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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Mito da Criação – Guaranis

 Mito da Criação – Guaranis

Os grupos indígenas no Brasil, foram estudados e divididos de acordo com suas línguas. O termo Tupi se refere a um tronco linguístico, possuindo uma “família” linguística Tupi Guarani, possuindo três dialetos principais.

As mitologias de criação dos seres e do universo está presente em praticamente todos os povos. Apresentarei a vocês apenas uma delas, possuindo inúmeras derivações.

O primeiro ser terrestre criado de acordo com a lenda, foi gerado e amamentado por  Jasuka, podendo ser representado como a chuva geradora e purificadora. De Jasuka surge Nhanderuvuçu, o Grande Avô Eterno. Este usava um diadema, do centro de seu diadema surge a Grande Avó Eterna, Nhande Jari.

Foram criados sete céus. Na terra, foram colocados como firmeza, fundação, uma cruz sustentadora, marcando os 4 pontos cardeais. Em cada ponto deste e no cruzamento dos mesmos, foi colocada uma bananeira. Junto com elas foram colocados seres divinos guardiões. Leste o fogo sagrado, norte a neblina, oeste as águas e sul o poder gerador, a grande mãe a grande Terra.

Nhanderuvuçu e Nhande Jari, habitavam a terra. Nhanderuvuçu pediu a Nhande jari que colhesse alimento, mas ela não foi. Em retaliação saiu da terra, indo para os sete céus. Sua partida alterou o equilíbrio e sustentação da Terra, A grande avó entoou o primeiro cântico, utilizando o tupuaku, instrumento feito com taquara, e a força deste foi capaz de harmonizar o mundo.

Dessa batida, Nhanderuvuçu, fez nascer o primeiro homem e a primeira mulher, fez também um plano intermediário entre a terra e os sete céus. Para chegar até esse plano intermediário, a alma deveria passar por uma ponte em forma de serpente. A alma para os guaranis seria o “nome", o Pajé da tribo entra em transe, ele revela o nome, o nome é o SER, é a essência. 

O pai de todos e a mãe de todos, ficaram responsáveis pela organização da terra. O pai de todos suspeitou que nossa mãe estava grávida de outro homem. Ele abandonou a terra e foi para o plano superior junto do Grande avô eterno, dizendo que ela deveria encontrar a morada dele. 

A grande mãe estava grávida de gêmeos e conseguia conversar com Guaracy, o mais velho. Guaracy conseguia guiar a mãe em busca do pai. A criança, ainda na barriga da mãe, pediu que ela colhesse uma flor amarela, mas ela não pegou.

Como punição, Guaracy apontou o caminho errado para a mãe, levando ela até o local onde as onças moravam. As onças mataram a mãe e as duas crianças nasceram, Guaracy e Jacy, os gêmeos eram imunes ao fogo e a ferimentos.

Ambos eram muito fortes e inteligentes. Em uma caçada, Jacy encontrou o “papagaio do bom falar”, que reconheceu os gêmeos, contando a história das crianças. Os gêmeos não lembravam que foram as onças que mataram sua mãe. 

Guaracy e Jacy foram em busca dos ossos de sua mãe para poder revivê-la, mas Jacy pegou os elementos equivocados. Para se vingar das onças fizeram uma armadilha, apenas uma onça, gestante, sobreviveu. Após isso, fizeram uma ponte de flechas para chegar ao plano, encontrando o Pai, Mãe e Avô de todos.

No plano superior estava acontecendo um ritual, em que apenas os escolhidos conseguiriam levantar a luz sagrada. As crianças assim o fizeram, sendo reconhecidas como legítimas pelo Pai. Dando então o Sol para Guaracy e a Lua para Jacy. Duas estrelas representam as onças que perseguem os dois, de acordo com a lenda as estrelas os perseguem para tentar matá-los.

Gostaria de deixar claro, que esta é apenas UMA versão, de uma dos inúmeros mitos da criação.

Pedro Maciel.’. de Xangô


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