Incorporação
Hoje vamos falar sobre incorporação e vamos esclarecer muitas dúvidas em relação a esse processo. A incorporação nada mais é que o acoplamento dos chakras do guia aos chakras do médium, formando assim a chamada “terceira pessoa”. O trabalho flui com a energia dos dois, formando uma pessoa só. A incorporação acontece para adquirirmos aprendizados através do trabalho com os guias, afinal, a espiritualidade consegue “ver” o mundo espiritual e o mundo material lado a lado, coisa que nós encarnados não conseguimos. Nesse processo eles trazem os ensinamentos.
O
processo de incorporação só acontece quando é necessário para determinado
aprendizado. Essa mediunidade é como todas as outras que conhecemos, nada a
mais nem a menos e, por ser assim, ela é desenvolvida na hora necessária. É um
processo gradativo, dia após dia, cada experiência é nova e se aprende um pouco
mais. Não existe padrão, cada um desenvolve e trabalha no seu tempo, cada um
aprende de uma forma, passo a passo. O médium que incorpora é aquele que
necessita daquele tipo de ensinamento, assim como o médium que tem a
mediunidade sensitiva obtém seus ensinamentos daquela forma.
Encontramos três classificações de incorporação: consciente, semiconsciente e inconsciente. A consciente seria aquela que o médium lembra de todo o trabalho e de todo o processo. Hoje em dia não se vê muito esse tipo de incorporação porque os trabalhos são sempre dentro da ética e os guias não deixam o médium lembrar de algo que vá constranger alguém quem foi atendido. Na incorporação semiconsciente o médium auxilia o guia e depois do atendimento ele só se lembra do que for necessário para o seu aprendizado, nada que seja da intimidade de nenhum consulente, só vai se lembrar dos ensinamentos para assim poder aprender e evoluir como todos os outros. A incorporação inconsciente seria como um apagão, o médium não se lembra de nada, também não é comum nos dias de hoje porque se assim fosse não teria motivos para a incorporação, dessa forma não iriamos tirar nenhum ensinamento.
Para a
incorporação é necessária muita concentração, principalmente do cambone. Esse
processo não acontece sem o cambone, é uma função de total responsabilidade e
respeito. Ele deve estar na vibração daquela incorporação, sempre atento e
vibrando boas energias. Além do cambone TODOS, sem exceção, que estão no
terreiro naquele momento estão fazendo parte daquele trabalho, por isso sempre
devemos fazer os preceitos, cantar pontos e nos manter concentrados, pois todos
nós somos peças fundamentais para que ele flua da melhor forma.
Quando
o médium vai incorporar deve sempre deixar o coração aberto, fazer suas
intenções antes da gira e permitir que aquilo aconteça. A incorporação só
acontece se o médium permitir, ele tem que deixar, aceitar e liberar para que
seu corpo seja instrumento de trabalho. Isso também vale para o controle energético
do médium pois mais importante que saber incorporar, é saber não incorporar. É
extremamente importante saber sobre esse controle de energia, o processo só
acontece se de alguma forma a gente der a passagem. Isso também cabe para os
casos que ouvimos de conhecidos que dizem que incorporaram em casa ou em
festas, por exemplo. A pessoa de alguma forma deu abertura para aquilo, seja deixando
de orar e vigiar, seja deixando de fazer suas firmezas, seja usufruindo de
coisas materiais que abaixam a vibração energética . De alguma forma aquele indivíduo deu passagem para que isso
acontecesse.
A
incorporação fora do terreiro não pode e não deve acontecer, é extremamente perigoso
e pode gerar grandes consequências por não saber com que energia estamos
lidando. O terreiro é um local sagrado e protegido, por isso a incorporação
sempre deve acontecer ali dentro, com exceção dos trabalhos de defumação, por
exemplo, que são muito preparados pela espiritualidade para que ocorra tudo da
forma correta e mais protegida possível.
Por
hoje encerramos esse assunto, que é muito extenso assunto e sempre tem mais
alguma coisa para compartilhar. Vamos sempre lembrar, principalmente dentro
desse tema, das palavras do Caboclo Sete Flechas: “Umbanda é coisa séria para
gente séria”.
Muito
axé!
Clara de Oxum
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