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terça-feira, 27 de julho de 2021

Laboratório do mundo invisível

 

Laboratório do mundo invisível

 

Continuando nossos estudos sobre o Livro dos médiuns, hoje falaremos da segunda parte das manifestações espirituais, capítulo 8: O Laboratório do invisível.

Esse capítulo se inicia trazendo alguns questionamentos feitos por Kardec antes das perguntas direcionadas ao espírito de São Luís. O primeiro questionamento levantado por Kardec é sobre as roupas e objetos que os espíritos podem trazer em suas manifestações. Sabemos que quando desencarnamos, nada levamos do mundo físico, de onde os espíritos trazem esses objetos e roupas?

Kardec então levanta a hipótese de que, até certo ponto, podemos compreender a existência das roupas, se levarmos em consideração que aquela roupa faz parte do indivíduo e ao desencarnar, pode levar a roupa que estava ou outra roupa que costumava usar. O mesmo pode acontecer com traços físicos. Para esta pergunta, Kardec levanta a hipótese de que, para todo objeto no mundo físico, há no mundo espiritual o mesmo objeto, porém feito de fluído etéreo.

O segundo questionamento levantado por Kardec diz sobre a pneumatografia.  A pneumatografia é a escrita que acontece sem interferência do médium e sem o uso de instrumentos de escrita, como canetas e lápis, para essa comunicação. Neste tipo de procedimento é utilizado uma folha de papel em branco, após dobrá-la, deverá ser colocada em uma gaveta ou sobre algum móvel. Passado algum tempo, o papel pode ser desdobrado e nele estarão contidos desenhos, símbolos, frases, letras, etc. Kardec questiona de onde vem a tinta usada para escrever nesse papel, visto que nenhum instrumento de escrita foi deixado junto dele. Para esclarecer essas dúvidas, Kardec pergunta ao espírito de São Luís.



O diálogo se inicia com uma pergunta sobre um objeto portado por determinado espírito, este que em uma manifestação se apresentou para um encarnado que o conhecia, e o que seria aquele objeto? A resposta é que seria uma aparência, uma imitação, e que o objeto de tal aparição, serviu para que o encarnado que estava vendo o espírito não tivesse dúvidas, eliminando a chance de acreditar ser uma alucinação. Kardec diz que se o objeto é uma aparência, ele não é real. Mas poderia o objeto conter algo de material? O espírito responde que sim, é com a ajuda desse princípio material que o perispírito consegue plasmar também a aparência de roupas parecidas com as quais o espírito usava em carne.

Na próxima pergunta Kardec questiona sobre a primeira hipótese levantada no início deste texto (sobre roupas e objetos portados pelos espíritos) e o espírito responde que não. Os espíritos podem concentrar a energia etérea e dar a ela a forma que querem, inclusive de objetos materiais. Assim como os espíritos podem tornar aquele determinado objeto palpável para um encarnado e que o encarnado conseguiria segurar o objeto em suas mãos, crente de estar segurando um objeto material.

            Tomando como exemplo uma tabaqueira contendo rapé, Kardec pergunta se um encarnado, fazendo uso de um rapé plasmado por um espírito, sentiria o mesmo efeito de um rapé material. A resposta é positiva, o efeito seria igual. Kardec então questiona  se um espírito poderia fazer uma substância venenosa e se essa poderia fazer mal a um encarnado. A resposta é que sim, mas essa atitude não é permitida. Da mesma forma que podem plasmar uma substância venenosa, os espíritos podem plasmar substâncias benéficas, como as aplicadas sobre o jarro de água presente nas reuniões espíritas, a água fluidificada.

Ao ser questionado se o objeto plasmado pode tornar-se palpável, o espírito de São Luís esclarece que sim, podendo inclusive ser usado por um encarnado, mas não acontece por estar fora das leis.

            Na última pergunta, Kardec questiona se o espírito pode extrair do elemento universal, o que for preciso para escrever em um papel, possibilitando a explicação para o fenômeno da pneumatografia. A resposta é que sim, o espírito pode fazer isso.

            Resumindo as perguntas acima: o espírito tira da matéria/elemento universal     os elementos necessários para formar os objetos que desejar, esses objetos têm existência temporária, determinada pela vontade do espírito que os criou. Assim como a visibilidade e a tangibilidade desses objetos.



            Como último ensinamento desse capítulo, aprendemos que a existência de uma matéria elementar única é verídica. Todos os corpos da natureza nascem de tal matéria e as propriedades desses corpos vem das transformações sofridas por ela. Além disso, essa matéria pode sofrer adição de outras substâncias. Como exemplo a magnetização da água, o magnetizador transmuta, por meio dos fluídos magnéticos (substância que mais se aproxima da matéria cósmica universal) adicionando as propriedades desejadas por ele ao liquido. Assim como o espírito pode transmutar a água, ele pode produzir um efeito benéfico no organismo dos encarnados, sendo esse efeito chamado de passe ou cura por imposição das mãos.

Analisando os ensinamentos pela ótica umbandista podemos dizer que os espíritos dispõem do fluido universal e são mestres na manipulação e aplicação desse fluído energético. O fluído universal é energia inesgotável e de muito poder que vem de Olorum. Sendo assim os espíritos usam a energia universal para plasmar o que julgam necessário no momento, sendo uma roupa ou elementos de trabalho, podendo também direcionar essa energia para um encarnado, no momento do passe, cura ou fluidificação. Nos casos de passe, a energia irá atuar nos chakras e corpo espiritual, limpando-os e alinhando-os para que o equilíbrio e bem estar possam retornar ao corpo físico. Na fluidificação, a energia universal será adicionada ao líquido e este poderá produzir efeitos benéficos aquele que beber.

Layla de Omolu

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