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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Orixá Ayrá

 Orixá Ayrá


Ayrá a divindade da luz gerada pelo fogo, Orixá da criatividade, a luz da mente, da ideia e um grande estrategista. No território africano, “Ayrá” significa “furacão”.

Está atrelado ao culto de Xangô no candomblé da Bahia, mas, ao contrário do que muitos acreditam, não é uma qualidade de Xangô. Xangô é o fogo e Ayrá é a luz emanada do fogo. É um dos mais antigos Orixás que começou a habitar a terra logo após sua criação, um Orixá funfun, seu caminho está associado a Oxalá, onde os dois são detentores de paz. Enquanto Oxalá é a paz, Ayrá espalha sua luz e estabelece a paz para todos.


É associado a Xangô pois ambos foram incorporados ao Panteão do Fogo, mas seu culto é totalmente independente. Ayrá é da família do raio, mas também domina os ventos e ficou mais conhecido por ter o redemoinho como seu símbolo principal. Em uma das mãos ele carrega uma chave, com a qual pode regular o clima, e na outra carrega uma lança, que simboliza respeito. Apesar do que muitos acreditam, este Orixá não usa coroa, ele usa uma rodilha, também conhecido como eketé.   As cores de Ayrá são o branco e o prata.

Os filhos de Ayrá carregam as seguintes características: são ciumentos, sentimentais, possessivos e sábios. Conseguem se organizar e preparar para situações futuras como se pudessem prever o que irá acontecer. São carinhosos, bondosos, com muita compaixão, autoritários, voluntariosos, enérgicos e ao mesmo tempo calmos, teimosos, guerreiros e apegados a família. Em nosso país não existem muitos filhos desse Orixá.

    O dia da semana é sexta-feira e comemora-se o dia de Ayrá é 29 de junho, sincretizando com São Pedro, devido ele ter sido aquele que foi a luz que edificou a igreja católica e também por carregar as chaves do céu.  É uma tradição acender uma fogueira no seu dia, em sua intenção. Suas oferendas devem conter quiabos, assim como Xangô, mas não podem ser temperadas com sal, nem com dendê ou pimenta. Sua saudação é “Ayrá ponon opokodê”, que significa “assim Ayrá fica feliz” ou
“Ayrá Lê”, que significa “Ayrá está feliz”.

William de Obá

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Orixá Nanã Buruquê

 

Orixá Nanã Buruquê

 

Nanã é Orixá feminino. Mistério ancião.

Na cultura nagô e Iorubá, ancião está associado à sabedoria e experiência. A força do Orixá Nanã não está ligada à força do poder físico, mas à sabedoria adquirida ao longo das experiências vividas. Dentro da umbanda sagrada, faz parte da linha da evolução, junto com Obaluaê.

É um Orixá cósmico, que atua no emocional. Nanã absorve, decanta todos os aspectos emocionais que afastam o Ser de seu caminho evolutivo, ajusta energeticamente o Ser, preparando-o para o caminho do crescimento. Pelo uso da sabedoria, transforma aquilo que é erro em caminho seguro para a evolução. Obaluaê irradia, Nanã ajusta absorvendo. Também chamada de mãe ou avó, é uma Orixá presente desde a criação da humanidade. Ela é a memória do povo, pois vivenciou toda a magia da concepção do Universo. 

Rainha da lama, da qual se origina todo ser humano, Nanã é um dos orixás mais respeitados e também um dos mais temidos. É responsável pelo portal entre a vida e a morte, pois ela limpa a mente dos espíritos desencarnados para que eles possam se livrar do peso que sofreram em sua jornada, reencarnando sem os rastros da vida anterior. Por isso, ao envelhecermos, começamos a perder nossa memória.


A lenda diz que Oxalá moldou os humanos a partir de um barro primordial; para isso pediu a autorização de Nanã, a venerável senhora que tomava conta da lama. Os seres humanos, depois de moldados, recebiam o emi - sopro da vida - e iam viver no Ayê (Terra). Aqui viviam, amavam, geravam novos seres, plantavam, colhiam, se divertiam e cultuavam as divindades. Aconteceu, porém, que o barro do qual Oxalá moldava os humanos estava acabando e em breve não haveria a matéria primordial para que novos seres humanos fossem feitos. 

Ciente do dilema da criação, Olodumare convocou os Orixás para que eles apresentassem uma alternativa para o caso. Como ninguém apresentou uma solução, e diante do risco da interrupção do processo de criação, Olodumare determinou que se estabelecesse um ciclo, depois de certo tempo vivendo no Ayê, os humanos deveriam ser desfeitos, retornando à matéria original, para que novos homens pudessem, com parte da matéria restituída, ser moldados.

