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quinta-feira, 31 de julho de 2025

Lei da Destruição

 Lei da Destruição

A destruição é uma Lei Natural e Divina, pois é preciso que as coisas sejam destruídas para que haja um renascimento, uma geração. Com essa definição, podemos olhar para a destruição como algo que transforma, como algo que trata renovação e evolução de nós, seres vivos. É interessante pensarmos que, se precisamos da destruição para que haja renovação, por que então temos a lei da conservação? Os espíritos trazem que é necessária a conservação para que haja uma destruição antes do tempo certo, pois toda destruição que seja antecipada irá impedir o desenvolvimento e evolução dos seres vivos. E à medida que há uma evolução espiritual e esse espírito supera a matéria, a necessidade da Lei da Destruição vai diminuindo com o tempo.

Vale ressaltar também que a Destruição Humana é diferente da Destruição Natural. Quando pensamos em seres humanos, sabemos que ainda somos imperfeitos e que por essa razão colocamos nossas necessidades materiais à frente das espirituais. E é aí que desenvolvemos sentimentos de crueldade, egoísmo e o instinto de destruição, seja ela por meio de guerras, de conflitos, de sabotagens, resultando em uma destruição abusiva. Já a Destruição Natural, traz o conceito de renovação, são as destruições que irão nos ajudar a evoluir e agir conforme as regras de Deus, seguindo as Leis da Natureza. É com a Destruição Necessária que iremos passar por esse processo de regeneração. Guerras 

Segundo os Espíritos, o que motiva o homem à guerra é sua natureza animal, quando essa é maior que sua natureza espiritual, é com o transbordamento das paixões e a vaidade de se ter sempre a mais do que é necessário. Quando estabelecemos o estado de barbárie, conhecemos só um direito: o direito do mais forte. Quando começamos a evoluir e progredir nessa evolução, as guerras vão sendo evitadas e, mesmo quando se faz, é feita com humanidade. Por conseguinte, podemos ligar o acontecimento de guerras, conflitos, duelos, assassinatos ao estado, instintos e à natureza animal do homem. Estando nesse estado, o homem enfraquece e à medida que sua natureza animal se sobrepõe, a destruição abusiva toma conta de sua mente, abrindo caminho para o egoísmo, orgulho, vaidade e para vontades materiais. 

Precisamos sempre observar esse estado fraco de espírito do homem, indo em busca sempre da evolução espiritual, não material. Por exemplo: a caça para alimentação é uma necessidade, quando a destruição ultrapassa qualquer limite que as necessidades traçam, consideramos uma destruição abusiva e essa é uma violência contra as Leis Naturais e Divinas. Quando falamos dos animais, eles irão destruir para satisfazer suas necessidades básicas, enquanto nós homens, com nosso livre arbítrio, destruímos, muitas das vezes, sem haver necessidade para tal.

Isabela de Iansã

terça-feira, 29 de julho de 2025

Lei da Adoração

 Lei da Adoração 

Quando pensamos em “leis” , uma definição que vem à nossa cabeça é a Lei Humana, que nada mais é que uma regra ou um princípio imposto pela sociedade. As Leis Humanas irão conduzir nossas ações e caráter moral, são elas que mantém a ordem e o desenvolvimento de nossa sociedade. Mas essas leis são criadas por homens que, por sua vez, são imperfeitos, assim sofrem periódicas mudanças e adaptações à medida que progredimos enquanto humanidade e vamos adquirindo maior consciência da vida em sociedade. Já a Lei Divina ou Lei natural, foi criada pela Força Maior do Universo, o criador de todas as coisas, que chamamos de Olorum, ou Deus. Essas leis são eternas e imutáveis, é nelas que encontraremos auxílio no caminho para evolução terrena e de nosso espírito, como também são apropriadas à natureza de cada plano espiritual, sendo que todos os espíritos, sejam eles encarnados ou desencarnados, estão submetidos à Lei Divina que governará o Universo.

No Livro dos Espíritos, Kardec dividiu, didaticamente, as Leis Divinas em 10 Leis. Sendo elas: Lei de Adoração, do Trabalho, de Reprodução, de Conservação, de Destruição, de Sociedade, do Progresso, de Igualdade, de Liberdade e do Amor e Caridade. E neste estudo, especificamente, vamos abordar a Lei de Adoração e do Trabalho. A Lei de Adoração, é a primeira Lei Divina. Se pararmos para pensar, é uma lei natural que perpetua durante os tempos e povos da história humana, pois o ser humano sempre teve crenças em divindades maiores. Sempre se foi cultuado um deus, mesmo que de diferentes formas e culturas, representando, em nossas consciências, uma intuição de que existe uma energia superior a nós. 

Mas afinal, o que quer dizer adorar essa Força Divina?

Muitas pessoas acreditam que estar sempre presente em templos religiosos e assíduos nas atividades de sua doutrina, como também, atualmente com as redes sociais, precisam estar o tempo todo mostrando conteúdos sobre suas respectivas religiões, ou até mesmo suas firmezas. Claro que nada desses exemplos citados são formas erradas de se adorar Deus, mas essa Lei de Adoração vem nos mostrar que vai muito mais além disso. 

Adorar a Deus, nada mais que pensar n’Ele. Assim como nós pensamos e lembramos de pessoas que amamos, de nossas responsabilidades no trabalho, nos estudos, no terreiro, precisamos também lembrar de Olorum constantemente. Quando nos lembramos d’Ele, encontramos uma forma de nos conectarmos e de nos aproximarmos dessa Energia Divina. Precisamos sempre, ir além de nossas obrigações e preocuparmos em sermos notados e reconhecidos de alguma forma, firmar nossa cabeça e adorar a Deus no nosso momento mais íntimo, pois é dessa maneira que conseguimos sentir e crer nessa força, são nesses momentos que iremos sentir que temos um colo, um porto seguro e uma energia superior que sempre nos olha, protege e cuida. 

