Obsessão
Hoje
vamos abordar as explicações contidas no Livro dos Médiuns, capitulo XXIII da
parte segunda –Obsessão.
Somos
esclarecidos que a obsessão consiste no domínio, contato constante, que alguns Espíritos
ruins, de baixa vibração moral, podem exercer nos médiuns. Esse domínio acaba
gerando constrangimentos dos mais diversos nos encarnados. A obsessão acontece
de forma constante, se diferenciando de um espírito que tenta enganar e
atrapalhar as comunicações, apesar desse tipo de interferência ser mais comum
em médiuns iniciantes, até mesmo os médiuns mais experientes estão sujeitos à
interferência de espíritos que querem apenas atrapalhar o desenvolvimento dos
trabalhos.
No
capítulo o processo de obsessão é classificado em: simples, fascinação e
subjugação. Nos processos de obsessão simples, o espírito malfeitor se impõe,
podendo impedir que outros espíritos se comuniquem com o médium obsidiado, se
passando até mesmo pelos espíritos que são evocados. O obsidiado, nesses casos,
sabe que está sob influência de um espírito malfeitor, o espirito não esconde
suas más intenções, em alguns casos pode se utilizar de fenômenos físicos,
produzindo sons de pancadas por exemplo.
O
processo de fascinação é mais complexo e profundo, trazendo consequências mais
sérias. O pensamento do médium é manipulado e influenciado pelo obsessor, a
ponto de o médium não conseguir julgar as comunicações, não sabendo que está
sendo enganado. O fascinado está certo de que sempre tem razão. Os espíritos
responsáveis pelos processos de fascinação são mais ardilosos, afastam o médium
daqueles que poderiam auxilia-lo a se desvencilhar de seu controle, usando até
mesmo o nome de Deus para averbar o conteúdo de suas falácias. Nas obsessões
simples o médium obsidiado deseja se livrar do malfeitor, na fascinação isso
não ocorre.
Na
subjugação, o encarnado tem suas vontades paralisadas, não age mais de maneira
natural. Pode ser divida em moral ou corporal. A subjugação moral se assemelha
à fascinação, fazendo com que a pessoa tome atitudes absurdas e desagradáveis.
No processo corporal o malfeitor faz com que o médium se porte de maneira
inconveniente, fazendo sons estranhos, se ajoelhando em lugares públicos, se
passando por um louco... Para os Espíritos Reveladores a subjugação corresponde
ao processo de possessão, mas explicam que o termo “possessão” remete à ideia
de seres criados única e exclusivamente para o mal, e isso não é verdade, o que
existe são níveis variados de moral, o termo também poderia transparecer a
existência de um processo de coabitação, o que não ocorre.
Os reveladores nos apresentam alguns pontos comuns nas comunicações onde obsessores estão presentes, para que possam ser identificadas. Nos orientam a sempre desconfiar de espíritos que dizem que suas comunicações são infalíveis, que não podem ser criticadas, que querem se comunicar em momentos inoportunos para o médium, e que aos poucos afastam o obsidiado daqueles que lhe advertem.
Todos
somos influenciados pelo plano espiritual, acreditando ou não na
espiritualidade. As ferramentas utilizadas pelo espiritismo auxiliam na
identificação de comunicações baixas, podendo gerar efeitos deletérios nos
encarnados.
A
obsessão pode ocorrer pelos motivos mais diversos, alguns espíritos podem fazer
o mal apenas por fazerem, para alimentarem seu ego e tentarem ganhar
reconhecimento, outros para se divertir às custas dos encarnados desavisados e
até mesmo por situações ocorridas em vidas passadas.
E como
combate-las? Duas formas podem ser destacadas, a primeira é provando ao
obsessor que o médium não está sendo iludido por ele, a segunda maneira é
cansar o obsessor, ser paciente e ter calma, quando o malfeitor perceber que
está perdendo seu tempo, irá se afastar. Em casos mais complexos deve ser
realizado um apelo aos bons espíritos que acompanham o encarnado, para que
auxiliem na retirada do obsessor, devemos lembrar que este também sofre, deve
sempre ser tratado com respeito. Os casos de fascinação demandam mais atenção,
pois o médium precisa perceber a influência do Espírito mau, para que o
processo possa se tornar uma obsessão simples, é uma tarefa extremamente
trabalhosa. O obsidiado muitas vezes não possui força fluídica para se livrar
do processo, sendo muitas vezes necessário um terceiro para auxiliar.
A
Umbanda lida diariamente com processos de obsessão dos mais diversos tipos. Nossas
atitudes diárias, as vibrações que emanamos através de nossos pensamentos e
sentimentos possuem uma grande força. Pensamentos negativos, carregados de
raiva e julgamento são portas de entrada para obsessores. Realizar nossas firmezas,
pedir sempre auxílio dos guias que nos acompanham e ter uma postura benevolente
dificultará que Espíritos malfeitores possam nos atrapalhar.
Devemos
sempre nos lembrar que o Espírito que exerce a obsessão no médium, é também nosso
irmão, também é essência divina e traz Deus em seu interior. Porém, está
passando por um momento de confusão, de mistura de sentimentos. Está cego por
acontecimentos muitas vezes ocorridos em vidas passadas. O obsessor precisa de
ajuda tanto quanto o obsidiado, a oração é nossa maior arma e também nosso maior
afago para lidar com as obsessões.
Todos
nós podemos sofrer com algum tipo de obsessão, por isso devemos sempre lembrar “Orai
e Vigiar”.
Pedro”
de Xangô
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