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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Um olhar de Fé que acolhe

 Um olhar de Fé que acolhe

Por muitas vezes me questionei o porquê passar por tantos desafios, mesmo ainda que sejam aqueles em épocas que ainda nem aqui neste plano estava. Sim eu falo que minha vida começou ali no ventre da minha mãe, quando ninguém sabia que eu existia, mas que conseguiria lutar para aqui estar.

Acredito que Deus me capacita e provê todos os recursos para que  batalhas eu possa vencer, como? Ainda não sei descrever, mas me faz acreditar que sim existe uma força que não posso enxergar mas tenho a certeza que posso contar.

Ali viria uma menina, em uma época que muitos julgavam ser capazes de selecionar qual vida deveria vingar, mal eles sabiam a força que uma mãe teria para poder lutar. Vencer ali, não era uma questão para duvidar e sim uma certeza que tinha hora para chegar.

Vi o mundo com tantas histórias para contar mas na verdade nem tamanho tinha para poder caminhar. Mesmo que muitos ali tivessem dúvidas, sempre existia alguém para acreditar, ter a certeza que a vida é muito mais que viver por lá.

Tive paciência, persistência e resiliência, não era qualquer um que iria me impedir de chegar. Sou filha de meu Deus e posso provar.

Viver com todas essas histórias poderia me atormentar, caso assim eu quisesse deixar. Mas prefiro andar na certeza que Ele não erra por nos deixar vir aqui neste lugar e aprender a acertar.

É difícil pensar que não existe lugar para fazer diferente daquilo que se poderia imaginar. Difícil mesmo seria se eu não pudesse ter a oportunidade de auxiliar aqueles que me fizeram mal, mas no fundo só queriam me ajudar.

A vida pode parecer difícil, mas na verdade é só questão de acreditar. Tudo que mora dentro de você vida pode dar, como se fosse um ser que estivesse ali para poder recomeçar.

Escolha os olhos da fé para tudo poder enxergar.


 Bruna de Obá


quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Saúde mental, Espiritualidade e Umbanda

 Saúde mental, Espiritualidade e Umbanda

Há pouco tempo atrás a discussão entre os conceitos de espiritualidade e saúde mental na mesma prática eram impensadas. Isso porque o conceito de espiritualidade ainda é disseminado de forma errônea, sempre levada para o lado de dogmas e julgamentos do senso comum ligando a espiritualidade diretamente a alguma prática religiosa específica ou pré-estabelecida. Porém se levarmos em consideração o real conceito de espiritualidade, ela se aproxima cada vez mais das boas práticas mentais cientificamente comprovadas e aplicadas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Saúde Mental pode ser considerada um estado de bem-estar vivido pelo indivíduo, que possibilita o desenvolvimento de suas habilidades pessoais para responder aos desafios da vida e contribuir com a comunidade. Para o desenvolvimento deste bem-estar algumas das técnicas mais utilizadas atualmente pela psicologia é a psicologia positiva e atenção plena, que é um movimento científico que estuda as qualidades do sujeito e os aspectos que funcionam bem em suas vidas direcionados para o tempo presente. Em outras palavras, é um estudo sobre o funcionamento positivo do cérebro. Seu estudo é focado no autoconhecimento e em como as pessoas podem se tornar mais satisfeitas.

Concomitantemente a espiritualidade pode ser entendida como o conjunto de crenças que traz a vitalidade e significado aos eventos da vida. É a propensão humana para o interesse pelos outros e por si mesmo. Ela atende à necessidade de encontrar razão e preenchimento na vida, assim como a necessidade de esperança e vontade para viver. Quando um indivíduo se sente incapaz de encontrar um significado para a os eventos da vida, como no caso de doenças e perdas, ele sofre pelo sentimento de vazio e desespero. Porém, a espiritualidade oferece um referencial positivo para o enfrentamento e ajuda a suportar melhor esses sentimentos.

Assim sendo se entende que estes são conceitos e práticas extremamente próximos e complementares uma ao outro, sendo cada vez mais acionados e unidos à saúde em geral como mais um instrumento motivador. É importante salientar que existem diversas formas de trabalhar e fortalecer essa espiritualidade e que cada indivíduo buscará o meio em que melhor se encaixa. Lembrando sempre que para ser benéfico é preciso atentar-se aos efeitos positivos alcançados.

Dito isso percebemos que a prática umbandista no desenvolvimento da espiritualidade se aproxima muito dessas concepções. Umbanda é amor e caridade, é ver a vida com outros olhos, é nos fazer despertar e acordar. A Umbanda nos convida a desenvolver nosso melhor lado para que possamos ajudar o próximo. No livro - Incorporação: qual o objetivo da umbanda?- traz um trecho onde retrata bem essa concepção positivista e ativa que diz: “Liberte-se do que o oprime e seja feliz, quem é feliz não agride o outro. Quer que a sua vida mude? Então mude-se primeiro.”

Em síntese, a saúde, a espiritualidade e a Umbanda, tudo gira em torno de boas práticas e a desmistificação desses conceitos tende a abrir grandes caminhos de desenvolvimento. A prática dos pensamentos e comportamentos ativos e positivos tende a indiscutivelmente nos colocar no lugar de bons resultados e o equilíbrio entre esses ambientes tendem a nos manter por mais tempo neste lugar. Cabe a cada um sempre cuidar e encontrar o caminho para que o tripé saúde física/mental/espiritual esteja sempre fortalecido permitindo assim uma vida mais saudável e bem vivida.

