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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Estudo do livro: Ervas e Benzimento

 Estudo do livro: Ervas e Benzimento do autor Fábio Dantas

CAPÍTULO 4: Preparados caseiros com ervas

Vamos para mais um estudo do livro “Ervas e Benzimentos”, do autor Fábio Dantas. Neste capítulo, o autor discorre sobre diversas formas de realizarmos preparados com ervas. É importante salientar que no contexto da Umbanda, sabemos que este tipo de manipulação da energia das ervas deve ser conduzido e orientado pelos guias espirituais para evitar desequilíbrio energético. O conhecimento oferecido neste capítulo do livro diz respeito às propriedades medicinais dos preparados caseiros com ervas.

Na antiguidade, as boticas ou boticários eram a única opção de tratamento de saúde sendo os saberes dessa espécie de farmácia difundidos e utilizados por uma parcela significativa da sociedade. Com o passar do tempo e o avanço da medicina, as terapias naturais passam a ser utilizadas como complemento. Dessa forma, vale lembrar que, o uso de plantas medicinais não devem substituir as recomendações médicas.

Voltando ao livro, o autor alerta que antes de realizar qualquer preparo com ervas, devemos nos certificar de que estamos utilizando a parte adequada da planta (folhas, flores, caule, raízes, etc.), pois cada uma dessas partes possui propriedades e finalidades diferentes.

Destaca-se a seguir uma lista de outros cuidados que devemos nos atentar:

  • Higienizar adequadamente o local e os utensílios utilizados no preparo;

  • Fazer a higiene pessoal adequada para manipular os itens;

  • Utilizar as medidas adequadas e corretas indicadas para cada preparo;

  • Em caso de armazenamento, certificar-se de higienizar adequadamente os utensílios usados para este fim;

  • Etiquetar as preparações de uso prolongado para controle adequado de validade;

  • Seguir as orientações/receitas à risca.


Logo após, o autor discorre sobre alguns tipos de preparados que podem ser realizados e suas finalidades, são eles:



Decocção

Processo: Separe as partes das plantas que lhe interessam e lave-as cuidadosamente. De preferência, macere a quantidade necessária da erva seca até obter um pó grosso. Após, coloque o macerado em uma panela com água mineral e leve ao fogo. Quando a água chegar ao ponto de fervura, baixe o fogo e com a panela tampada deixe cozinhar por 10 a 15 minutos. Após este tempo, desligue o fogo e deixe a panela tampada por mais alguns minutos, mexa antes de coar e servir o chá. Se precisar guardar, coloque na geladeira.

Benefício: ajuda o sono, auxilia no emagrecimento, limpa o fígado e contribui para o relaxamento mental.


Infusão

Processo: Separe as partes da planta que lhe interessam e lave-as cuidadosamente. Você poderá usar várias plantas misturadas, desde que sejam provenientes de órgãos vegetais idênticos (ou só folhas, ou só flores). Coloque em uma chaleira 200 ml de água e leve ao fogo. Quando alcançar a fervura, desligue e acrescente nela as partes das plantas. Tampe a chaleira e deixe abafada por cerca de 10 minutos. Os chás devem ser tomados em uma única dose, não prepare chás para o dia seguinte.

Benefício: Ajuda no sono, auxilia no emagrecimento, limpa o fígado e contribui para o relaxamento mental. É sempre necessário avaliar individualmente o uso de chás, principalmente quando se trata de crianças, idosos e gestantes.


Bochecho e gargarejo
Processo: Realize a infusão ou decocção das ervas, espere amornar ou esfriar e então faça o bochecho ou gargarejo. Jogue fora (cuspa) a solução e repita esse processo pelo menos três vezes ao dia.

Benefício: Trata de problemas da boca, como aftas, mau hálito e gengivite.


Cataplasma e emplasto
Processo: Plasta feita da planta pura e o cataplasma é o processo no qual se aplica um preparado quente ou frio de plantas a um veículo que pode ser argila, terra e/ou algum tipo de farinha. Primeiramente, aplica-se o emplasto para evitar que o cataplasma seja absorvido pela pele. Posteriormente, aplica-se o cataplasma no local indicado. O cataplasma deve agir durante a noite e ser retirado pela manhã e/ou trocado a cada duas horas quando realizado durante o dia.

Benefício: Trata de problemas relacionados a inflamação e/ou dor local.


Compressa

Processo: Escolha a planta que será utilizada e prepare sua infusão ou decocção. Despeje a solução em uma bacia, mergulhe o pano de algodão no líquido, aplique diretamente sobre a pele e cubra em seguida com o pano de flanela. Pode ser realizado com infusão quente, morna ou fria. 

Compressa fria: Trata contusões, torções, dor muscular, inchaço nas pernas, olhos e pele congestionados e problemas inflamatórios gerais.
Compressa morna: Trata principalmente peles irritadas e avermelhadas e músculos doloridos.
Compressa quente: Estimula a circulação do corpo e ajuda na eliminação de toxinas pela pele.


