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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Contradições e mistificações

Contradições e mistificações

 

Hoje iremos continuar com o estudo dos Livros dos Médiuns e abordaremos o capítulo XXVII- “Contradições e mistificações”

O capítulo presente nos traz inúmeras reflexões e ensinamentos sobre a doutrina espírita, nos esclarecendo mais uma vez que os Espíritos não são iguais. Mesmo livres do peso da matéria, tendo acesso à memória espiritual e vivências passadas, cada espírito traz consigo experiências únicas, o que justifica as “contradições”.

Essas contradições são, muitas vezes, relatos individuas de experiências, variando de acordo com o revelador. Essas variações podem ocorrer também por diferenças entre os médiuns, pois o Espirito irá usar das ferramentas disponíveis para transmitir suas ideias. Por variações do ambiente no qual ocorre as comunicações, pela egrégora formada durante a sessão. Não podemos descartar também as contradições provocadas por Espíritos malfeitores, que criam ideias falsas para causar discórdia nas reuniões.

Tomaremos como exemplo uma fala de um espírito no Livro dos Médiuns: “Estudai, comparai, aprofundai. Incessantemente vos dizemos que o conhecimento da verdade só a esse preço se obtém. Como quereríeis chegar à verdade, quando tudo interpretais segundo as vossas ideias acanhadas, que, no entanto, tomais por grandes ideias? Longe, porém, não está o dia em que o ensino dos espíritos será por toda parte uniforme, assim nas minucias, como nos pontos principais. A missão deles é destruir o erro, mas isso não se pode efetuar senão gradativamente”.

Algumas pessoas não tem tempo e aptidões necessária para um estudo aprofundado e sério, o que essas pessoas devem fazer? Praticar e exercitar o bem sempre, uma vez que o bem é essencial e não existem doutrinas para poder ser praticado, o bem é sempre o bem.

Nos esclarecem que os espíritos benfeitores, lidam muitas vezes com o preconceito de forma mais sensível, uma vez que para serem ouvidos precisam seguir a linha de raciocínio daquela pessoa, irá trazer a verdade e acabar com aquele preconceito. De tal maneira que apropriam sua linguagem para falar com determinadas pessoas, sendo assim não irão transmitir a mensagem a um encarnado que vive no oriente, da mesma forma em que fariam a um ocidental. Essa forma de expressar não deve ser confundida com uma contradição e sim uma forma de lidar com certas situações.



Mistificação é um ato de espíritos mal intencionados com intuito de enganar aqueles que lhe dão atenção e ouvidos. Essa é uma das mais fáceis de nos preservar, uma vez que temos que ter fé e sempre manter o raciocínio no bem. A melhor forma de nos protegermos desses espíritos é pedindo apenas o que eles podem nos oferecer e que seja eficiente na nossa evolução espiritual, uma vez que quando pedimos e mentalizamos coisas ruins os espíritos mal intencionados se aproximam para aproveitar dos nossos prazeres humanos.

O objetivo da humanidade é a evolução, sendo assim, se não nos afastarmos desse objetivo não seremos enganados. Tomaremos como exemplo uma passagem do livro: “Os espíritos vos vêm instruir e guiar no caminho do bem e não no das honras e das riquezas, nem vem para atender as vossas paixões mesquinhas. Se nunca lhes pedissem nada de fútil, ou que estejam fora de suas atribuições, nenhum ascendente encontraria jamais os enganadores; donde deveis concluir que aquele que é mistificado só o é porque o merece”.

Há situações em que a pessoa atrai espíritos enganadores com facilidade, isso acontece pelo fato de que esse indivíduo nada pergunta, mas dá ouvidos e interesses no que os enganadores falam, sendo isso o mínimo para que eles se aproximem e enganem essas pessoas. Mesmo as pessoas que não exercem uma religião podem ser enganadas, uma vez que se a fé não estiver sólida qualquer espírito mal intencionado pode aproveitar a situação, por isso devemos manter sempre as orações e as atitudes de boa fé em dia.

As contradições no espiritismo e na umbanda são de certa forma, diferentes, uma vez que são religiões que atuam de forma diferente. Como o nosso objetivo principal é a umbanda, iremos dar maior atenção as contradições que acontecem nas manifestações umbandistas.

Ao conversar com entidades de linhas de trabalho diferentes ou até mesmo da mesma linha, podemos perceber diferenças em seus arquétipos e forma de se expressar, uma vez que cada um possui a sua forma de trabalho. Sendo assim, se fizermos a mesma pergunta para entidades diferentes, iremos obter repostas diferentes, mas a finalidade é a mesma.

As dúvidas podem surgir com as repostas que nos são dadas pelas entidades, mas devemos separar as dúvidas das contradições, uma vez que para diferenciar o erro da verdade deve-se ter o estudo e a meditação do que nos foi passado, para que o entendimento da mensagem seja de suma consciência e compreensão.

Quanto as mistificações, temos uma pequena variação entre a doutrina Kardecista e a Umbandista que praticamos. A mistificação na Umbanda se relaciona principalmente com médiuns enganadores, que se dizem incorporados por guias muitas vezes com nomes fortes, famosos... Na mistificação não existe guia acompanhando o médium, ele é dominado pelo ego e pela vaidade, e tem plena consciência disso.

