Pesquisar

terça-feira, 30 de junho de 2020

Identifique os ciclos repetitivos de sua vida


Identifique os ciclos repetitivos de sua vida

Trataremos de um tema que é uma leitura de nossa vida terrena, onde as situações cotidianas nos levam a confrontar nossas limitações e dificuldades, nos levando fatalmente, em menor ou maior tempo, ao apuramento espiritual. Esses ciclos estão intimamente ligados a lei divina, aonde as dificuldades pelas quais passamos sempre são justas aos olhos divinos e não necessariamente aos olhos dos homens. Muitos espiritualistas pensam que por terem um guia forte estão protegidos no mundo físico quanto a roubos, furtos, agressões e demais males físicos. Tem espiritualista que até acha que está imune a morte. Na verdade, não é bem assim que as coisas funcionam.
Reencarnamos neste mundo de provas e expiações para aprender com as dificuldades. Quando preparamos nossa encarnação existem as “metas” que nos propomos a buscar, um planejamento espiritual. Esse aprendizado pode ser conquistado de forma harmoniosa e sem tantos sofrimentos, mas isso não é comum e geralmente também é muito mais demorado. Em regra, as grandes lições da vida são aprendidas nos momentos conturbados como doenças, dificuldades financeiras, perda de bens, perda de amores entre outros. Cada uma dessas situações, na verdade, tem um proposito mais profundo que é nos forçar a aprender o que evitamos aprender de forma mais fácil. É comum que depois de reencarnado o ser “fuja” dos problemas que tem maior dificuldade e caso isso fosse permitido, ao fim da encarnação ele poderia não ter se aprimorado em nada daquilo em que se propôs em seu planejamento reencarnatório. 
Nessa ótica fica claro que nossos guias não devem nos livrar de todos os males mundanos, pelo contrário, muitas vezes devem e contribuem para que passemos por essas experiencias. Fazem isso em prol do objetivo maior que é o sucesso da existência em aspectos espirituais. Tendo isso em mente fica fácil compreender que um “guia” que nos livre de todos os males mundanos estaria nos fazendo mais mal do que bem em uma visão ampla, pois estaria nos impedindo de cumprir o que precisamos e nos propomos.



É importante ressaltar que essas grandes dificuldades não são a primeira oportunidade de se aprender o que é necessário, normalmente veem depois de inúmeras chances de se aprimorar de maneira menos dolorosa, no entanto, muitos evitam essas chances até que seja preciso “usar” essas situações mais radicais. Chamamos essas inúmeras chances de aprimoramento de ciclos, esses ciclos são repetidos sem que percebamos em nossas vidas, em diferentes situações, sempre nos instigando a superar uma determinada limitação. 
Nesse contexto torna-se importante ter reflexões periódicas em nossas vidas para entender o que o mundo está tentando te mostrar através de determinadas situações. Um exemplo disso é a pessoa que sempre começa a fazer algo (cursos de qualificação profissional, religião, tocar instrumentos, aprender lutas, aprender danças...), mas sempre abandona antes de colher os frutos, o que poderá ser frustrante no futuro. Nesse exemplo a pessoa quer os resultados, mas não tem a paciência e a determinação necessária para plantar a semente do sucesso e depois cultivá-la.
Certa vez ouvi uma entidade dizer, em um diálogo com os espíritos, que se um ser quiser se afastar da luz ele o aconselharia a correr (se afastar, mergulhar nas trevas) o mais intensamente que pudesse, porque fazendo isso, quanto mais intensa e rápida for essa “corrida”, mais rapidamente e intensamente esse ser teria um grande tombo (alegoria para situação de extrema dificuldade/aprendizado) que o devolveria mais rápido ainda a luz. Não quero que isso seja mal interpretado, isso quer dizer que a evolução do espírito ocorre de uma maneira ou de outra, fácil ou difícil, dependendo exclusivamente de suas escolhas.
Nesse texto podemos comentar brevemente sobre os ciclos repetitivos que ocorrem em nossas vidas em prol do nosso aprimoramento espiritual. Aconselhamos a todos a fazer esse exercício de autorreflexão, identificando o real significado por trás de cada acontecimento. Se conseguirmos fazer isso, com certeza alcançaremos mais facilmente nossos objetivos, com o menor sofrimento possível. Que Omolu possa eliminar cada um de nossos ciclos nocivos e que Iemanjá possa criar ciclos de amadurecimento e crescimento para todos nós.
Axé
Ricardo de Ogum Matinata


terça-feira, 23 de junho de 2020

O tempo de Logunam


O tempo de Logunam

Logunam, conhecida também como Oyá Tempo, é o Orixá que rege o tempo. 
Como foi mencionado no texto de nosso irmão Ricardo “O Tempo é a chave do mistério da fé regido por Logunam e Oxalá, porque é na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem”. É ela quem domina o tempo natural das coisas, do crescimento individual de cada ser e não o tempo cronológico, como muitas pessoas confundem.
Logunam, a Senhora do Tempo, demonstra que para tudo há o momento certo, seja para o conhecimento, aprendizado e até mesmo para compreender sobre si próprio. Um ciclo de início, meio e fim, demonstrando que para todo fim virá um novo começo. 