Escalda-pés

Processo: Aqueça bem o líquido que será usado, coloque-o em uma bacia. Quando alcançar uma temperatura suportável, mergulhe os pés nele e relaxe, mantendo o corpo sempre aquecido. Mantenha os pés mergulhados por no máximo 20 minutos.

Benefício: Auxilia na redução do inchaço dos tornozelos e pés. São muito eficazes nos resfriados, gripes, amigdalites, crises reumáticas dos pés e pernas, cãibras dos membros inferiores, insônia, cólicas menstruais, torcicolos e outros.


Este capítulo nos proporciona uma compreensão ampla sobre o uso terapêutico das plantas, destacando os processos de preparação e os cuidados necessários para sua utilização segura e eficaz. A obra ressalta a importância de seguir orientações precisas e respeitar as propriedades de cada planta, reforçando que o conhecimento da medicina natural deve ser integrado ao cuidado médico convencional.


Jéssica Gomes de Obaluaê



segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Médium Além Terreiro

 Médium Além Terreiro

Médium é todo aquele que serve de intermediário entre o mundo espiritual e corpóreo ou aquele que conecta-se com o mundo espiritual em geral. Partindo do pressuposto que todos possuem conexão com o mundo espiritual, todos os seres humanos são médiuns por natureza. Neste sentido, já foi abordado em outras oportunidades em nossa casa o fato que a mediunidade não se trata de um dom, não devendo portanto ser tratada como tal, especialmente pelas pessoas que a desenvolvem. 

O desenvolvimento da mediunidade é escolha de alguns médiuns, pois nem todos as pessoas escolherão ou sentirão em seu coração em algum momento de suas vidas um “chamado” para isto. Em nossa casa, os médiuns que escolheram este desenvolvimento mediúnico e participam da casa vivem esse ciclo de diversas formas; auxiliando nas tarefas diárias do terreiro, realizando estudos, auxiliando na curimba, incorporando, cambonando, limpando nosso espaço sagrado, aguando o jardim, dentre outros. Contudo, cabe a nós médiuns que escolhemos buscar o desenvolvimento não só mediúnico mas também pessoal, nos atentarmos constantemente ao fato de que a evolução espiritual não ocorre pelo simples fato de irmos ao terreiro ou ajudarmos em tarefas em prol de nossa casa.

Podemos ser um médium assíduo nas giras, pró-ativo e operante em inúmeras tarefas essenciais na casa, que em nada ajudará em nossa evolução pessoal  caso esqueçamos os fundamentos umbandistas ao darmos as costas para o templo sagrado. Considerando que nossas escolhas e atitudes a cada segundo refletem nossos pensamentos e sentimentos, bem como os guias nos ensinam a cada dia como devemos buscar a evolução em nossa vida, não há de se imaginar que a evolução ocorrerá simplesmente indo ao terreiro e fazendo as coisas lá. 

Os conselhos, ensinamentos e xingos não devem apenas nos emocionar na gira ou nos deixar “encucados”, pois na verdade o terreiro é um instrumento para que possamos desenvolver a espiritualidade, mas é também em sua outra função essencial uma escola, para que possamos aprender e aplicarmos em nossas vidas aqui fora.

Que possamos sempre nos lembrar da dualidade, portanto, não será a dedicação ao mundo espiritual no terreiro que irá nos fazer caminhar unicamente. Há um mundo carnal que devemos enfrentar diariamente, aplicando os conhecimentos da escola umbandista que frequentamos para que possamos avançar rumo ao crescimento pessoal. 

A reflexão que trago é para que lembremos sempre de buscar o equilíbrio, refletindo que uma fé sem ação é uma fé morta, bem como um conhecimento guardado sem expansão, também se torna morto. Como já bem disse o Caboclo Sete Flechas: “Vir ao terreiro 4 horas no dia, 2x por semana é fácil, quero ver ser Umbandista lá fora”. 

Que todos nós médiuns em geral, não apenas os que estão em desenvolvimento mediúnico, mas especialmente estes, estejamos sempre vigilantes ao fato de que nossa responsabilidade não se restringe aos dias de gira, pois trazemos conosco a necessidade de buscarmos incessantemente sermos melhores pessoas e que apesar de árduo, o maior trabalho é fora do terreiro.


Mylene de Ogum Rompe Mato


sábado, 26 de outubro de 2024

Tribos Brasileiras - Pataxós

Tribos Brasileiras - Pataxós  

A Umbanda cultua os nossos ancestrais brasileiros, sendo um deles os Caboclos, que são arquétipos dos índios brasileiros que habitavam nossas terras, com isso, vemos a importância do estudo de algumas tribos que viviam em nosso país, hoje iremos falar um pouco sobre a Tribo dos Pataxós

O povo Pataxó habitava principalmente a região do sul da Bahia no Brasil, sendo especificamente no sul do município de Porto Seguro. São um povo indígena seminômade de língua da família maxakali, do tronco macro-jê. Eles têm uma história rica e uma cultura vibrante, com tradições que remontam a séculos atrás. Os Pataxós têm lutado ao longo dos anos pela demarcação e proteção de suas terras ancestrais, enfrentando desafios como invasões de suas terras e destruição do meio ambiente. A preservação de sua cultura, língua e tradições é uma parte importante de sua identidade, visto que eles têm buscado manter viva sua herança cultural enquanto se adaptam aos desafios modernos.

