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terça-feira, 21 de março de 2023

A diferença entre entidades e espíritos encarnados

 A diferença entre entidades e espíritos encarnados

    As Entidades sabem de tudo?

  Não são raras as vezes em que, durante uma consulta com uma entidade, ficamos impressionados com suas revelações. Muitas vezes são ditas verdades que nem a própria pessoa havia percebido antes de ter sido dito, outras tantas vezes são reveladas coisas que somente a própria pessoa sabia. As entidades fazem isso não para demonstrar poder ou impressionar, na verdade, isso é necessário em vários momentos, tais como quando a pessoa precisa compreender a raiz de um problema para poder transformar sua realidade, mas está em processo de negação que ela foi a causadora da situação da qual se encontra.

   Apesar de os guias não terem a intenção de impressionar, na prática isso ocorre muito, sendo então comum ver novos médiuns e novos consulentes (visitantes) idolatrando entidades, acreditando que elas tudo sabem e que falam e fazem acontecer. Acreditam que qualquer entidade está em um grau muito superior de evolução espiritual do que qualquer encarnado. Já outros iniciantes são como São Tomé e querem ver para crer, fazem perguntas difíceis e tentam induzir o médium/guia ao erro, para tentar provar que a incorporação é ou não real. O objetivo desse breve texto é fazer uma reflexão sobre isso e desmistificar essas meias verdades.

    Para iniciar nossa reflexão podemos afirmar que não é verdade que as entidades sabem de tudo. As entidades nada mais são do que espíritos como nós que também estão em processo evolutivo. Qual seria a lógica de tudo saberem? A partir desse questionamento o leitor pode se perguntar, mas se o guia não sabe tudo, como esse guia poderá ajudá-lo? Para compreender isso podemos fazer uma analogia que se encaixará como uma luva: quando um adulto supervisiona uma criança (ou adolescente) para não fazer algo porque é perigoso ou porque pode lhe causar males físicos, financeiros emocionais ou biológicos, não quer dizer que o adulto tem um espírito mais capacitado ou que quando fora criança nunca fez tais coisas que hoje aconselha não fazer. Pelo contrário, aquele adulto que sofreu, por exemplo, com males como diversos vícios e viu o quanto aquilo o prejudicou fará a melhor propaganda contraria a tais vícios, não importando quais vícios ou más escolhas sejam (drogas, sexo, jogos de azar, abandono dos estudos etc.). A analogia é muito boa, porque nem a vida da criança, nem do adulto e nem mesmo a do espírito tem menos desafios. Cada um encontra uma dificuldade diferente que muitas vezes é difícil para o outro entender se ele não lembra de ter passado por essas experiências. O adulto apesar de não ser necessariamente “mais evoluído” que a criança, já passou por muitos dos desafios que a criança passa e já aprendeu muito com experiências próprias e de terceiros. Da mesma forma, um espírito desencarnado, consegue observar a situação sem as amarras da matéria, focado no verdadeiro propósito da vida, sem as tentações da carne, dos bens e do dinheiro. Além disso, o espírito desencarnado pode usar de suas experiências vividas para encontrar solução para um problema similar ao que já passou. E por fim, ele não está preso ao tempo, o que facilita na visualização de possíveis resultados das ações atuais.

    Voltando as questões iniciais, o leitor pode também se questionar, se o guia não sabe tudo, como é que em algumas consultas se diz o que somente o consulente sabe ou que nem mesmo ele havia percebido? Quanto a esses acontecimentos devemos lembrar que temos nossos guias espirituais que nos acompanham em nossa jornada terrena, esses sim o conhecem profundamente e intimamente. Podemos tirar ai uma possível causa das revelações desse tipo, isso acontece quando é permitido que nossos guias espirituais revelem aquela determinada informação para o nosso bem e aprimoramento.

    Quanto aos visitantes que vem ao terreiro para testar a entidade, o que podemos dizer é que cada um encontra o que busca. A entidade não vem ao terreiro para se provar ou ser admirada, vem, sim, para executar seu trabalho de amor e caridade. Como as entidades não sabem tudo, buscar informações não reveladas pelo consulente podem demandar um grande esforço energético, que não está nos planos desses espíritos fazer para se provarem (algumas vezes essas provações acontecem, mas porque o consulente precisa daquela lição e não porque o espírito quer se provar). Se o visitante quer duvidar, que duvide. Os guias não pedem a aprovação de ninguém, deixam que duvidem ou falem mal, enquanto isso eles gastam suas energias de forma útil buscando informações e gerando oportunidade para quem precisa e merece.

    Gosto de lembrar que não existem verdades absolutas, essas são apenas reflexões que me vieram e pareceram úteis, que cada um se sinta a vontade para comentar, discordar e enriquecer nossa discussão.

Axé! 

Ricardo de Ogum Matinata

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