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quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Psicografia

 

Psicografia

 

    Seguindo nossos estudos sobre o Livro dos Médiuns, o capítulo 13, da parte segunda, fala sobre “Psicografia”.

    O capitulo se inicia relatando as formas mais fáceis de se comunicar com os espíritos por meio da escrita e da palavra. A escrita possui a vantagem de demonstrar, de maneira mais palpável, a intervenção de uma potência oculta, deixando traços que podemos conservar, como fazemos com a nossa própria correspondência.

    O primeiro meio empregado foi o das pranchetas e das cestas, munidas de lápis. Uma pessoa, dotada de aptidão especial, colocava em rotação uma mesa ou qualquer objeto. No lugar da mesa, utilizavam uma pequena cesta de quinze a vinte centímetros de diâmetro, o material de fabricação não interfere na comunicação. Se agora colocarmos um lápis no fundo da cesta e o firmarmos bem de maneira que a atravesse, com a ponta para fora e voltada para baixo, e posicionarmos uma folha de papel abaixo da ponta. Após isso, colocava-se leve impulso na cesta e ela se movimentava. Mas, em vez de girar, ela conduzirá o lápis em diversos sentidos, riscando o papel com simples traços ou escrevendo. Se um Espírito for evocado e quiser atender, poderá responder, não por pancada, mas pela escrita.

    O dispositivo acima apresentava um inconveniente, o lápis não volta para começar outra linha, escrevendo em círculos. A linha escrita forma assim uma espiral, o médium precisaria girar o papel nas mãos para a leitura. A escrita nem sempre ficava muito legível, pois as palavras não ficam separadas. Por economia, podemos substituir papel e lápis pela lousa e o lápis de pedra, era a chamada “cesta-pião”.


     A própria cesta pode ser substituída por uma caixa de papelão, sendo o lápis colocado em forma de eixo. Muitos outros dispositivos foram imaginados para atingir o mesmo fim. Um dos meios mais utilizados era a “cesta de bico” adaptava-se na cesta uma haste de madeira, um furo era feito na ponta dessa haste (ou bico) para que o lápis pudesse ser fixado. O médium pondo os dedos na borda da cesta todo o aparelho se agita e o lápis escreve como no caso anterior, neste caso a escrita fica mais legível, separando as palavras e em linhas paralelas como geralmente se escreve, porque o médium pode facilmente voltar o lápis no fim de cada linha. Sendo possível obter dissertações de muitas páginas e de maneira mais ágil.

     A inteligência manifestante se revela muitas vezes por outros sinais inequívocos. Por exemplo: chegando o lápis ao fim da página, volta espontaneamente; se quer se reportar a uma passagem precedente, na mesma página ou em outra, procura-a com a ponta do lápis, como faríamos com o dedo, e a sublinha. Se o Espírito quiser dirigir-se a um dos assistentes a ponta do lápis se volta para ele. Para abreviar, frequentemente faz os sinais de sim e não, para afirmar ou negar, como fazemos com a cabeça. Se quer demonstrar cólera ou impaciência, dá repetidas pancadas com lápis, quase sempre quebrando a ponta.

     A psicografia é a técnica utilizada pelos médiuns para que estes escrevam um texto sob a influência de um espírito desencarnado, utilizando para isso sua própria mão, o que deu origem à "psicografia direta" ou "psicografia manual". De todas as formas de comunicação, a escrita manual é a mais simples e a mais completa porque permite estabelecer relações permanentes e regulares com os espíritos.

    Na Umbanda, e na nossa doutrina, acreditamos que todos nós temos algum tipo de mediunidade, todos somos médiuns. Podendo essa mediunidade ser trabalhada de acordo com a necessidade, se tornando mais aflorada. Como dito, existem vários tipos de mediunidades, e elas acontecem em vários graus de sensibilidade, variando de acordo com cada médium. Vale lembrar que a psicografia é um processo gradativo, que deve ser realizado com muita responsabilidade sempre podendo ser utilizada também como uma forma diferente de nos conectarmos com os guias, de adquirir conhecimento e direcionamento.

    A psicografia pode ser utilizada como ferramenta de comunicação entre os planos, principalmente em casas que possuem mais afinidade com o espiritismo, em nosso templo essa prática não é muito empregada. Quando alguém escreve um texto psicografado a mente consciente busca as ideias no inconsciente, portanto, se está consciente o tempo inteiro.

Clara de Oxum

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