Esse povo possui em sua tradição a utilização do colar, que representa uma proteção e eles entendem que isso traz força para eles. Quando observamos dentro da nossa Umbanda, podemos associar a utilização das guiadas também  como uma força de proteção no nosso dia-a-dia ou durante as giras dentro do terreiro, dependendo da sua função. 

Como várias outras tribos, os Pataxós também possuem o conhecimento sobre as ervas em sua prática cotidiana, utilizadas para as práticas de cura, dependendo da localização em que aquela erva se encontra.  Assim também como temos as orientações que são repassadas pelo guias de Umbanda para utilização de ervas para aqueles que procuram auxílio.  

Em respeito aos aspectos religiosos dessa tribo, é profundamente enraizada na espiritualidade da natureza, no respeito pelos ancestrais e na busca pelo equilíbrio entre os seres humanos e o ambiente natural. Suas práticas religiosas refletem uma compreensão holística do mundo, onde a conexão com a terra e com os espíritos da natureza é fundamental para a sua identidade cultural e espiritual.

Possuem os xamãs e curandeiros que desempenham um papel importante como mediadores entre o mundo espiritual e o mundo físico. Eles são responsáveis por conduzir rituais de cura, prestar orientação espiritual e manter o equilíbrio entre os seres humanos e a natureza. E mais uma vez podemos ver a utilização das culturas dos nossos ancestrais em ritos dentro da religião de Umbanda pois, os Caboclos ao se manifestarem dentro dos terreiros de Umbanda, trazem consigo toda essa sabedoria ancestral para aqueles que necessitam desse tipo cura, orientações, etc., 

Com isso, podemos concluir que mesmo as tribos do Pataxós, apresentando suas crenças e formas de vida de muitos anos atrás, dentro das tradições do que praticamos na Umbanda, há aspectos em comuns que são importantes estudarmos, para entendermos os rituais que nossos ancestrais trazem para os dias de hoje dentro dos terreiros de Umbanda. 


Marina de Nanã Buruquê


quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Rapé um instrumento sagrado para nossa evolução

Rapé um instrumento sagrado para nossa evolução 


O Rapé Xamânico é uma medicina sagrada e ancestral, que tem o poder de curar, trazer conexão e força quando consagrada com respeito, intenção voltada para o aprendizado e auxílio no processo de evolução espiritual. Não deve ser utilizada em contextos sociais e abusivos, tenha cuidado para não negligenciar o caráter sagrado dessa medicina poderosa que tem muito a nos ensinar. 

A produção do rapé ocorre através de um Xamã em contexto cerimonial, desde a coleta das ervas até o processamento do remédio. As diversas variedades de rapé são preparadas com o fumo, cinzas sagradas e diversas ervas que vão proporcionar propriedades específicas. As plantas e tabaco utilizados na confecção são cultivados livres de fertilizantes, pesticidas e outros aditivos nocivos. Para consagrar a medicina o local ideal é em contato com a natureza ou templos sagrados com vibração apropriada, com orientação e auxílio de um Xamã.        

Quando participamos de uma vivência xamânica e consagramos o rapé, devemos ter a consciência de que o que entra em nós são plantas sagradas e espíritos curadores, por isso devemos respeitar a medicina e todas as energias dos ancestrais. 

O tepi e kuripé são instrumentos xamânicos utilizados para aplicação do rapé, não é aconselhado pegar emprestado, a não ser que seja de uma pessoa de sua extrema confiança. As ferramentas de aplicação são feitas geralmente de bambu, sendo o kuripé um tubo em forma de V que liga a narina à boca, para que você possa consagrar individualmente, lembrando que a autoaplicação só é indicada para quem tem experiência e conhecimento sobre os efeitos e poderes da medicina. Temos também o tepi que é um tubo longo que de um lado uma pessoa vai soprar e do outro você vai receber o rapé através da narina. Nem todo mundo pode aplicar o rapé em outra pessoa, é recomendado que seja um Xamã experiente, é uma grande responsabilidade quando uma pessoa sopra o rapé em outra, pois existe uma troca de energia entre as elas, principalmente de quem recebe, por isso é necessário ter uma relação de respeito e confiança entre as duas pessoas.

Nos dias que antecedem a consagração, devemos nos conectar e preparar para receber a medicina, evitar carne, açúcar, álcool e relações sexuais. Além da alimentação leve, é importante nutrir nosso corpo com bons pensamentos, intenções e sentimentos.

