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segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Tribos Brasileiras - Xavantes

 Tribos Brasileiras - Xavantes


A Umbanda cultua os nossos ancestrais brasileiros, sendo um deles os Caboclos, que são arquetipados dos índios brasileiros que habitavam nossas terras, com isso, vemos a importância do estudo de algumas tribos que viviam em nosso país. Hoje vamos escrever sobre a Tribo dos Xavantes. 

Os Xavantes são um povo indígena que habita principalmente o estado de Mato Grosso. São conhecidos pela sua rica cultura e história de resistência à colonização e exploração de suas terras. Viviam da caça, pesca e agricultura de subsistência. Eles eram um povo nômade, movendo-se dentro de seu território em busca de recursos. Sua sociedade era organizada em clãs e famílias extensas, e tinham uma estrutura social hierárquica liderada por um chefe ou cacique. Quando houve a chegada dos colonizadores europeus ao seu território nos séculos XVIII e XIX trouxe consigo conflitos e deslocamentos para os Xavantes. Enfrentaram muitas pressões para defender seu território, tanto que são tidos como índios e brigões. 

Se organizam em clãs e famílias extensas com hierarquia bem definida, os papéis dentro da comunidade eram distribuídos de acordo com a idade e o status. Sua língua é da família Jê. São conhecidos por sua arte tradicional, que inclui pintura corporal, cerâmica, tecelagem e entalhe em madeira. Suas criações refletem temas da natureza, como animais, plantas e padrões geométricos. Os rituais de danças são muito importantes para essas tribos, são frequentemente acompanhadas por instrumentos musicais tradicionais, como maracás e flautas feitas à mão. Possuem um profundo conhecimento sobre o ambiente natural ao seu redor, incluindo técnicas de caça, pesca e agricultura. Esses conhecimentos são transmitidos de geração em geração, essenciais para sua sobrevivência e sustento.

A espiritualidade dos Xavantes é uma parte central de sua cultura e identidade. Suas crenças estão profundamente enraizadas na conexão com a natureza. Os Xavantes veem a natureza como sagrada e dotada de espíritos. Eles acreditam que todos os seres, sejam humanos, animais, plantas ou elementos naturais, têm uma essência espiritual que deve ser respeitada e honrada. Reconhecem uma variedade de divindades e espíritos que habitam o mundo natural, estes incluem espíritos de animais, espíritos guardiões da floresta, e divindades associadas a fenômenos naturais como o sol, a lua e os rios. Realizam rituais e cerimônias para se conectar com o mundo espiritual, garantir a harmonia e o equilíbrio na comunidade e na natureza, e buscar orientação e proteção divina. Estes rituais frequentemente envolvem dança, música, cantos e oferendas. Na sociedade Xavante, os xamãs desempenham um papel importante como intermediários entre o mundo humano e espiritual. Eles são responsáveis por curar doenças, interpretar sinais e prever eventos futuros através de práticas como a medicina tradicional e a adivinhação. Eles acreditam na importância de viver em harmonia com a natureza e respeitar os ciclos naturais da vida. A conexão com o mundo espiritual é uma fonte de força, orientação e significado em suas vidas.

Não há uma ligação direta entre os Xavantes e a religião Umbanda, pois, a mesma foi anunciada após a colonização do Brasil, em 1908, o que devemos compreender ao estudarmos sobre as tribos indígenas do nosso país, é a importância de entendermos nossos ancestrais e os rituais, orientações, etc., que foram repassados e estão sendo transmitidos através dos nossos guias espirituais, denominados hoje, Caboclos em terreiros de Umbanda. 


Marina de Nanã Buruquê


sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Orixás e Irradiação

 Orixás e Irradiação

Ori = cabeça / xá =iluminação } cabeça ou espírito iluminado. 

Uma luz (Deus) que transcende um prisma (Oxalá) e se fragmenta em várias cores (Orixás), ou seja, Orixá é uma essência divina (fragmentação da força divina).