Falado isso, em algumas religiões há um entendimento de que a adoração a Deus e nossa salvação por ter essa crença estão intimamente ligadas. Porém em religiões que trabalham com o espírito de uma forma mais diretas, como na Umbanda e no Espiritismo, o fato de apenas adorar a Força Divina não é suficiente, temos que transpassar esse nível de somente crer em Deus, exercitando, diariamente, nossa crença em sua força. E para colocarmos isso em prática, temos outra Lei Natural que nos orienta: a Lei do Trabalho, que será abordada em um próximo texto.

Isabela de Iansã

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Amigo Leal

 Amigo Leal

A falange dos Boiadeiros na Umbanda de Jurema é composta por espíritos que fazem parte das mulheres e homens vaqueiros, laçadores e peões, aqueles que carregam uma alma de coro porque assim se vestem. Carregam consigo uma força imensurável, pois, quando em terra, passavam por muitas dificuldades, dores e desafios. Esses espíritos lidavam com a fauna e a flora com respeito e amor, possuíam grandes laços com a terra e dominavam a arte de domar e guiar os animais mais bravos e difíceis do campo. Sendo assim, são conhecidos por conseguirem trazer harmonia até para as questões mais complicadas e improváveis que nos tiram a paz.

Precisamos pensar que, da mesma maneira que nos foi ensinado que nem todo Preto Velho foi um negro escravizado, nem todo Boiadeiro foi de fato um trabalhador do campo. Os espíritos que trabalham nessa falange precisam trazer, antes da experiência com o trabalho no campo de fato, uma energia vigorosa para diluir energias de baixa vibração, necessitam ter pulso firme, coragem para enfrentar os desafios, força para vencer cada obstáculo e, principalmente, força de vontade e lealdade. É com essas características que os Boiadeiros trazem seu axé para os terreiros de Umbanda, pois auxiliam sem medo cada um que os procura, trabalhando a coragem e acendendo outra vez a chama do movimento e da ação em cada umbandista. Mesmo sendo bravos, de aparência agressiva e valente, são generosos e pacientes, são guias que trabalham sempre o equilíbrio e nos protegem sempre de presenças obsessivas, da mesma forma que guardam a boiada no campo. São espíritos humildes, típicos do sertão brasileiro, seu dialeto é característico de pessoas do campo, mas não conversam muito, são breves e diretos no que dizem. 

Um bom boiadeiro, que conduz sua boiada com excelência, conhece cada boi ali presente. Percebem que uns são menos arredios, outros são calmos, alguns mais bravos e chegam a ser até traiçoeiros, por isso sempre lida com cada boi de acordo com seu gênio e personalidade. Feito essa analogia, quero trazer que esses guias conhecem a natureza de cada um de nós, nossas qualidades e defeitos e, por esse motivo, vão lidar e fazer diferentes trabalhos com cada filho. Assim, em algumas consultas será necessário que haja o estalar dos chicotes para que a gente caminhe e se mova em direção ao caminho certo, já em outras, apenas uma conversa e um conselho de um amigo leal já é suficiente para trocar a direção da boiada.

Quando pensamos em seus trabalhos dentro da Umbanda de Jurema, a Linha dos Boiadeiros é sustentada por duas forças principais: Ogum, que traz a força de um bravo guerreiro para esses espíritos, que vão utilizar dessa força para guardar e proteger o que de fato é da Lei Maior, trazendo o equilíbrio. E Mãe Iansã traz em seus ventos a força da mudança, é quem vai possibilitar o movimento das energias, quem vai trazer consciência para os espíritos com baixa vibração, reequilibrando os bois que se perderam no caminho. Assim, os Boiadeiros trabalham não só com os encarnados, mas também com os que já desencarnaram, recolhendo e encaminhando os espíritos para seus caminhos merecidos. Mesmo que seja uma boiada grande, um boiadeiro nunca deixa nenhum boi para trás, sempre que um foge ou se perde no caminho, ele se encarrega de colocar os demais em um lugar seguro e volta para guiar o que se perdeu, sendo sempre leal aos seus.

Seus instrumentos de trabalho principais são: as cordas, que simbolizam o laçar do mal e a movimentação de toda energia trabalhada; e os itens de couro como chapéu, cinto, calças, que trazem a força do animal e são utilizados como proteção. Suas oferendas são feitas em campinas, pastos, currais, porteiras e estradas de terra. Comumente é oferendado: bebidas como sucos de frutas cítricas, cachaça e o vinho, cigarros de palha, pratos como feijão tropeiro, mocotó, arroz carreteiro, costela de boi e carne seca, algumas frutas como laranja, carambola, uva. Suas cores, normalmente, são vermelho, amarelo, azul escuro e marrom. A saudação é “Marrumbá Xetro, Xetruá”. Pesquisando um pouco, “Marruá” significa boi bravo, um novilho que ainda não foi domesticado. Em línguas africanas, pode também ser vista como uma palavra Banto: Maunga, que significa entidade que protege algo ou alguém por afeição e carinho. “Xetro e Xetruá”, dentro da Língua Banto, “Xe” seria uma saudação e “Tuá” significa brilhoso/luminoso, assim podemos

entender como uma saudação à entidade de luz.

Que os Boiadeiros, junto com Pai Ogum e Mãe Iansã, tragam perseverança, coragem e destemidez. Que eles nos ensinem sempre a sermos leais com o próximo e, principalmente, com nós mesmos, e que nos lembrem, constantemente, a nunca descer do cavalo, carregando sempre a força de quem controla e guia toda a boiada.

Salve toda a falange dos Boiadeiros! Xetruá!

