Características
dos filhos dos orixás: Linha da geração
Esta é
a 7ª linha da Umbanda, a linha da geração, com os orixás Iemanjá e Omolu.
Iemanjá é o orixá que rege a geração da vida em todos os planos de
vida e consciência, o amparo a vida em todas suas formas. O campo preferencial
de atuação de Iemanjá é no amparo à maternidade, ao materno. Iemanjá é a nossa
amada “mãe da vida”, a água que vivifica e o nosso pai Omolu é a terra que
amolda os viventes.
Omolu é o orixá que rege a morte ou no instante da passagem do
plano material para o plano espiritual (desencarne). Este orixá guarda para
Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e
entregaram-se à vivência de seus vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga
ninguém, pois estas ações são atributos da lei divina, que também não pune ou
castiga, ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne.
Seguimos ao estudo das características dos filhos de Iemanjá e de Omolu.
Filhos
de iemanjá: o fato de muitas de suas lendas acabarem por ter Iemanjá
fugindo para o mar, mostra o quanto as filhas de Iemanjá são dadas as fugas. Em
nossas vidas, suas filhas não irão necessariamente sair correndo todas as vezes
que se sentirem “injuriadas”, pois, para sair da situação, bastará que se
ajustem a uma situação que abominam: aí está a característica, a fuga. Chama a
atenção, na lenda, a radicalização da ida ao mar sem volta. Voluntariosas como
são, se escondem por muito tempo atrás de um falso rosto alegre ou de um falso
bem-estar, em algum momento se sentirão tão injuriadas com a situação que,
moídas pelas mágoas acumuladas, darão as costas a qualquer um ou qualquer
lugar. As filhas de Iemanjá podem, aos olhos de muitos, parecer falsas, pois em
uma sociedade patriarcal a mulher aprende desde cedo a usar todas as artimanhas
para fazer prevalecer suas vontades.
Diferente
das filhas de Oxum, estas apresentam certas dificuldades e conflitos no
relacionamento com os outros filhos de terra, porém, conhecendo sua natureza e
respeitando seus ideais, qualquer um receberá sua amizade. Os filhos e filhas
de Iemanjá são calmos, fortes, protetores, maternais, indecisos, ciumentos,
chorões, simpáticos, teimosos e vingativos. Guardam muitas mágoas, são
rancorosos, gostam de conversar e preocupam-se muito com os outros. Seu
temperamento é dócil e sereno, mas podem se agitar por qualquer motivo. Podem
estar conversando com você sobre uma coisa, mas talvez estejam pensando em uma
coisa totalmente diferente, podem estar criando alguma história na cabeça,
pensando o que vai acontecer depois etc.
A
mulher filha de Iemanjá é amorosa, delicada, vaidosa e desde jovem busca a
independência e estuda para poder subir na vida. Trabalhar é muito importante
para ela, pois o trabalho irá lhe proporcionar sua independência. Ela aparenta
ser frágil, mas pode ser muito teimosa, respondona e irritante. O homem filho
de Iemanjá é bondoso, delicado, justo, equilibrado, mas também pode ser
rabugento e desanimar por qualquer coisa, são sensíveis às opiniões alheias,
bonitos e com presença marcante. Quando entram no negativo ficam egoístas e se
cobram muito.
Odoyá (Amada Senhora das águas).
Filhos de Omolu: os
filhos de Omolu levam seus objetivos até o fim, não importando o preço que irão
pagar e querem sempre que tudo saia do jeito que planejaram. Costumam
apresentar pensamentos pessimistas e são introvertidos, pois sentem necessidade
de estarem sozinhos, em silêncio com seus próprios pensamentos, uma vez que seu
desenvolvimento pessoal depende disso. São calmos, estudiosos, discretos,
misteriosos, doces, apesar de não transparecer com facilidade, teimosos, muito
sinceros, não levam desaforo para casa, prestativos, trabalhadores, caridosos e
solidários.
Geralmente
os filhos deste orixá apresentam problemas de pele e/ou articulações, nunca
adoecem ou se adoecem com frequência e se recuperam rápido. Podem mudar de
opinião de uma hora para a outra pois enxergam rapidamente as falhas no seu dia
a dia e sempre buscam uma situação mais perfeita possível. Gostam muito de
ensinar e aprender. Quando entram no negativo se tornam pessoas pessimistas,
teimosas, exigentes, rabugentos e adoram exibir seus sofrimentos.
Atotô (Silêncio, ele está aqui).
Aqui chegamos ao fim deste pequeno estudo, espero
que, assim como eu, vocês também tenham se engrandecido pessoalmente, percebendo
o quanto temos a aprender e evoluir com ensinamentos disponíveis (devemos
estudar muito) e com o autoconhecimento (aplicar e refletir trazendo para nossa
vida estes aprendizados) para que haja efetivo amadurecimento pessoal e
evolução.
Gratidão e muito axé a todos.
Encontraremo-nos aqui em breve com mais
reflexões.
Ana de Iansã
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