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terça-feira, 13 de julho de 2021

Teoria das manifestações físicas

 
Teoria das manifestações físicas


    Dando continuidade nos estudos sobre o Livro dos Médiuns, trazemos hoje um ensaio sobre as manifestações físicas que os espíritos podem causar em nosso plano material, citado no capítulo IV, da segunda parte. Em seus estudos, o autor se depara com muitas indagações sobre qual a influência que o mundo espiritual exerce sobre nossos corpos materiais.
    Kardec questiona os espíritos em seus estudos com o intuito de investigar como tais fenômenos ocorriam, pois como já dito em textos anteriores, estavam sendo registrados eventos em que mesas e outros objetos se moviam através de influências sobrenaturais. Isso se deve ao fato de que espíritos são dotados de um fluido universal, que seria como um campo magnético. 
    Considerando que este capítulo foca mais nos fenômenos das mesas girantes, destaco alguns pontos: Uma combinação dos campos magnéticos dos médiuns presentes na sessão e dos espíritos é o que causa este fenômeno; Espíritos ditos inferiores (lembrando que na umbanda não cremos em castas espirituais, e sim padrões vibratórios) são os mais comuns a se aterem a tais fenômenos, dito que espíritos evoluídos não teriam interesse em comparecer a tais sessões. Como exemplo, um homem habituado ao trabalho acadêmico, teórico, não estaria tão apto para um trabalho de força física se comparado a um atleta.


    Esta combinação de fluidos (ou campos magnéticos) confere aos objetos uma espécie de “vida”, ou energia, que o faz se mover ou levitar, de acordo com o acontecimento momentâneo. Porém, essa energia atribuída ao artefato não é dotada de inteligência ou nada do tipo, é apenas uma força magnética que agirá sob o comando de um ser espiritual, encarnado ou não. Assim, quando um objeto é posto em movimento, levantado ou atirado para o ar, não é que o espírito o tome, empurre e suspenda, como o faríamos com a mão. O espírito o satura, por assim dizer, do seu fluido, combinado com o do médium, e o objeto, momentaneamente vivificado desta maneira, obra como o faria um ser vivo, com a diferença apenas de que, não tendo vontade própria, segue o impulso que lhe dá a vontade do espírito.
    Nem sempre a presença de um médium é necessária para que haja esta interação entre espírito e matéria. Caso tal ação seja oriunda de mal grado, um espírito pode sim interagir com a matéria e isso se deve à sua densidade energética elevada. No livro se utiliza muito a expressão “espíritos não evoluídos”, mas na nossa doutrina umbandista não acreditamos neste conceito e sim em espíritos que, por estarem sofrendo, são dotados de maior densidade. 
    Na época em que a obra fora redigida por Kardec, estas sessões de mesas girantes eram bastante comuns, e nem sempre os efeitos registrados eram os mesmos. A espiritualidade explicou ao autor que isso se deve a inúmeros fatores, o mais crucial seria a organização dos médiuns ali presentes. Hoje utilizamos a terminologia egrégora, ou seja, a somatória de energia ali concentrada naquele trabalho. Sabemos que a quantidade de médiuns pode ser indiferente para a execução de um trabalho espiritual, se não houver concentração energética por parte dos presentes. 
    Embora na Umbanda não ocorram sessões de mesas girantes ou mesmo a psicografia, que também ocorre pelos mesmos motivos supracitados, devemos compreender a natureza de tais fenômenos para que, se por acaso ocorra algo semelhante, não nos desesperemos. O princípio básico do Orai e Vigiai é o que devemos nos lembrar de que não estamos sozinhos e que temos Deus ao nosso lado para impedir que coisas ruins aconteçam. E claro, além disso, é necessário buscar auxílio do guia chefe da sua casa e a partir daí procurar uma solução. 
Axé!
Diego de Oxóssi

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