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terça-feira, 11 de maio de 2021

O estômago – espiritualidade, metafísica da saúde e as ervas

O estômago – espiritualidade, metafísica da saúde e as ervas

 

    Talvez vocês possam achar estranho este título, mas vou explicar.
  Um dia bem cedo, antes do sol nascer, após chegar de uma atividade que envolvia o Terreiro e de uma noite com alguns desdobramentos também envolvendo-o, tomando meu cafezinho e olhando para uma plantinha que havia ganhado alguns dias atrás,  “me veio à cabeça” (expressão que uso sempre, mas para mim já significa que é a espiritualidade me intuindo ou se comunicando comigo) que poderia escrever este texto com este título, pois existem muitas pessoas, inclusive próximas, que sofrem de dores no estômago e região devido a vários sentimentos e que poderão, com o auxílio das ervas e da metafísica da saúde, entender e melhorar sua qualidade de vida, trabalhando as mudanças que deverão fazer para ter bons resultados.
    E aqui estou, tentando contribuir de alguma forma, mas acreditem, sou a primeira a ser beneficiada com este pequeno estudo. Antes de continuar o assunto, vou explicar o que é “Metafísica da Saúde”. Este estudo parte do princípio de que “Você é a causa de Tudo”. O termo Metafísica (meta= além e física= matéria) pode ser entendido como tudo que está além do físico ou da matéria, incluindo toda a esfera psíquica, emocional, energética, espiritual e sentimental.
    Conforme o estudioso Valcapelli explica:
A raiz dos problemas físicos está na atitude interior frente às situações do cotidiano. É a postura da pessoa que determina a saúde do corpo ou desencadeia as doenças que afetam o organismo. De acordo com o órgão afetado e o tipo de alteração que ele apresenta, o corpo revela como a pessoa se encontra na área da vida que se correlaciona com ele. Observando e interpretando seu comportamento, pode-se ter uma noção da sua vulnerabilidade à determinada doença ou o fortalecimento de um determinado órgão.
O corpo é um sensor que acusa o modo como estamos lidando com os acontecimentos. Cada parte dele reflete uma emoção. Todas as alterações metabólicas do organismo têm sua origem no desequilíbrio emocional. Na vida somos cercados pelas situações do ambiente que afetam nossas emoções; pode-se dizer que, dependendo do nosso estado emocional, vamos reagir diante dos acontecimentos. De acordo com essas alterações emocionais, vamos manter a saúde ou provocar as doenças.”
 
    Veja que tudo está relacionado ao autoconhecimento e a evolução e conscientização de como e quem somos, além disso podemos observar cada acontecimento, interpretar e identificar os pontos que deixamos de expressar e que provocam as doenças físicas. Com essa consciência metafísica de uma disfunção do organismo, adquirimos o recurso para a reorganização do mundo interno que reflete no ambiente externo e principalmente no corpo em forma de saúde e vitalidade.
    Portanto, se estamos conscientes que determinado acontecimento vai adoecer nosso corpo e descobrimos as atitudes positivas para equilibrar a saúde física, psíquica, emocional e espiritual, é claro, devemos utilizar esse recurso como autoajuda, ou seja, aquela expressão que mencionei inicialmente de que “Você é a causa de Tudo” pode se transformar em “Você é a solução de Tudo”.


