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segunda-feira, 7 de maio de 2018

Por que incorporar?

Por que incorporar? 

A incorporação nos terreiros de Umbanda, muitas vezes, pode ser vista como algo que impressiona. Temos, em nosso blog, um texto explicando como se dá esse processo e recomendamos a leitura do mesmo. No entanto, iremos abordar hoje, neste texto, todo aquele processo físico e intelectual que acontece durante, depois ou até mesmo antes de se realizar a primeira incorporação. 
Tudo está sustentado no estudo básico, ou seja, compreender o porquê você irá incorporar aquele guia. 
Entender esse porquê é de extrema importância, pois quando estudamos com dedicação uma certa linha adicionamos no nosso subconsciente os valores que aquela linha vem trazer na Umbanda. Por exemplo: ao estudar recentemente a linha do povo do Mar (Marinheiros, Pescadores, Canoeiros, etc.) pude compreender que eles vêm trabalhar primordialmente na irradiação de Iemanjá e trazem consigo a calma, a astúcia e a destreza de trabalhar em um barco.
       Agora, respondendo à pergunta, “por que” trabalhar com esses guias que têm relações tão íntimas com o mar? Por que o povo do mar navega independente de como o mar está. Se o mar está calmo ou se está acontecendo uma tempestade, ele não pode para de remar e tocar seu barco. Ou seja, o povo do mar vem trabalhar nos terreiros para mostrar que independente da tempestade ou da calmaria que esteja nossas vidas, nós nunca podemos parar. 


O porquê da incorporação é um dos primeiros passos para você incorporar, para que assim possamos nos desvincular daquela ideia de querer incorporar por incorporar apenas por estarmos deslumbrados. É necessário se compreender que a incorporação vai muito mais além. Ela nos faz lidar diretamente com nossos mais profundos medos e defeitos. Nos leva a buscar cada vez mais olhar para dentro de nós mesmos para que assim possamos nos reconhecer intimamente.  Quando compreendemos os valores que os guias querem nos passar concluímos que estamos sempre em construção e que tudo é oportunidade de crescimento, visto que cada linha de trabalho da Umbanda vem trazer um valor, uma vivência e um aprendizado diferente.
A Vovó Catarina vem trazer a mim o ensinamento do perdão, o Pai Jacó me ensina a ter calma, uma paz dentro de mim. Maria Quitéria me mostra o poder feminino e o Caboclo Girassol me traz firmeza, ao mesmo tempo em que ele está firmado no chão ele olha para o sol, paro o alto.  O Exu Pimenta me ensina sobre a importância do autocontrole e o Exu Toquinho, como bom filho de Iansã, me ensina que é devagar que se chega lá.


Natália de Iemanjá & Victor de Oxumarê

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