Isabela de Iansã

quinta-feira, 24 de julho de 2025

As Sereias na Umbanda de Jurema: Mitologias e Ensinamentos

 As Sereias na Umbanda de Jurema: Mitologias e Ensinamentos


    Hoje, exploraremos uma entidade emblemática da Umbanda: as sereias. Sua manifestação ocorre principalmente na linha do Povo d'Água, que traz consigo marinheiros, pescadores, piratas e outras entidades que trazem a magia das águas; todas com o propósito comum de transmitir ensinamentos baseados no amor e na caridade. As sereias, seres encantados e mitológicos, são parte fundamental dessa linha e suas histórias estão presentes em diversas mitologias ao redor do mundo. A compreensão desses mitos nos permite entender melhor o trabalho e a missão das sereias dentro das manifestações da Umbanda de Jurema.

Na mitologia grega, as sereias eram descritas como seres metade mulher e metade pássaro, cujos cantos sedutores atraíam marinheiros para a morte. No épico Odisseia de Homero, Ulisses conseguiu escapar de sua atração mortal ao tapar os ouvidos de sua tripulação com cera e se amarrar ao mastro do navio. Com o tempo, essa imagem se fundiu com a de ninfas aquáticas, dando origem à concepção moderna da sereia.

Na mitologia celta, encontramos as Selkies da tradição irlandesa e escocesa, seres marinhos capazes de se transformarem em humanos ao removerem sua pele de foca. Já as Melusinas, figuras da França medieval, eram associadas a linhagens nobres e possuíam caudas de peixe. Já na mitologia nórdica, as Havfrue (donzelas do mar) eram retratadas como belas mulheres, que podiam ser benevolentes ou traiçoeiras. Relatos sobre nixes e undinas — espíritos aquáticos — também se assemelham à figura das sereias.

A mitologia indígena brasileira também traz suas próprias representações das sereias, com destaque para a lenda da Iara (ou Uiara), que tem raízes nos mitos dos povos indígenas, especialmente dos Tupis e Guaranis. Originalmente, Iara era descrita como um espírito das águas doces, vivendo nos rios e igarapés da Amazônia. Seu nome significa "aquela que vive na água". Iara é retratada como uma mulher de rara beleza, com longos cabelos negros (ou, em versões mais recentes, verdes ou azulados) e pele brilhante, semelhante às escamas de um peixe, habitando rios e cachoeiras, e encantando os homens com seu canto hipnótico. Aqueles que a ouvem perdem a razão e se jogam no rio, desaparecendo nas águas. Ao contrário das sereias gregas, que são associadas ao mar, Iara está ligada aos rios e lagos da floresta amazônica. Sua mitologia foi influenciada pelos colonizadores portugueses, que transformaram sua imagem, conferindo-lhe características de sereia, semelhantes às do folclore europeu. Com o tempo, passou a ser descrita com uma cauda de peixe, simbolizando tanto beleza quanto perigo.


Além de Iara, outras entidades brasileiras também estão ligadas às águas, como a Mãe-d'Água. Em algumas regiões do Brasil, especialmente no Nordeste, ela é considerada uma sereia, com uma forte influência das crenças africanas e portuguesas. A Mãe-d'Água é vista como uma entidade encantada que protege as águas e pode trazer boa sorte aos pescadores que a respeitam. 

Na mitologia africana, Mami Wata é uma entidade aquática venerada em várias tradições, representada como uma bela mulher com cauda de peixe, associada à sedução, riqueza e fertilidade. Já Kiandra é uma figura mítica presente, principalmente, nas tradições dos povos da região da África Central, como os Bantu e Kongo, mas também possui raízes em algumas lendas da África Ocidental. Kiandra é um espírito feminino das águas, frequentemente ligado à natureza, ao mistério das águas e à sedução. Ela é descrita como uma mulher de beleza deslumbrante, com características de sereia ou de entidade aquática sedutora. Em algumas versões da lenda, Kiandra é retratada com cabelos longos e escuros, semelhantes aos de uma sereia, ou até com pele coberta de escamas, como outras criaturas aquáticas mitológicas. Ela é frequentemente associada às águas doces, como rios, lagos e lagoas, sendo vista como uma entidade que habita esses locais misteriosos. As mitologias africanas relatam que Kiandra exerce um poder sedutor sobre aqueles que se aproximam das suas águas. Ela pode atrair os homens com seu canto hipnótico ou com sua beleza irresistível, levando-os à obsessão e, em muitos casos, à morte daqueles que não conseguem resistir ao seu encantamento. No entanto, Kiandra não é apenas uma figura de sedução. Em várias histórias, ela também é vista como uma protetora das águas e da natureza, sendo reverenciada por aqueles que respeitam o equilíbrio natural e as forças aquáticas. 

Ao conhecer essas diversas mitologias, podemos traçar um paralelo que resulta no arquétipo moderno da sereia: seres aquáticos, metade mulher, metade peixe, com o poder de encantar os homens com seus cantos, atraindo-os para o fundo das águas. Esse arquétipo é, em essência, uma fusão de diferentes mitos e culturas.

Agora, trago o ensinamento do Caboclo 7 Flechas sobre as sereias e os princípios de trabalho dessas entidades, que muitas vezes são mal compreendidas. O Caboclo 7 Flechas esclareceu que as sereias são seres encantados e não elementais. Elas transmitem seu encanto por meio das diversas mitologias existentes, mas sua missão é justamente quebrar essas mitologias. Um exemplo disso é que as sereias vêm para romper os encantos que nos deixam perdidos em nossas próprias paixões, trazendo um ensinamento que vai contra o que é geralmente narrado nas lendas. O Caboclo também explicou que as sereias se manifestam junto ao Povo d'Água, pois foram esses seres que transmitiram as histórias sobre elas. Ele ressaltou, ainda, que o mar de antigamente não era como o mar de hoje. Dessa forma, podemos concluir que as sereias se manifestam na Umbanda de Jurema com a missão de nos libertar das paixões que nos mantém encantados, presos e perdidos em nossas vidas.


