Adoração Exterior
O assunto a ser tratado hoje é a adoração exterior, constante do capítulo II, parte terceira do Livro dos Espíritos. Tal assunto corresponde à Lei de Adoração, que segundo a doutrina espírita, é uma das 11 leis morais.
A Lei de adoração consiste basicamente em termos como premissa elevar o nosso pensamento a Deus e cultuá-lo ou adorá-lo, independente do nome que se tenha costume de utilizar. E, diante disso, nos aproximarmos do Criador de tudo e de todos, inclusive dos Orixás que representam a essência divina através da natureza.
Especificamente sobre o tema em apreço, a questão 653 e sua alínea “a” indaga sobre a utilidade da adoração usar de manifestações exteriores, isto é, em um templo ou outro local sagrado, por meio de cerimônias ou outros meios, de forma diversa a realizada internamente através dos sentimentos que vêm do nosso coração. Os Espíritos Superiores que respondem à questão são bem claros no sentido de que toda forma de adoração é útil, desde que expresse a verdade daquilo que buscamos demonstrar. Temos que sempre lembrar de que Deus sabe de tudo que está acontecendo e sendo feito, portanto, Ele sabe quais são nossas reais intenções, mesmo que tentemos omitir.
A questão 654 tem o objetivo de descobrir se Deus prefere a adoração interna ou externa. É óbvio que Ele não tem preferência por nenhuma maneira. O que importa é a verdadeira intenção que é colocada, haja vista serem recebidas as adorações sinceras, que expressem a verdade no tocante aos sentimentos do nosso íntimo.
A questão 655 trata sobre aquelas pessoas praticantes de determinada religião, que vão a uma gira, culto, palestra ou missa, mesmo não tendo total certeza das crenças e dogmas religiosos. Estas pessoas não são censuradas, pois tem o respeito. Todavia, aqueles que ridicularizam e profanam, estes sim são censurados, além de violar dispositivos constitucionais brasileiros que resguardam a laicidade do Estado. Ainda, aqueles que praticam qualquer religião que seja, visando tão somente a vaidade, ambição ou interesse, são desprezados por Deus.
Finalizando, a questão 656 interroga se é preferível a adoração individual ou a coletiva. Não existe tal preferência, todas têm a mesma valia, a mesma importância, apesar de que quando feita de forma coletiva todos devem estar na mesma sintonia e com as mesmas intenções, pois a intenção diversa de uma única pessoa pode contaminar as dos demais. Então, trata-se de aconselhamento de fazer a adoração a Deus de forma individual, simplesmente por meio do pensamento.
Na umbanda, assim como em outras religiões, por ter a característica de ser monoteísta, defende-se a existência de um único Deus Supremo, o qual denominamos Olorum, Zambi, Olodumaré, entre outras denominações. Comungamos que é imprescindível que Ele seja adorado e louvado, assim como no Espiritismo. A única diferença é que nossa forma de manifestar a gratidão pela vida, pela sua presença, pelas oportunidades concedidas, pela possibilidade de evolução e transformação e, demais benevolências que nos são proporcionadas, é através de oferendas aos Orixás, que são a mais pura manifestação D’ele, nos respectivos pontos físicos de força ou em um lugar sagrado como o Terreiro.
Destaca-se que de nada adianta se valer de um ato de adoração a Deus, se não se está seguindo a sua Lei e os seus mandamentos, sendo uma pessoa caridosa, humanitária, que usa de artifícios para prejudicar o próximo, por exemplo.
Recomenda-se a leitura dos textos “DEUS na Umbanda” e “Orixá”, redigidos pela irmã Luíza de Oxum e por nosso Pai de Santo Igor de Oxum.
Helder de Logunam
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