos, começa a se incomodar com tudo que acontece na casa, tudo é motivo para reclamação e fofocas, até que esse médium não se sente mais parte do lugar e sai.


A casa que preza pelo estudo e trabalho sério não se desfaz facilmente. Um grupo menor é mais fácil de se ter  pessoas que pensam iguais (tem mais chances de permanecerem sólidas) do que grupos grandes onde são várias pessoas diferentes, com pensamentos diferentes. Na Umbanda temos diversos exemplos de casa com vários anos de funcionamento, que tem uma corrente mediúnica grande, o médium que entra em uma casa deve respeitar e internalizar as regras daquela casa e quando sentir que não se encaixa mais ali, deve sair da mesma maneira que entrou, pela porta da frente. Tudo em nossa vida tem mudanças, nada é constante e não seria diferente com a corrente mediúnica de uma casa. Se a casa tiver fundamentos, estudo e médiuns de cabeça firme, é muito difícil que ela feche, a não ser por ordem espiritual.

             As regras da casa servem para que haja hierarquia e ordem, sem isso, o conflito estaria armado pois cada médium tem uma visão de como os trabalhos devem ser conduzidos, mas quem sabe realmente a melhor forma é o Pai (ou Mãe) de Santo e o Pai ( ou Mãe) Pequeno da casa. Mesmo com regras uma casa pode passar  por problemas pois existem inúmeros espíritos negativos que desejam o fim de uma casa. Se aquela casa trás paz, conhecimento e auxílio para que as pessoas melhorem suas vidas, um espírito negativo vai querer ver seu fim pois assim, sobra mais desespero e desgraça para que ele possa se alimentar desse tipo de energia.

Assim, esses espíritos procuram o elo mais fragilizado da corrente, ou seja, aquele médium que começa a ter dúvidas sobre a casa e sobre os dirigentes e assim vira um alvo fácil para a influência desses espíritos negativos. Esse médium dissemina discórdia e fofocas contaminando outros médiuns e tentando destruir a casa de dentro para fora. Sendo assim, os médiuns devem sempre estarem atentos, ORAI E VIGIAI! O médium que se vê nessa situação, deve fazer uma auto análise de suas ações e sentimentos, assim como procurar ajuda dos dirigentes e guias da casa para que o problema seja solucionado antes que seja tarde demais.

Na última parte do capítulo, Kardec traz o assunto das rivalidades entre as sociedades. Existem inúmeras casas espíritas, assim como terreiros de Umbanda e cada um vai ter sua forma de trabalhar. Algumas casas espíritas focam mais no estudo da doutrina espírita, outras focam mais nos trabalhos mediúnicos, outra nos trabalhos de desobsessão e todas delas estão corretas, não existe uma maneira única e correta de se fazer os trabalhos. Assim como na Umbanda, onde existem diversos terreiros e cada um deles vai ter diferenças entre si.

A única regra universal e obrigatória, tanto para casas espíritas quanto para terreiros de Umbanda é a prática do amor e da caridade, nenhum trabalho deve ser cobrado, nenhum trabalho deve ser feito para ferir o livre arbítrio de outra pessoa, devemos sempre seguir os ensinamentos de Jesus Cristo. Porém, infelizmente, muitas pessoas ainda não entendem isso e continuam com a briga de egos, para saber qual casa é melhor do que a outra, qual casa tem mais fundamentos ou qual casa é a mais bonita e cheia de consulentes. Devemos trabalhar em prol do amor e da caridade, multiplicando as casas que trabalham de verdade.

Layla de Omolu

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Charlatanismo e a trapaça


 Charlatanismo e a trapaça

 

Continuando o estudo sobre o Livro dos Médiuns, hoje vamos falar sobre “Charlatanismo e a trapaça”, assunto abordado no capítulo XXVIII da parte segunda.

Tudo pode se tornar objeto de exploração, não é nada surpreendente que também quisessem explorar os espíritos. Já compreendemos que existem condições necessárias para que uma pessoa sirva de interprete dos bons espíritos, e sabemos das inúmeras circunstâncias que podem afasta-los. Todas as condições morais são capazes de exercer influências sobre as comunicações espíritas.