Espero ter ajudado nos seus estudos!

Axé

Lívia de Obaluaê

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Perguntas que podem ser feitas aos espíritos

Perguntas que podem ser feitas aos espíritos

 

Na sequência de nosso estudo do Livro dos Médiuns, falaremos agora das informações contidas no capítulo XXVI da segunda parte – “Perguntas que podem ser feitas aos espíritos”

Somos orientados pelos Espíritos reveladores a sempre nos prepararmos para as conversas que teremos com o plano espiritual, devendo sempre ter uma linha de raciocínio traçada e não fazer perguntas aleatórias, sem uma sequência. Quando elaboramos antes as perguntas e meditamos a cerca delas, estamos fazendo uma espécie de evocação, atraindo para próximo de nós os bons Espíritos que nos acompanham. Não é raro nesses casos que logo no início das comunicações as perguntas sejam respondidas de forma espontânea pelo Espírito, pois ele estava presente no momento em que foram idealizadas.

Sobre o conteúdo das perguntas, somos informados que os bons Espíritos sempre estarão dispostos a nos atender prontamente, desde que o intuito das comunicações seja digno, desde que não sejam perguntas vazias que não irão contribuir para a evolução dos presentes.

Apesar de muitas das dúvidas serem solucionadas de maneira espontânea, é de grande valia que os médiuns presentes façam perguntas para que o desenvolvimento da comunicação seja mais proveitoso. As respostas a essas perguntas são fundamentais para desmascarar possíveis espíritos malfeitores.



Ao serem questionados quanto a perguntas sobre o futuro, nos esclarecem que “Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente”. Nos explicam ainda que não existe um futuro rígido, engessado, o que existem são possibilidades. Se algo sobre o futuro for revelado ao médium, isso ocorre para que ele tire algum aprendizado importante do fato. Nos orientam a sempre desconfiar de Espíritos que fazem inúmeras revelações sobre o futuro, com data e hora marcada, pois muitas vezes se tratam de espíritos zombeteiros.

Kardec pergunta sobre as existências passadas, se os encarnados poderiam ter algum tipo de revelação sobre elas. Somos então esclarecidos que, em algumas situações, sim isso pode ocorrer, mas sempre com o intuito de instruir, de trazer o conhecimento necessário para a vida do médium.

Quanto as existências futuras, essas não nos são reveladas, pois estamos em processo constate de mudanças e evolução, várias novas possibilidades são formadas a todo momento. Sobre perguntas relacionadas a tesouros ocultos, somos advertidos que essas comunicações são feitas por Espíritos brincalhões, espíritos elevados não se ocupam com tais assuntos. Nos dizem ainda que alguns desencarnados podem “proteger” algumas fortunas e tesouros, mas isso se deve a avareza mostrada em vida, quando tomam consciência de que estão apenas desperdiçando o próprio tempo, abandonam o local.

Revelações sobre a natureza do sofrimento ou felicidade do desencarnado poderão sempre ser descritas, pois dessa forma os encarnados poderão ter um pouco mais de compreensão, agregando mais conhecimento.

Os Reveladores nos dizem que quando é chegada a hora de grandes descobertas, bons Espíritos encontram o homem capaz de conduzi-la e lhe inspiram as ideias necessárias.

Nossos Espíritos familiares sempre virão em nosso auxílio quando solicitados seus conselhos. Mas que fique claro que não irão caminhar por nós, irão nos auxiliar e incentivar, nos dar força para seguir no caminho.

Após analisar os ensinamentos contidos no capítulo, é possível observarmos diversas semelhanças entre o Espiritismo e a Umbanda que praticamos em nossa casa. Os guias que nos acompanham sempre estarão dispostos a responder nossas perguntas e questionamentos sobre os mais diversos temas, questionamentos feitos de coração, sem ego e sem vaidade sempre irão produzir bons frutos.

Por mais rasa que uma pergunta possa parecer para um médium, ela poderá trazer grandes ensinamentos para outros. Em resumo, todas as comunicações possuem a finalidade de melhorar, de auxiliar o desenvolvimento espiritual. Se a informação solicitada não for agregar informações úteis para esse fim, não há motivos para nos revelarem naquele momento.

Nunca estamos sozinhos, nossos guardiões estão sempre conosco.

Pedro” de Xangô e Larissa de Iansã

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Evocações

Evocações

 

O capitulo XXV - parte segunda do Livro dos Médiuns, aborda as evocações.

Ocorre certo receio por parte de algumas pessoas quanto à evocação dos Espíritos, alguns acreditam que não é possível confirmar a identidade do que é evocado, devendo o Espírito se manifestar por vontade própria. Os reveladores nos mostram que esse pensamento está equivocado, a evocação cria um laço entre o espírito e o encarnado e, “Não dar a palavra a ninguém é deixá-la para todos”. A atenção deve sempre estar presente, nem todo Espírito que será evocado estará preparado, disponível ou autorizado pela lei divina a se comunicar.

