Deus e a natureza
Olá, irmãos. Hoje decidi compartilhar com vocês uma reflexão que tive recentemente, que talvez seja óbvia para alguns e que nos é ensinado diariamente pelos guias de Umbanda, mas que levei um bom tempo para compreender de fato, que é sobre Deus e a natureza.
Inicialmente, gostaria de chamar a atenção para a Era em que estamos encarnados. Vivemos em uma sociedade que está em constante movimento, em grandes cidades, cercados por construções, correndo de um lado para o outro em automóveis e sempre conectados ao mundo digital.
Na maior parte dos dias, o único contato que temos com a natureza é com algumas árvores ornamentais espalhadas pela cidade, que mal observamos pela janela do carro. Observamos tão pouco o céu que nem sabemos em qual lua está. Não temos tempo (ou apenas nos falta interesse) para ver o sol nascer ou se por, para andar descalços na terra e, quem dirá, para se sentar e apreciar o vento, o som dos pássaros e toda experiência que essa simples prática poderia nos proporcionar.
A questão é que viver desse modo faz com que nos distanciamos cada vez mais da natureza, enquanto em nossas práticas buscamos nos conectar a Deus. E o que seria a natureza senão Deus? Tudo o que a ancestralidade nos ensina está relacionado a isso. Estudamos os Orixás, os caboclos, da Jurema Sagrada... e por estarem desconectados demais do Todo, por vezes somos incapazes de compreender que tudo isso diz respeito a uma coisa só.
Na Umbanda não se fala sobre “ser filho de Orixá”? Que nada mais é que dizer que temos a força de determinado Orixá presente em maior intensidade em nós. Se Orixás são representações de Deus na natureza, isso significa que somos, também parte da natureza e consequentemente, de Deus.
Talvez, o que falta para nos sentirmos mais conectados à espiritualidade e a Deus, seja apenas parar um pouco para observar o mundo ao nosso redor, além dos muros de pedra. Fechar os olhos e sentir o sol, o vento e as fases da lua. Colocar os pés no chão, sentir o cheiro de uma planta e tomar um banho, de chuveiro mesmo, mas atento ao poder que a água tem de nos levar energeticamente. Parar de viver no automático e começar a buscar a presença de Deus nesses pequenos momentos do nosso dia.
Axé.
Larissa de Iansã
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