Júllia Gabriely de Iansã


terça-feira, 22 de julho de 2025

O simbolismo da Kabbalah observado em ordens, religiões e nas situações da vida

 O simbolismo da Kabbalah observado em ordens, religiões e nas situações da vida

Continuando o estudo onde foi feita uma introdução básica da kabbalah, no texto de hoje discutiremos e entenderemos a presença da cabala dentro de religiões e sociedades Secretas/discretas. A proposta desse texto é mostrar aplicações práticas da Kabbalah e trazer reflexões sobre nossos próprios caminhos. É indicado para quem nunca teve contato com o assunto que leia o texto anterior, pois não é possível voltar a explicar toda a base desse conhecimento sem se estender demais. Para não causar confusão deixamos explícito desde já que chamaremos cada esfera do diagrama da árvore da vida da cabala de Sephirot e o plural delas de Sephira.

Um dos grandes objetivos iniciais dos religiosos, magos e adeptos kabbalista está em encontrar seu eu solar, que em algumas tradições é traduzida como a “verdadeira vontade”, Dharma, vocação, enfim, aquilo que nascemos para fazer, o caminho que esta de acordo com nossa natureza divina específica e única. Diante disso, várias religiões e sociedades usam esse objetivo para “hierarquizar”, definir processos para aprimoramento de adeptos, algumas de forma explicita e outras implicitamente.

Conforme abordamos no texto anterior, a árvore da vida da Kabbalah é um diagrama que estuda as formas de criação e manifestação de Deus. O plano material é malkut, a matriz da rotina diária. Quando estamos buscando algo novo (como entrar em uma nova religião ou ordem, aprender um novo instrumento, escolher uma nova profissão etc) estudamos diversas fontes de conhecimento, nesse ponto saímos da sephirat Malkut e entramos em yesod que é a lua. 

A lua simboliza o plano mental onde entramos em contato com o máximo de informações possíveis para entender e decidir qual caminho queremos trilhar. E a simbologia aqui é perfeita, pois o grande objetivo inicial é alcançar o nosso sol e a lua não tem luz própria, mas reflete a do sol, ou seja, através dessa experimentação podemos ter pequenas degustações e observar se aquele conhecimento teve efeito como uma lua cheia (refletiu muito sua verdadeira vontade), se foi uma lua nova(não fez nenhum sentido de acordo com sua essência) ou se foi como as luas intermediarias, crescente e minguante, que despertou o interesse parcialmente. Esse processo da lua pode ser comparado com o momento que o neófito ou o visitante decide se quer ou não entrar na religião ou ordem.





Depois de decidir trilhar o caminho que refletiu seu sol, como entrar para a umbanda, para a maçonaria ou aprender uma nova profissão, paramos de mergulhar em um universo de múltiplos conhecimentos superficiais e passamos a nadar em águas mais profundas, buscando o domínio intelectual de tudo que compõe a religião, ordem ou nova profissão. Esse processo é a Sephirot da Hod, simbolizado pelo planeta Mercúrio. Nesse ponto podemos comparar com o grau simbólico da maçonaria de aprendiz, com o auxiliar em nosso terreiro de umbanda (no nosso terreiro usam guiada verde do conhecimento de Oxossi) e com qualquer profissional iniciante em uma profissão. Nesse ponto se busca “qualificação técnica”.
Seguindo o caminho mais natural da árvore da vida, depois de Hod, passamos por Nezah, que é a Sephirot da emoção, planeta vênus, é quando são testadas nossas intenções para seguir o caminho, pois muitas vezes escolhemos um caminho não baseados no “reflexo do sol que a lua mostrou”, e levamos muito em conta a opinião dos outros, se podemos ter vantagens etc. Se o caminho trilhado não for condizente com nosso sagrado interior, é nessa sephirot que tudo que não é verdade cairá, ou seja, a pessoa começa a se sentir incomodada, tudo parece muito trabalhoso, a pessoa não tem prazer de seguir aquele caminho e acaba desistindo. Esse processo podemos comparar com o Grau simbólico da maçonaria de companheiro, com o colaborador da corrente mediúnica (não a toa usam guiada amarela representando o amor de Oxum no nosso terreiro).






Tendo passado pelas Sephira de Hod e Nezah, pelo grau de aprendiz e companheiro, ou seja, tendo conseguido conhecimento técnico e verificado o amor pelo caminho trilhado, se passa para a sephirot de Tiferet que é o nosso sol, é nossa verdadeira vontade, na umbanda é comparada ao momento em que se entra na corrente mediúnica, na maçonaria é o alcance do grau mestre, para um profissional é como ter conseguido se formar e para um lutador é como alcançar a faixa preta. Depois de passar pelos testes de conhecimento e emoção, estamos preparados para mostrar o brilho da nossa essência divina no caminho escolhido. Ao contrário do que se pensa, esse não é o fim do caminho e sim o início. O lutador quando chega a faixa preta tende a treinar ainda mais do que antes, pois agora ele enfrentará cada vez mais oponentes que têm o domínio de sua luta. É necessário batalhar para alcançar a grande obra, ou seja, deixar uma contribuição que sua alma pede.




Nesse breve texto mostramos um conhecimento utilizado na estruturação de muitas religiões, ordens, e que condizem com muitas situações cotidianas da vida. Como pudemos ver aqui nos referimos a apenas 5 sephira, que são apenas metade do caminho, metade do caminho para a unidade com Deus. Esperamos que o texto, mesmo raso, possa mostrar se a kabbalah se mostra como uma “lua cheia” em suas vidas e se for o caso, que desperte a vontade de estudar mais pelo assunto. Axé.