Ao ser evocado um espírito pode responder de maneira espontânea, pois muitas vezes ele já está presente na reunião devido à egrégora formada, muitas vezes são espíritos familiares dos integrantes do grupo. No entanto, também podem ocorrer situações em que alguns mensageiros se manifestam e informam que será preciso certo prazo para que o evocado possa ser “encontrado”, lembrando que o evocado sentirá a vibração do pensamento do evocador, sendo atraído de maneira sutil para a reunião

Qualquer Espírito pode ser evocado, independente de seu grau na escala evolutiva. Porém, podem haver alguns obstáculos impedindo ou adiando a comunicação. Além disso, o livre arbítrio do evocado será respeitado. A intimidade moral do médium é fundamental para o tipo de desencarnado que será evocado, pode haver repulsão ou atração entre o espírito do médium e o evocado.



A repetição e o hábito fazem grande diferença no processo, médium e Espírito se “lapidam” para que possam se acostumar à presença um do outro, tornando as comunicações mais fluidas. Quando questionados sobre a rotina que deve ser estabelecida para as evocações, os Reveladores nos esclarecem que é sempre preferível manter dia, hora e local pré-determinados, desta forma o pensamento sempre será canalizado para atividade, os médiuns e espíritos familiares poderão se preparar para o trabalho, diminuindo a chance de armadilhas.

Mas e quanto aos maus Espíritos, podem ser evocados? Somos esclarecidos de maneira positiva em relação a tal questionamento. A evocação de Espíritos de baixa moral pode ocorrer como forma de instrução para auxiliar sua melhora, a compaixão e a benevolências sempre devem permanecer.

Quanto a linguagem que deve ser usada com os Espíritos, os reveladores nos explicam que deverá ser correspondente à elevação moral de cada espírito, nos explicam que títulos e posições sociais não possuem valor no plano espiritual. Orientam que sempre devemos ter benevolência, pois muitas vezes irão se comunicar desencarnados arrependidos de seus erros, buscando ajuda para poderem superar seus problemas. Explicam que no futuro poderá ser um de nós pedindo auxílio, devemos trata-los da maneira como gostaríamos de ser tratados.  

Somos instruídos de que é possível evocar até mesmo espíritos encarnados, e que isso ocorre mais facilmente durante o sono, quando o espírito adquire certa liberdade do corpo físico, se tornando mais volátil.

Na Umbanda podem ser realizados trabalhos de Evocação, sempre de maneira orientada pelo Guia Chefe. A benevolência, o amor e a caridade devem ser emanados por todos os médiuns presentes, essa egrégora será responsável por nos aproximar dos guias que nos acompanham, para que todos possamos evoluir juntos

“Que aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra”

Pedro‘’ de Xangô e Larissa de Iansã

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Identidade dos Espíritos

 

Identidade dos Espíritos

 

O Capítulo XXIV “Identidade dos espíritos”, na sequência da segunda parte do Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, estuda as provas possíveis de identidade, modo de se distinguirem os bons dos maus espíritos, a questão sobre a natureza e a identidade dos Espíritos.

O assunto da identidade dos espíritos não é fácil. Pelo contrário, é controvertida, inclusive para os espíritas. Os espíritos muito evoluídos, que se purificam e se elevam na hierarquia, têm suas características distintivas apagadas de acordo com a sua evolução ou no percurso do caminho da perfeição e os nomes que tiveram na Terra passam a ser insignificantes. Com efeito, os espíritos formam grupos/famílias de acordo com suas vibrações e/ou simpatia e podem apresentar-se como personagens pertencentes a tal família. Por exemplo, o nosso anjo guardião pode se apresentar com São Pedro, mas pode ser que não seja o próprio apóstolo Pedro, mas sim um espírito desconhecido que pertence à família espiritual do Apóstolo Pedro. O que interessa é o ensinamento passado pelo espírito.

Na realidade, a necessidade de nomes e identificação do espírito é para nós, encarnados, para que possamos fixarmos as ideias. Como esclarece Kardec “a questão do nome é secundária, podendo-se considerar o nome como simples indício da categoria que ocupa o espírito na escala espírita”, pois os espíritos superiores formam um todo coletivo e o que nos importa são seus ensinamentos e não a pessoa deles. Contudo, fica complicado quando um Espírito inferior se apodera do nome, passando-se por um bom espírito. Muita cautela há de se ter e percepção das minúcias deste espírito que não pretende boas coisas.

Para a comprovação da identidade de espíritos contemporâneos se torna mais fácil, pois os sinais são mais seguros e conhecidos. O próprio Espírito pode atender ao pedido de identificação e dar provas de sua identidade, mas o faz de acordo com sua conveniência. Então, é inteligente que observemos sua linguagem, citação de fatos, particularidades de suas vidas que poderão, inclusive, ser comprovadas depois. As provas da exatidão da identidade aparecem com o decorrer das manifestações e é de bom tom esperá-las, observando com cuidado e atenção as comunicações do espírito.

