Civilização
Dando continuidade ao Livro III dos Espíritos, no capítulo VIII, Kardec faz perguntas sobre a Civilização. Nesse texto irei explicar sobre o tema e como ele atinge nossos dias de hoje.
Antes de começar, vamos entender o que é uma Civilização. “Civilização é um substantivo que pode ser definido como o conjunto de caracteres próprios da vida social, econômica, cultural e política de um país ou região. Ou seja, civilização é o conjunto de tudo que é próprio de um cidadão. Se, a princípio, o significado de cidadão era algo restrito apenas a quem residia nas cidades, hoje se entende que o conceito de cidadão estende-se a todo aquele que faz parte de uma nação.” Tivemos desde a antiguidade diversas civilizações que, com suas formas distintas e suas leis, deixaram marcas que podem ser vistas até hoje desde a sua existência. Entre elas podemos citar três para que possamos entender, a civilização Egípcia, Grega e Romana. E o que seria um Ser civilizado? Aquele bem-educado, civil, cortês.
Pois bem, dando continuidade, Kardec inicia perguntando se a Civilização é um progresso ou decadência da Humanidade. Aos nossos olhos nos parece ser decadência, pois só vemos uma humanidade egoísta e cheia de orgulho. Mas os Espíritos respondem que é um progresso incompleto, pois como o próprio Kardec começa explicando em seu comentário no final das respostas, que assim como todas as coisas, a civilização tem seus degraus e os Homens ainda estão na infância desta, passando para a maturidade de se civilizar, porque nesse momento nossa sociedade ainda não pode dizer que está com a civilização completa.
Na mesma pergunta, Kardec faz um acréscimo com outra, “É razoável condenar-se a civilização?”, os Espíritos respondem: “Condenai antes os que abusam dela e não a obra de Deus.”, A obra de Deus, a Lei do Progresso, traz para que possamos viver em sociedade, com a nossa civilização, mas para que tenhamos essa civilização, precisamos de leis, ordens e pessoas civilizadas a fim de ter amor ao próximo. Kardec dá sequência questionando se algum dia sumirá todo esse mal que a civilização causa e por que ela não produz imediatamente o bem que poderia produzir. Os Espíritos explicam que “o fruto não pode vir antes da flor”. O mal da nossa civilização desaparecerá quando estivermos tão desenvolvidos moralmente quanto intelectualmente, pois o homem nos dias de hoje têm a inteligência avançada, nos mostrando isso através de sua ciência e tecnologia, mas não tem a moral totalmente desenvolvida, não estão preparados e nem dispostos a terem seu lado civilizado a fim de produzir todo o bem que a civilização poderia nos oferecer. Kardec finaliza suas perguntas sobre o tema, com a seguinte: “Por que sinais se pode reconhecer uma civilização completa?” os Espíritos deixam claro que só teremos uma civilização completa quando forem deixados de lado todos os nossos vícios, quando nos comportarmos como irmãos praticando a verdadeira caridade cristã.
Em uma conversa com um dos guias trabalhadores do nosso terreiro, Pai Zé Baiano, pelo médium Ederson de Ogum Xoroquê, o questionei sobre a nossa civilização nos dias atuais.
O mesmo, acrescentando a resposta dos Espíritos sobre a civilização, informou-me que a nossa civilização é incompleta por não termos amor ao próximo, por não olharmos para o próximo com amor, por estarmos sempre a favor do nosso ego e orgulho. Nós estamos sempre apontando o dedo para o próximo sem saber os caminhos que o outro teve que caminhar, sem saber as lutas e dores que ele teve que passar para estar ali.
Uma sociedade que vê que o outro precisa apenas de uma mão estendida ou um abraço apertado, mas que ainda assim deixamos nosso ego gritar dentro de nós e ao invés de ajudar, preferimos ou achamos mais fácil apontar, criticar.
Pai Zé Baiano, com toda sua luz, continua dizendo que nos dias de hoje, nós, filhos de terra, vivemos em meio a sangues derramados ao chão, por falta de amor, por ambição de bens materiais ou vícios fúteis, que doenças psicológicas que existem hoje, como, por exemplo, a depressão, existe pelo mal da civilização, por tudo isso de ruim que optamos por fazer e oferecer, ao invés de usarmos a lei que Deus nos ensina sobre amar ao próximo, sobre caridade e sobre sabermos viver como irmãos. Segundo Pai Zé Baiano, saberemos que nossa civilização está completa quando a falta de amor não mais existir.
“Não aponte um dedo, quando você aponta o dedo para o outro, você aponta quatro dedos para você mesmo… Não aponte um dedo, estenda a mão e ajude quem precisa.” - Caboclo Sete Flechas
Karol de Xangô
Nenhum comentário:
Postar um comentário