Sabe-se que o espírito tem aversão a tudo que cheira cobiça e egoísmo, e que não fazem caso com as coisas materiais. Quem admite receber algum retorno financeiro com a presença deles, sabe muito pouco sobre a natureza dos espíritos para acreditar que isso é possível. Mas como existem espíritos levianos, que são menos escrupulosos e, só procuram ocasiões para se divertirem a nossas custas, quando identificam um falso médium, percebem uma porta de entrada.

Médiuns interesseiros não são apenas os que exigem retribuições fixas, o interesse nem sempre se traduz pela esperança de um ganho material, mas também pelas ambições de toda sorte, sobre as quais se fundem esperanças pessoais. É esse um dos defeitos do qual os espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar proveito.



            O médium de efeitos físicos, assim como os de comunicações inteligentes, não receberam a seu gosto a mediunidade que possuem. A possuem sob a condição de fazer dela bom uso e se, portanto, dela abusam, pode ser que lhe seja retirado ou que aconteça algo contrário a seu interesse, porque afinal, os espíritos inferiores estão subordinados aos espíritos superiores. Sendo a mediunidade de efeito físico, uma manifestação sem regularidade comparada ao médium escrevente, pretender produzir com dia e hora determinada, é prova da mais profunda ignorância.

O que faz o médium então para ganhar dinheiro? Simulam os efeitos. Atitude essa que, naturalmente vão recorrer não só pessoas que fazem disso seu ofício, mas pessoas aparentemente simples, que acham mais fácil ganhar a vida dessa forma do que trabalhando.

A faculdade mediúnica não foi dada ao homem para ostentá-la nos teatros e feiras e, quem quer que pretenda ter as suas ordens os espíritos para exibir em público, será suspeito de charlatanismo. Assim entenda que todas as vezes que apareçam anúncios de pretendidas sessões de espiritismo ou de espiritualismo, lembre-se de todos os direitos que compram ao entrar. Nosso absoluto desinteresse é o que nos resguarda do charlatanismo, e nos priva dos maus espíritos.

Em resumo a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os bons espíritos se afastam de quem pretenda fazer dela um degrau para chegar ao que quer que seja. O egoísmo é a doença da sociedade e os bons espíritos a combatem, e ninguém, portanto, tem o direito de supor que eles vêm para servir.

A fraude sempre visa a um fim, a um interesse material qualquer, onde se ganhe alguma coisa. Por isso, se tratando de falsos médiuns, a melhor de todas as garantias é o desinteresse absoluto. De todos os fenômenos espíritas, os que mais prestam a fraude são os fenômenos físicos, por motivos a que convém considerar. Primeiramente, porque impressionam mais a vista do que a inteligência, são os mais fáceis de imitação. Em segundo lugar porque desperta mais a curiosidade das pessoas. Sendo assim os charlatões tem todo o interesse em simular tais manifestações, seus espectadores, na maioria sem conhecer do que se trata, buscam distrações ao invés de instruções serias.



A imitação de todos os fenômenos espíritas não é igualmente fácil. Por isso dizemos que o necessário é observar atentamente as circunstâncias, e o objetivo e interesse que possam ter em enganar. Essa é a melhor de todas as fiscalizações. Em resumo, repetimos que a melhor garantia está na moralidade notória do médium e na ausência de todas as causas de interesse material, ou de amor próprio.

Para nós umbandistas a prática da mediunidade é tratada com muita seriedade, uma frase passada por nossos mentores espirituais que representa muito o assunto abordado hoje, é a seguinte “umbanda é coisa séria, pra gente séria”. É o mesmo que dizer sobre a espiritualidade e tudo que a envolve. Não devemos fingir ou simular e nem obter nada em troca, pois fazendo isso estamos indo contra a moral e ética que nos é ensinada no terreiro e que devemos carregar sempre, pois a umbanda nada mais é do que a prática dos ensinamentos que aprendemos do terreiro.

Sendo a prática do amor e da caridade, se existe cobrança ou simulação de algo que não existe não é amor e nem caridade. Nós, médiuns, não estamos em um terreiro para enganar ninguém e se Deus nos passou tal faculdade é para nos instruir e assim nos ajudar em nossa caminhada para a evolução.

Railany de Xangô