Ricardo de Ogum Matinata











segunda-feira, 21 de julho de 2025

Introdução básica a Kabbalah

 Introdução básica a Kabbalah

Nos meios esotéricos, muito se discute sobre Kabbalah. Esse assunto está presente nos mais variados círculos religiosos e de estudo místico. No entanto, muitas pessoas têm interesse no assunto mas falta uma explicação básica e simples para adentrar nesse universo. Com esse texto não quero ser pretencioso tentando demonstrar um entendimento que não possuo, tenho apenas o objetivo de facilitar o interesse daqueles que nunca tiveram um contato com o tema.  Kabbalah é um estudo e uma prática para toda a vida. Aqui tentaremos discutir superficialmente um pouco sobre suas origens, seus objetivos e formas de utilização.

A Kabbalah hoje é muito conhecida como sendo “o lado místico do judaísmo”, e não é por menos, esse conhecimento é muito enraizado na cultura, tradição e religião judaica. É importante ressaltar que nem todo judeu é Kabbalista, muitos judeus mais ortodoxos preferem se dedicar mais as práticas mais tradicionais. Mesmo a grande referência de uso e tradição da Kabbalah sendo os judeus, há indícios que sua origem tenha vindo desde o antigo Egito, onde seus sacerdotes teriam o domínio desta ferramenta. Modernamente temos a Kabbalah fora do contexto judaico, sendo utilizada, por exemplo, a Kabbalah cristã e a Kabbalah hermética.

O que todos querem saber é o que é e para que serve essa tal Kabbalah. Podemos dizer que a Kabbalah é uma leitura dos mistérios da vida, principalmente da criação divina. Esse conhecimento casa bem com o hermetismo que com suas leis da correspondência, que diz que “o que está acima é como o que está abaixo”, ou seja, que entendendo a criação de Deus é possível entender também os processos de criação humanos. Seguindo a Kabbalah estaríamos imitando a forma da criação divina, desta forma facilitando o êxito em qualquer objetivo. Podemos dizer que a Kabbalah é um mapa para qualquer objetivo ou empreendimento e entendimento de falhas e erros. 

Modernamente a Kabbalah foi sintetizada em um diagrama que facilita sua compreensão, esse diagrama é chamado de “árvore da vida”, é importante ressaltar que esse é um mecanismo facilitador para usufruir da sabedoria kabbalistica, não sendo a totalidade desse conhecimento. A árvore da vida nos traz 11 esferas e 22 caminhos como pode ser visto na imagem abaixo. É interessante notar que os 22 caminhos da árvore da vida representam também os arcanos do tarot, isso nos mostra que o tarot foi também um conhecimento que bebeu da sabedoria Kabbalista. Cada um dos 22 caminhos também corresponde a cada uma das letras do alfabeto hebraico, sendo cada carta do Tarot uma explicação do significado dessa letra hebraica. Cada uma das esferas simboliza um aspecto de Deus e pode simbolizar um planeta (nos círculos esotéricos a lua e o sol também são considerados planetas, mesmo não sendo cientificamente).

A árvore da vida simboliza a forma como Deus criou o universo, sendo a esfera mais acima o símbolo do divino, do ponto inicial da criação e a mais abaixo o mundo material. Com a leitura da árvore da vida tentamos fazer o caminho inverso para manifestar o divino em nossas ações e empreendimento. Como mostra o diagrama, existem vários caminhos para se alcançar o divino, e como já dissemos, esses caminhos são também explicados pelos 22 arcanos maiores do Tarot. Não abordaremos esse tema pois seria um estudo muito complexo e longo. Abaixo falaremos brevemente de cada uma das esferas, que são chamadas de Sephirot(safira). Na jurema, que tem em si muito da tradição judaica, as cidades da jurema também fazem referência a cada uma dessas Sephirot.




A esfera mais abaixo, é chamada de malkhut, que representa a Terra, o mundo material, a matriz do dia a dia. Acima temos Yesod, que é designado como a lua, é um aspecto mental, onde temos contato com o maior número de informações. A expressão popular, “viver no mundo da lua”, faz referência a esse estado mental, e significa que a pessoa se perde em pensamentos e conhecimentos e não coloca em prática. Yesod é muito importante, pois tudo que buscamos e concretizamos surge antes como uma ideia.  Na esfera acima de yesod na esquerda temos Hod, que é a esfera de mercúrio, simboliza o estado do conhecimento. É quando já passamos do estado de experimentar e conhecer muitas coisas no mundo da lua e nos aprofundamos, tendo um domínio intelectual de um assunto ou empreendimento que escolhemos seguir. É quando se decide através da razão se iremos continuar trilhando o caminho escolhido.

Passando a direita temos a sephirot de Nezah, que é aspecto de vênus, simboliza também as emoções, é um estado em que veremos se aquilo que já passou pelo crivo da razão passará também pelo da emoção. É onde tudo que não é verdadeiro cai, muitas vezes escolhemos caminhos que são apresentados como os recomendados pelo mundo material, mas aquilo não ressoa com nosso sagrado interior e se insistimos devido a racionalidade naquele caminho podemos nos tornar pessoas amarguradas e frustradas, por seguir o que o mundo quer de nós e não o que nosso sagrado interior tem vontade.

No centro, acima de Hod e Nehza, temos uma das grandes metas de alcance que é Tiferet, que é um aspecto Solar, é o nosso eu crítico, é quando a pessoa se torna um mestre naquele assunto, empreendimento ou empreitada. É quando dominamos a razão e a emoção. Muitos podem perguntar, mas como Tiferet é o símbolo do mestre sendo que está apenas no meio da árvore? Como pode simbolizar nosso eu crítico, estando tão abaixo? É verdade, muitos pensam que quando a pessoa se torna um mestre só tem o que ensinar e nada a aprender, no entanto é o contrário, quanto mais se sabe muito mais se descobre que há ainda muito mais a aprender. O verdadeiro mestre é um eterno aprendiz. Uma boa analogia de tiferet é quando um lutador de artes marciais chega a faixa preta, ele é um professor, tem o domínio das técnicas, mas é aí que ele começa a competir com os grandes lutadores da referida arte marcial. Entre o mestre e Deus há um abismo.

