Estado de Natureza
O Capítulo VIII da terceira parte do livro dos espíritos apresenta questões a respeito da lei de progresso, e às três primeiros perguntas, que estão sendo abordadas neste texto, fazem referência ao estado natural.
Na pergunta de número 776, é perguntado ao espírito da verdade se a lei natural seria idêntica ao estado natural. Como resposta, o espírito da verdade diz que são coisas distintas. Sendo que o estado natural é o estado primitivo, incompatível com a civilização. Já a lei natural contribui para o progresso da humanidade.
A lei natural é vista por nós umbandistas como sendo a manifestação da justiça divina, levando cada situação a quem é de direito, sendo lições, dificuldades, recompensas e alegrias. Segundo essa lei, nada acontece na Terra sem a aprovação de Deus. Sendo assim, até as maiores atrocidades, covardias e injustiças aos olhos humanos teriam um propósito maior para o aprendizado e evolução dos envolvidos e até mesmo da humanidade.
Na pergunta 777, o entrevistador faz a observação que o homem em estado de natureza teria menos necessidades e por isso menos tribulações. Continuando nessa linha de raciocínio, ele pergunta se o homem nesse estado primitivo teria a mais perfeita felicidade na Terra. A resposta é que depende da ótica em que se vê. Essa felicidade é a felicidade do primitivo, do bruto. É ser feliz da mesma forma dos animais. E termina relatando que as crianças também são mais felizes que os homens feitos.
Como comentário, podemos acrescentar que é mais simples a vida sem tantas responsabilidades e problemas atuais, mas com certeza viemos a este mundo para explorar nossas potencialidades e gerar complicações para que possamos evoluir diante delas, como acreditam todas as religiões espiritualistas. Do contrário, qual seria o sentido da vida?
A pergunta 778 questiona se é possível o homem retornar aos seus estados primitivos. O espírito da verdade revela que não é possível. Que a evolução é algo natural do ser humano, pois foi criado por Deus desta maneira, segundo sua vontade. Pensar em retornar às condições mais primitivas seria negar a lei do progresso.
A resposta está condizente com o pensamento umbandista, uma vez que somos uma religião espiritualista e cremos na lei do progresso, sendo impossível o ser humano regredir em sua evolução.
Ricardo de Ogum Matinata
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