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quarta-feira, 4 de julho de 2018

Pluralidade dos mundos

Pluralidade dos mundos

Dando prosseguimento no estudo do Livro dos Espíritos de Allan Kardec, o título 5 do Capítulo 3 aborda sobre a Pluralidade dos Mundos. 
Introdutoriamente, Kardec indaga se “Todos os globos que circulam no espaço são habitados?”. Ora, obviamente a resposta dos Espíritos Superiores é sim, pois, questionar se Olurum criou o universo sem razões e motivos é o mesmo que desconfiar de sua sabedoria. Sabemos que o universo sempre foi um enigma inexplicável. Se existisse vida somente na Terra, poderíamos afirmar que o Universo é um grande desperdício. Não existem seres vivos apenas nesse planeta em que habitamos, e ainda, não são só os seres humanos que são racionais. Existem vários outros mundos e seres vivos semelhantes. Todos estes seres são dotados de inteligência, bondade e perfeição, e possuem seu grau de importância, sendo assim, não apenas os seres racionais são merecedores deste mundo. A existência de cada ser é notória e relevante.
Há aproximadamente 20 anos, os cosmólogos não seguiam este raciocínio. Eles não acreditavam na existência de outros planetas além dos constantes no sistema solar, quem diria então acreditar que estes outros planetas poderiam ser habitados. Acreditavam apenas no que viam ou era comprovado. Isso demonstra um raciocínio errôneo, ilógico, orgulhoso e repleto de vaidade. Imaginar que apenas o que se vê é o máximo que o nosso Pai Olorum pode criar, é absurdo.
Existe sim vida em outros planetas, mas não da forma que conhecemos e estamos habituados.


Prosseguindo, dando continuidade ao raciocínio, ao se perguntar sobre a matéria física dos globos, é revelado que estes não apresentam semelhança na constituição, nem organização dos seres. Diante disso, devemos pensar que se Olorum criou globos e seres com matérias diferentes, como, por exemplo, os seres que vivem na terra, distintos dos seres que vivem na água e as aves que sobrevoam no ar, há um significado ou um motivo para tanto. Entretanto, os seres humanos desconfiam e apresentam dúvidas constantes sobre assuntos que não merecem discussão, somente acreditam naquilo que os olhos vêem, por exemplo, se não tivessem visto peixes morando na água, não acreditariam nessa situação. 
Por fim, Kardec perguntou se “os mundos mais distanciados do Sol são privados de luz e calor, de vez que o Sol lhes aparece apenas como uma estrela”. É claro que nesse caso existe uma adaptação tanto da matéria e composição, principalmente quanto aos órgãos dos seres que ficam em mundos mais distantes, para se adequar a temperatura, bem como existem outras formas de luminosidade, como por exemplo, existe a eletricidade.
Esclarecendo o assunto tratado, a pluralidade dos mundos habitados compreende um dos sete princípios básicos da doutrina espírita e trata da existência de vida nos diversos orbes do universo. Desde as épocas mais remotas, as civilizações pregavam a existência de vida nos outros planetas, isto é, a vida além da Terra. Existem evidências que corroboram esta afirmação, justamente pela descoberta da imensidão do universo e do infinito, e pela certeza comprovada pela astrofísica e por filósofos de que a Terra não se encontra no centro do universo. Diante disso, torna-se ilógico cogitar que a Terra seja um local privilegiado e único para habitação, ainda mais por ser um planeta menor que os outros.
Estes diversos mundos existentes possuem categorias muito diversas. Existem os mundos superiores, mundos intermediários e mundos inferiores. Nos superiores, a vida é totalmente espiritual. Nos intermediários, que mais se assemelham com a vida na Terra, há uma mistura do bem e do mal, havendo predominância de um ou outro conforme a maioria dos habitantes. Nestes também, há muitas provas e expiações, como a miséria, os vícios, os sofrimentos e outras imperfeições morais. E nos inferiores, a existência é toda material, onde os espíritos estão começando a sua evolução, como se fosse uma escola. Podemos inferir que em todos eles existem espíritos, sendo que alguns estão começando a sua evolução, outros estão em um nível mediano e outros ainda já desenvolvidos. Apesar das diferenças, os seres de outros mundos possuem semelhanças com os seres da Terra, mas não são idênticos, uma vez que é necessária a adaptação conforme as especificidades das matérias de cada lugar, sendo que os seres já evoluídos não possuem mais corpo físico, mas sim corpo espiritual, além da matéria.


Importante salientar, também, a classificação dos mundos quanto à existência das chamadas “zonas habitáveis”. Estas que compreendem os locais do sistema solar mais próximos ou mais distantes do Sol, assim como locais com distância ideal comparada ao local em que já estamos acostumados. Somente nas zonas com distância ideal, a ciência considerada a possibilidade de vida, em virtude da luminosidade e da temperatura propícias.
Concluindo, cumpre ressaltar que da mesma forma que a doutrina espírita, a doutrina umbandista também se baseia na pluralidade de mundos habitados. Acreditamos na transformação deste mundo, de forma moral, onde as pessoas predispostas seguirão a sua evolução e os demais serão transportados para outro mundo, para que possamos viver em um mundo melhor, um mundo regenerado. E assim como os nossos pretos velhos nos passam, devemos ter fé, esperança e acreditar que irá acontecer a regeneração, que existirão os chamados mundos perfeitos. Todos, em conjunto, devemos compartilhar do mesmo objetivo final da providência, concorrer para as fases de graduação espiritual das pessoas com foco no amor e na caridade e lutar por um lugar melhor e mais feliz para vivermos.

“Há muitas moradas na casa de meu Pai”


Hélder de Oxalá

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