Aproveitando o gatilho a esfera acima de Tiferet, é Daat que realmente é definida como um abismo, é um conceito muito complexo e difícil de explicar. Inclusive em muitos diagramas essa sephirot nem mesmo é trazida, pois ela esta e não está na árvore da vida ao mesmo tempo, representa um veu, abismo, que separa as sephirot de cima e as debaixo. É como se fosse uma combinação das três sephirots de cima.

Acima de Tiferet temos também, pela esquerda Gevurah, que é associada a Marte. É a energia do rigor, da guerra, da severidade. Nessa esfera o mestre ou profissional recém “formado” é testado, é onde se precisa lutar com as dificuldades naturais do caminho escolhido sem ter ainda uma experiência que permita tomar sempre as melhores decisões, é um “trabalho braçal”, uma luta para se aprender ainda mais. Pela direita temos Hesed, que é associada a Júpiter. É considerada a esfera da misericórdia e planejamento. Em Hesed o mestre ou profissional já tem uma boa experiência que o permite tomar as melhores decisões sem tanto esforço e luta. É onde se começa a colher os frutos das batalhas passadas. Está associado à prosperidade e onde são testados a caridade e gratidão do ser.

Acima de gavurah, hesed e daat, temos pela esquerda Binah, associada a saturno, é o entendimento, é tudo que pode ser concebido e é o máximo que podemos atingir no mundo físico como indivíduos. Pela direita temos Hokhmah, associada a urano, é a sabedoria de Deus, é como se fosse a somatória de toda a sabedoria de todos os seres em conjunto. Por fim temos a esfera de Keter, que está associada a netuno, pode ser traduzido como o próprio Deus, é o ponto inicial da criação, a consciência cósmica.

A árvore da vida e a leitura da kabbalah pode ser utilizada para manifestar um aspecto sagrado, se aproximando de Deus. E pode também ser utilizada para a partir de uma intenção intangível, planejar (hesed) e batalhar (gavurah), através dos passos da árvore, até materializar a ideia em malkut. A árvore é usada para sutilizar ou materializar algo, podemos subir ou descer nos caminhos conforme nossas intenções. Muitos querem saber onde estão na árvores em suas vidas, mas na verdade, estamos em várias sephirot ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo que posso ser um mestre(tiferet) em um assunto, posso ser um sonhador(yesod) em outro e aí por diante. Podemos ver nessa abordagem rasa que a árvore da vida nos dá praticamente infinitos caminhos e possibilidades, sendo um conhecimento infinito. Esperamos que tenha ajudado de alguma forma, caso falte algum conhecimento que o leitor puder acrescentar deixe nos comentários e nos ajude a aprender. 

Axé

Ricardo de Ogum Matinata



quinta-feira, 17 de julho de 2025

A Comparação

 A Comparação

É muito comum que o ser humano se compare. A comparação é tomar como referência algo ou alguém e ressaltar diferenças quanto a outra coisa ou outro alguém. Muitos não se dão conta, mas a comparação pode ser muito prejudicial a uma pessoa. Normalmente nós comparamos ou com quem está pior no aspecto comparado ou com alguém que está melhor nesse mesmo aspecto. É raro compararmo-nos com quem esteja em uma situação semelhante a nossa e aí que está o problema, muitas vezes fazemos comparações injustas com o próximo e até com nós mesmos.

A pessoa que tem baixa autoestima costuma comparar-se sempre com quem está em um patamar muito acima, desta forma se desmotivando a persistir e lutar pela mudança gradual e diária naquilo que almeja. Já os arrogantes sempre se comparam com quem está em uma situação muito pior, pois assim se sentem menos mal com suas próprias imperfeições. Algumas entidades nos dizem que “a comparação é o mal do mundo”, pois ao invés de cada um cuidar de seus próprios objetivos, falhas e virtudes, preferem perder tempo julgando ou sonhando com uma realidade que não é a sua.

Quando dissemos no início do texto que as comparações são injustas é porque a pessoa que sobre com baixa autoestima, sempre vai comparar os pontos fortes dos outros com seus pontos fracos, e sabemos que cada pessoa carrega consigo seu sagrado interior e vocações diferentes de todas as outras. Sendo assim, essa pessoa está tentando ser o que o outro é e ao mesmo tempo abre mão de todo potencial que tem a escolha e o aprimoramento de suas próprias vocações e virtudes. Aqui podemos notar também que surge a inveja, que é o sentimento de querer o que o outro tem ou querer que o outro não tenha o que você não pode ter. Isso energeticamente é devastador, gera os famosos “olhos gordos” e cria um ambiente pesado para ambos os envolvidos.

Já aquele que se compara ao fraco para se sentir melhor, na verdade ele é quem é o fraco. Pois do contrário não necessitaria de tão baixo artifício. Esse tipo de comparação, na verdade, gera muita insegurança. A maneira correta de se comparar é comparar-se a si mesmo no passado, estar melhor do que ontem deve ser o objetivo. Desta maneira podemos nos aprimorar de forma constante e gradual para alcançar os objetivos sonhados, sem o peso da comparação com alguém que não tem as mesmas dificuldades e nem se comparando com quem tem mais dificuldades, pois isso o faria ficar acomodado.

Axé

Ricardo de Ogum Matinata


terça-feira, 15 de julho de 2025

Planos

 Planos

Desde crianças sempre fazemos planos, como quem queremos ser, com o que e onde queremos trabalhar, com quem queremos namorar etc. Muitas vezes esses planos que traçamos são frustrados, mas com o passar dos anos podemos ver que se tudo tivesse ocorrido como planejamos perderíamos muitas das grandes coisas inesperadas que acontecem na vida, que são em grande parte o que faz da vida fantástica, poder se surpreender, ir além do que sonhou e receber bênçãos.