Natália de Iemanjá


segunda-feira, 25 de novembro de 2024

A linha dos Pretos Velhos e seus ensinamentos

A linha dos Pretos Velhos e seus ensinamentos 

Hoje, pretendo trazer uma breve reflexão sobre a falange dos pretos velhos, para começar, acredito ser fundamental compreender a origem da história por trás do arquétipo dos Pretos Velhos. Durante a colonização do Brasil, milhões de africanos foram cruelmente traficados para estas terras, submetidos a condições subumanas, trabalho forçado, castigos brutais e separação de suas famílias. Essa página sombria da história do Brasil ainda se reflete em nossos dias, evidenciando as profundas desigualdades sociais. É dessa ancestralidade sofrida, porém resiliente, que emerge a falange dos Pretos Velhos, um povo retirado de suas terras, que lutou pela liberdade.

Na Umbanda os Pretos Velhos são entidades que personificam os ancestrais africanos, enraizados em nossa cultura. Guiados pela força do Orixá Obaluaê, eles realizam trabalhos voltados para a cura, proteção espiritual e equilíbrio energético. Alguns relatos sugerem que sua postura curvada é uma reverência ao senhor da terra, Obaluaê. É valido ressaltar que cada guia tem sua própria história e, assim como em outras linhas espirituais, eles se alinham aos grupos de espíritos por semelhança energética, logo, os Pretos Velhos não são necessariamente negros escravizados, nem mesmo idosos, mas sim seres que evoluíram para incorporar a sabedoria dessa tradição. E assim como outras linhas espirituais, os Pretos Velhos podem manifestar a influência de outros orixás em seus trabalhos, como Oxalá, Ogum, Iansã, entre outros.

Com paciência e dedicação os Pretos Velhos orientam e auxiliam aqueles que os buscam, proporcionando um caminho para evolução pessoal. Com fama de serem amorosos, pacientes e calmos, mas também são firmes quando necessário. Dotados de profundo conhecimento sobre o poder medicinal das ervas, rezas e benzimentos, os Pretos Velhos também têm domínio sobre as famosas "mirongas", técnicas misteriosas usadas para quebrar demandas e auxiliar conforme o merecimento daqueles que buscam sua ajuda.

Os pontos cantados nesta linha de trabalho narram histórias dos guias e do período da escravidão, transmitindo força e resiliência. Eles nos lembram que, apesar das dificuldades, nossos antepassados superaram e evoluíram, transformando suas experiências em lições para todos nós. Essas histórias também destacam a importância da fé e resiliência para manter viva a força de um povo e a memória de seus ancestrais. Em um ponto tradicional de Preto Velho se canta: “Preto Velho trabalha sentado, se for preciso trabalha em pé; mandinga de Preto Velho é galho de arruda, é folha de Guiné.”; Essa passagem ilustra a simplicidade e firmeza dos ensinamentos dessa linha espiritual que mesmo diante das adversidades seguem auxiliando a todos que buscam seu auxílio.

Os Pretos Velhos nos ensinam a lutar, lutar pelo que acreditamos, pela nossa identidade, pela nossa força interior. Eles nos recordam que aquilo que buscamos, desejamos e nos fará evoluir está dentro de nosso próprio coração. 

Jéssica de Obaluaê

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Obaluaê: O Rei da Terra

 Obaluaê: O Rei da Terra

Tido como um Orixá sombrio, considerado nas lendas africanas como severo e terrível, caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais. A razão desse temor se deu porque o Orixá comanda as doenças e, consequentemente, a saúde e assim como sua mãe Nanã, com quem divide o sexto trono da umbanda na linha da evolução, tem profunda relação com a morte.

Obaluaiê, ou Obaluaê, tem o rosto e o corpo cobertos de palha da costa. Em algumas lendas, isso é para esconder as marcas da varíola; em outras, já curado, não poderia ser olhado de frente por ser o próprio brilho do sol. Seu símbolo é o Xaxará – um feixe de ramos de palmeira enfeitado com búzios. O Rei da Terra é às vezes chamado de "O velho", com todo o prestígio e poder que a idade representa, ambivalentemente detém a doença e a cura, e com seu Xaxará ele expulsa a peste e o mal.

Muitos associam Obaluaiê apenas como o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluaiê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o "Senhor das Passagens" de um plano para outro, de uma dimensão para outra, sendo assim ao se pedir por novos caminhos e novos ciclos deve-se lembrar de também pedir para que Obaluaê abra os portais para que estes caminhos e ciclos possam ser abertos. Além disso promove a cura das nossas doenças físicas e emocionais e tem sob seus comandos incontáveis legiões de trabalhadores espirituais que preparam os espíritos para uma nova encarnação e, atua também no plano físico, junto aos profissionais de saúde, trazendo o conhecimento necessário para o alívio das dores daqueles que sofrem.

Obaluaiê também é o Orixá regente da linha dos Pretos Velhos, seu dia da semana são as segundas-feiras, e a data comemorativa é 16 de Agosto, dia de São Roque – Santo católico ao qual é sincretizado. Suas cores são o preto e o branco, e as guias com essas cores trazem a força desse Orixá. Seu ponto de força é o cruzeiro das almas, o elemento é a terra, o chakra ao qual está ligado é o básico, e sua saudação é Atotô, que significa “Silêncio, o senhor da terra está aqui”.

