Oroiná (Egunitá)
Assim como Logunam e Obá, Oroiná é um dos orixás menos conhecido das Sete linhas de Umbanda, até devido isso é importante essa publicação, a fim de entendermos a importância desse orixá. Hoje conheceremos um pouco de Oroiná que atua na quinta linha da Umbanda, a linha da lei. Falaremos de sua atuação, características de seus filhos e algumas curiosidades.
Antigamente Oroiná era chamada de Egunitá, esse nome foi modificado porque fazia confusão com uma das qualidades do Orixá Iansã, mais especificamente Iansã Egunitá. Oroiná é a senhora do fogo, é o orixá que tem o domínio do fogo, assim como Xangô. No entanto o fogo de Oroiná é característico por consumir e purificar os desequilíbrios e vícios dos seres. O sufixo “iná” na língua iorubana significa fogo, desta forma acredita-se que o nome Oroiná tenha relação a isso, significando senhora do fogo ou orixá do fogo. Tanto Iansã quanto Oroiná atuam conjuntamente na linha da justiça e da lei, isso ocorre devido a esses dois tronos complementarem um ao outro. Como já dito em outros textos, essas linhas trabalham em conjunto para trazer o que é de merecimento de cada ser conforme a lei de Deus, podendo ser trazidas provas ou oportunidades. Em consequência da atuação em conjunto dessas linhas existe muita confusão quanto a linha de Oroiná e Iansã, dependendo da fonte da pesquisa suas linhas podem estar invertidas, tendo Iansã na linha da lei e Oroiná na da justiça.
A despeito das confusões, na umbanda sagrada a linha de atuação de Oroína é a quinta linha, a linha da lei. Ogum é o orixá irradiador do trono da lei e Oroína o feminino absorvedor dessa mesma linha. O trono da lei trabalha especificamente no ordenamento dos processos da vida. Enquanto Ogum estimula os seres para se organizarem para vencer seus problemas, Oroiná retira a ordem dos processos que poderiam ser destrutivos se avançassem.
Poucas pessoas tem Oroiná com orixá de frente, portanto seus filhos são raros. São pessoas de gênio muito forte, tem grande senso de justiça e são calados. Filhos de Oroiná não costumam ter nenhum tipo de vício, não são muito sociais e costumam gostar de ficar em casa com os familiares. São emotivos e reparadores. Gostam de conversas reservadas, reuniões direcionadas, como as voltadas para estudo ou para fins religiosos. Têm preferência pela amizade de pessoas passivas. Não suportam pessoas presunçosas, arrivistas ou preguiçosas. Também não gostam de conversas tolas, comidas sem sabor e de bebidas adocicadas. Gostam de se vestir bem, com roupas coloridas e de cores fortes.
A saudação de Oroiná é “Kali yê minha mãe”, suas cores são o vermelho, o dourado e principalmente o laranja que é a cor muito característica do fogo. As pedras de Oroiná são o topázio, a ágata de fogo e a calcita laranja. Suas irradiações são de equilíbrio e purificação. Atua não somente na linha da lei, mas também na linha da justiça. Tem como elemento principal o fogo e em segundo plano o ar. Sua data comemorativa é dia 24 de maio e seu dia da semana são as quintas-feiras. O sincretismo de oroiná é feito com Santa Sara Kali e Santa Brígida. Com isso encerramos nosso texto, esperamos que tenha sido o suficiente para apresentar a nossa mãe do fogo.
Kali yê, minha mãe!
Ricardo de Ogum Matinata
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