Os fracassos do passado nos preparam para o que está por vir. Podemos dar como exemplo alguém que viveu um relacionamento abusivo, quando consegue se libertar desse relacionamento provavelmente dará muito mais valor para um futuro relacionamento que não tenha esses problemas. Viver algo ruim, muitas vezes nos faz valorizar o que temos de bom. Por exemplo, respirar, andar, parecem coisas comuns a uma pessoa convencional, sem motivos para celebrar aparentemente, mas no dia que por alguma moléstia as pessoas ficam paralisadas ou respirando mal, elas pensam “eu respirava tão bem”, “eu andava tão bem”. Só aí é que reconhecemos o quanto fomos ingratos, muitas vezes temos tudo e não damos valor. 

É importante entendermos que temos a ilusão de saber o que é melhor para nós, mas na verdade não sabemos. Só Deus sabe. Se todos os planos que fizéssemos tivessem dado certo o quão diferente seríamos? É comum que os jovens queiram entrar em grandes corporações que podem pagar altos salários, mas que autonomia teriam nessa grande empresa, estariam trabalhando para realizar seus próprios sonhos ou o do empregador? Esses planos muitas vezes não dão certo, por mais que a pessoa tenha feito por onde, pois pode não ser o melhor caminho para ela. Se nos casássemos com a primeira pessoa que nos despertou interesse, talvez seríamos pais mais velhos ou mais jovens, ou nem seriamos. Talvez não valorize o(a) cônjuge o quanto ele(a) mereceria etc., são muitos exemplos.

Nunca devemos deixar de sonhar e planejar, mas antes de tudo temos que ter fé em Deus e pedir para que ele e nossos guias só abram as portas que forem boas para nós, que ele só nos dê o que for nosso.

Axé,

Ricardo de Ogum Matinata


segunda-feira, 14 de julho de 2025

Águas passadas não movem moinhos

Águas passadas não movem moinhos 


Muitas vezes durante os caminhos da vida nos desentendemos com os mais variados tipos de pessoas e pelos mais diversos motivos.  Nos desentendemos no cotidiano com, desde aquele colega de trabalho do qual não temos nada a ver até com os familiares mais próximos. E devido a muitos desses desentendimentos e brigas, existem até mesmo pais e filhos que não se falam, amigos que antes eram antes inseparáveis e que agregaram muito nas vidas um do outro que passam a odiar-se, o que é muito triste. Na grande maioria das vezes esse rompimento de laços ocorre devido ao orgulho das partes em reconhecer seus erros e respeitar o caminho que o outro escolheu.

Diante dessas situações devemos parar de ser reativos, pois a desavença que nasceu de uma discussão ou mágoa pequena pode cada vez mais aumentar devido a implicâncias e a “necessidade de provar estar certo”. Ninguém é obrigado a conviver com pessoas que a façam mal, mas o ideal é fazer o melhor por nós mesmos, e viver com mágoas no coração nunca é algo saudável.  Muitas vezes brigas entre familiares iniciam quando um não entende as escolhas do outro e tenta forçar a sua própria verdade sobre o outro, achando que sabe o que é melhor para esse. Quem melhor do que nós mesmo para decidir o que é ruim e bom para a gente? É verdade que muitas vezes tomamos decisões erradas que nos fazem sofrer, mas se nosso eu interior pede aquele caminho, aquele erro é necessário e um aprendizado valoroso que talvez seria difícil conseguir de outra forma.

O ideal seria que as pessoas não levassem para o pessoal as críticas que o outro faz, se são indevidas, não devemos nos deixar incomodar, e se é um defeito da pessoa, devemos ser tolerantes e caridosos. Sim, a caridade também está em suportar uma pessoa que está irritando ou sendo inconveniente, só assim não nos rebaixamos ao mesmo nível. Seria muito bom que familiares e amigos pudessem sempre se perdoar e ser próximos, mas é verdade que em alguns casos esse convívio pode ser negativo, pois uma das partes só aceita se a sua verdade prevalecer e isso pode agredir a natureza do outro, nesses casos o ideal é nos esforçarmos para perdoar a pessoa e desejar a evolução e o bem dela, mesmo que distante, pois a primeira fidelidade sempre tem que ser consigo mesmo. Não podemos trocar nossa paz de espírito pela vontade de outra pessoa, por mais próxima que seja e por mais amor que sintamos por ela.

Esse pequeno texto tem como objetivo trazer a reflexão se estamos fazendo nossa parte para nos reconciliar com o próximo. Se não estamos deixando o orgulho nos dominar e se não estamos sendo reativos. Fazendo nossa parte, nos tornamos pessoas melhores. E se for a vontade do outro teremos novamente um convívio que poderá nos ensinar. Cada pessoa é uma chave que desperta diferentes emoções, sentimentos e inspirações em quem as encontra. Cada um de nós carrega seu sagrado interior que pode ser utilizado para ensinar aquele que não tem as mesmas facilidades. Devemos sempre buscar o perdão e reconhecer nossos erros e fraquezas, só assim evoluímos, só assim não alimentamos magoas infantis e atitudes de rancor e desarmonia. Devemos sempre lembrar que atraímos aquilo que vibramos. Que Deus possa nos abençoar e que possamos ser pessoas cada vez melhores.

Axé,

Ricardo de Ogum Matinata


quinta-feira, 10 de julho de 2025

Liberte-se daquilo que te prende, a pior versão de si mesmo

 Liberte-se daquilo que te prende, a pior versão de si mesmo 

Muitas vezes nem mesmo nos damos conta, mas velhos hábitos, que às vezes podem parecer inofensivos, nos impedem de abandonar o passado e que evoluímos como pessoas nos mais variados campos da vida. Como exemplo podemos citar um fanático por qualquer coisa, todo fanatismo é nocivo e deve ser combatido. Quando falamos em fanatismo, logo pensamos em religiosos que pensam ter a resposta para tudo e que demonizam os caminhos de “salvação” apontados pelas demais religiões, mas é muito mais amplo que isso. O fanatismo está presente no esporte, na política e em variados outros campos.