Kardec cita um meio para pedir que o espírito se identifique: fazê-lo afirmar “em nome de Deus todo poderoso” quem é. Contudo, existem espíritos que, de certo, poderão afirmar hipocritamente e sem escrúpulos em nome de Deus ser o espírito que não é. Todo cuidado é pouco em tais circunstâncias. Conhecer a identidade do espírito, como já dito acima, é uma questão secundária, mas conhecer ou distinguir o bom do mal espírito é de grande importância, pois ele vai nos trazer conhecimento. 



Então, cabe aos médiuns observar atentamente as linguagens e comunicação utilizada, além das mensagens trazidas, tal como ensina Kardec “a linguagem dos Espíritos está sempre em relação com o grau de elevação a que já tenham chegado”. A bondade, afabilidade, o querer o bem e dizer coisas boas são características de bons espíritos, sempre prezando pelo bem estar dos encarnados, lamentam as fraquezas e criticam com moderação para a evolução e aprendizado do ser humano assistido.

Com relação à crítica, os bons espíritos nunca se ofendem com ela porque eles mesmos a aconselham e não temem ser examinados, sinal de humildade. Com relação a esse tema, Kardec cita São Luís de forma bem oportuna:

“Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, uma recomendação há que nunca será demais repetir e que deveríeis ter presente sempre na vossa lembrança, quando vos entregais aos vossos estudos: é a de pensar e meditar, é a de submeter ao cadinho da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é a de não deixardes de pedir as explicações necessárias a formardes opinião segura, desde que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro”.

Seguem os princípios que Kardec enumera para reconhecer a qualidade dos espíritos, sendo que tais instruções foram passadas da experiência e ensinamentos dos espíritos, mas devemos completá-las com as respostas dadas pelos próprios espíritos. São elas:

1. bom-senso para avaliar o espírito;

2. observar as linguagens e ações dos espíritos;

3. os bons espíritos apenas fazem e dizem o bem;

4. os espíritos superiores usam linguagem digna, nobre, direta, elevada de amor, simples e modesta sem demonstrar superioridade;

5. não julgar o espírito pela qualidade da forma material ou correção do estilo;

6. os pensamentos do espírito são sempre os mesmos, em qualquer tempo e lugar, não se contradizendo;

7. os bons espíritos só dizem o que sabem;

8. os bons espíritos fazem com que coisas futuras sejam pressentidas quando convenham, nunca determinam datas; as “adivinhações” são coisas dos espíritos levianos;

9. os espíritos superiores são diretos e simples, sem que o outro se esforce para entender;

10. não ordenam nem se impõem os bons espíritos e se não são escutados apenas se retiram;

11. os bons espíritos são discretos e não se lisonjeiam;

12. não se importam com a forma os bons espíritos;

13. desconfiem-se dos nomes ridículos ou extremamente venerados adotados pelos espíritos;

14. os bons espíritos agem com escrúpulo ao aconselhar;

15. tem muita reserva com relação aos assuntos que traz qualquer comprometimento;

16. os espíritos superiores somente aconselham e prescrevem o bem, o amore e a caridade e somente prescrevem o racional;

17. os espíritos inferiores manifestam indícios materiais e até provocam no médium raiva e agitação excessiva, além de trazer ainda preconceitos e até “manias” que tinham neste mundo, o que se percebe pela linguagem, justamente porque ainda não se desvincularam completamente da matéria;

18. os maus espíritos aproveitam, muitas vezes, para dar conselhos inapropriados e infiéis;

19. o que é verdadeiro é a inalterável pureza de sentimentos morais dos espíritos e não dos elementos ou vestimentas/enfeites utilizados;

20. devemos conhecer o espírito e não apenas interrogá-lo, pois só a virtude pode purificá-lo e aproximá-lo de Deus;

21. para os bons espíritos o gracejo é fino e vivo, mas não trivial;

22. estudando o caráter do espírito é possível reconhecer a natureza e o grau de confiança que devem ter;

23. para julgar qualquer espírito ou homem, em primeiro lugar deve-se julgar a si mesmo sempre com “retidão de juízo”.



Feitas essas considerações, respondendo questões, foi muito bem pontuado no capítulo a questão da necessidade de nós, espíritos encarnados, termos o nome do espírito desencarnado que nos auxilia. Foi dito que Deus autoriza ao bom espírito utilizar o nome de sua família espiritual já que há entre eles a mesma solidariedade e analogia de pensamentos. Nesse aspecto, esses espíritos superiores quanto mais elevados são, mais se confundem com a comunhão de pensamentos e a personalidade é indiferente.

Na Umbanda não é diferente e o cuidado deve ser muito para reconhecer os bons e maus espíritos.

No caso de nossa casa, as incorporações somente são permitidas pelo nosso guia chefe, Caboclo Sete Flechas, no próprio Terreiro e nas giras específicas de desenvolvimento ou atendimento, ou ainda em trabalhos específicos (como defumações solicitadas por entidades espirituais), justamente porque nesses momentos há toda a proteção da espiritualidade para a realização dos trabalhos e incorporações.