No momento da aplicação, faça uma oração e concentre na intenção deste ritual, olhe nos olhos do Xamã e se conecte com ele. Ao receber o sopro mantenha a calma e respire apenas pela boca, fechando a passagem de ar nasal. A concentração é importante pois o rapé induz à meditação e ajuda a alcançar a clareza mental. A medicina age limpando, ordenando e alinhando nosso campo energético. Sua ação purifica nossa percepção, limpa a mente, abre canais energéticos, nos conecta com nós mesmos, tomamos consciência, nos curando de bloqueios, cargas energéticas e emocionais.

Além do efeitos espirituais já citados o rapé também tem age no físico com ação analgésico, antitérmico e tranquilizante, sendo um excelente tratamento para doenças respiratórias, enxaquecas, sistema digestivo e alergias.


Bruna de Obá


segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Estoicismo

 Estoicismo

Grandes questões do mundo como "de onde viemos?" e "para onde vamos?" pode às vezes não tirar seu sono. Mas não por serem questões insignificantes, mas por qual motivo nós estamos ocupados e com nossas tarefas do cotidiano, tais como prazeres materiais, contas a pagar, desejos do coração dentre outros desejos mundanos. Buscar essas respostas a essas angústias na filosofia muitas das vezes não trazem bons resultados, pois elas se tratam de coisas grandiosas e com isso se distanciam da vida real.

O Estoicismo é uma Escola Filosófica que surgiu na Grécia antiga, por volta do século III, e faz o caminho contrário, que se concentra no desenvolvimento do autocontrole, da virtude e da tranquilidade mental em face das adversidades da vida real ou do nosso cotidiano. Essa filosofia tem grandes marcos em sua história que foram, o maior Imperador de seu tempo Marco Aurélio em (121 – 180 D.C.), Epicteto (55-135 ) um escravo que foi aleijado e Sêneca (4 A.C. - 65 D.C.) que permeou grandes cargos dentre eles integrante do senado e advogado, depois teve que se exilar. Após o exílio retornou como conselheiro do Imperador Nero que mais a frente o executou. Trazendo a reflexão do peso da liderança, o sofrimento da escravidão o desespero da decadência e o medo da morte, angustias essas que permeiam atual vivencia.

Como os praticantes dessa filosofia encaravam esses desafios?

Trazendo a separação do que ocorre dentro de você que segundo o Estoicismo são as reações e interpretações dos sentimentos e sensações causadas pelo meio que vivemos; das sensações externas  geradas pelo caçador externo, seja ele a sociedade ou fenômenos naturais. Com esse paralelo traz o conhecimento que devemos gastar nossas energias somente com o que podemos controlar. Trazendo a reflexão que não importa o quanto nos esforcemos para controlar o meio externo, seja o nosso meio social ou corporativo e nossa saúde. Mas isso não quer dizer que não devemos nos esforçar para mantermos um padrão de vida ou nos exercitarmos para manutenção de uma boa saúde; Mas sim pelo fato que nunca sabemos o que o destino nos reserva. Epicteto usou para isso a seguinte frase: “Não é o que acontece com você, mas como você reage que importa”.

O imperador Marco Aurélio considerado o último dos cinco últimos bons imperadores de seu tempo, que não tinha que provar nada a ninguém traz em seus escritos pessoais que mais tarde seria lançado com o livro grandes reflexões como “Não perca mais tempo discutindo sobre o que um bom homem deveria fazer. Seja um”. Mostrando que mesmo com todo o poder ele procurava ser um homem bom e justo. Mesmo com todos seus luxos concluiu, “Muito pouco era necessário para uma vida feliz; Está tudo dentro de você em seu modo de pensar”. Ideia essa que é a base do Estoicismo se completa com o pensamento de Sêneca “Até que tenhamos começado a viver sem elas, não conseguimos perceber o quão desnecessárias muitas coisas são. Nós vinhamos usando-as não porque precisávamos delas, mas porque as tínhamos”. 

Trazendo assim a atualidade consumista a qual vivemos, que se tem que ter objetos para suprirmos nossas carências e na tentativa de mudar o mundo externo. E conforme os estóicos nos ensinam devemos mudar nossos processos internos nos quais temos o controle. Que Sêneca faz a seguinte reflexão: “Se você realmente quer escapar das coisas que o incomodam, o que você precisa não é estar em um lugar diferente, mas ser uma pessoa diferente”,afinal não adianta por onde andarmos sempre teremos a nossa agradável ou desagradável companhia.

Seria possível vivermos alheios ao que ocorre ao nosso redor

Segundo o Epicteto que viveu a maior parte da sua vida como escravo e ficou alejado graças ao seu dono sim, e nos deixa a seguinte reflexão “Doente e ainda assim feliz, em perigo e ainda assim feliz, morrendo e ainda assim feliz, no exílio e ainda assim feliz, na desgraça e feliz”. Trazendo o  contraste de sua vivência com a do imperador Marco Aurélio, e a mesma conclusão que o externo não deve influenciar o modo que vemos e reagimos ao mundo. Epicteto nem é seu nome real, pois esse nome significa comprado ou adquirido.  

