Decepções. Ingratidão. Afeições destruídas
O presente texto trata sobre a decepção, a ingratidão e as afeições destruídas, assunto extraído do Livro IV, Capítulo I, questões 937 e 938 de “O livro dos espíritos”, de Allan Kardec.
Decepção é o ato de indivíduo que causa desapontamento, desengano ou desilusão a outro e traz consigo o sentimento de tristeza ou mágoa. É quando você faz tudo que é possível para agradar alguém e recebe de volta o contrário. Pode estar relacionado a amizades, amor, familiares, animais, atitudes, etc.
Ingratidão é o inverso de gratidão. Ingratos são todos aqueles que não reconhecem os favores e benevolências oferecidos. Esse ato provoca consequentemente a desilusão.
Afeições destruídas são resultantes de laços desfeitos ou rompidos, sejam laços familiares, de amor, de amizade.
Quem nunca passou por uma ou todas essas situações? Ainda mais que ninguém pode ser agradado a todo tempo. Essas situações muitas vezes são inesperadas e o indivíduo não pode permitir ser ferido, ser abalado, ser tomado pela emoção mal interpretada de engano e frustração. Mesmo se reportando a alguém próximo e a algum sofrimento dolorido, as pessoas não estão/praticam esses atos por acaso, tudo é para nosso crescimento e aprendizado neste mundo de provas e expiações.
Cada Espírito abrigado por cada um de nossos corpos carnais está em constante e contínua evolução. E não existe progresso, crescimento moral e espiritual, sem lições e obrigações a serem cumpridas. Muitas das vezes, é preciso sofrer, suportar dores para que saiamos da inércia evolutiva ou de entendimentos mal colocados.
Para que finde as decepções, ingratidões e afeições destruídas, faz-se necessário uma nova geração com ausência dessas emoções. E até que haja essa renovação de geração é preciso primeiramente experimentar e posteriormente sofrer as dores dessas emoções, pois, semelhante à gestação de um feto, onde a mãe sofre com sintomas durante a gestação, após a gestação no momento do parto e, ainda depois do parto com a parte de cicatrização, são todas as coisas novas que estão sendo fecundadas.
Uma dica para que não mais experimente passar por esses processos é fazer as coisas, praticar os atos, fazer amizades, vivenciar momentos, por sua própria e precípua vontade, sem nada esperar em troca, pois, assim, evitará decepção, ingratidão ou afeição destruída. Isso se aplica a tudo, até mesmo religiosamente. A desilusão ocorre porque esperamos muito do nosso próximo.
Diante tudo que foi exprimido aqui, podemos concluir que para nos considerarmos umbandistas precisamos trazer a Umbanda para o nosso cotidiano, vivê-la intensamente no dia-a-dia. Não estar em um terreiro com expectativas em relação ao próximo. Entender que a Umbanda existe para nos revolucionar, nos tornar pessoas melhores, capazes de pensar, de agir, de estabelecer um senso crítico, de vencer as nossas batalhas e conquistar nossos objetivos. Quando isso for entendido e, acima de tudo, a fé estiver presente, tudo conspirará a nosso favor e prosperará.
“(...) Fazer o bem apenas para receber demonstrações de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o bem, feito desinteressadamente, é o único agradável a Deus.”
Helder de Logunam
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