A reencarnação
No
capítulo IV do Livro dos Espíritos, Kardec trata da reencarnação, considerada
um dogma do Espiritismo. A Reencarnação é a ideia de que o Espírito (Ser
inteligente da criação) vive múltiplas existências corpóreas, experienciando
diversas situações das quais resultam seu crescente aprimoramento.
Das
questões 166 a 170, aqui transcritas, extrai-se a seguinte síntese da ideia da
reencarnação: A marcha do progresso espiritual é individual e depende do
Espírito a demora ou a rapidez com que evolui. Assim, aquele que aproveita
melhor as experiências terrenas e corrige suas imperfeições, mais rapidamente
ascende à bem aventurança espiritual, ou seja, torna-se Espírito puro. E,
embora esse patamar evolutivo seja alcançado, não tem fim esse progresso.
Quanto
à finalidade da reencarnação arguida na questão 167, há que se observar que
depende também do planeta em que o Espírito está estagiando e também do seu
próprio grau evolutivo. Assim, poderemos ter em um planeta como a Terra, que na
escala dos mundos pertence à categoria de Provas e Expiações (em transição a
mundo de Regeneração), de Espíritos missionários (àqueles que vêm em missão nos
ajudar a crescer), de Espíritos em condição de reencarnação compulsória (àqueles
cuja liberdade é momentaneamente suspensa e têm na reencarnação uma expiação),
Espíritos que já alcançaram certo esclarecimento e desejam por à prova nas
experiências terrenas o aprendizado alcançado, a fim de evoluir mais e mais,
como em uma grande escola em que se encontram matriculados crianças do maternal
à graduação superior, e ainda professores, mestres e doutores.
166 - A
alma que não atingiu a perfeição durante a vida corpórea como acaba de
depurar-se?
— Submetendo-se à prova de uma nova
existência.
166 – A)
Como ela realiza essa nova existência? Pela sua transformação como Espírito?
— Ao se depurar, a alma sofre sem dúvida uma
transformação, mas para isso necessita da prova da vida corpórea.
166 – B)
A alma tem muitas existências corpóreas?
— Sim, todos nós temos muitas existências. Os
que dizem o contrário querem manter-vos na ignorância em que eles mesmos se
encontram; esse é o seu desejo.
166 – C)
Parece resultar, desse princípio, que após ter deixado o corpo a alma toma
outro. Dito de outra maneira, que ela se reencarna em novo corpo. É assim que
se deve entender?
— É evidente.
167 - Qual
a finalidade da reencarnação?
— Expiação, melhoramento progressivo da
Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?
168 - O
número das existências corpóreas é limitado ou o Espírito se reencarna
perpetuamente?
— A cada nova existência o Espírito dá um
passo na senda do progresso: quando se despojou de todas as impurezas, não
precisa mais das provas da vida corpórea.
169 - O
número das encarnações é o mesmo para todos os Espíritos?
— Não. Aquele que avança rapidamente se poupa
das provas. Não obstante, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas
porque o progresso é quase infinito.
170 -
Em que se transforma o Espírito depois de sua última encarnação?
— Espírito bem-aventurado; um Espírito puro.
A
Umbanda também trata da reencarnação e os Guias sempre ensinam que a vida
(instrumento de Olorum) nos coloca no exato lugar e no meio daqueles com quem
devemos viver experiências que visem nosso aprendizado e ao desenvolvimento das
virtudes (Orixás em nós).
Devemos
a nós mesmos aproveitar cada situação que a vida nos oferece para ajustar nossa
conduta em favor do nosso aperfeiçoamento, assim, a cada ofensa, o perdão; a
cada obstáculo, a superação; a cada queda, a superação; cuidando sempre de
observar a Lei Maior que é a prática do Amor e da Caridade em nossas missões e
relações, seja com a natureza, seja com o outro, seja com as oportunidades
trazidas à nossa própria vida.
No
trecho seguinte, uma clara referência à reencarnação no Evangelho de Jesus: “Tendo
chegado à região de Cesaréia de Felipe, Jesus perguntou aos discípulos: “Quem
dizem por aí as pessoas que é o filho do homem?” Responderam: “Umas dizem que é
João Batista, outras que é Elias, outras, enfim, que é Jeremias ou algum dos
profetas” . (Mateus 16, 13-14; Lucas 9, 18-19; Marcos 8, 27-28).
“Que cada
amanhecer revele em nós mesmos nossos potenciais divinos.”
Hélida de Nanã
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