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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Politeísmo

 Politeísmo

O segundo capítulo da terceira parte do livro dos espíritos aborda sobre o politeísmo. Nele o espírito da verdade responde perguntas sobre o motivo de terem sido criadas as crenças politeístas e o quanto os fenômenos espiritualistas contribuíram para que fossem formadas essas crenças. A seguir tentaremos discutir esse texto sobre a ótica umbandista, além de explicitar o porquê da umbanda não ser uma religião politeísta, embora alguns leigos a enxerguem dessa forma devido ao culto aos orixás.
É perguntado ao espírito da verdade o motivo de terem surgido tantas crenças politeístas durante os tempos, embora, segundo a crença espiritualista, existir na realidade apenas um Deus. Para essa pergunta, o espírito responde que a compreensão de um Deus único somente é possível através do desenvolvimento da consciência humana. Como resultado de sua ignorância, o homem era incapaz de conceber um ser imaterial e que seria responsável pela ordem de todas as coisas. Desta forma o ser humano conferiu a Deus atributos de natureza corpórea e a partir daí tudo o que não pudesse ser compreendido por sua limitada inteligência era taxado como obra de uma potência sobrenatural. Com isso foram “reconhecidas” tantas potências divinas distintas quantos os efeitos que pudessem observar. No entanto o espírito da verdade ainda respondeu que, durante todos os tempos, houve sábios homens que conseguiram entender que seria impossível a existência de poderes múltiplos regendo o universo, sem que houvesse uma direção superior e que por isso elevaram sua consciência à compreensão de um Deus único.

A segunda pergunta feita ao espírito da verdade questiona se os fenômenos espiritualistas, que ocorrem e ocorreram em todos os tempos teriam contribuído para a criação e expansão da crença na pluralidade de deuses. Para isso tendo respondido que sem dúvida alguma influenciaram sim, pois tudo o que era sobre-humano era visto como sendo obra dos deuses, desta forma os próprios espíritos era vistos como deuses. Além disso, quando um homem era reconhecidamente diferenciado, seja por suas ações, pelo seu gênio, ou por um poder oculto (mediunidade?) que nem ele e nem os outros compreendiam, esse homem era considerado como um deus e até mesmo era cultuado após a sua morte.

A palavra deus era usada pelos antigos de forma muito mais ampla do que atualmente. Não fazia referência apenas a um criador supremo, mas a todo ser existente fora das condições da humanidade. Como as manifestações espiritualistas revelaram a existência de seres incorpóreos, os mesmos foram denominados como deuses, hoje sendo conhecidos como espíritos.  É uma questão de uso das palavras, tendo como única diferença que eles eram influenciados pelos que tinham interesse a erguerem grandes templos e altares muito lucrativos a tais deuses, enquanto hoje são considerados como simples criaturas como nós, porém desencarnados, uns tendo maior desenvolvimento espiritual e moral e outros tendo menor. Quando se estuda atentamente os atributos dos deuses pagãos, é possível notar uma grande semelhança com os dos espíritos desencarnados, nos diferentes graus da escala espírita, comparando seus estados físicos, as propriedades do perispírito e os papéis que desempenham na Terra. O Cristianismo não surgiu com o propósito de destruir uma coisa que está na Natureza, apenas orientou a adoração a quem é devida.


Quanto aos Espíritos, permanecem nas crenças e lembranças, conforme os povos, sob diversos nomes, e suas manifestações, foram e são interpretadas de maneiras diferentes e muitas vezes exploradas sob o prestígio do mistério. Se para as religiões as manifestação desses espíritos são vistas como miraculosas, para os incrédulos não passam de pura enganação. Hoje, com os estudos advindos do Espiritismo e do espiritualismo em geral, eliminando as ideias supersticiosas que ensombraram a humanidade por séculos, nos revela um dos maiores e mais sublimes princípios da Natureza.

Muitos leigos confundem-se com o fato de a umbanda cultuar diversos orixás, devido a isso logo pensam que a umbanda seria uma religião politeísta. Ao conhecer os reais fundamentos da religião fica claro que o culto aos orixás não tem nada a ver com o politeísmo. A Umbanda é uma religião que crê em um único Deus, sendo os orixás apenas energias derivadas dessa energia suprema.


Ricardo de Ogum Matinata

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