Temos que ressaltar que o Estoicismo não defende a inação frente a injustiças que existem no mundo que nos rodeia. 

As quatro virtudes Estóicas são:

* Coragem

* Justiça

* Autocontrole

* Sabedoria

E como disse Marco Aurélio “Se não for certo não faça, se não for verdade não diga”. Já Sêneca reflete a atual realidade que vivemos, “Nós estamos normalmente mais assustados do que machucados; e sofremos mais na imaginação do que na realidade

Como uma filosofia milenar parece ser tão atual? 


Thiago de Oxóssi


sábado, 19 de outubro de 2024

Encarnar

 Encarnar

Encarnar, ou seja, vir para o mundo "material". Mas por que o espírito encarna? Qual o objetivo da encarnação?

De acordo com alguns estudos, Deus impõe a encarnação com o objetivo de chegar a perfeição. Mas esse impor não vem no sentido de obrigatoriedade, mas no sentido de que é necessário a encarnação para que haja evolução, pois todos foram criados "simples e ignorantes". Isso nos leva a aprender, o aprendizado leva ao crescimento e, consequentemente, a evolução. A evolução é o meio pelo qual nos desenvolvemos.

Alan Kardec fala no Livro dos Espíritos que é na vida espiritual que tem-se o aprendizado, mas é a existência corporal onde se coloca em prática aquilo que se adquiriu. É como se fosse um laboratório das experiências evolutivas e para chegar a perfeição passa-se por provas (missões). 

Ninguém está na Terra para sofrer ou por punição, encarnar é uma necessidade para evoluir, o sofrimento não é imposto, ele é consequência dos atos.

Fala também no Livro dos Espíritos sobre o fato de os espíritos que desde o princípio seguiram o caminho do bem também encarnaram, pois como foi dito anteriormente, todos foram criados simples e ignorantes. A diferença desses espíritos é que eles alcançam mais rápido os objetivos, tendo menos imperfeições, menos tormentos. 


Alice de Xangô


quinta-feira, 17 de outubro de 2024

A Importância da Egrégora e sua Formação

 A Importância da Egrégora e sua Formação

A egrégora é uma força espiritual formada a partir de um conjunto de energias e sentimentos de um determinado grupo de pessoas, podendo tanto ser positiva quanto negativa, isso depende das pessoas que a estão criando.

A formação dos ambientes que frequentamos contribui significativamente para nossa saúde espiritual e bem-estar físico, aqueles velhos que dizem “as paredes não tem ouvido” fazem ainda mais sentido quando consideramos os pensamentos, sentimentos e acontecimentos que se formam se congregam naquele espaço.


Quando em sua forma negativa, exemplos de lugares incluem casas noturnas, motéis, bares, lugares onde houve muito sofrimento, casas e até locais de trabalho. Com sua formação, esses locais tornam-se lugares que sugam nossa energia.
A egrégora, em sua forma positiva, torna-se o elo que fortalece o grupo e facilita os trabalhos de todos os envolvidos. Dentro do Terreiro, devemos sempre vigiar cada pensamento, sentimento, ação e palavra dita, pois tudo se forma. Por este motivo, é importante estarmos alegres, vibrando boas energias e controlando nosso sentimento, para que nada de ruim possa interferir em nossos trabalhos.
Vou deixar aqui um texto do nosso grande mestre grande Chico Xavier "Cuidado com a memória da casa", que nos faz refletir sobre nossos pensamentos e atitudes, mostrando que tudo o que fazemos reflete diretamente nos ambientes, pessoas e situações.

CUIDADO COM A MEMÓRIA DE SUA CASA

Chico Xavier

"O padrão vibratório de uma casa tem relação direta com a energia e o estado de espírito de seus moradores.

O conjunto de pensamentos, sentimentos, estado de espírito, condições físicas, anseios e intenções dos moradores fica impregnado no ambiente, criando o que se chama de egrégora.

O que poucos sabem é que as paredes, objetos e a atmosfera da casa têm memória e registram as energias de todos os acontecimentos e do estado de espírito de seus moradores.

Por isso, quando pensar na saúde energética de sua casa, tome a iniciativa básica e vital de impregnar sua atmosfera apenas com bons pensamentos e muita fé.

Evite brigas e discussões desnecessárias. Observe seu tom de voz: nada de gritos e formas agressivas de expressão.

Não bata portas e tente assumir gestos harmoniosos, cuidando de seus objetos e entes queridos com carinho.

Não pense mal dos outros. Pragas, nem pensar!

Selecione muito bem as pessoas que vão frequentar sua casa.

Se você nutre uma mágoa profunda ou mesmo um ódio forte por

alguém, procure ajuda para limpar essas energias densas de seu coração.