Os filhos de Obaluaiê são muito introspectivos, calados, modestos, pensativos e muito calmos. Perfeccionistas, estudiosos, misteriosos e, por isso, gostam de estar sozinhos com seus pensamentos. Quando estão no negativo, costumam ser ranzinzas, reclamões, negativos e vingativos. Os filhos de Obaluaiê têm muita dificuldade em fazer novos amigos, mas têm grande consideração por aqueles que têm, e esses se tornam amigos para sempre. Apesar da presença dos amigos ser muito importante para que eles consigam se realizar, comunicar e tornar-se pessoas ativas, ainda assim os filhos de Obaluaiê sentem a necessidade de ficar só, em silêncio. Seu crescimento e entendimento dependem do silêncio e da solidão, por isso são introvertidos.

A essência desse orixá nos mostra que mesmo diante das adversidades é possível ressignificar nossas feridas e promover a cura. Obaluaê nos ensina que devemos compreender nossa essência e aprimorá-la. Que Obaluaê possa nos oferecer as curas necessárias para nossa evolução nesta encarnação e que possamos compreender que o silêncio também é uma forma de prece.

Atotô, meu pai. 


Jéssica de Obaluaê


quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Coroa do Médium de Umbanda

 Coroa do Médium de Umbanda

Atualmente, com a popularização da Umbanda, não é raro que uma das primeiras indagações das pessoas ao conhecer um terreiro seja: “Qual é o meu orixá?”. Essa questão muitas vezes gera fantasias no imaginário daqueles que estão inseridos nos terreiros e, freqüentemente ouvimos: "Sou impulsiva e festeira, devo ser de Ogum", "Fulano tem charme e é mulherengo, deve ser de Oxóssi", "Fulana é tímida e discreta, deve ser de Oxalá", e assim por diante. No entanto, essa tentativa de adivinhação nada tem a ver com a real significância de saber seu orixá, tão pouco sobre a essência dos Orixás em questão.

Nas casas de Axé, existem diferentes formas de descobrir o seu Orixá, mas todas se assemelham em um aspecto: para saber disso, é preciso compreender a responsabilidade que é cuidar do seu Orixá e do seu Ori. A maioria das pessoas não tem noção de como essa informação pode e irá mudar suas vidas.

Agora voltemos à Umbanda, mais especificamente à nossa casa de Umbanda. Aqui, o orixá de cada filho de santo é confirmado pelo guia-chefe da casa, no momento propício para o desenvolvimento mediúnico daquele médium, ou seja, no momento em que o médium está preparado para ter esse conhecimento.

Enfim, a coroa mediúnica é formada pelo conjunto de Orixás que atuam em seu Ori (cabeça) e a centelha divina que age em sua vida. Os Orixás de nossas coroas nos acompanharão nesta e em outras vidas. Explico melhor: a nossa coroa é composta por três Orixás (forças divinas): De Frente, Adjunto ou Juntó, e Ancestral. Cada um deles possui uma função específica. Falemos mais sobre isso:

Orixá De Frente: É aquele que trará os desafios nesta vida. Viemos nesta encarnação para aprender a ser mais parecidos com este orixá, absorver seus valores e seus ensinamentos. Parte dos desafios que você enfrentará nesta vida tem este objetivo, ou seja, o Orixá de frente tem a função de nos direcionar a nossa evolução espiritual, por exemplo: Filhos de Ogum de frente podem ter que aprender a lidar com a ordem; os de Xangô podem ter que aprender sobre equilíbrio, e assim por diante.

Orixá Ancestral ou de Fábrica: Trata-se da energia que Olorum usou para te criar como seres espirituais. É a sua essência, e ele nunca muda, estará com você em todas as suas encarnações. É o marco zero de cada um, ou seja, é aquele que lhe sustenta quando os desafios lhe deixam em uma situação muito difícil. Por exemplo: Oxóssi tem como eixo a expansão do conhecimento; Oxum vem para agregar o amor, e assim por diante.

Orixá Adjunto ou Juntó: É responsável por equilibrar a ação do Orixá de frente e Ancestral. Os três caminham juntos com o objetivo de trazer equilíbrio para nossa vida. É o Adjunto que vai te direcionar para que você atinja os objetivos desta encarnação e aprenda esses valores. Por exemplo: Se Iansã for juntó, direcionará pelo caminho do movimento; se for Oxalá, direcionará pelo caminho da fé, etc.

Em resumo, se queres saber seu Orixá, é preciso compreender a importância dessa essência em nossas vidas, compreender a força de cada orixá cultuado em nossa casa, e estar disposto a compreender sua função em nossas vidas e a evoluir a partir desse conhecimento. Saber seu orixá não deve ser pelo ego, e sim pela evolução. Então, meus irmãos, se eu posso dar-lhes um conselho, este é: valorizem cada passo de seu desenvolvimento. Não se apressem, olhem para si e busquem ser melhores a cada dia.

A essência do Orixá está dentro de ti, ou seja, você já sabe quem ele é, pois ele é reflexo de você. A confirmação do guia-chefe virá no momento em que você compreender que o Orixá é cuidado, força e dedicação. Neste sentido, cuidem-se, se fortaleçam, só assim é possível cuidar de seu Ori.