Resolvido o dilema, restava saber de quem seria a função de tirar dos homens e mulheres o sopro da vida e conduzi-los de volta ao todo primordial - tarefa necessária para que outros viessem ao mundo. Vários Orixás argumentaram que seria difícil reconduzir os humanos ao barro original, privando-os do convívio com a família, os amigos e a comunidade. Foi então que Iku, até ali calado, ofereceu-se para cumprir o desígnio de Olodumare, que o abençoou. A partir daquele momento, Iku tornava-se imprescindível para que se mantivesse o ciclo da criação.⁣⁣ 

Desde então Iku vem todos os dias ao Ayê para escolher os homens e mulheres que devem ser reconduzidos ao Orum. Seus corpos devem ser desfeitos e o sopro vital retirado para que, com aquela matéria, outros possam ser feitos - condição imposta para a renovação da existência. Ao ver a restituição das pessoas ao barro, Nanã chora. Suas lágrimas amolecem a matéria-prima e facilitam a tarefa da moldagem de outros viventes.

Nas irradiações de Nanã, podemos observar que ela está quase sempre com o Ibirí nos braços, um cajado feito da fibra central da folha da palmeira de dendê. Nanã o carrega, como se estivesse carregando uma criança. Nas oferendas para este orixá, podemos utilizar purê de batata roxa, berinjela, coco seco, uva escura, melancia, ameixa, sarapatel e velas lilás. Um ponto importantíssimo para a oferenda de Nanã é que não se pode utilizar nada de metal na preparação e entrega da oferenda para Nanã.


É sincretizada como Sant’ana, por ser a Orixá mais velha, normalmente nos referimos à Nanã como sendo a avó e Sant’ana (ou Santa Ana) era avó de Jesus. Sendo assim, Nanã foi sincretizada como a Avó de Jesus. Sua saudação é "Saluba Nanã Buruquê", que significa "Salve a Mãe das águas pantaneiras". Para saudar Nanã, também utilizamos a saudação corporal, abrindo os braços com as mãos abertas com as palmas viradas para o chão, fazendo movimentos circulares.

        E por fim, os filhos de Nanã geralmente são pessoas gentis e extremamente calmas, tão calmas e lentas que irritam por terem tanta paciência. Possuem afinidade em cuidar de crianças, e as tratam como uma avó, que educa seus netos com muito zelo e doçuras. Vivem como se a morte não existisse, parece que tudo tem um longo tempo para ser resolvido. A pressa não faz parte de seu vocabulário.

Essas pessoas tendem a se apegarem ao passado, por isso não enxergam nem planejam muito o seu futuro. São saudosistas e aparentam ter mentalmente mais idade do que realmente têm. Problemas de saúde relacionados à idade avançada também se apresentam mais facilmente nessas pessoas, sobretudo nas doenças como dores lombares, reumatismo e problemas de articulações, no geral.

Por sempre se prenderem no passado, é muito fácil um filho de Nanã guardar rancor, e ficar remoendo coisas que já passaram. São ranzinzas e muito teimosos. Ainda assim, são pessoas justas e sábias, e procuram refletir muito sobre atitudes a serem tomadas. Amam com grande afinco sua família, são respeitáveis e carregam consigo um ar majestoso. Apesar de serem filhos da mãe Nanã, não são vingativos e conseguem controlar facilmente sua impetuosidade devido a sua calma.

 

Layla de Omolu

 


terça-feira, 2 de novembro de 2021

Alecrim

Alecrim 

    O  alecrim é um arbusto perene, de folhas estreitas e aromáticas. Seu nome científico é Rosmarinus officinalis. É uma erva morna, de Oxalá, muito utilizada em defumações de ambientes devido a seu poder de limpeza e energização. Possui inúmeras propriedades e, pelo fato de favorecer a produção de neurotransmissores responsáveis pelo bem estar, também é conhecido como “erva da alegria”. 

    É uma das ervas mais completas em termos de benefícios à saúde e pode ser utilizado de diversas maneiras, como aromatizante, chá, em banhos, culinária, estética, etc. Fresco, seco ou como óleo. Age diretamente no plexo solar, limpando energias densas e aliviando sentimentos ruins como raiva e inveja. Seu aroma favorece um estado de consciência mais harmonioso, que ajuda a abrir a mente e clarear os pensamentos. 


    Possui propriedades digestivas e antimicrobianas, sendo um excelente aliado contra o mau hálito, basta mastigar algumas folhinhas no decorrer do dia. Auxilia no sistema nervoso, melhorando a memória, raciocínio e concentração, além de ajudar a prevenir e tratar ansiedade. Para essas finalidades pode ser usado o chá ou aromaterapia. 

    O óleo de alecrim (que é uma forma mais concentrada da erva) auxilia no tratamento de problemas respiratórios, aliviando sintomas de resfriados e alergias. Além disso, o óleo também é muito utilizado na estética, em produtos de pele e cabelo.

    O alecrim é uma erva poderosa, energeticamente falando, e na Umbanda é muito usado em defumações, banhos, amacis e amuletos. É importante salientar que toda manipulação com ervas e banhos deve ser orientada por um guia e que os tratamentos caseiros com qualquer tipo de erva não devem substituir medicamentos e tratamentos médicos.

Larissa de Iansã