É uma força divina que nos traz todos os adjetivos que podemos enumerar ( força, amor, sabedoria, etc). A irradiação dos orixás é um processo de autoconhecimento.

Irradiar um Orixá é diferente de incorporar um guia, Para irradiar uma energia não há acoplamento de "outro ser" nos seus chakras. Possuímos a energia de todos os Orixás em nossas vidas, mas carregamos três principais manifestações: a ancestral (que nos acompanha em todas as encarnações); de frente (atual, energia principal); adjuntó (trás equilíbrio com onde frente). Cada Orixá se manifesta em determinado momento de nossa vida, de acordo com a nossa necessidade. 

Em uma gira de Orixá irradiamos somente os Orixás presentes em nossa coroa, através de danças e brados,ou simplesmente parado sentindo e liberando essa energia, saindo de dentro do médium e exteriorizando para os ali presentes, formando uma egrégora de energia divina e da natureza do Orixá. Para essa manifestação o médium deve estar junto ao ponto de força (no local sagrado), levando seu corpo à natureza do Orixá, trazendo a  energia interior do corpo para o exterior, concentrando no canto, palmas, atabaque, deixado pelo Pai de Santo. Quanto mais auto-conhecimento, maior a conexão e facilidade em sentir e permitir essa irradiação.


 Alice de Xangô

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Relato sobre Mediunidade

 Relato sobre Mediunidade


Mediunidade de acordo com o dicionário significa qualidade, faculdade ou dom de médium. É a prática de mediar a comunicação entre os espíritos e as pessoas. Mas sabemos que a mediunidade é muito complexa, quando a pessoa 'aceita' desenvolver a mediunidade, ela trás consigo uma responsabilidade, além de várias mudanças que irão acontecer em sua vida, o que leva o médium a questionar inúmeras ações e reações. Quando se inicia esse desenvolvimento é comum explosões de ansiedade, dúvidas, insônia, insegurança, frustrações e desmotivação.

Nesse momento é importante buscar auxílio, que pode ser no seu Terreiro através dos guias, do Pai de Santo (ou Mãe de Santo) ou de outros irmãos que já passaram por isso e tem algo a acrescentar. Devemos nos lembrar que vamos encontrar pessoas que sabem menos que nós e tem a humildade em reconhecer e buscar crescer junto a você e também pessoas que não sabem mas que se acham superiores e querem se aproveitar, devemos ter cuidado observando e entendendo cada um. Muito importante também é buscar auxílio na espiritualidade, firmando velas, fazendo suas orações e pedimos discernimento e sabedoria para entender tudo que se tem passado, buscar estudar e se aprofundar nas coisas do terreiro e, principalmente, não se comparar com ninguém. O desenvolvimento mediúnico é algo singular, cada qual desenvolve de acordo com suas necessidades e com a busca de conhecimento.

É comum ter medo do novo, estar em dúvida se está ouvindo algo, vendo vulto, se algo caiu por perto por estar onde não devia ou foi uma força que o derrubou, se a sensibilidade está mais aflorada pela mediunidade ou pelo período da vida, se é intuição ou imaginação. Mas tudo isso são fases, as quais devemos passar e procurar entender, absorver o que é certo e aprender com os erros que também são necessários. 

Particularmente tenho enorme dificuldade no meu desenvolvimento mediúnico,  decorrente da minha falta de confiança e pelo medo do julgamento. Por mais que já tenha um tempo de casa e já tenha tomado inúmeros puxões de orelha dos guias, ainda é muito difícil. Mas tento, da maneira como posso, buscando auxílio através do conhecimento e da espiritualidade, pedindo que os guias me auxiliem nesse desenvolvimento e na minha confiança. E acho que esse problema várias pessoas têm, portanto que possamos aprender cada dia mais a confiar em nós e naqueles que cuidam de nós.


Alice de Xangô


segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Encarnar

 Encarnar

Encarnar, ou seja, vir para o mundo "material".

