O sagrado feminino e masculino
No Taoísmo o princípio do Yin (feminino, passivo, lunar) e do Yang (masculino, ativo, solar) reflete a dualidade e complementaridade do universo. Nenhuma dessas forças é superior à outra; a harmonia entre elas leva ao equilíbrio e à fluidez da vida. Na Filosofia Hermética e Alquimia o Princípio de Gênero, um dos sete princípios herméticos do Caibalion, afirma que “tudo tem seu princípio masculino e feminino”, e que esses princípios atuam em todas as esferas da existência. O masculino é o princípio ativo, gerador e criador, enquanto o feminino é o princípio passivo, receptivo e transformador. Na alquimia, a busca pelo equilíbrio entre o Sol (masculino) e a Lua (feminino) simboliza a união perfeita do ser, conhecida como "casamento alquímico".
Na Umbanda, o sagrado feminino e o sagrado masculino estão presentes na própria estrutura espiritual da religião, expressos por meio dos Orixás, guias espirituais e dos princípios de equilíbrio entre as forças da natureza. A Umbanda vê o feminino e o masculino como energias complementares, que não competem, mas se harmonizam. O equilíbrio entre essas energias é essencial, pois ambas são necessárias para a harmonia espiritual e terrena. Isso se manifesta nos rituais da Umbanda onde sempre se busca equilíbrio energético, respeitando a polaridade entre forças masculinas e femininas. Podemos ver de forma clara sobre a disposição dos médiuns no terreiro, os homens ficam dispostos do lado em que o sol nasce, pois carregam consigo predominante a energia do sagrado masculino que é representado pelo Sol. Já as mulheres ficam do lado oposto, carregando consigo de maneira predominante a força do sagrado feminino representada pela Lua. Isso nos lembra de que na Umbanda tudo tem fundamento.
Portanto, o sagrado feminino e o sagrado masculino representam forças universais que permeiam a existência e se manifestam de diferentes formas nas tradições religiosas e filosóficas. O equilíbrio entre essas energias é um caminho essencial para o desenvolvimento pessoal e espiritual, permitindo uma vida mais harmoniosa e conectada com o todo. Ao reconhecer e integrar essas qualidades dentro de si, o ser humano pode alcançar um estado de maior plenitude, sabedoria e autoconhecimento.
Júllia de Iansã
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