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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Ação dos espíritos sobre a matéria

 

Ação dos espíritos sobre a matéria

 

Dando continuidade ao estudo do Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, falaremos hoje sobre a ação dos espíritos sobre a matéria, tema do capítulo I, da segunda parte.

Descartando os argumentos materialistas, Kardec deixa uma reflexão já no início do capítulo: por que seres inteligentes, que vivem de algum modo em nosso meio, não poderiam de alguma maneira comprovar-nos sua presença? A crença de que os espíritos vivem concomitantes a nós é antiga, de todos os povos e está, além disso, confirmada nos livros sagrados. Nenhuma intuição sobreviveria por tanto tempo se não fosse bem fundamentada.

O que torna o fenômeno das manifestações dos espíritos incompreensível é pensar que a matéria está ausente neles e, dessa forma, não poderiam agir materialmente. Devemos nos lembrar que há no homem três componentes: a alma ou espírito, princípio inteligente onde reside o princípio moral; o corpo, envoltório que reveste temporariamente o espírito para objetivos providenciais; e o perispírito, envoltório fluídico, semimaterial, um fio elétrico que liga a alma ao corpo.


    Após a morte há a desagregação do corpo, que é abandonado pela alma, no entanto, o perispírito nunca a abandona, ele segue, a reveste e, mesmo sendo etéreo e fluídico, não deixa de ser matéria. Desta forma, o conhecimento do perispírito é essencial para a explicação de problemas até então inexplicáveis. O perispírito é parte integrante do espírito, seja durante sua união como corpo o após a separação, eles nunca se separam. O espírito propriamente dito é como uma chama, o princípio intelectual e moral, ao qual não se saberia atribuir uma forma, mas em qualquer grau que se encontre, ele estará revestido pelo perispírito.

Durante a encarnação o perispírito serve como intermédio para todas as sensações que o espírito percebe, serve para recepção e transmissão de pensamentos, sensações etc. Ele adquire a forma humana e se apresenta, geralmente, sob a mesma forma de quando estava encarnado, mas sua matéria não é rígida como a matéria do corpo, é sutil, flexível, expansível e, por isso, tem a capacidade de se modificar de acordo com a vontade do espírito e até mesmo passar do estado sólido para o estado fluídico, alternativamente.

Podemos concluir que o espírito tem, portanto, necessidade de matéria para agir sobre a matéria e que o perispírito cumpre esse papel. Dessa forma todos os efeitos que envolvem a ação dos espíritos sobre a matéria entram na ordem dos fatos naturais e não há nada de sobrenatural na causa, que está inteiramente nas propriedades semimateriais do perispírito.

Pela ótica umbandistas percebemos a ação dos espíritos sobre a matéria da mesma forma que Kardec nos apresenta. O espírito, após compreender sua situação de desencarnado e adquirir certo grau de experiência, é capaz de se plasmar como deseja e da forma que melhor convém para a realização de seus trabalhos. Apesar de estarem sempre presentes, compartilhando do mesmo espaço, eles não se mostram a qualquer pessoa a fim de não gerar estranheza nos descrentes e de manter o equilíbrio entre os mundos. Como comprovação da existência e ação de tais espíritos, temos os guias que se apresentam em nosso terreiro para trazer ensinamentos aos que precisam de seu auxílio.

Axé.

Larissa de Iansã e Pedro” de Xangô

 

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