Por
que tudo está dando errado? Fizeram macumba pra mim?
No texto de hoje abordaremos uma dúvida muito comum, principalmente das pessoas leigas em assuntos espiritualistas. Existe um certo preconceito de grande parte de pessoas que não professam a fé espiritualista quanto aos “trabalhos” realizados nas religiões de matriz africana, por exemplo. Esse preconceito tem raízes no uso indevido do conhecimento espiritualista por alguns poucos (que não podem ser considerados umbandistas) para se beneficiar em detrimento do prejuízo de outros, na exploração do medo alheio, através de ameaças de fazer o mal através da espiritualidade (muitas vezes como reação de ter sofrido preconceito e muitas das vezes não passando de “palavras ao vento”) e, por fim, no puro preconceito irracional, onde a pessoa acredita que qualquer caminho diferente do seu não pode ajudar ninguém.
Como
resultado disso, foi gerada uma mística ao redor de tudo que envolve
manipulação energética e conhecimentos espiritualistas. Uma mística
preconceituosa na qual as pessoas buscariam os conhecimentos espirituais com o
objetivo de prejudicar seus inimigos e de conseguir alcançar objetivos sem
esforço. Diante disso, muitos que se encontram em dificuldades tentam
justificar seus fracassos culpando trabalhos espirituais, teoricamente, feitos
em seu desfavor. Afinal de contas, existe mesmo essas tais “macumbas” para
prejudicar pessoas? Será que todo fracasso tem por trás um trabalho maligno?
Como
comentamos brevemente no paragrafo anterior, existem sim pessoas com
conhecimento espiritual que o utilizam para ter vantagens e para prejudicar
seus inimigos. É importante ressaltar que nenhuma casa de umbanda ensina e
aprova tais práticas. Casas e médiuns que realizam essas práticas, mesmo que se
digam de Umbanda, não são, uma vez que a Umbanda é a manifestação do espírito
para a prática da caridade e busca exclusivamente o bem e a evolução de todos
que a procuram.
Diante
do exposto, surgem outras perguntas em nossas mentes... “Esses trabalhos para
prejudicar dão mesmo certo? Deus e nossos guardiões permitem isso? Isso não é
injusto?”. Nem sempre esses trabalhos dão certo, quando nosso mundo interno
está em equilíbrio é muito difícil interferências externas conseguirem nos
prejudicar, o problema é que raramente estamos totalmente equilibrados e
protegidos. Quando estamos enfraquecidos em nossa fé ou com sentimentos
destrutivos, como o ódio e a inveja, por exemplo, acabamos abrindo espaço para
que aquela energia de intensão degenerativa encontre abrigo em nós. Sabemos que
atraímos o mesmo que vibramos.
Quanto a ser justo ou injusto ser prejudicado por uma “macumba”, temos que analisar com olhar espiritual. Sabemos que nosso estado natural é o espírito e que o objetivo da vida é o aprimoramento espiritual, mesmo que o indivíduo não tenha feito nada nessa vida para passar por isso, essa dificuldade de hoje fará com que o ser tire valiosas lições e evolua. Portanto, aquela dificuldade poderá colaborar para que seu planejamento reencarnatório possa ser concluído com sucesso.
Ainda nessa ótica, vale lembrar que podemos
ser alvo de uma magia negra dessas, por cobrança karmica, ou seja, podemos nós
mesmo termos feito coisas terríveis em outras encarnações e precisemos dessa
dificuldade momentânea como lição. Vale ressaltar que o Karma é construído
também na própria encarnação, sendo muito mais comum o individuo que foi
atingido por uma “demanda” (“macumba”) precisar da lição mediante aos seus atos
na presente encarnação do que em anteriores.
É
claro que nem todos os fracassos, tragédias e desvios são causados por
trabalhos espirituais malignos. Na verdade, isso é bem menos comum do que a
própria pessoa se prejudicar com pensamentos negativos, não acreditando em si e
no seu sagrado interior (não acreditando consequentemente em Deus). Uma frase
já muito dita e verdadeira é que não existe demanda (“macumba”) pior do que a
você faz para si próprio. A demanda feita por nós mesmos é a que é realmente
impossível de quebrar, a não ser por nós mesmos.
Enquanto
não acreditarmos que somos capazes do que almejamos ao ponto de realmente
buscarmos e fazermos o necessário para alcançar, será impossível ter sucesso. E
muitos nem mesmo tentam, por achar que é muito difícil, que não tem o dom para
aquilo ou que o momento não está favorável. No fundo, na maioria das vezes
todas essas desculpas são só medo de fracassar, o que na verdade é um paradoxo,
uma vez que, se não tentarmos, o fracasso já é certo.
Apesar dessas pessoas sempre terem uma desculpa do porquê não foi possível conquistar algo, elas se frustram. É fácil mentir dizendo que a culpa é exclusivamente do momento (crise, pandemia...) ou de outras pessoas, o difícil é mentir para si mesmo. Daí vem a frustração, de lá no fundo saber que poderia ter feito mais. Na grande maioria das vezes dizer que está sendo vítima de “macumba”, “amarração” ou “demanda” é apenas mais uma desculpa para se justificar, para se convencer de não lutar por algum objetivo ou para mascarar que não fez o suficiente para conseguir uma meta. Enquanto não trouxermos a responsabilidade para nós mesmos, nada mudará e continuaremos frustrados. Devemos agir mais e nos justificar menos.
Portanto,
fica claro que as “macumbas” malignas existem sim e podem surtir efeito na vida
de uma pessoa, nesses casos, além de termos o entendimento que aquela
dificuldade passageira é um aprendizado, o ideal é procurar uma casa
espiritualista séria que poderá dar apoio com consultas e outros tipos de
trabalho sem que nada seja cobrado por isso. Também é importante se cuidar,
buscando ter hábitos e pensamentos melhores para que seja impossível uma
ligação com tais energias negativas.
Essa
mudança deve ser sempre progressiva e contínua, uma vez que é difícil mudar do
dia para a noite. Melhorando um pouco a cada dia a transformação que antes
seria impossível vai se concretizando, nesse processo a fé é muito importante,
não só a fé em si mesmo e em sua capacidade, mas também a fé em Deus, a fé de
que o criador nos fez com os recursos suficientes para cumprir nossa missão, a
fé no sagrado interior que todos nós carregamos.
Caso a própria pessoa esteja se prejudicando
com uma “macumba” feita por si mesma, também poderá buscar apoio em casas
espiritualistas sérias, sendo as orientações importantes para que ela possa
entender que a mudança está em suas mãos. Vale lembrar que temos que ser bem
criteriosos para escolher uma casa para um tratamento desses, uma vez que em
casas mal-intencionadas essa fragilidade da pessoa pode ser explorada.
Axé,
Ricardo
de Ogum Matinata
Perfeito.
ResponderExcluirÓtimo texto! Parabéns Ricardo.
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