Tal como esclarecido, os espíritos, como nós, “tem o seu livre arbítrio para o bem, tanto quanto para o mal; porém, nem a uns nem a outros a justiça de Deus deixará de atingir”.

Sejamos reflexivos, prudentes e não nos deixemos nos enganar, pois “os espíritos só enganam os que se deixam enganar”. Sejamos médiuns humildes, verdadeiros e cautelosos. Orai e vigiai. Sempre com o verdadeiro compromisso da Umbanda: manifestação do espírito para o amor e caridade.

Muito Axé a todos

Girlei de Iemanjá.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Obsessão

 

Obsessão

 

Hoje vamos abordar as explicações contidas no Livro dos Médiuns, capitulo XXIII da parte segunda –Obsessão.

Somos esclarecidos que a obsessão consiste no domínio, contato constante, que alguns Espíritos ruins, de baixa vibração moral, podem exercer nos médiuns. Esse domínio acaba gerando constrangimentos dos mais diversos nos encarnados. A obsessão acontece de forma constante, se diferenciando de um espírito que tenta enganar e atrapalhar as comunicações, apesar desse tipo de interferência ser mais comum em médiuns iniciantes, até mesmo os médiuns mais experientes estão sujeitos à interferência de espíritos que querem apenas atrapalhar o desenvolvimento dos trabalhos.

No capítulo o processo de obsessão é classificado em: simples, fascinação e subjugação. Nos processos de obsessão simples, o espírito malfeitor se impõe, podendo impedir que outros espíritos se comuniquem com o médium obsidiado, se passando até mesmo pelos espíritos que são evocados. O obsidiado, nesses casos, sabe que está sob influência de um espírito malfeitor, o espirito não esconde suas más intenções, em alguns casos pode se utilizar de fenômenos físicos, produzindo sons de pancadas por exemplo.

O processo de fascinação é mais complexo e profundo, trazendo consequências mais sérias. O pensamento do médium é manipulado e influenciado pelo obsessor, a ponto de o médium não conseguir julgar as comunicações, não sabendo que está sendo enganado. O fascinado está certo de que sempre tem razão. Os espíritos responsáveis pelos processos de fascinação são mais ardilosos, afastam o médium daqueles que poderiam auxilia-lo a se desvencilhar de seu controle, usando até mesmo o nome de Deus para averbar o conteúdo de suas falácias. Nas obsessões simples o médium obsidiado deseja se livrar do malfeitor, na fascinação isso não ocorre.

Na subjugação, o encarnado tem suas vontades paralisadas, não age mais de maneira natural. Pode ser divida em moral ou corporal. A subjugação moral se assemelha à fascinação, fazendo com que a pessoa tome atitudes absurdas e desagradáveis. No processo corporal o malfeitor faz com que o médium se porte de maneira inconveniente, fazendo sons estranhos, se ajoelhando em lugares públicos, se passando por um louco... Para os Espíritos Reveladores a subjugação corresponde ao processo de possessão, mas explicam que o termo “possessão” remete à ideia de seres criados única e exclusivamente para o mal, e isso não é verdade, o que existe são níveis variados de moral, o termo também poderia transparecer a existência de um processo de coabitação, o que não ocorre.

Os reveladores nos apresentam alguns pontos comuns nas comunicações onde obsessores estão presentes, para que possam ser identificadas. Nos orientam a sempre desconfiar de espíritos que dizem que suas comunicações são infalíveis, que não podem ser criticadas, que querem se comunicar em momentos inoportunos para o médium, e que aos poucos afastam o obsidiado daqueles que lhe advertem.



Todos somos influenciados pelo plano espiritual, acreditando ou não na espiritualidade. As ferramentas utilizadas pelo espiritismo auxiliam na identificação de comunicações baixas, podendo gerar efeitos deletérios nos encarnados.

A obsessão pode ocorrer pelos motivos mais diversos, alguns espíritos podem fazer o mal apenas por fazerem, para alimentarem seu ego e tentarem ganhar reconhecimento, outros para se divertir às custas dos encarnados desavisados e até mesmo por situações ocorridas em vidas passadas.

E como combate-las? Duas formas podem ser destacadas, a primeira é provando ao obsessor que o médium não está sendo iludido por ele, a segunda maneira é cansar o obsessor, ser paciente e ter calma, quando o malfeitor perceber que está perdendo seu tempo, irá se afastar. Em casos mais complexos deve ser realizado um apelo aos bons espíritos que acompanham o encarnado, para que auxiliem na retirada do obsessor, devemos lembrar que este também sofre, deve sempre ser tratado com respeito. Os casos de fascinação demandam mais atenção, pois o médium precisa perceber a influência do Espírito mau, para que o processo possa se tornar uma obsessão simples, é uma tarefa extremamente trabalhosa. O obsidiado muitas vezes não possui força fluídica para se livrar do processo, sendo muitas vezes necessário um terceiro para auxiliar.