Axé,

 Jéssica de Obaluaê


segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Aroeira

 Aroeira

Durante os meus estudos sobre ervas recentemente me deparei com a árvore Aroeira que é uma planta medicinal da espécie Schinus terebinthifolius, nativa da América do Sul, presente no Cerrado, na Mata Atlântica e no Pampa gaúcho.

Quando jovem, a Aroeira pode medir de 5m a 10m de altura, seu tronco é geralmente tortuoso, curto, com copa larga, arredondada e pouco densa. A casca externa do tronco é escura, grossa e rugosa, áspera, a interna é avermelhada, com textura fibrosa e odor característico, com folhas são compostas por 9 a 11 folíolos. O fruto possui semente única e quando imaturos são verde-claros, já quando maduros, apresentam cor vermelha, com sabor adocicado e aromático, sendo utilizado como condimento conhecido como pimenta-rosa. A Aroeira deve ser plantada sempre a pleno sol no início do período das chuvas.

A Aroeira é popularmente conhecida no tratamento de inflamações na pele e nas mucosas, como irritações e feridas. Sua capacidade cicatrizante é empregada no tratamento de cortes, feridas e queimaduras leves. Possui propriedades analgésicas, sendo utilizada para aliviar dores musculares e articulares. Auxilia no aumento da produção de urina, contribuindo para a eliminação de toxinas e a prevenção de problemas renais. O uso medicinal dessa planta deve ser utilizado somente sob orientação médica.

Por ser uma planta adaptável a diferentes condições ambientais e resistente a períodos de seca, a Aroeira é vista como um símbolo de resistência e resiliência, sendo utilizada em algumas comunidades, como uma fonte de conexão com a natureza e os elementos da terra. Assim, é valorizada não apenas por suas propriedades medicinais, mas também por seu significado cultural e espiritual. Acredita-se que a Aroeira possui poderes de proteção contra energias negativas e influências malignas.

Na medicina indígena e em algumas tradições religiosas e esotéricas, a fumaça produzida pela queima da resina da aroeira é utilizada para purificar ambientes e afastar energias indesejadas, bem como é utilizada em rituais de cura e purificação do corpo e da mente. Nos rituais umbandistas, a Aroeira pode ser empregada de em banhos de descarrego, chás e, defumações, dentre outros. Os rituais envolvendo a Aroeira devem seguir as orientações dos guias espirituais e/ou seguir os ensinamentos da tradição religiosa, não devendo ser realizados sem as devidas orientações.

Ainda na Umbanda a Aroeira é frequentemente associada ao Orixá Ogum, reconhecido como o guerreiro e protetor das batalhas. Além disso, a Aroeira é amplamente utilizada por Exus e Pombogiras devido à sua atuação na proteção contra demandas e conflitos espirituais. A aroeira, assim como outras ervas e plantas, é um elo facilitador para a conexão com as forças naturais e os espíritos ancestrais, sendo capaz de fortalecer os campos energéticos e afastar influências negativas por sua capacidade de purificar e proteger. 


Jéssica Gomes de Obaluaê


sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Tribos Brasileiras - Caetés

 Tribos Brasileiras - Caetés 

A Umbanda cultua os nossos ancestrais brasileiros, sendo um deles os Caboclos, que são arquetipados dos índios brasileiros que habitavam nossas terras, com isso, vemos a importância do estudo de algumas tribos que viviam em nosso país. Hoje vamos escrever sobre a Tribo dos Caetés.

A tribo dos Caetés foi um povo indígena brasileiro de língua tupi antiga descendentes do grupo Tupinambá, que habitam o litoral do Brasil entre a ilha de Itamaracá e o rio São Francisco, no Nordeste brasileiro. "Caeté" é originário do termo tupi antigo kaeté, que significa "mata verdadeira, mata virgem, que nunca foi roçada". Compartilhavam muitas características culturais e linguísticas com outras tribos tupi. Eles viviam principalmente da caça, pesca e agricultura, cultivando mandioca, milho e outras culturas. Utilizam arcos e flechas em suas caças, nesse caso já podemos lembrar e associar que o arco flecha é uns dos elementos utilizados por alguns caboclos nos terreiros de Umbanda. 

Os Caetés tiveram conflitos significativos com os colonizadores portugueses. Em 1556, Dom Pedro Fernandes Sardinha naufragou na costa da atual Alagoas e foi capturado pelos Caetés. Segundo relatos históricos, ele foi morto e supostamente devorado pelos índios, um episódio que marcou profundamente as relações entre os colonizadores e os povos indígenas da região, já que os relatos são todos marcados pela intenção de condenar os Caetés e torná-los sujeitos à escravização. A história dos Caetés destaca a complexidade e a violência do processo de colonização no Brasil, bem como a resistência dos povos indígenas frente à invasão e dominação europeia.