Alegria, amor, paz, prosperidade, saúde, amizades, beleza já estão bons para começar, não é mesmo? 




Pedro Eduardo de Nanã


segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Evolução

 Evolução

Todos devemos sempre buscar a evolução, não há ninguém que não tenha o que melhorar. Pois, como sabemos, ninguém além de Deus é perfeito.

E nessa evolução não estamos falando apenas da evolução espiritual, mas também da evolução humana. 

Busque, a cada dia, ser uma pessoa melhor, pois nossa evolução é feita de pequenos passos, pequenas atitudes.

A evolução é constante, ela nunca para. 


Ana de Iemanjá


sábado, 12 de outubro de 2024

Sobre a Jurema Sagrada e seus reinos

Sobre a Jurema Sagrada e seus reinos

    Hoje falaremos sobre os últimos três, dos doze Reinos da Jurema Sagrada. Frisamos que essa classificação quanto cidades/reinos, varia de acordo com a rama e família de Jurema cultuada. Na nossa casa eles são divididos em 12 reinos, cada reino com 3 cidades; cada cidade tem um caboclo como chefe, e cada reino tem seu dirigente (ponto a ser explorado mais à frente). Algumas cidades estão em estudo mais aprofundado com o Caboclo 7 Flechas e Mestre Mulambo, e serão trazidas num futuro próximo.

    Explicando um pouco melhor suas estruturas, a importância e trabalho de cada um, além das cidades, os reinos tratados hoje são: Reino do Acaes, Reino do Canindé e Reino de Tronos.


10º Reino do Acaes: de grande importância, principalmente em relação ao culto da Jurema de forma incorporada, é considerado o marco do Reinado dos Mestres na Terra. Nesse contexto, entende-se que este foi o início; a partir dele se assentou as alianças com os encantes, para se firmar contato, com o conhecimento e o intercâmbio entre os Reinados da Jurema Sagrada. Dito por Mestre Mulambo como não só morada, mas também o portão de entrada e passagem para os Mestres mais importantes dos primórdios dos cultos da Jurema no Nordeste (Mestre Manoel Cadete, Mestre Machado Bravo, Mestre José Phelintra).

11º Reino do Canindé: ligado a importância em razão dos cortes realizados no rito da Jurema, observamos que há uma unificação das várias etnias de índios em uma única área, o qual passam a viver em uma harmonia cultural, com diversidade enorme de espíritos e manifestações, trazendo a pajelança e mitos, cada qual a sua maneira. Alguns consideram que quem rege esse Reino é o Rei Canindé, considerado o filho de Tupã, Senhor das Festas, bebidas e guerras.

    O corte na Jurema Sagrada é comum, fazendo parte da ritualística e tendo fundamento. No reino do Canindé, morada de tantos povos com costumes diferentes, há muitas práticas parecidas mesmo entre tanta particularidade, e as oferendas envolvendo corte, são uma delas. Os Yanomami, Suruwaha, Ticuna e Bororo, são exemplos disso, mas cada um na sua fundamentação, com seu rito, praticavam assim sua ancestralidade e contato com o outro lado. Ao adentrar os mistérios do reino, é possível entender a necessidade de tal.

12º Reino de Tronos: misterioso e oculto pela maioria dos juremeiros, a forma de organização e centralização das entidades que ali trabalham é diferente; se dividem em Reinados, Tronos e Potestades do mundo espiritual. Entendido como residência e lugar de trabalhos de ANJOS (de todas as espécies), aqui há poderes divinos, lidas utilizando a energia e magia de forma mais sutil; guardam dogmas de alta magia, e é uma fonte de purificação da espiritualidade do culto a Jurema Sagrada. Muito procurado quando está em guerras espirituais.

    Alguns pontos importantes esclarecidos pelo Mestre Mulambo por exemplo, é que na nossa casa, Tenda de Umbanda Caboclo 7 Flechas e Jurema, praticamos a ciência da jurema, conectando-a aos nossos trabalhos de Umbanda, aplicando o conhecimento que a mesma nos traz. Não temos assentamento da religião, nem passamos pelo tombamento (ritual iniciático), o que não nos impede de praticá-la, com algumas ressalvas e sempre orientados pelos guias. De uma forma bem grosseira, é como se no nosso chão, pedíssemos licença e convidássemos as entidades de Jurema pra auxiliarem nos trabalhos, e essas que no terreiro já agem, que em sua maioria, em algum momento tiveram contato com a religião, trabalham nessa força. Isso explica alguns espíritos que se apresentarem tanto na Umbanda quanto na Jurema, adequando sua vibração de acordo com o ritual. Por esse motivo, também não há corte no chão.


    Esse estudo foi feito através de leituras, conversas com entidades e auxílio direto do Caboclo 7 Flechas e também do Mestre Mulambo. Que a força dos Reis Malunguinho nos proteja e abençoe.

 

Saravá os Mestre! Okê Caboclo!