A Umbanda lida diariamente com processos de obsessão dos mais diversos tipos. Nossas atitudes diárias, as vibrações que emanamos através de nossos pensamentos e sentimentos possuem uma grande força. Pensamentos negativos, carregados de raiva e julgamento são portas de entrada para obsessores. Realizar nossas firmezas, pedir sempre auxílio dos guias que nos acompanham e ter uma postura benevolente dificultará que Espíritos malfeitores possam nos atrapalhar.

Devemos sempre nos lembrar que o Espírito que exerce a obsessão no médium, é também nosso irmão, também é essência divina e traz Deus em seu interior. Porém, está passando por um momento de confusão, de mistura de sentimentos. Está cego por acontecimentos muitas vezes ocorridos em vidas passadas. O obsessor precisa de ajuda tanto quanto o obsidiado, a oração é nossa maior arma e também nosso maior afago para lidar com as obsessões.

Todos nós podemos sofrer com algum tipo de obsessão, por isso devemos sempre lembrar “Orai e Vigiar”.

Pedro” de Xangô

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Mediunidade entre os animais

 

Mediunidade entre os animais

 

Dando continuidade aos nossos estudos sobre o Livro dos Médiuns, o texto de hoje irá abordar o conhecimento passado na segunda parte das manifestações espíritas, capítulo XXII: “Mediunidade entre os animais”.

Para iniciar nosso texto, devemos relembrar qual o significado da palavra “médium”. Médium é um termo originado do latim medium, que significa meio ou intermediário, sendo assim o médium é aquele que serve de intermediário na comunicação (através da fala, sinais, escrita) entre os espíritos desencarnados com os encarnados. Sendo assim, podem os animais ser médiuns?

O capítulo se inicia fazendo esse mesmo questionamento, e a resposta que algumas pessoas dão é positiva, essas pessoas se baseiam em experiências em que os animais demostram grande inteligência, como nos casos em que um pássaro retira de uma caixa uma mensagem que diz tudo o que a pessoa precisava ouvir naquele determinado momento.

Em sua grande maioria, essas experiências podem ser explicadas através do ilusionismo feito pelo adestrador do animal, que coloca mensagens premeditadas as quais se encaixarão em várias situações diferentes, e pelo adestramento feito com o animal, que pega mensagens de onde o adestrador indica. Um adestramento assim não é diferente de quando ensinamos um pássaro a falar ou assobiar canções. Porém, não podemos retirar o crédito do professor e do aluno, um adestramento assim leva tempo, persistência e demonstra a inteligência que os animais possuem.



Para um maior esclarecimento acerca do assunto, o espírito Erasto, traz revelações. Erasto começa falando da possibilidade, levantada por algumas pessoas a partir das experiências de mediunização de matérias inertes, como objetos, de que os espíritos podem mediunizar também matérias já animadas, ou seja, os animais. Essa possibilidade não existe pois para qualquer tipo de comunicação entre os espíritos e os encarnados, é necessário o intermédio de um médium (de maneira consciente ou não), sem ele não há escrita, fala ou comunicação mental. Os semelhantes atuam com seus semelhantes.

O perispírito dos encarnados procede do mesmo meio do perispírito dos desencarnados, possuem similaridades e afinidades que tornam a comunicação possível. Já a energia que anima os animais, que os move e permite que se comuniquem à sua maneira, não consegue se mesclar com a alma etérea dos humanos. Poderiam os espíritos então magnetizar um animal? Sim, porém o animal morreria pelo choque energético de ser preenchido com um fluido diferente do contido em sua essência.

 Isso pode ser explicado também se observarmos a evolução dos animais, desde os seus primórdios. O rouxinol faz seu ninho sempre da mesma maneira, as abelhas e formigas se organizam e vivem sempre da mesma maneira e isso não acontece com os humanos, estamos sempre mudando e progredindo, diferente dos animais, que estacionaram em determinado momento. Para nós humanos, ao longo dos tempos a caverna deu lugar a cabana, que deu lugar aos castelos, que deu lugar as casas de cimento e prédios. Deus, em sua infinita sabedoria, colocou os animais ao nosso lado, para que nos servissem de companhia, suporte e auxílio. Deu a eles inteligência para que pudessem nos auxiliar, mas não quis que estivessem sujeitos a lei do progresso, como nós estamos.

Por fim, Erasto nos esclarece de que, para que a comunicação aconteça, o espírito toma do cérebro do médium, determinadas informações para que essa aconteça. No cérebro de um animal não se encontram palavras, números ou sinais que tornem a comunicação possível, sendo assim, os animais não podem ser médiuns.

É inegável, porém, que os animais possuem sentidos mais aguçados que nós humanos. Os espíritos podem se tornar visíveis para os animais e eles também podem sentir determinadas energias, prova disso são os sustos e desconfianças estranhas que alguns tem com pessoas, lugares e objetos. Os animais possuem também sentimentos semelhantes aos nossos como o amor, a raiva, o medo, a gratidão.

            Analisando o capítulo pela ótica umbandista podemos dizer que os animais, apesar de animados por energia diferente da nossa, partilham algumas semelhanças sentimentais. Sabem quando estamos tristes e se aconchegam junto de nós para nos fazer sentir melhor, ficam felizes quando nós ficamos felizes, nos protegem quando é necessário, limpam e equilibram o ambiente. Hoje é raro encontrar quem não tenha em casa a companhia de algum animal e que este não seja inseparável de seu dono. 

