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quinta-feira, 9 de março de 2023

O poder das ervas

 O poder das ervas

    A Umbanda tem fundamento, assim como todos seus rituais, não podendo ser caracterizados como segredos, mas sim mistérios. Há explicações fundamentadas nessa religião, não possuindo diferença os rituais que lidam com a Natureza, em sua especificidade, dos rituais com ervas, amplamente utilizado na Umbanda.

    Ampliando o olhar para a grandeza da Umbanda, da Mãe Natureza e seus infinitos mistérios, podemos exemplificar que a magia vivenciada em uma incorporação também se encontra presente em uma defumação ou banho de ervas, de uma maneira diferente é claro, igualando-se o clamor ao Divino e a evocação dos espíritos de luz. 

    Assim como em uma simples oração, na Umbanda e no trato com as ervas faz-se necessário a ativação, podendo ser explicada como um “depositar de crença ou fé” naquilo que se está fazendo, pedindo auxílio aos seres de luz, licença aos orixás e a graça do Pai Maior para que a energia ali existente seja transmutada àquilo que se pretende, em todas as situações, aquele que guia o trabalho é um instrumento da graça de Deus, podendo evocar as forças da Natureza, de Olorum e todos os orixás, ativando as forças ali existentes e direcionando ao objetivo, sendo o ativador da magia que ocorrerá através das ervas, do poder energético e da fé. 

    Todo ser é ritualístico, segue um ritual ao acordar ou para dormir, seja escovar dentes e tomar café ou tomar banho, trocar de roupa e dormir, a ordem dos fatos e o costume torna essa ordem de ações um ritual. Havendo pois também um ritual ao pedir licença a Mãe Natureza, retirar a erva do pé, lavá-la e prepará-la para o que será feito, ou seja, a ordem de ações para se preparar o chá, banho ou defumação.

    Em síntese, a magia com as ervas se dá na ativação delas durante o ritual, através da intervenção de diversas forças da natureza e do nosso Pai Maior, devendo o ativador, instrumento da força divina neste momento, especificar ao clamar auxílio e ao ativar as ervas o objetivo do ritual, bem como solicitar que beneficie a si mesmo e aos demais, embasando-se sempre no amor e na caridade, fundamentos da Umbanda. Tornando então um simples banho, defumação ou até mesmo um chá em um poderoso remédio astral, eliminando energias, protegendo e até mesmo curando a si mesmo e a demais pessoas. 

    Através do ritual de ativação, há o depósito de fé e energia, bem como ajuda dos seres de luz, sendo factível e tangível aos simples humanos, quaisquer sejam eles, desde que credores no que fazem, a realização de grandes objetivos através das ervas, que é um dos presentes do Pai Maior, assim como a oração, para transformação de egrégoras, energias e auras, cujo poder ainda é muito desconhecido pela maioria das pessoas.  

    Como disse o Caboclo Guajajara: “Se as pessoas soubessem o poder que uma oração tem, rezariam mil vezes mais ”, ensinamento válido também às santas ervas, cabendo a nós aprendermos a lidar através do bom senso e do conhecimento, para posteriormente ativar, aliados a fé e a ajuda da Mãe Natureza e do Pai Maior,  o poder das ervas em nosso favor e daqueles que precisam de auxílio. 

    Posto isso, que estudemos as ervas para conhecê-las e obtermos o bom senso do ritual de ativação, clamando às forças divinas, transformando então “simples” ervas, de várias formas utilizadas, em fortes magias em prol do amor e da caridade, lembrando-nos sempre de que : “Quem tem fé tem tudo, que não tem fé não tem nada..”

Mylene de Xangô.


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