    Pois bem, daí seguimos nosso estudo. O estômago, para a metafísica da saúde, é o PROCESSADOR DAS EMOÇÕES BÁSICAS FRENTE AOS FATOS. Vamos entender melhor. Após os alimentos serem ingeridos e passarem pelo esôfago chegam ao estômago, onde é processado e transformado em uma massa semilíquida que seguirá seu curso no corpo humano. A atividade muscular do estômago se completa quando há seu esvaziamento total que leva de três a quatro horas e meia, dependendo do tipo de alimento ingerido.
    Portanto, o estômago processa e prepara esses alimentos para as etapas seguintes da digestão. Então a atividade do estômago está ligada a gerar emoções. As impressões vindas do externo nos causam reações que são percebidas em forma de sensações viscerais.
    A região abdominal (onde localiza-se o estômago) é um centro energético poderoso e onde gera as emoções básicas como raiva, medo, alegria, atração, aversão etc. Por isso que quando é produzida uma emoção sentimos no estômago (aquele frio no estômago). A partir da produção da emoção ou dessa energia emocional ela é distribuída para a região do corpo correspondente e transformada em sentimentos.
    Seguindo, passa-se à expressão. Quando deixamos de expressar esses sentimentos haverá um acúmulo de energia na região do estômago que obviamente gerará alteração no metabolismo orgânico, ou seja, manifestará no estômago em forma de doença/dor. Então, a causa principal das doenças no estômago são a negação das emoções básicas produzidas diante dos acontecimentos.
    Quando o alimento entra no estômago está relacionado aos fatos ocorridos à nossa volta. Daí a mente entra em ação, elaborando os acontecimentos para eliminar aquilo que não é verdadeiro com o seu “Ser” para absorver ou não os conteúdos recebidos. Ocorre que muitos de nós ficamos remoendo os acontecimentos ou dramatizando mentalmente, provocando a fermentação estomacal. Os problemas estomacais se originam justamente nas pessoas que fazem um julgamento muito precipitado sobre acontecimentos que possuem dificuldade de elaborar o novo (falta aceitação).
    Pois bem. Essa negação de instintos básicos provoca conflitos que bloqueiam o fluxo natural do ser. Por exemplo: se a pessoa precisa manifestar raiva e a esconde, sendo falsa e fingindo estar feliz com determinada situação, está negando seu instinto básico e bloqueando aquela energia emocional gerada por um acontecimento determinado. Isso certamente vai gerar desconforto no estômago que pode ser em forma de gastrite, enjoo, etc. Contudo, não se pode concluir que a pessoa deve manifestar sua raiva e agredir a outra pessoa, mas sim, usando sua inteligência emocional, manifestar sua emoção (raiva) de forma digna, inteligente e verdadeira consigo mesma.
    Então devemos procurar “Viver sem conflitos”, ou seja, aceitar de forma espontânea as situações da vida. Mostrar quem somos, sem medo de criar expectativas nos outros, sem extravasar impulsivamente as sensações. Somos todos dotados de senso de discernimento e inteligência para expressarmos de maneira digna e inteligente, sendo verdadeiros conosco mesmos.
    A aceitação de si próprio é essencial para o processo digestivo, pois quando a pessoa não se aceita ela passa a ter muitos problemas e conflitos internos que vão se agravando com o desenrolar das situações a sua volta. Daí porque as negações dessas emoções provocam congestionamento energético que causam as complicações digestivas.
    Pensemos sobre esses pontos propostos e que saibamos utilizar nossa inteligência, com o auxílio da espiritualidade, para que manifestemos nossas emoções sendo verdadeiros conosco e nos aceitando verdadeiramente. Não é fácil esse exercício, mas deve ser constante e nunca podemos desistir de nós mesmos.
    Proposta aceita? Eu já aceitei e comecei.
    Feito esse panorama sabemos que as plantas são seres divinos que nos auxiliam nos tratamentos e curas de várias doenças e citaremos aqui algumas que poderão auxiliar no tratamento daquelas relacionadas ao estômago, que é o nosso estudo de hoje.
    Saliento que as plantas são utilizadas para o tratamento tópico, mas que cabe a cada um refletir e fazer as modificações necessárias nas causas (metafísica da saúde) que levaram aos efeitos (dores/doenças) relacionadas ao tema em epígrafe (doenças estomacais).
    Sabemos que os guias estão sempre nos indicando o uso de ervas para tratamento, especialmente os Caboclos e Pretos Velhos que nas suas existências de encarnados utilizavam sobremaneira as plantas para todo tipo de cura e tratamento do corpo físico, já que eram talvez a única forma de tratamento disponível à época e na cultura, além da espiritualidade cultural específica, é claro. 