No futebol, muitas vezes, os fanáticos acabam mesmo a se agredirem e até a matar uns aos outros, na política não é diferente. O problema é que muitas vezes os fanáticos por um time de futebol e por uma ideologia política, não conseguem ver o quanto isso os faz mal. Perdem amizades, rompem laços familiares e muitas vezes agem de maneira contrária a seus valores, pois o fanatismo os cega. 

Muitas pessoas já têm uma conduta reta e buscam melhorar cada vez mais, mas é só assistir um jogo de futebol que despertam o pior de si. Logo após o jogo se tornam agressivos e mal-humorados, ainda mais quando o resultado não é condizente com suas expectativas. Temos que deixar claro que não estamos dizendo que o futebol em si é algo nocivo, mas para a pessoa que tem esse gatilho para ativar sua pior face, aí sim ele deve se desligar disso o máximo possível, pois isso só o faz mal. Na política então, muitas vezes se defende um candidato com unhas e dentes e na maioria das vezes quando esse chega ao poder faz tudo diferente do que estava no imaginário do eleitor, e mesmo assim os fanáticos toda eleição criam inimizades nos mais diversos meios tentando provar que o caminho que escolheu é o melhor.

Não é só o fanatismo que traz esses gatilhos para a pior versão de nós mesmos, os vícios também. Para um alcóolatra, a menor dose já desperta uma versão antiga dele, onde se esquece de tudo o que tem como meta dali em diante, onde se deixa levar por impulsos. E é assim também para os demais vícios, tanto em narcóticos, como de pornografia, sexo entre outros. Existem sim pessoas que fazem o uso moderado de tais substâncias e não perdem o controle, mas também existem diversas que abrem um portal e se deixam dominar pelo seu lado sombrio.

Esse texto tem como objetivo que tragamos a reflexão para nossas vidas, identifiquemos nossos gatilhos que despertam o pior de nós mesmos e lutemos para que consigamos superá-los e minimizar o máximo possível o contato com essas coisas que nos fazem mal.

Axé

Ricardo de Ogum Matinata


terça-feira, 8 de julho de 2025

Resiliência, responsabilidade e disciplina

 Resiliência, responsabilidade e disciplina

Muitos podem até mesmo ficar desinteressados pelo título acima, Resiliência, responsabilidade e disciplina, são palavras que quando analisadas superficialmente remetem a algo chato e maçante, o sacrifício que se faz em busca de um objetivo ou sonho. Na verdade, quando ouvimos o que os homens sábios têm a nos dizer a respeito vemos que vai muito além disso.

Iniciaremos de forma clichê dizendo o porquê de cada uma delas serem fundamentais para o sucesso. A resiliência é o ato de resistir às adversidades, se toda vez que você cair sempre se levantar e não desistir a chance de alcançar o objetivo almejado é muito maior. A responsabilidade diz respeito a tudo que assumimos como compromisso e que mesmo que não queiramos fazer, sabemos que temos que fazer, pois de outra forma estaríamos sendo negligentes e isso poderia trazer muitas consequências.  E tudo que confere certo tipo de aumento de poder, sempre trará mais responsabilidades. Um cargo de gerente de uma empresa necessariamente quer dizer que a pessoa terá que fazer mais do que um funcionário comum, terá mais preocupações e responsabilidades. Um sacerdote da mesma maneira, terá muito mais afazeres e compromissos que um adepto comum da religião. 

Quanto a disciplina, consiste em ter constância, ao invés de estudar 15 horas em um dia e não manter este hábito, é melhor estudar de 01 a 04 horas todos os dias para tentar ser aprovado em um determinado concurso ou vestibular. Nossos guias sempre nos ensinam que para chegar a um objetivo, temos que dar um passo de cada vez. Fazer um pouco hoje para estar melhor do que ontem. E isso é o que define a disciplina. Fazendo tudo isso, fica claro que qualquer sonho estará muito mais próximo de se concretizar, mas esse ainda não é o ponto que queremos chegar.

Além de serem determinantes para o sucesso, e apesar de parecerem sacrificantes, ao fim de uma jornada de sucesso, olhamos para trás e vemos que a verdadeira felicidade está no caminho e não em seu fim. Estudar parece um sacrifício e um trabalho maçante para quem está iniciando nesse caminho, mas para aquele que está determinado nem sempre é, estudar demanda tempo e disciplina, mas o saber traz satisfação. Da mesma forma, exercitar-se trás satisfação. Muitas vezes ouvimos a frase “éramos felizes e não sabíamos”, isso realmente acontece, pois depositamos uma ideia de felicidade nos objetivos, mas esquecemos que para ter algo, sempre teremos que sacrificar outras coisas. 

Talvez depois de passar no tão almejado concurso, ou depois de ter um empreendimento de sucesso, você não possa mais ter tanto contato com seus familiares ou não possa estar sempre na mesma cidade e isso dependendo do seu perfil pode sim afetar sua qualidade de vida. Não queremos de forma alguma que as pessoas deixem de correr atrás de seus sonhos, não é isso. O que queremos é atentar para a necessidade de ter foco no presente e que se você não consegue ser feliz agora, provavelmente não será ao fim do objetivo, a não ser que mude de atitudes. 

Resiliência, responsabilidade e disciplina deveriam ser lemas de vida, que fariam de nós pessoas, profissionais e familiares melhores. Não deveriam ser apenas para objetivos específicos, que depois de alcançados paramos de ter essas virtudes.

Axé

Ricardo de Ogum Matinata