Para ser mais clara, utilizarei as palavras que sempre ouço de uma Preta Velha: ‘’O tempo certo das coisas, minha filha, é como os objetivos que se quer alcançar. Pense nos seus objetivos como sendo uma flor que está no alto de uma montanha, mas para alcançá-la você precisa caminhar passo a passo, observando cada detalhe, retirando todas as pedras e enfrentando as tempestades. Então, cada coisa que deverá passar pela sua caminhada virá à tona no momento certo, para seu aprendizado. Tudo deverá ser enfrentado com calma, pois cada tempestade vem para te ensinar algo como preparação para o que está por vir. Sendo assim quando se conquista algo, mesmo com tanta “demora”, percebe-se que aconteceu no momento certo, pois se teve tempo para aprender.’’ 
Esse ensinamento demostra de forma simples como atua Logunam e que é necessário ter calma para que as coisas fluam no seu devido ritmo, sem correria. Mostra que precisamos ter paciência, pois talvez aquele não seja o momento ideal para o que almejamos, mas sim uma fase preparatória para o que virá.

Ana Clara de Logunam



terça-feira, 16 de junho de 2020

Justiça da reencarnação


Justiça da reencarnação


Dando sequência ao nosso estudo sobre o livro dos espíritos, analisaremos as informações contidas no livro 2 capítulo 4- Justiça da Reencarnação.
Kardec pergunta aos Espíritos Reveladores em que se baseia o Dogma da Reencarnação e é então esclarecido. Na justiça de Deus e na Revelação (Os dez mandamentos, os ensinamentos transmitidos por Jesus Cristo e a revelação do espiritismo). Dizem ainda que Deus é bondade e seria diferente de sua essência punir eternamente um espírito, dessa forma Ele sempre deixa uma porta aberta para que possamos por meio de experiências, alcançar um novo de grau de evolução aprendendo com os erros.
O codificador da doutrina espírita comenta sobre o ensinamento passado, dizendo que todos os espíritos têm por destino a perfeição e a vida no plano físico é uma ferramenta para que possamos alcançá-la. A reencarnação sustentada na justiça divina se torna o principal pilar de esperança, dessa forma um erro nunca será eterno, teremos sempre quantas chances forem necessárias para aprender, entender e corrigir o erro cometido.
É possível encontrar vários pontos em comum entre o ensinamento transmitido pela doutrina Kardecista e a Umbanda por nós praticada, por exemplo, ao analisarmos o momento da anunciação da Umbanda no plano físico pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, temos a orientação de que a religião seguiria os ensinamentos de nosso senhor Jesus Cristo.


A visão passada pelos espíritos reveladores vai de encontro com os ensinamentos umbandistas, estamos na Terra como seres encarnados para que possamos corrigir erros cometidos em vivências anteriores. Isso ocorre também com os guias que nos acompanham e auxiliam em nossos trabalhos ao se colocarem à disposição para nos ajudar com toda humildade e amor, estão também caminhando na evolução espiritual.
Voltemos nosso pensamento para os tempos da escravidão, não é lógico pensarmos que Deus permitiria que um ser por ele criado fosse torturado à revelia. Através da reencarnação Deus da chance para que até mesmo o torturador se arrependa, enxergue seus erros e possa corrigi-los. Um escravo em uma passagem encarnado, pode ter sido um senhor de escravos impiedoso em outra, obtendo dessa forma a oportunidade de apreender com os atos que cometeu.
Sempre que nos desviamos do amor e caridade, estamos nos desviando do caminho natural de nossa evolução. Os nossos atos enquanto encarnados serão analisados por Xangô e seus representantes da justiça de divina, para que tenhamos sempre a oportunidade de melhorar.