Seguem algumas plantas que poderão ser utilizadas:
    Hortelã-pimenta (folha fina): nome científico: Mentha piperita; é planta medicinal e erva aromática.
    Indicação: Problemas no estômago, gastrite, má digestão, náuseas e vômitos: ajuda a tratar problemas digestivos, pois acalma o estômago e acalma as náuseas e os vômitos.
    Modo de usar: chá de Hortelã-pimenta ou de gotas de óleo essencial.
    Folha Santa: Nome científico: Kalanchoe brasiliensis Cambess.
    Indicação: tratamento de doenças gastrointestinais, como gastrite, dispepsia ou doença inflamatória intestinal, por exemplo, pelo seu efeito calmante e cicatrizante da mucosa do estômago e intestino.
    Modo de usar: Chá ou suco; Chá: 3 colheres de sopa de folhas picadas; 250 ml de água fervente. Suco: 2 folhas menores ou 1 grande; 1 copo de água gelada, bater no liquidificar.
    Aranto: também conhecido como mãe-de-mil, mãe-de-milhares e fortuna, é uma planta medicinal; Nome científico: Kalanchoe daigremontiana.
    Indicação: anti-inflamatório, anti-histamínico, cicatrizante, analgésico e potencialmente antitumoral.
    Modo de usar: consumo de suas folhas na forma de sucos, chás ou cruas em saladas. Não devem ser ingeridas mais de 30g de aranto por dia pelo risco de efeitos tóxicos no corpo com suas altas dosagens.
    Obs: não confundir com amaranto, que é um cereal rico em proteína.
    Babosa: é uma planta medicinal, também conhecida como Aloé vera, Caraguatá, Erva babosa, Babosa de botica ou Babosa. Nome científico: Aloe vera e Aloe succotrina.
    Indicação: propriedades calmantes, cicatrizantes, anestésicas, antitérmicas e anti-inflamatórias.
    Modo de usar: gel com água ou suco. Como fazer o suco: lavar as folhas de babosa na água corrente (esfregando delicadamente toda as suas partes com as mãos), pois assim que a planta é destacada de sua raiz ela secreta um líquido amarelado e tóxico que não deve ser consumido; seque-as com algumas folhas de papel toalha e, com a ajuda de uma faca afiada, corte a casca lateral da folha deslizando a lâmina por todo o seu comprimento até "abri-la"; Em seguida, corte uma camada bem fina da casca superior (de modo a deixar somente o gel de babosa no topo da folha inferior) e descarte; com o auxílio de uma colher de sopa, retire a substância transparente e pegajosa da folha (o gel), remova quaisquer resíduos amarelados ou esverdeados que ficarem grudados na parte incolor e coloque somente o gel de babosa no liquidificador; O segredo é bater duas colheres (sopa) do gel (1 folha de babosa) com pelo menos 500 ml de água gelada; Se forem 4 colheres (geralmente 2 folhas de babosa), bata com 1 litro de água e por aí vai; por fim, acrescente alguns cubos de gelo e adoce com o açúcar mascavo, mel ou demerara.
    Boldo: é planta medicinal e também aromática, com cheiro parecido ao da hortelã, tendo efeito calmante e relaxante quando usado na forma de chá ou banho de imersão. Nome medicinal: boldo do Chile ou boldo verdadeiro: Peumus boldus Molina; boldo brasileiro, boldo da terra ou falso boldo: Plectranthus barbatus.
    Indicação: tratamento da gastrite.
    Modo de usar: O boldo pode ser consumido na forma de chá ou suco usando as folhas frescas do boldo brasileiro ou as folhas secas do boldo do Chile. O chá de boldo pode ser preparado imediatamente antes de tomar e as folhas não devem ser fervidas junto com a água para evitar o sabor amargo forte dessa planta. Chá de boldo: adicionar 1 colher de chá de folhas de boldo picado em 150 ml de água fervente. Deixar descansar por 5 a 10 minutos, coar e tomar morno logo em seguida. O chá de boldo pode ser tomado de 2 a 3 vezes ao dia antes ou após as refeições. Outra opção é tomar uma xícara antes de dormir para ajudar a digestão após o jantar e ter uma noite de sono tranquilo.
Suco de boldo: adicionar 1 colher de chá de folhas de boldo picado em 1 copo de água gelada e meio copo de suco de limão. Bater no liquidificador, coar e beber em seguida.
    Camomila: Nome científico: Matricaria recutita;
    Indicação: para qualquer problema estomacal, a camomila tem propriedades calmantes cujos benefícios chegam a outros sistemas do corpo, além do nervoso. No estômago, promove a regeneração da mucosa e combate a inflamação. Melhora a sensação de má digestão e a alivia o enjoo.
    Modo de usar: Prepare um chá com as flores e beba uma xícara três vezes ao dia para sentir os resultados.
    Sálvia: Nome científico: nome científico Salvia officinalis.
    Indicação: É muito usada para diminuir a acidez. Suas propriedades terapêuticas melhoram os sintomas da gastrite crônica. Transtornos funcionais do trato gastrointestinal, como dificuldades na digestão, excesso de gases intestinais ou diarreia, devido à sua ação estimulante do sistema gastrointestinal.
    Modo de usa: Chá: 1 colher de sopa de folhas de sálvia; 1 xícara de água fervente. Modo de preparo: colacar uma xícara de água fervente sobre as folhas e deixar em infusão por cerca de 5 a 10 minutos e coar. O chá pode ser utilizado para fazer gargarejos ou bochechos várias vezes ao dia, tratar lesões na boca ou na garganta, ou pode-se tomar 1 xícara do chá, 3 vezes ao dia, para tratar a diarreia, melhorar a função digestiva ou reduzir o suor noturno.
    Espinheira santa: planta medicinal e óleos essenciais. Nome científico: Maytenus ilicifolia;
    Indicação: ação cicatrizante sobre úlceras estomacais.
    Modo de usar: Pode ser preparada através de infusão (chá) normalmente utiliza-se 20g de folhas de Espinheira-Santa para 1 litro de água. Toma-se uma xícara de chá desta preparação antes das principais refeições.
 
    Essas são algumas plantas que poderão ser utilizadas enquanto estiver tendo sintomas no corpo físico. Contudo, a metafísica da saúde e a espiritualidade sempre nos ensinam que em tudo deve haver equilíbrio, autoconhecimento e cuidado consigo mesmo para que não chegue a adoecer o físico. É uma questão de prevenção que cada um deve fazer em si.
Axé e que Olorum nos ilumine sempre.

Girlei de Iemanjá

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