Laboratório
do mundo invisível
Continuando
nossos estudos sobre o Livro dos médiuns, hoje falaremos da segunda parte das
manifestações espirituais, capítulo 8: O Laboratório do invisível.
Esse
capítulo se inicia trazendo alguns questionamentos feitos por Kardec antes das
perguntas direcionadas ao espírito de São Luís. O primeiro questionamento
levantado por Kardec é sobre as roupas e objetos que os espíritos podem trazer
em suas manifestações. Sabemos que quando desencarnamos, nada levamos do mundo
físico, de onde os espíritos trazem esses objetos e roupas?
Kardec
então levanta a hipótese de que, até certo ponto, podemos compreender a
existência das roupas, se levarmos em consideração que aquela roupa faz parte
do indivíduo e ao desencarnar, pode levar a roupa que estava ou outra roupa que
costumava usar. O mesmo pode acontecer com traços físicos. Para esta pergunta,
Kardec levanta a hipótese de que, para todo objeto no mundo físico, há no mundo
espiritual o mesmo objeto, porém feito de fluído etéreo.
O segundo questionamento levantado por Kardec diz sobre a pneumatografia. A pneumatografia é a escrita que acontece sem interferência do médium e sem o uso de instrumentos de escrita, como canetas e lápis, para essa comunicação. Neste tipo de procedimento é utilizado uma folha de papel em branco, após dobrá-la, deverá ser colocada em uma gaveta ou sobre algum móvel. Passado algum tempo, o papel pode ser desdobrado e nele estarão contidos desenhos, símbolos, frases, letras, etc. Kardec questiona de onde vem a tinta usada para escrever nesse papel, visto que nenhum instrumento de escrita foi deixado junto dele. Para esclarecer essas dúvidas, Kardec pergunta ao espírito de São Luís.
O
diálogo se inicia com uma pergunta sobre um objeto portado por determinado
espírito, este que em uma manifestação se apresentou para um encarnado que o conhecia,
e o que seria aquele objeto? A resposta é que seria uma aparência, uma
imitação, e que o objeto de tal aparição, serviu para que o encarnado que
estava vendo o espírito não tivesse dúvidas, eliminando a chance de acreditar
ser uma alucinação. Kardec diz que se o objeto é uma aparência, ele não é real.
Mas poderia o objeto conter algo de material? O espírito responde que sim, é
com a ajuda desse princípio material que o perispírito consegue plasmar também
a aparência de roupas parecidas com as quais o espírito usava em carne.
Na
próxima pergunta Kardec questiona sobre a primeira hipótese levantada no início
deste texto (sobre roupas e objetos portados pelos espíritos) e o espírito
responde que não. Os espíritos podem concentrar a energia etérea e dar a ela a
forma que querem, inclusive de objetos materiais. Assim como os espíritos podem
tornar aquele determinado objeto palpável para um encarnado e que o encarnado
conseguiria segurar o objeto em suas mãos, crente de estar segurando um objeto
material.
Tomando como exemplo uma tabaqueira contendo rapé, Kardec
pergunta se um encarnado, fazendo uso de um rapé plasmado por um espírito,
sentiria o mesmo efeito de um rapé material. A resposta é positiva, o efeito
seria igual. Kardec então questiona se
um espírito poderia fazer uma substância venenosa e se essa poderia fazer mal a
um encarnado. A resposta é que sim, mas essa atitude não é permitida. Da mesma
forma que podem plasmar uma substância venenosa, os espíritos podem plasmar
substâncias benéficas, como as aplicadas sobre o jarro de água presente nas
reuniões espíritas, a água fluidificada.
Ao ser
questionado se o objeto plasmado pode tornar-se palpável, o espírito de São Luís
esclarece que sim, podendo inclusive ser usado por um encarnado, mas não
acontece por estar fora das leis.
Na última pergunta, Kardec questiona se o espírito pode
extrair do elemento universal, o que for preciso para escrever em um papel,
possibilitando a explicação para o fenômeno da pneumatografia. A resposta é que
sim, o espírito pode fazer isso.
Resumindo as perguntas acima: o espírito tira da matéria/elemento universal os elementos necessários para formar os objetos que desejar, esses objetos têm existência temporária, determinada pela vontade do espírito que os criou. Assim como a visibilidade e a tangibilidade desses objetos.
Como último ensinamento desse capítulo, aprendemos que a
existência de uma matéria elementar única é verídica. Todos os corpos da
natureza nascem de tal matéria e as propriedades desses corpos vem das transformações
sofridas por ela. Além disso, essa matéria pode sofrer adição de outras
substâncias. Como exemplo a magnetização da água, o magnetizador transmuta, por
meio dos fluídos magnéticos (substância que mais se aproxima da matéria cósmica
universal) adicionando as propriedades desejadas por ele ao liquido. Assim como
o espírito pode transmutar a água, ele pode produzir um efeito benéfico no
organismo dos encarnados, sendo esse efeito chamado de passe ou cura por
imposição das mãos.
Analisando
os ensinamentos pela ótica umbandista podemos dizer que os espíritos dispõem do
fluido universal e são mestres na manipulação e aplicação desse fluído
energético. O fluído universal é energia inesgotável e de muito poder que vem
de Olorum. Sendo assim os espíritos usam a energia universal para plasmar o que
julgam necessário no momento, sendo uma roupa ou elementos de trabalho, podendo
também direcionar essa energia para um encarnado, no momento do passe, cura ou
fluidificação. Nos casos de passe, a energia irá atuar nos chakras e corpo
espiritual, limpando-os e alinhando-os para que o equilíbrio e bem estar possam
retornar ao corpo físico. Na fluidificação, a energia universal será adicionada
ao líquido e este poderá produzir efeitos benéficos aquele que beber.
Layla
de Omolu
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