A espiritualidade dos Caetés, assim como de muitas outras tribos Tupi-Guarani, trazia a natureza e suas tradições culturais. Acreditavam que todos os elementos da natureza - plantas, animais, rios, montanhas - possuíam espíritos e eram sagrados. Esses espíritos precisavam ser respeitados e honrados para garantir o equilíbrio e a harmonia com o meio ambiente. A figura do pajé (xamã) era central na espiritualidade dos Caetés. O pajé atuava como intermediário entre o mundo físico e o espiritual, realizando curas, aconselhando a tribo e conduzindo rituais. Ele utilizava plantas medicinais e técnicas de transe para se conectar com os espíritos e obter sabedoria. Se trazermos essas informações para os dias atuais, na incorporação dos médiuns com os guias espirituais, através dos atendimentos com as entidades, buscamos conhecimentos, ajudas e orientações para direcionar os nossos caminhos. 

Os Caetés veneravam os seus antepassados, sendo para eles, uma prática comum. Acreditava-se que os espíritos dos ancestrais continuavam a influenciar a vida dos vivos e precisavam ser honrados através de rituais e oferendas. Mais uma vez podemos associar a nossa Umbanda da forma que é cultuada, onde o principal rito é o culto aos nossos ancestrais, incluindo os nossos tão queridos caboclos.


Marina de Nanã Buruquê


quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Tribos Brasileiras - Carajás

 Tribos Brasileiras - Carajás

A Umbanda cultua os nossos ancestrais brasileiros, sendo um deles os Caboclos, que são arquétipos dos índios brasileiros que habitavam nossas terras, com isso, vemos a importância do estudo de algumas tribos que viviam em nosso país. Hoje vamos escrever sobre a Tribo dos Carajás.

Os carajás, também chamados karajá e iny mahãdu (que é sua autodenominação) compõem um grupo indígena que habita a região dos rios Araguaia e Javaés, nos estados do Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Pará, no Brasil. Falam a  língua Carajá, que pertence à família linguística Macro-Jê, além de muitos Carajás também falarem português. São altamente renomados por suas habilidades artesanais, produzem cerâmicas intricadas e coloridas, muitas vezes decoradas com motivos que refletem suas crenças e tradições, criam adornos utilizando penas de aves, que são usados em rituais e festas, além de produzirem máscaras e outros itens para uso em cerimônias e danças tradicionais.

Os Carajás se dividem em três subgrupos, cada um correspondendo a um dos três dialetos que falam. Os Carajás propriamente ditos, os Javaés e os Xambioás (também chamados de "Carajás do Norte"). Algumas classificações consideram os Javaés um grupo bastante distinto, apesar de compartilharem a mesma cultura e vida ritual dos Carajás e Xambioás, diferenciando-se apenas em alguns detalhes.

A pintura corporal é de grande importância para os Carajás. Antigamente, durante a puberdade, os jovens tatuavam o característico símbolo dos "dois círculos" na face. Para isso, aplicavam uma mistura de tinta de jenipapo com fuligem de carvão sobre a pele previamente sangrada, utilizando o dente do peixe-cachorra (Hydrolycus scomberoides). Atualmente, devido ao preconceito das populações ribeirinhas, os jovens Carajás desenham os dois círculos na face apenas durante os rituais.

A espiritualidade dos Carajás é profundamente enraizada em sua visão de mundo e nas interações com os elementos naturais e sobrenaturais que os cercam, veem a natureza como uma manifestação de forças espirituais e divinas. Rios, florestas, animais e plantas são considerados sagrados e dotados de vida e espírito. A conexão com a natureza é central em suas práticas espirituais e rituais. Quando comparamos a forma como a Umbanda enxerga os Orixás, também entendemos que eles são manifestação de Deus em todas as forças da natureza, exemplos: matas, cachoeiras, etc.

Acreditam na existência de uma variedade de entidades espirituais, incluindo os idijaçós (entidades protetoras e antepassados míticos), espíritos da floresta, espíritos dos animais e espíritos das águas. Essas entidades desempenham papéis importantes na vida cotidiana e nas cerimônias rituais. Os xamãs têm um papel fundamental na espiritualidade Carajá. Eles são os mediadores entre o mundo espiritual e a comunidade, capazes de entrar em contato com os espíritos, curar doenças, prever o futuro e garantir o equilíbrio entre os diversos elementos do cosmos. 

Os Carajás realizam variados rituais tais como: Cerimônias de passagem, festivais sazonais, rituais de cura e rituais de agradecimento à natureza são feitos para manter a harmonia e o equilíbrio com o mundo espiritual. Eles veem o universo como um todo dinâmico, onde todas as coisas estão interligadas e influenciam umas às outras. Essa perspectiva influencia suas práticas espirituais, que buscam manter o equilíbrio e a harmonia com todos os aspectos do cosmos. 

Quando trazemos essa perspectiva para o nosso dia-a-dia podemos observar onde todos nós estamos interligados em tudo ao nosso meio e por isso a importância de nos mantermos equilibrados tanto fisicamente, mentalmente e espiritualmente. 

No que se diz respeito à ancestralidade, os Carajás tem uma rica tradição ancestral, suas crenças espirituais, mitos, rituais e práticas estão profundamente enraizadas em sua herança cultural e na conexão com seus antepassados. Eles acreditam na existência de entidades espirituais protetoras e antepassados míticos, que desempenham papéis importantes em sua vida espiritual e comunitária. 

E mais uma vez ao comparamos com os ritos de Umbanda no dia de hoje, podemos observar que o principal trabalho se dá através das entidades espirituais que se manifestam nos terreiros para trazer conhecimentos e curas e que a Umbanda vem trazendo toda uma bagagem da nossa ancestralidade brasileira, reforçando mais uma vez a importância de estudarmos as histórias dos nossos antepassados para que possamos evoluir e entender todo os rituais que são realizados hoje, dentro dos locais sagrados, tais como os terreiros de Umbanda. 


