Pesquisar

quinta-feira, 6 de março de 2025

Medicina Popular | O que é?

 Medicina Popular | O que é?

A necessidade de adaptação dos seres humanos à natureza e a troca de saberes e culturas entre povos, incluindo a utilização de diferentes formas de elementos naturais para variados fins, fez com que surgisse uma ligação do homem para com seu habitat natural. Por um lado, esta era benéfica, já que a terra fornecia suprimentos, por outro, também era perigosa, com predadores e plantas venenosas.

Diante deste contexto de polaridade, surgiu uma crença de um mundo regido por bons e maus espíritos. Tudo que era retirado da natureza, que causava dor, sendo excluído, acabava sendo associado ao mau espírito. O que era preservado, era associado ao bom, e era fortalecido. O mau era a anulação do ser, e o bem, tudo o que fortalecia. E nessa conjuntura, entendemos que as crenças e a medicina sempre tiveram uma ligação.




        A medicina popular é baseada no conhecimento empírico acumulado e no saber tradicional do consciente coletivo, com seus conhecimentos transmitidos por meio oral através de seus oradores, como curandeiros, pajés, rezadeiras, juremeiros e feiticeiros, um exemplo puro e claro que se trata da medicina popular, é a garrafada. Ela é resultado do saber tradicional, dos conhecimentos passados pelos mais velhos, do culto e respeito aos ancestrais. É um produto histórico que é resultado, em sua maior parte, do modo de vida de uma comunidade, e do relacionamento da biodiversidade em que ela está inserida. E este saber, como perpassa gerações de forma oral, vai sendo reconstruído e tomando formas diferentes, possuindo outras aplicabilidades práticas nas sociedades.





No Brasil, a medicina popular é o resultado de uma série de aculturações de técnicas, que tiveram contribuição, principalmente, do pajé ameríndio, do feiticeiro negro e, do bruxo europeu, de tal maneira misturada que atualmente seria difícil distinguir o que é puramente indígena, negro, ou branco.

Que a força da ancestralidade esteja conosco. 

Salve as nossas forças. 

Lívia de Obaluaê 







terça-feira, 4 de março de 2025

Sucupira Branca

 Sucupira Branca

Pterodon polygalaeflorus, da família Fabaceae. Conhecida também como fava-de-Santo-Inácio, a árvore majestosa de copa piramidal, nativa do Brasil, da caatinga e cerrado, tem de 5 a 16m de altura. Tronco com 40 a 60 cm de diâmetro, revestido de casca lisa, branco amarelada, folhas alternas, flores roxas e botões arredondados, mais largos que a base, é a sucupira branca. Suas raízes podem formar expansões chamadas popularmente de "batatas de sucupira", que remetem ao tubérculo, e é um órgão reserva da árvore.



Seu uso é diverso e todas as suas partes são bem aproveitadas. A madeira é muito resistente, sendo muito utilizada na construção civil e arquitetura. Na medicina popular, da casca e sementes se extraem uma seiva, um óleo aromático volátil, muito eficiente no tratamento pra reumatismo, dores de garganta, problemas de coluna, depurativo e fortificante, o que a faz coadjuvante no tratamento de gripes e resfriados, amenizando as dores no corpo causada pelo vírus. Podendo ser associada a outras plantas para potencializar seu efeito analgésico e antiinflamatório. Na região centro-oeste, existem relatos do uso de chás com a casca para tratamentos de infecções ginecológicas.





Cada região, cada povo, tem seus costumes, orientações e receitas pros preparos, normalmente seguindo os conhecimentos dos mais velhos, perpetuando as tradições dos antigos, como fazemos como nossos pais, avós, e as próprias entidades que nos auxiliam aqui dentro do terreiro.

Salve a força dos ancestrais. Salve a força das plantas.

Lívia de Obaluaê










segunda-feira, 3 de março de 2025

Aroeira Salsa

 Aroeira Salsa

Aroeira é o nome popular de várias espécies de árvores da família Anacardiaceae, onde encontramos a aroeira do campo, nativa do cerrado no Brasil central; a aroeira preta, nativa da caatinga e do cerrado, desde o Ceará até o Paraná, e vários outros tipos, como a aroeira salsa, que vamos estudar hoje.

Natural da região Sul do Brasil, ela é uma árvore resistente; seja a seca, solo empobrecido, temperaturas extremas e geadas. Muito usada em paisagismo, com raízes fortes, tronco desenhado, frutos delicados e folhas em cascatas, cada partezinha da aroeira salsa, também é usada na espiritualidade como bálsamo pra diversas mazelas.


Há milhares de anos, os Incas, grande civilização indígena que habitava os Andes, aqui na América do Sul, tinham a aroeira salsa como uma árvore sagrada. Era considerada uma farmácia viva por eles, que fermentavam os frutos dela, juntos com outros e produziam uma bebida chamada "chicha de molle”, que era uma importante fonte de energia e nutrição.

O trabalho com as folhas da aroeira salsa, ajudam no fortalecimento emocional, auxiliando quadros gástricos, de hipertensão, agindo como antiinflamatório e nas desordens do sistema respiratórios, e também em quadros depressivos (o que não anula tratamento médico, psicológico, psiquiátrico e medicamentos farmacológicos caso necessário), também a conexão energética e espiritual, mas o cuidado tem de ser redobrado, pois as folhinhas são tóxicas. Normalmente a bebida/chá é feita em conjunto com outra erva que conversa com o intuito do trabalho e ameniza os efeitos da mesma.




Sua entrecasca é cicatrizante, não podendo ser ingerida. Lembramos que suas folhas, também são repelentes de insetos, e os frutos são comestíveis.

Salve a força das plantas. 

Salve a força das matas. 

Salve a força de Ossain. 

Lívia de Obaluaê