    Em conversa com o Preto Velho Vovô Tércio de Aruanda, foi me dito que existem duas sensações que se assemelham muito ao sentimento da presença do Criador, são eles o amor e a alegria, daquelas que dá borboletas no estômago. Daí eu pergunto a você leitor, quer maior demonstração desses sentimentos do que no momento do reencontro com seu bichinho? Os animais são seres amorosos, compreensíveis e leais acima de tudo! e que vem para nos ensinar essas virtudes, em sua passagem tão curta pelo plano terreno.

Layla de Omolu

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Influência do meio


 Influência do meio

    Hoje vamos dar continuidade nos nossos trabalhos e estudaremos o capitulo XXI- Influência do Meio, parte segunda, do Livro dos Médiuns. 

    Neste capítulo fazem-se os seguintes questionamentos: ‘’O meio em que o médium se encontra exerce alguma influência sobre as manifestações?’’ e afirmam que  todos os Espíritos que cercam o médium o ajudam para o bem ou para o mal. ‘’Os Espíritos superiores não podem vencer a má vontade do Espírito encarnado que lhes serve de intérprete e dos que o cercam?’’  Sim, quando o julgam útil, e segundo a intenção da pessoa que os consulta. Já o dissemos: os Espíritos mais elevados podem às vezes comunicar-se, para um auxílio especial, malgrado a imperfeição do médium e do meio, mas então estes lhe permanecem completamente alheios. ‘’ Os Espíritos superiores tentam levar as reuniões fúteis a intenções mais sérias?’’ Os Espíritos com maior grau de elevação moral, não comparecem onde serão inúteis.  Não se deve confundir moral com riqueza ou conhecimento, onde houver sinceridade e boa vontade os bons espíritos estarão auxiliando. ”É proibido aos Espíritos inferiores comparecerem às reuniões sérias?’’ Respondem que não, que os espíritos inferiores podem sim comparecer, para tirar proveito dos ensinamentos que serão passados.


    Devemos lembrar que estamos imersos em diversas densidades energéticas, o plano espiritual está sempre ao nosso lado. Se tivermos pensamentos fúteis e levianos, essa será a energia que iremos atrair, trazendo espíritos fúteis e levianos para as comunicações. Em alguns casos podemos ter a presença de espíritos de moral mais elevadas em reuniões levianas, isso ocorre para que o Espirito possa transmitir orientações e melhorar o grupo, mas se não é ouvido, não perderá seu tempo no local.

     Depois de uma breve explicação na visão espírita sobre esse capítulo, podemos colocar esse aprendizado no nosso entendimento e aplicar esse ensinamento em nossas vidas. A influência do meio nada mais é que os espíritos e energias que têm influência em nossas vidas... Sejam energias boas ou ruins, como fala acima, a energia que atraímos vai depender da energia que estamos vibrando, se estamos tristes ou com raiva, é essa energia que vamos atrair. Do mesmo jeito se estivermos felizes, vamos atrair esse tipo de energia. Vamos atrair aquilo que nós somos, somos um reflexo no espelho. É como aquele ditado: ‘’me diga com quem tu andas que direi quem tu és’’. Parafraseando podemos dizer: Me diga quem tu és, que saberei o que andas contigo.

    O processo de atração acontece também no plano físico, atraímos pessoas que se assemelham a nós, porque vão se identificar com o nosso comportamento e com aquilo que nós carregamos. Dias ruins todos nós temos e não é porque entristecemos em um dia que vamos atrair negatividade, é sempre importante lembrar mais que nunca nesses dias, do orai e vigiai. Sempre pedir proteção, cuidar de si, da nossa energia, com firmezas, com fé, para que estejamos sempre blindados por coisas boas, para assim atrairmos o bem. Afinal o bem atrai o bem.

    A negatividade só te afeta se você estiver na mesma vibração, vibre mais alto.

Clara de Oxum

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Influência moral do médium

 

Influência moral do médium

           

Olá irmãos, daremos continuidade ao estudo do Livro dos Médiuns, discutindo hoje o capítulo XX da parte segunda, “Influência moral do médium”.

Logo no início do capítulo os espíritos reveladores fazem uma diferenciação e explicam que a mediunidade em si (a ferramenta), não está relacionada com a moral do médium, mas sim o uso que o médium faz dela. Seria como dizer que apenas os maus teriam alguma deficiência, e isso não acontece.

A ferramenta “mediunidade” faz parte do organismo e pessoas indignas também fazem o uso dela, com a permissão de Divina, pois os indignos necessitam de mais chances para que possam evoluir.

Sobre as comunicações, nos esclarecem que os ensinamentos contidos nelas também devem ser absorvidos pelo médium que as transmite. Muitas vezes ocorre das comunicações com determinado médium ou grupo possuírem assuntos recorrentes (como vícios morais) isso ocorre propositalmente para que os que ali estão possam refletir sobre o tema em suas vidas.