 

 

Lívia de Obaluaê



quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Sobre a Jurema Sagrada e seus reinos

Sobre a Jurema Sagrada e seus reinos

    Seguindo nossos estudos sobre os reinos da Jurema Sagrada, hoje iremos tratar sobre: Reino Uruba, Reino das 7 Covas de Salomão e Reino do Rio Verde.

    Sendo canal de extrema energia para aprendizagem e realização dos trabalhos, no plano espiritual e terreno, entendemos aqui um pouco mais sobre a estrutura desses reinos. Frisamos que essa classificação quanto cidades/reinos, varia de acordo com a rama e família de Jurema cultuada. Na nossa casa eles são divididos em 12 reinos, cada reino com 3 cidades; cada cidade tem um caboclo como chefe, e cada reino tem seu dirigente (ponto a ser explorado mais à frente). Algumas cidades estão em estudo mais aprofundado com o Caboclo 7 Flechas e Mestre Mulambo, e serão trazidas num futuro próximo.


7º Reino Uruba: aqui encontramos espíritos relacionados a cultura negra, no contexto do quilombo, que assim se juntaram e se organizaram. Eram negros africanos, negros judeus, índios e brancos foragidos, sendo povos que se encontravam desfavorecidos enquanto encarnados e que passaram dificuldade em relação a forma de relação com a sociedade e o meio da época. Nas terras deste reino existem muitos Vodouns e Pretos Velhos, que representam e resgatam a ancestralidade, tradição e história dos pertencentes de quilombos. Nesse contexto, Mestre Mulambo contou que há predominância de espíritos negros, de origem Efon (povo presente no Candomblé, nação de origem nagô [iorubá]), e povos africanos no geral, que vieram para o Brasil escravizados. Ẹ̀fọ̀n, é uma cidade nigeriana localizado no Estado de Èkìtì. A palavra Èkìtì deriva de Òkètì, que significa: "montanhoso", justificando assim, a região acidentada, montanhosa, com vários rios e corredeiras, que favorece o culto as divindades àwọn Òkè (das montanhas), as divindades das águas, e aos àwọn Òrìṣà Funfun (Orixás que usam a cor branca), como; Òrìṣà Olúfọ́n, ou Òṣàlúfọ́n. Aqui no Brasil, o culto Ẹ̀fọ̀n, chegou através dos africanos oriundos de Èkìtì-Ẹ̀fọ̀n; a Princesa Adébòlú, e o Bàbá Irufá. Como seus antepassados tinham uma vinculação com montanhas e algumas forças ocultas da natureza, isso foi retratado na ambientação do reino, o que nesse contexto, com toda sua riqueza de saberes, faz do local cheio de mistério e vivendo a magia do povo preto, que trazem conhecimento, força e o poder da mandinga, de fazer magia com qualquer material.

8º Reino das 7 Covas de Salomão: possuindo uma relação muito forte com a energia original da Jurema Sagrada, os espíritos aqui pertencentes possuem uma força principiológica, que traz conhecimentos ocultos utilizados apenas no plano espiritual durante os rituais da Jurema. Sendo o berço da ciência profética e mística do culto, Mestre Mulambo diz que tal reino possui espíritos que participam dos pilares das ciências ocultas, os Mestres do Princípio, e por aqui passam povos de grande mistério, que buscam e partilham sabedoria para sua jornada e, também, preservação de práticas da ancestralidade. Dentre esses, encontramos em grande maioria o povo cigano e os judeus, existindo outros também que utilizam da ciência da Jurema pra preservação da memória de seu povo. É um reino que possui muitos mistérios; os trabalhos são feitos com cantos específicos, em forma de ladainha, ou em silêncio. Sua localização muda de 12 em 12 horas, mas apenas catimbozeiros de grande ciência conseguem contato para conseguir trabalhar com os mestres e as energias deste lugar.

9º Reino do Rio Verde: caracterizado pelas matas virgens e ilhas de matas densas, uma vez que a cidade encantada deste reino está debaixo d’água, existe uma influência da força feminina muito grande, que permeia os moradores daqui, são os encantados, como saci, botos, caravelas, sereias e ondinas e diversos outros seres místicos. Diferentemente dos outros que já passaram por aqui, no Rio Verde existem aldeias ao invés de cidadãs, sendo elas:

1- Aldeia do Rio Verde

2- Aldeia do Riacho Bonito

3- Aldeia das Ondinas

    Advindo de forma subterrânea, com provimento das águas, mesmo com a sua posição e localização, ainda existe uma ilha no meio do referido Reino, onde se tem muito rios e florestas que são fontes de muita força e conhecimento, utilizado pelos caboclos para absorver ciência e utilizar em seus rituais e cultos referente a Jurema Sagrada. Uma característica muito interessante, é que aqui se trabalha com a purificação das almas, o que é representado por uma pena, representando sabedoria e evolução. Esse reino possui uma ligação muito forte com os príncipes e também para com a rainha da nação Aurora, que é até retratado através da denominação de rios, por ex., e pela sua conexão com o feminino, acredita-se que seu chefe seja uma mulher, comumente chamada de Rainha Aurora.