Mas por que o espírito encarna? Qual o objetivo da encarnação?

De acordo com alguns estudos, Deus impõe a encarnação com o objetivo de fazer com que o espírito caminhe para a perfeição. Porém, essa imposição não vem no sentido de obrigatoriedade, mas no sentido de que é necessário a encarnação para que haja evolução, pois todos foram criados "simples e ignorantes". Isso nos leva a aprender e crescer, consequentemente, a evolução, o meio pelo qual nos desenvolvemos.

Alan Kardec traz no Livro dos Espíritos que é na vida espiritual que tem-se o aprendizado, mas é a existência corporal onde se coloca em prática aquilo que se adquiriu. É como se fosse um laboratório das experiências evolutivas e para chegar a perfeição passa-se por provas (missões). Ninguém está na Terra para sofrer ou por punição, encarnar é uma necessidade para evoluir, o sofrimento não é imposto, ele é consequência dos atos.

O Livro dos Espíritos traz que, os espíritos desde o princípio seguem o caminho do bem também encarnam, pois como foi dito anteriormente, todos foram criados simples e ignorantes. A diferença desses espíritos é que eles alcançam mais rápido os objetivos, tendo menos imperfeições, menos tormentos. 


Alice de Xangô


sábado, 2 de novembro de 2024

Estudo do livro: Ervas e Benzimento

 Estudo do livro: Ervas e Benzimento do autor Fábio Dantas

CAPÍTULO 5: Banho de ervas


Em nossa casa, somos orientados a não realizar esses banhos por mera vaidade, mas sim a recorrer aos guias para que nos orientem adequadamente sobre quando e qual banho devemos tomar, evitando assim desequilíbrios energéticos. Vale salientar que a utilização das ervas neste tipo de processo exige conhecimento adequado sobre as propriedades energéticas de cada erva utilizada. Neste estudo iremos compreender um pouco mais sobre essas propriedades. 

Dando continuidade ao estudo do livro "Ervas e Benzimentos", do autor Fábio Dantas, o autor inicia o capítulo destacando que as ervas podem ser divididas em quentes, mornas ou frias.

As ervas quentes têm a capacidade de dissolver as larvas astrais e miasmas, atuando como um ácido e tem um grande poder de limpeza. Elas limpam, anulam e eliminam as energias negativas. Normalmente utilizadas em banhos de descarrego. Exemplos de ervas quentes são guiné, arruda, aroeira, jurema-preta, pinhão-roxo, bambu, espada-de- são-jorge, fumo, casca de alho, comigo ninguém pode, espada-de-santa-bárbara, eucalipto, mamona, pimentas, entre outras.

Já as ervas mornas equilibram e restauram nosso corpo energético, corrigindo e harmonizando os desvios energéticos que possuímos. Atuam também sobre os chakras, equilibrando-os para um bom funcionamento do organismo espiritual humano e, consequentemente, do físico. Dentre as ervas mornas temosm a sálvia, alfavaca, alfazema, cana-do-brejo, erva-de-santa-maria, manjericão, verbena, alecrim, manjerona, hortelã, flor de calêndula, pitanga, flor de camomila.

Por fim, as ervas frias são utilizadas em casos específicos, como nas medicinais ou para tratamentos espirituais bem definidos, em seu uso ritualístico. Algumas ervas mornas também podem ser consideradas ervas frias dependendo do contexto para os quais forem utilizadas. Como exemplos de ervas frias temos a flor de macela, algodoeiro, anis-estrelado, jasmim, louro, erva-de-santa- luzia, rosas, flor de laranjeira, entre outras. 

Após essa breve explicação, o autor cita diversos tipos de banhos, cada um com suas propriedades específicas. Esses banhos variam em finalidade e composição, podendo oferecer benefícios distintos dependendo das necessidades individuais, podendo ser para fins ritualísticos, de descarrego, energização, imersão, além dos amacis e banhos de assento.

