Há espíritos?
Olá, irmãos,
hoje daremos início a uma nova jornada de estudos, assim como realizamos os
estudos relativos ao Livro dos Espíritos, iniciaremos o estudo acerca das
revelações contidas no Livro dos Médiuns. Através de nossos textos iremos
refletir sobre os ensinamentos transmitidos à Kardec pelos espíritos
reveladores e, em seguida, analisá-los sob a ótica umbandista. Que Olorum nos
abençoes e pai Oxóssi nos guie, axé.
Dando início
ao estudo Do Livro dos Médiuns, parte primeira: Noções preliminares, Capítulo 1:
Há espíritos?
Os
reveladores logo esclarecem que a dúvida contida em tal pergunta vem da
ignorância dos encarnados, cultivada nas lendas e mitos acerca do assunto e trazendo
o plano espiritual e seus habitantes como seres as vezes bestiais, essas
histórias, sempre ricas em fantasia e exagero, acabam impressionando e
distanciando da verdade. Acabam negando todo o plano espiritual devido a
fantasias impressionista.
A resposta para a pergunta necessita de um ponto de partida fundamental, a existência de um princípio inteligente fora da matéria. Dessa forma a base para o espiritualismo se solidifica partindo da existência, sobrevivência e individualidade da alma. Dito isso, nos esclarecem que a alma é de natureza diferente do corpo, a alma possui consciência de si mesma pois possui alegrias e sofrimentos.
Os
espíritos nos levam agora para uma outra reflexão, para onde a alma vai? Céu e
inferno, em cima ou embaixo, mas como pensar no conceito de alto e baixo se
nosso planeta é redondo e o movimento de rotação e translação. O que seriam as
profundezas da terra estudadas pela geologia. Fazem mais, nos levam a
racionalizar, qual sentido em acreditar que apenas a terra seria habitada por
seres racionais? Um planeta minúsculo perdido na imensidão do espaço, por que
teríamos esse privilégio?
Os
Reveladores esclarecem que vivemos em um espaço universal e estamos,
literalmente, lado a lado com espíritos desencarnados a todo momento. Fazem
esclarecimentos também sobre as penas e recompensas do plano espiritual e
revelam que elas estão diretamente ligadas com o estado moral e que através do
avanço desse estado, adquirem capacidade de identificar e observar o que outros
em estado moral inferior não conseguem. Com base no livro dos médiuns os anjos
seriam o mais alto grau de desenvolvimento moral, grau esse alcançado após
várias provas. Sobre os demônios, nos esclarecem que são apenas almas dos maus,
que ainda não se purificaram, mas que podem ascender como qualquer outra.
As
manifestações espíritas são a prova de existência e sobrevivência da alma e dos
espíritos. Após os conceitos acima, porque seria tão difícil acreditar que
estes espíritos poderiam se comunicar com os encarnados, uma vez que estão no
mesmo espaço universal apenas em planos diferentes. O fato de serem imateriais não
os impede de agir na matéria, o mesmo ocorre com a eletricidade por exemplo.
Nas explicações dos reveladores o espírito é o ser pensante, a consciência e a essência, o corpo não passa de uma simples vestimenta. Para unir o espírito com a vestimenta (corpo) existe o perispírito, que é semimaterial, e possui a forma do corpo. No processo de desencarne o espírito deixa a vestimenta (corpo) mas não o perispírito. Dito isso, porque não aceitarmos que os desencarnados consigam interferir na matéria de nosso plano, nos intuir, guiar as mãos em psicografias, usar nosso corpo como ferramenta para auxiliar em nosso aprendizado, visto que o homem consiste basicamente em um espírito aprisionado na carne.
Na
Umbanda chamamos os espíritos de “eguns”, que é um termo iorubano que usamos para designar qualquer espírito desencarnado. A ótica Umbandista
possui inúmeras semelhanças com as ideias apresentadas pelos reveladores. O
corpo nada mais é que uma roupa usada para que possamos nos manter densos, no
plano material, e experimentar as “tentações” inerentes a ele para que possamos
evoluir. O plano espiritual nos cerca, nos inunda, estamos imersos nele em
constate interação, como exemplo pense no oxigênio que você está respirando
agora, olhe a sua volta, o oxigênio não estará visível aos seus olhos, mas você
sabe que ele está ali. Da mesma forma acontece com as ondas que chegam nos
celulares e computadores, sabemos que estão ali, mas não conseguimos
visualizá-las sem aparelhagem correta.
Os
guias que trabalham na umbanda possuem elevado nível moral e se dividem em linhas
de trabalho especializadas com a necessidade da tarefa a ser desempenhada,
conseguindo adentrar e visualizar substâncias e espíritos mais densos e/ou mais
sutis.
Refletindo
a questão tratada sobre céu e inferno, também há concordância entre as
doutrinas. Porque Deus, que é a bondade suprema, iria permitir que após a morte
um espírito permanecesse eternamente no “inferno”, sofrendo todos os tipos de
castigos e flagelos? O “inferno” de cada um é sua própria consciência, cada um
possui e cria diariamente seu próprio céu e inferno. De que seria útil uma
pessoa boa em vida, que ao falecer fosse levada ao reino dos céus, para ali
ficar eternamente? Deus dá aos maus a
chance de reconhecer os erros cometidos e se elevarem para sair do flagelo e
permite aos bons auxiliar aqueles que precisam.
Os
guias estão no mesmo espaço universal que nós, apenas em planos diferentes.
Quando nos entregamos no terreiro, nos colocando à disposição de Deus para
auxiliar o próximo (seja incorporado, cambonando, na curimba ou em qualquer atividade do terreiro) estamos “mediunizados”, nesse
estado estamos menos densos, facilitando a ação do plano espiritual.
Feche
seus olhos neste momento, agradeça a Deus por todas as experiências vivenciadas
no seu dia, algumas podem parecer ruins pois nossa visão é limitada, mas é através
delas que iremos nos elevar cada vez mais. E lembre-se que não estamos
sozinhos, nossos guardiões estão sempre conosco. Axé!
Pedro”
de Xangô e Larissa de Iansã
Nenhum comentário:
Postar um comentário