Marina de Nanã Buruquê 


segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Tribos Brasileiras - Xavantes

 Tribos Brasileiras - Xavantes


A Umbanda cultua os nossos ancestrais brasileiros, sendo um deles os Caboclos, que são arquetipados dos índios brasileiros que habitavam nossas terras, com isso, vemos a importância do estudo de algumas tribos que viviam em nosso país. Hoje vamos escrever sobre a Tribo dos Xavantes. 

Os Xavantes são um povo indígena que habita principalmente o estado de Mato Grosso. São conhecidos pela sua rica cultura e história de resistência à colonização e exploração de suas terras. Viviam da caça, pesca e agricultura de subsistência. Eles eram um povo nômade, movendo-se dentro de seu território em busca de recursos. Sua sociedade era organizada em clãs e famílias extensas, e tinham uma estrutura social hierárquica liderada por um chefe ou cacique. Quando houve a chegada dos colonizadores europeus ao seu território nos séculos XVIII e XIX trouxe consigo conflitos e deslocamentos para os Xavantes. Enfrentaram muitas pressões para defender seu território, tanto que são tidos como índios e brigões. 

Se organizam em clãs e famílias extensas com hierarquia bem definida, os papéis dentro da comunidade eram distribuídos de acordo com a idade e o status. Sua língua é da família Jê. São conhecidos por sua arte tradicional, que inclui pintura corporal, cerâmica, tecelagem e entalhe em madeira. Suas criações refletem temas da natureza, como animais, plantas e padrões geométricos. Os rituais de danças são muito importantes para essas tribos, são frequentemente acompanhadas por instrumentos musicais tradicionais, como maracás e flautas feitas à mão. Possuem um profundo conhecimento sobre o ambiente natural ao seu redor, incluindo técnicas de caça, pesca e agricultura. Esses conhecimentos são transmitidos de geração em geração, essenciais para sua sobrevivência e sustento.

A espiritualidade dos Xavantes é uma parte central de sua cultura e identidade. Suas crenças estão profundamente enraizadas na conexão com a natureza. Os Xavantes veem a natureza como sagrada e dotada de espíritos. Eles acreditam que todos os seres, sejam humanos, animais, plantas ou elementos naturais, têm uma essência espiritual que deve ser respeitada e honrada. Reconhecem uma variedade de divindades e espíritos que habitam o mundo natural, estes incluem espíritos de animais, espíritos guardiões da floresta, e divindades associadas a fenômenos naturais como o sol, a lua e os rios. Realizam rituais e cerimônias para se conectar com o mundo espiritual, garantir a harmonia e o equilíbrio na comunidade e na natureza, e buscar orientação e proteção divina. Estes rituais frequentemente envolvem dança, música, cantos e oferendas. Na sociedade Xavante, os xamãs desempenham um papel importante como intermediários entre o mundo humano e espiritual. Eles são responsáveis por curar doenças, interpretar sinais e prever eventos futuros através de práticas como a medicina tradicional e a adivinhação. Eles acreditam na importância de viver em harmonia com a natureza e respeitar os ciclos naturais da vida. A conexão com o mundo espiritual é uma fonte de força, orientação e significado em suas vidas.

Não há uma ligação direta entre os Xavantes e a religião Umbanda, pois, a mesma foi anunciada após a colonização do Brasil, em 1908, o que devemos compreender ao estudarmos sobre as tribos indígenas do nosso país, é a importância de entendermos nossos ancestrais e os rituais, orientações, etc., que foram repassados e estão sendo transmitidos através dos nossos guias espirituais, denominados hoje, Caboclos em terreiros de Umbanda. 


Marina de Nanã Buruquê


sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Orixás e Irradiação

 Orixás e Irradiação

Ori = cabeça / xá =iluminação } cabeça ou espírito iluminado. 

Uma luz (Deus) que transcende um prisma (Oxalá) e se fragmenta em várias cores (Orixás), ou seja, Orixá é uma essência divina (fragmentação da força divina).

É uma força divina que nos traz todos os adjetivos que podemos enumerar ( força, amor, sabedoria, etc). A irradiação dos orixás é um processo de autoconhecimento.

Irradiar um Orixá é diferente de incorporar um guia, Para irradiar uma energia não há acoplamento de "outro ser" nos seus chakras. Possuímos a energia de todos os Orixás em nossas vidas, mas carregamos três principais manifestações: a ancestral (que nos acompanha em todas as encarnações); de frente (atual, energia principal); adjuntó (trás equilíbrio com onde frente). Cada Orixá se manifesta em determinado momento de nossa vida, de acordo com a nossa necessidade. 

Em uma gira de Orixá irradiamos somente os Orixás presentes em nossa coroa, através de danças e brados,ou simplesmente parado sentindo e liberando essa energia, saindo de dentro do médium e exteriorizando para os ali presentes, formando uma egrégora de energia divina e da natureza do Orixá. Para essa manifestação o médium deve estar junto ao ponto de força (no local sagrado), levando seu corpo à natureza do Orixá, trazendo a  energia interior do corpo para o exterior, concentrando no canto, palmas, atabaque, deixado pelo Pai de Santo. Quanto mais auto-conhecimento, maior a conexão e facilidade em sentir e permitir essa irradiação.