Os banhos ritualísticos têm o objetivo de alterar o campo energético que nos rodeia, sempre visando nosso bem-estar físico e espiritual. Esses banhos podem ser utilizados em pessoas, animais e até em locais que têm diversas finalidades, tais como energização, defesa e descarrego.

Já os banhos de descarrego servem para livrar nossos corpos de excessos de energias, reequilibrando corpo, mente e espírito. É muito comum utilizarmos banhos de descarrego, feitos de ervas quentes, para limpar o campo magnético e eliminar larvas astrais que se fixam magneticamente na aura, fazendo, assim, uma limpeza total das baixas vibrações. Muitas vezes, após um banho de descarrego, é necessário realizar um banho de energização. O banho de descarrego deve ser sempre realizado do pescoço para baixo, sempre após o banho de higiene.

Já os banhos de energização servem para equilibrar e calibrar as energias dos corpos dos indivíduos, impregnando-os da energia que lhes falta. Normalmente, são utilizadas ervas mornas e/ou frias, que possuem propriedades específicas para esse fim. Esse tipo de banho tem o efeito de ativar e revitalizar os centros energéticos, promovendo uma sensação de bem-estar e restaurando o equilíbrio da aura.

Como o nome diz, os banhos de imersão são realizados em banheiras ou em locais onde o corpo pode ser imerso em água, esses banhos são frequentemente administrados em bebês, mas também são adequados para adultos. Podem ser realizados em diversas temperaturas, já que esta tem relação direta com os efeitos do banho. Por exemplo, um banho morno é indicado para relaxar o corpo e a musculatura, acalmar irritações de pele, inflamações e reações alérgicas. Por outro lado, um banho quente ajuda a estimular a circulação sanguínea, tratar extremidades frias (mãos e pés) e eliminar toxinas do corpo.

Os Amacis são costumeiramente realizados dentro dos rituais afro-religiosos, possuem funções diversificadas que seguem o padrão religioso, doutrinário próprio de cada casa, dirigente e propósito. Em nossa casa, esse ritual acontece junto ao batismo, onde os filhos que ainda não estão na corrente recebem o amaci com a intenção de auxiliar no caminho do conhecimento e desenvolvimento mediúnico, proporcionando mais firmeza aos médiuns iniciantes.

Por fim, os banhos de assento são realizados através da imersão em água morna, na posição de cócoras, cobrindo apenas as nádegas e os quadris, geralmente em uma bacia ou em uma louça sanitária apropriada. São utilizadas ervas medicinais específicas nestes banhos, frequentemente empregados para aliviar dores localizadas, melhorar a circulação sanguínea, reduzir o inchaço ou proporcionar relaxamento muscular.

Em suma, o conhecimento das propriedades das ervas é fundamental para a realização de qualquer trabalho que envolva esses elementos, e os banhos não fogem a essa regra. Compreender as características energéticas das plantas utilizadas é essencial para garantir que os banhos cumpram seus propósitos de forma eficaz e segura. Além disso, é importante ressaltar que a importância de sempre recorrer aos guias espirituais para confirmar ou solicitar este tipo de trabalho. São eles que possuem a sabedoria e a visão espiritual necessárias para orientar adequadamente sobre quais banhos devem ser tomados, quando e de que maneira, evitando desequilíbrios energéticos e garantindo os melhores resultados para o bem-estar físico, emocional e espiritual de quem os realiza. 

No nosso blog existem outros estudos que também destacam a importância dessa divisão das propriedades das ervas entre quentes, mornas e frias. Este estudo foi conduzido pelo Pai Joaquim de Aruanda e escrito por Willian de Xangô, e encontra-se disponível com o título "Poder das ervas de acordo com o Pai Joaquim de Aruanda". Além disso, no mesmo blog, encontramos outro estudo realizado pela Larissa de Iansã e pelo Pedro de Xangô, intitulado "Banhos de ervas", que destaca a propriedade dos banhos de descarrego e energização na Umbanda. 


Jéssica Gomes de Obaluaê