Desgosto da vida. Suicídio
Dando continuidade ao estudo do Livro dos Espíritos, analizaremos agora o Livro IV- capítulo 1, que fala a respeito de penalidades e prazeres terrenos. Neste texto em especial, falaremos sobre suicídio, desgosto pela vida.
Kardec levanta diversas questões sobre o suicídio, em resumo, os espíritos dizem que tal ato é um erro e uma infração da lei moral, que apenas Deus tem o direito de dispor das vidas. Em maioria, os suicídios são cometidos visando escapar de aflições geradas pelo desgosto de viver (fruto da ociosidade e da falta de fé) ou na ideia equivocada de que atingirá mais cedo uma vida melhor. Mas existem também outros aspectos que foram questionados e que aqui serão descorridos.
Nos casos em que o homem vê a necessidade de suicídio por desespero, não somente ele sofrerá indulgência, mas também os que o levaram a isso ou que poderiam impedi-lo e não fizeram, estes responderão por homicídio. Pior que aqueles que suicidam por desespero, são os que morrem lenta e gradativamente, por intermédio de seus vícios, como por exemple álcool e drogas. Esse é considerado um suicídio consciente e o homem é duplamente culpado pela falta de coragem e por ter tido tempo de reconhecer seu erro e mesmo assim persistir na ignorância.
Mesmo em casos especiais como doenças terminais, em que a pessoa vê diante de si uma morte inevitável, será culpada caso decida abreviar seu sofrimento findando a vida, pois não terá aguardado o termo fixado por Deus.
Aquele que com o suicídio objetiva escapar da vergonha de uma má ação ou que essa vergonha recaia sobre a família, está cometendo um erro. Segundo os espíritos reveladores "aquele que tira a própria vida para escapar da vergonha de uma má ação prova que tem mais estima aos homens do que a Deus, porque vai entrar na vida espiritual carregado de suas maldades, tendo-se privado dos meios de rapara-lás durante a vida".
Na pergunta de número 955, Kardec questiona se as mulheres que, em certos países, se fazem queimar nas fogueiras voluntariamente com o cadáver do marido podem ser consideradas suicidas e as entidades dizem que não, uma vez que elas o fazem obedecendo a um preconceito enraizado e por ignorância moral. Da mesma forma, nos casos em que se tem o objetivo de salvar outras vidas, despido de orgulho e sem segundas intenções, não será considerado suicídio. Tal ato será considerado um sacrifício.
Em continuidade, é revelado para Kardec que é comum que o espírito mantenha um laço prolongado com o corpo físico após o suicídio, uma vez que o laço está muito forte no momento em que é quebrado, podendo ter a ilusão de que ainda está vivo e presenciar a angustiante sensação da putrefação do corpo. Esse estado pode persistir tanto tempo quanto a vida que foi interrompida, para que só então o espírito se desprenda para seguir.
Do ponto de vista umbandista e de acordo também com a ótica Kardecista, para cada caso haverá uma consequência, uma expiação proporcional à gravidade do erro. Alguns expiam sua falta imediatamente, enquanto no umbral, outros escolhem retornar e passar pelas mesmas provações para tentar suporta-las com mais resignação.
Larissa de Iansã
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