Objetivo da Encarnação
O capítulo II da segunda parte do livro dos espíritos trata sobre a encarnação dos espíritos. Este texto abordará, especificamente, o objetivo da encarnação. Allan Kardec primeiramente pergunta aos espíritos qual o objetivo da encarnação e em seguida indaga se a encarnação é necessária em se tratando daqueles espíritos que sempre seguiram o caminho do bem.
Como não poderia ser diferente, os Espíritos nos trazem uma resposta muito esclarecedora nos mostrando a grandiosidade divina. A encarnação existe a fim de chegarmos à perfeição. Alguns encarnam com o objetivo de missão, outros de expiação, sendo que nesta última é imperioso se enfrentar todas as provações e mudanças oriundas do mundo corpóreo.
Além do mais, cada Ser possui algo a ser realizado na criação. E este é um dos objetivos da encarnação. Esta propiciará ao Espírito possuir em cada mundo no qual encarna, um instrumento, ou seja, uma matéria, um corpo, que o colocará em condições para executar sua obra. E essa matéria será adquirida conforme a matéria do respectivo mundo no qual está. E, ainda, quando o Espírito concorre e auxilia no progresso do mundo, contribui para seu próprio progresso.
Elucidando a segunda indagação de Kardec, os espíritos nos mostram que todos os Espíritos são criados iguais, ou seja, todos terão que trilhar o caminho e enfrentar as dificuldades da vida. Um Espírito que sempre percorreu o caminho do bem não fica isento de suportar suas provas, visto que ele tem também algo a aperfeiçoar. O que poderá diferenciar é que esse Espírito aprenda de forma mais rápida e alcance mais rápido o seu propósito.
Dentro do terreiro nos é falado pelos guias espirituais, a todo o momento, que umbanda vive-se no dia a dia, e isso nos remete a entendermos um dos objetivos pelos quais aqui estamos: enfrentar as vicissitudes da vida corpórea aplicando os valores a nós repassados a fim de alcançarmos um dia a perfeição.
Não quer dizer que se estamos auxiliando em um terreiro, em uma casa espírita, ou mesmo em um local que não seja de cunho religioso, que não enfrentaremos provas. Trilhar o caminho do bem não cria atalhos em se tratando de evolução.
Algo que me chamou muito atenção foi quando no livro se encerrou esse assunto em comento dizendo que “ aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos". Pois bem, carregamos conosco algumas características negativas que muitas das vezes não somos capazes de reconhecê-las dentro de nós. Neste ponto vejo que a Umbanda auxilia imensamente quando a pessoa descobre ser filho de um determinado orixá, ou seja, quando naquela encarnação é revelado à pessoa sobre qual regência de orixá ela está.
Falando sobre o orixá de frente, em específico, o encarnado tem a possibilidade, mesmo que em primeiro momento ele não queira reconhecer, de mostrar a si mesmo suas qualidades e também seus defeitos para que possa, assim, se aprimorar. Pois só se pode mudar e melhorar algo quando você identifica primeiramente que aquilo existe.
Creio que a encarnação é uma benção, e embora em alguns momentos da vida seja difícil de entender alguns porquês com os quais lidamos, devemos entregar todas as nossas dúvidas, e tudo que trave a fé, a Deus, pois Nele encontramos o reconforto de que necessitamos. Devemos enfrentar as dores sabendo há motivos para isso e que tudo há algo a nos ensinar. Devemos, sobretudo, sermos gratos a Deus, por nos permitir poder evoluir através de nosso esforço, pois é um presente saber que depende exclusivamente de nós a construção de nossa evolução.
Natália de Iemanjá
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