Os espíritos que rondam o médium são atraídos ou repelidos por sua moral. Um médium com muitos vícios, muito orgulho e vaidade terá próximo de si espíritos compatíveis com essa energia. Por isso a importância da moral, as imperfeições morais são portas abertas para os maus espíritos e o orgulho é o mais explorado pelos espíritos mal feitores, pois é o que os médiuns menos reconhecem em si. 

Aos bons médiuns, que buscam sempre elevar sua moral, também podem ocorrer comunicações de nível mais baixo, com autorização de espíritos elevados que os acompanham, como forma de advertência, de alerta, para que não pensem que são inatingíveis.

Com relação a influência moral do médium, o ponto de vista umbandista é coerente ao ponto de vista espírita. Em nosso terreiro os guias espirituais sempre ressaltam a importância de trabalharmos nossos vícios morais. Durante os atendimentos, é comum que os guias atendam consulentes que tenham os mesmos vícios morais que os médiuns, para que os ensinamentos sirvam para ambos, afinal, de nada serviria para o crescimento pessoal dos médiuns se não absorvessem nenhum aprendizado das incorporações.

Pedro” de Xangô e Larissa de Iansã

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Papel do médium nas comunicações espíritas

 

Papel do médium nas comunicações espíritas

 

    Dando continuidade aos nossos estudos sobre “O Livro dos Médiuns”, abordaremos hoje o capitulo XIX da parte segunda- Papel dos médiuns nas comunicações.

    O capítulo se inicia com um questionamento a respeito do estado do médium no exercício da mediunidade, se o mesmo está em seu estado “normal”. É esclarecido que algumas vezes o médium poderá se apresentar apreensivo, lhe causando certa fadiga, mas que muitas vezes estará sim em seu estado normal. A dúvidas seguintes abordam a influência do espírito do médium nas comunicações, se ela é possível, se ocorre com frequência... Para essas perguntas respondem afirmativamente.

    No momento de comunicação, seja ela por escrita ou por fala, o espírito do médium pode ser o responsável pelas informações transmitidas, ou mesmo o espírito de um outro encarnado por ser o autor das comunicações, a depender de sua elevação moral. Nosso corpo físico é perecível e o espiritual não, trazemos conosco ensinamentos e experiências vindas de várias encarnações. Se o e espírito com maior aptidão para a transmissão da mensagem se encontrar encarnado, o plano espiritual poderá utilizar-se deste para a realização da tarefa. O tom da comunicação, sua essência e ensinamentos, trazem os pontos para que possa ser feita a distinção entre a autoria das comunicações.

    Nos esclarecem também sobre a forma como as comunicações são realizadas. O espírito do encarnado funciona como um tradutor, um interprete da mensagem a ser transmitida. O corpo físico é apenas a ferramenta para a expressão das ideias. O espírito que habita o corpo do encarnado será um intermediário, por esse motivo alguns espíritos possuem afinidade com determinado médium.



    No plano espiritual não existe língua falada, a comunicação se dá por pensamentos, a língua universal. Um espírito consegue identificar os pensamentos daqueles ao seu redor de acordo com seu nível de evolução moral. Para exemplificar, seria mais cansativo, desgastante e menos eficiente um espírito se utilizar de um encarnado que nunca teve contato com a língua alemã em suas diversas existências, para transmitir uma mensagem em alemão. Da mesma forma, um encarnado que nunca teve contato com a língua alemã em sua vida, pode ter conhecimentos adormecidos no seu íntimo, lembranças de vidas passadas, nas quais tal língua era habitual para ele.

    Ao indagar sobre as comunicações feitas com o uso de cestas, mesas, lápis, etc., o codificador questiona se de alguma forma essas ferramentas teriam inteligência, mesmo que momentânea. Os reveladores dizem que não, se um bastão for agitado por alguém com raiva, não é o bastão que está com raiva e sim o manipulador.

    Na umbanda, durante as atividades desenvolvidas, nos encontramos mediunizados (seja na incorporação, curimba ou cambonando). Nesse processo ocorre a formação de uma terceira consciência, guia espiritual e médium (aparelho) se unem para transmitir os ensinamentos necessários, não será apenas o guia, não será apenas o aparelho, mas sim uma mistura de ambos.

    Imaginem o processo como uma viagem de carro, onde temos um piloto, um copiloto e o veículo. O corpo físico é o carro, a ferramenta. O guia estará ao nosso lado transmitindo as informações e ensinamentos, mas essas deverão passar pela “interpretação” do médium. O guia possui certa afinidade com determinado aparelho, essa afinidade pode vir de outras existências, pois energeticamente a comunicação e transmissão de informações será mais fluida entre eles. O guia muitas vezes traz consigo características que o médium precisa trabalhar para evoluir espiritualmente. Um médium muito ansioso, por exemplo, poderá ter uma relação mais próxima com um guia que trará calma.

    A comunicação com o plano espiritual é uma estrada, tanto médiuns, quanto espíritos desencarnados, estão em busca de aprimoramento moral, buscando se aproximar do criador.

    Axé.

 

Pedro” de Xangô e Larissa de Iansã