“Não se acerta se não errar”

Pedro” de Xangô


terça-feira, 9 de junho de 2020

Uso das ervas na Umbanda


Uso das ervas na Umbanda

As ervas e plantas são usadas desde os tempos remotos da humanidade, podendo ser utilizadas através de xaropes, chás, extratos, plastos, óleos, macerados, pomadas entre outros. Seus princípios ativos são utilizados largamente pelas indústrias farmacêuticas nos tempos modernos.
Em nossa Umbanda, são transmitidos pelos guias diversos ensinamentos sobre a utilização das ervas. Esse conhecimento passado pelos espíritos para a prática da caridade ocorre tanto nas linhas da direita (Preto Velho, Caboclo e Erê), quanto nas linhas da esquerda (Exu, Pombogira, Exu-mirim e pombogira-mirim). A mesma erva pode ser utilizada de maneiras diferentes dependendo da linha de trabalho. Como exemplo, podemos ter um chá de alecrim passado por um Preto Velho e o uso de alecrim orientado por um Exu, cada linha terá um conhecimento sobre o uso dessa erva para fins diferentes.
Podemos atribuir algumas classificações com base no efeito que as ervas produzem em nosso corpo físico e espiritual, como por exemplo, a polaridade: ativas e passivas. As ativas são usadas principalmente para limpeza e descarrego por possuírem ação absorvente. Possuem tons fortes como verde musgo e laranja, terminações pontiagudas e cheiro forte, também podem ser chamadas de ervas quentes. Entre as representantes deste grupo podemos citar a arruda, guiné e alho.



Já as passivas (sendo também classificadas em mornas e frias) possuem ação equilibradora, promovem estado de consciência mais harmonioso e saudável, atuam principalmente no plexo solar e em neurotransmissores do sistema nervoso. Possuem tons claros como verde, amarelo esmaecido... Exalam cheiros mais agradáveis como erva cidreira, manjericão e poejo.
Outro fator importante é o horário de coleta da erva pois a concentração de ectoplasma presente nas plantas varia de acordo com a posição do sol. No período da manhã, antes de 09:00 horas, o ectoplasma concentra-se nas raízes; Entre as 09:00 e 15:00 horas sua concentração é maior nas folhas e flores; após as 15:00 horas o fluxo de ectoplasma está mais concentrado no caule devido à “descida” do bioplasma. Por esse motivo, é comum que os guias nos orientem a colher as ervas em um período específico do dia.
E durante as giras? Na maioria das casas de Umbanda as reuniões ocorrem durante a noite, e neste caso, como ficaria a variação de ectoplasma das ervas? Os guias manipulam as concentrações de fluido vital para o trabalho que será realizado, concentrando as energias nas partes necessárias da erva.
No culto aos orixás temos Ossaim, orixá das folhas. Ossaim é o ativador do axé presente nas folhas e sempre que utilizarmos alguma erva em nossos trabalhos, devemos pedir a ele que derrame sua essência divina, abençoando aquela planta para que alcancemos o resultado desejado.

Pedro” de Xangô e Larissa de Iansã

terça-feira, 2 de junho de 2020

Formação dos seres vivos


Formação dos seres vivos

            Dando continuidade ao estudo do Livro dos Espíritos, falaremos no presente texto sobre a formação dos seres vivos, tema citado no capítulo 3-  Criação.
            Quando falamos da formação de seres vivos é comum imaginarmos a criação dos seres já em seus estágios mais evoluídos, como são atualmente. No entanto, nos referimos a vida em sua forma mais primitiva, germes formados através do agrupamento de elementos orgânicos que permaneceram em estado de latência por milhares de anos até que o ambiente se tornasse propício para o surgimento de cada espécie.  
            Antes mesmo da formação da Terra os elementos orgânicos que deram origem aos seres vivos já se encontravam no espaço, inertes, a espera de um ambiente favorável para sua evolução. Para melhor compreensão, imaginemos que tais elementos sejam sementes de plantas que podem ficar armazenadas por um longo período, aguardando serem plantadas em um ambiente com solo e temperatura ideais para seu desenvolvimento.

            Apesar dos vastos estudos sobre o assunto, não é possível saber com exatidão de onde vieram tais elementos, em qual época esse fenômeno ocorreu ou porque a vida não se forma mais espontaneamente. O princípio das coisas está nos segredos de Deus e Ele colocou limites as investigações dos homens. O Criador exerce seu poder sobre leis e mundos infinitos e jamais seremos capazes de compreender tamanha grandeza.
            Nós Umbandistas cremos que Olorum irradia sua luz de forma fragmentada e em diferentes vibrações e chamamos essas vibrações de Orixás. Como toda criação tem essência divina, a formação dos mundos e seres vivos se deu a partir do Orixá Exu, que é o vazio, o princípio de todas as coisas. A partir daí os demais Orixás exerceram suas forças para que tudo surgisse em seu devido tempo.
"Sem Exu nada se cria"
Larissa de Iansã