 Alice de Xangô

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Relato sobre Mediunidade

 Relato sobre Mediunidade


Mediunidade de acordo com o dicionário significa qualidade, faculdade ou dom de médium. É a prática de mediar a comunicação entre os espíritos e as pessoas. Mas sabemos que a mediunidade é muito complexa, quando a pessoa 'aceita' desenvolver a mediunidade, ela trás consigo uma responsabilidade, além de várias mudanças que irão acontecer em sua vida, o que leva o médium a questionar inúmeras ações e reações. Quando se inicia esse desenvolvimento é comum explosões de ansiedade, dúvidas, insônia, insegurança, frustrações e desmotivação.

Nesse momento é importante buscar auxílio, que pode ser no seu Terreiro através dos guias, do Pai de Santo (ou Mãe de Santo) ou de outros irmãos que já passaram por isso e tem algo a acrescentar. Devemos nos lembrar que vamos encontrar pessoas que sabem menos que nós e tem a humildade em reconhecer e buscar crescer junto a você e também pessoas que não sabem mas que se acham superiores e querem se aproveitar, devemos ter cuidado observando e entendendo cada um. Muito importante também é buscar auxílio na espiritualidade, firmando velas, fazendo suas orações e pedimos discernimento e sabedoria para entender tudo que se tem passado, buscar estudar e se aprofundar nas coisas do terreiro e, principalmente, não se comparar com ninguém. O desenvolvimento mediúnico é algo singular, cada qual desenvolve de acordo com suas necessidades e com a busca de conhecimento.

É comum ter medo do novo, estar em dúvida se está ouvindo algo, vendo vulto, se algo caiu por perto por estar onde não devia ou foi uma força que o derrubou, se a sensibilidade está mais aflorada pela mediunidade ou pelo período da vida, se é intuição ou imaginação. Mas tudo isso são fases, as quais devemos passar e procurar entender, absorver o que é certo e aprender com os erros que também são necessários. 

Particularmente tenho enorme dificuldade no meu desenvolvimento mediúnico,  decorrente da minha falta de confiança e pelo medo do julgamento. Por mais que já tenha um tempo de casa e já tenha tomado inúmeros puxões de orelha dos guias, ainda é muito difícil. Mas tento, da maneira como posso, buscando auxílio através do conhecimento e da espiritualidade, pedindo que os guias me auxiliem nesse desenvolvimento e na minha confiança. E acho que esse problema várias pessoas têm, portanto que possamos aprender cada dia mais a confiar em nós e naqueles que cuidam de nós.


Alice de Xangô


segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Encarnar

 Encarnar

Encarnar, ou seja, vir para o mundo "material".

Mas por que o espírito encarna? Qual o objetivo da encarnação?

De acordo com alguns estudos, Deus impõe a encarnação com o objetivo de fazer com que o espírito caminhe para a perfeição. Porém, essa imposição não vem no sentido de obrigatoriedade, mas no sentido de que é necessário a encarnação para que haja evolução, pois todos foram criados "simples e ignorantes". Isso nos leva a aprender e crescer, consequentemente, a evolução, o meio pelo qual nos desenvolvemos.

Alan Kardec traz no Livro dos Espíritos que é na vida espiritual que tem-se o aprendizado, mas é a existência corporal onde se coloca em prática aquilo que se adquiriu. É como se fosse um laboratório das experiências evolutivas e para chegar a perfeição passa-se por provas (missões). Ninguém está na Terra para sofrer ou por punição, encarnar é uma necessidade para evoluir, o sofrimento não é imposto, ele é consequência dos atos.

O Livro dos Espíritos traz que, os espíritos desde o princípio seguem o caminho do bem também encarnam, pois como foi dito anteriormente, todos foram criados simples e ignorantes. A diferença desses espíritos é que eles alcançam mais rápido os objetivos, tendo menos imperfeições, menos tormentos. 


Alice de Xangô


sábado, 2 de novembro de 2024

Estudo do livro: Ervas e Benzimento

 Estudo do livro: Ervas e Benzimento do autor Fábio Dantas

CAPÍTULO 5: Banho de ervas


Em nossa casa, somos orientados a não realizar esses banhos por mera vaidade, mas sim a recorrer aos guias para que nos orientem adequadamente sobre quando e qual banho devemos tomar, evitando assim desequilíbrios energéticos. Vale salientar que a utilização das ervas neste tipo de processo exige conhecimento adequado sobre as propriedades energéticas de cada erva utilizada. Neste estudo iremos compreender um pouco mais sobre essas propriedades. 

Dando continuidade ao estudo do livro "Ervas e Benzimentos", do autor Fábio Dantas, o autor inicia o capítulo destacando que as ervas podem ser divididas em quentes, mornas ou frias.

As ervas quentes têm a capacidade de dissolver as larvas astrais e miasmas, atuando como um ácido e tem um grande poder de limpeza. Elas limpam, anulam e eliminam as energias negativas. Normalmente utilizadas em banhos de descarrego. Exemplos de ervas quentes são guiné, arruda, aroeira, jurema-preta, pinhão-roxo, bambu, espada-de- são-jorge, fumo, casca de alho, comigo ninguém pode, espada-de-santa-bárbara, eucalipto, mamona, pimentas, entre outras.