    Trazendo a ciência para expansão de conhecimento, encerro mais esse texto. No próximo estudo, falaremos sobre os últimos 3 reinos da Jurema Sagrada. Que os reis Malunguinho abençoem e protejam a todos.

 Saravá os Mestres!

Lívia de Obaluaê

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Sobre a Jurema Sagrada e seus reinos

 Sobre a Jurema Sagrada e seus reinos

    Continuando nossos estudos sobre as cidades/reinos da Jurema, é importante lembrarmos que essa classificação quanto cidades/reinos, varia de acordo com a rama e família de Jurema que é cultuada, na nossa casa eles são divididos em 12 reinos, cada reino com 3 cidades; cada cidade tem um caboclo como chefe, e cada reino tem seu dirigente (ponto a ser explorado mais à frente). Algumas cidades estão em estudo mais aprofundado com o Caboclo 7 Flechas, estas não serão trazidas por agora, mas em próximo texto.

    Hoje iremos falar sobre Reino Angico, Reino do Tigre e Reino do Bom Florar.




4º Reino do Angico: possuindo o nome de uma árvore muito utilizada e cultuada na Jurema Sagrada, o angico também é conhecido como uma árvore de poder e ciência desde a época de Salomão. Tanto nos trabalhos realizados no reino, quanto aqueles realizados de forma física através da mesma, trazem consigo cura, limpeza espiritual e conhecimentos (pontos que são comumente trabalhados no interno). Além do poder de cura, que a proteção dos trabalhos desse reino traz para aqueles que lhe cultuam de forma séria e correta, há fechamento de corpo e alma, protegendo os juremeiros de todos os males terrenos e espirituais. Mestre Mulambo acrescenta que o éter, a energia vital que anima todas coisas, essência pura que fortalece nossa relação com os espíritos, sai daqui. Em relação aos mestres que aqui trabalham, é importante destacar que possuem um conhecimento específico em manipulação dos poderes encantados das águas e de feitiços ligados a alma, fazendo suas limpezas e trabalhos profundos nas pessoas que cultuam o tal; trabalho esse realizado por entidades como Mestra Aninha, Mestra Joana Pé de Chita, Sibamba e vários outros.

5º Reino do Tigre: aqui estão agrupados alguns espíritos que foram muito machucados quando encarnados, tanto de forma física, quanto mental; que passaram por situações precárias de sobrevivência. Estão alocados aqueles que foram massacrados, os feiticeiros que tiveram seus corpos queimados em fogueiras por serem considerados bruxos, que eram conhecidos pela sociedade opressora como os que desgraçaram a vida das pessoas, traziam o mal e realizavam cultos demoníacos, como os cabalistas, indígenas e dentre outros que cultuavam sua ancestralidade sem seguir diretamente a igreja católica. Esse reino vibra sua energia no conflito, nas diferenças, no caos; o que nos obriga a ter força, e consequentemente nos impulsiona direto pro que necessitamos em momentos difíceis, de um jeito ou de outro. Os espíritos que lá trabalham, nos auxiliam manipulando uma energia mais densa, utilizando de magias nessa mesma proporção, que são capazes de diluir amarras, estagnação, situações difíceis, e até supostamente impossíveis. Essa força é muito utilizada em trabalhos que trazem o poder de aniquilação, principalmente de energias negativas, vindas do externo e também da que está dentro de nós, pra nos trazer de volta ao centro de tudo; com pensamentos e atitudes mais leves.

6º Reino do Bom Florar: parecido com o reino do Tanema, no ponto de transformação de energias, aqui existe uma convivência muito requerida pela maioria das pessoas: uma forma de convivência harmônica entre os animais, vegetais e humanos. Através do conhecimento trazido pelos antigos pajés e mestre raizeiros, foi possível trazer o equilíbrio entre todos os seres existentes da criação divina, e com a influência de energia ali presente, temos entidades encantadas e de grande vibração e luz. Mestre Mulambo diz que aqui é onde mais se encontra Preto Velho juremeiro, aquele mandingueiro, que faz feitiço. Os mestres aqui possuem atividades e características curativas, trazendo aos seus aprendizes os conhecimentos e cuidados necessários para não serem afetados pelas mazelas do corpo e da alma.

    E por hoje finalizamos um pouco sobre os mistérios da Jurema Sagrada, lembrando frequentemente de suas influências perante o nosso dia a dia, trazendo a importância e necessidade de sempre voltarmos os nossos pensamentos para atitudes positivas.

    Que todos aqueles que trabalham na Jurema Sagrada, elevando os conhecimentos e princípios estudados, possam proteger a cada um, em cada qual. Que assim seja. Salve os Reis Malunguinho!

Lívia de Obaluaê