Já as ervas mornas equilibram e restauram nosso corpo energético, corrigindo e harmonizando os desvios energéticos que possuímos. Atuam também sobre os chakras, equilibrando-os para um bom funcionamento do organismo espiritual humano e, consequentemente, do físico. Dentre as ervas mornas temosm a sálvia, alfavaca, alfazema, cana-do-brejo, erva-de-santa-maria, manjericão, verbena, alecrim, manjerona, hortelã, flor de calêndula, pitanga, flor de camomila.

Por fim, as ervas frias são utilizadas em casos específicos, como nas medicinais ou para tratamentos espirituais bem definidos, em seu uso ritualístico. Algumas ervas mornas também podem ser consideradas ervas frias dependendo do contexto para os quais forem utilizadas. Como exemplos de ervas frias temos a flor de macela, algodoeiro, anis-estrelado, jasmim, louro, erva-de-santa- luzia, rosas, flor de laranjeira, entre outras. 

Após essa breve explicação, o autor cita diversos tipos de banhos, cada um com suas propriedades específicas. Esses banhos variam em finalidade e composição, podendo oferecer benefícios distintos dependendo das necessidades individuais, podendo ser para fins ritualísticos, de descarrego, energização, imersão, além dos amacis e banhos de assento.

Os banhos ritualísticos têm o objetivo de alterar o campo energético que nos rodeia, sempre visando nosso bem-estar físico e espiritual. Esses banhos podem ser utilizados em pessoas, animais e até em locais que têm diversas finalidades, tais como energização, defesa e descarrego.

Já os banhos de descarrego servem para livrar nossos corpos de excessos de energias, reequilibrando corpo, mente e espírito. É muito comum utilizarmos banhos de descarrego, feitos de ervas quentes, para limpar o campo magnético e eliminar larvas astrais que se fixam magneticamente na aura, fazendo, assim, uma limpeza total das baixas vibrações. Muitas vezes, após um banho de descarrego, é necessário realizar um banho de energização. O banho de descarrego deve ser sempre realizado do pescoço para baixo, sempre após o banho de higiene.

Já os banhos de energização servem para equilibrar e calibrar as energias dos corpos dos indivíduos, impregnando-os da energia que lhes falta. Normalmente, são utilizadas ervas mornas e/ou frias, que possuem propriedades específicas para esse fim. Esse tipo de banho tem o efeito de ativar e revitalizar os centros energéticos, promovendo uma sensação de bem-estar e restaurando o equilíbrio da aura.

Como o nome diz, os banhos de imersão são realizados em banheiras ou em locais onde o corpo pode ser imerso em água, esses banhos são frequentemente administrados em bebês, mas também são adequados para adultos. Podem ser realizados em diversas temperaturas, já que esta tem relação direta com os efeitos do banho. Por exemplo, um banho morno é indicado para relaxar o corpo e a musculatura, acalmar irritações de pele, inflamações e reações alérgicas. Por outro lado, um banho quente ajuda a estimular a circulação sanguínea, tratar extremidades frias (mãos e pés) e eliminar toxinas do corpo.

Os Amacis são costumeiramente realizados dentro dos rituais afro-religiosos, possuem funções diversificadas que seguem o padrão religioso, doutrinário próprio de cada casa, dirigente e propósito. Em nossa casa, esse ritual acontece junto ao batismo, onde os filhos que ainda não estão na corrente recebem o amaci com a intenção de auxiliar no caminho do conhecimento e desenvolvimento mediúnico, proporcionando mais firmeza aos médiuns iniciantes.

Por fim, os banhos de assento são realizados através da imersão em água morna, na posição de cócoras, cobrindo apenas as nádegas e os quadris, geralmente em uma bacia ou em uma louça sanitária apropriada. São utilizadas ervas medicinais específicas nestes banhos, frequentemente empregados para aliviar dores localizadas, melhorar a circulação sanguínea, reduzir o inchaço ou proporcionar relaxamento muscular.

Em suma, o conhecimento das propriedades das ervas é fundamental para a realização de qualquer trabalho que envolva esses elementos, e os banhos não fogem a essa regra. Compreender as características energéticas das plantas utilizadas é essencial para garantir que os banhos cumpram seus propósitos de forma eficaz e segura. Além disso, é importante ressaltar que a importância de sempre recorrer aos guias espirituais para confirmar ou solicitar este tipo de trabalho. São eles que possuem a sabedoria e a visão espiritual necessárias para orientar adequadamente sobre quais banhos devem ser tomados, quando e de que maneira, evitando desequilíbrios energéticos e garantindo os melhores resultados para o bem-estar físico, emocional e espiritual de quem os realiza. 

No nosso blog existem outros estudos que também destacam a importância dessa divisão das propriedades das ervas entre quentes, mornas e frias. Este estudo foi conduzido pelo Pai Joaquim de Aruanda e escrito por Willian de Xangô, e encontra-se disponível com o título "Poder das ervas de acordo com o Pai Joaquim de Aruanda". Além disso, no mesmo blog, encontramos outro estudo realizado pela Larissa de Iansã e pelo Pedro de Xangô, intitulado "Banhos de ervas", que destaca a propriedade dos banhos de descarrego e energização na Umbanda. 


Jéssica Gomes de Obaluaê