Progressão dos Espíritos
Este tópico se encontra no Livro II dos Espíritos, capítulo I, e trata sobre a progressão dos espíritos.
Foram feitas dezessete perguntas onde obtivemos o seguinte entendimento quanto ao tema:
Deus criou os espíritos simples e ignorantes e deu a cada um uma missão, sendo que através dessa missão eles pudessem chegar à perfeição. Os espíritos por si só são capazes de melhorar e evoluir, isso dependerá apenas da aceitação de cada um às provas que são submetidos, uns aceitam as provações e outros lamentam e apenas suportam o que estão passando.
Chegou a comparar o espírito às crianças, ignorantes e sem experiência. Crianças rebeldes continuam ignorantes e imperfeitas, no entanto a vida do homem tem um limite, terminando com a morte, e a do espírito é eterna se estendendo ao infinito. Todos os espíritos alcançarão a perfeição, uns mais rápido que o outro, dependendo da vontade e submissão de cada um a Deus, não havendo nesse processo o retrocesso, uma vez que o conhecimento adquirido não é mais esquecido por ele.
Foi levantada a questão se Deus não poderia isentar o espírito das provas que devem sofrer para atingir a primeira ordem, e a resposta foi clara ao afirmar que não, pois se fossem isentos não teriam méritos e não desenvolveriam suas personalidades.
Outro ponto questionado foi se o espírito deveria passar pelo mal para chegar ao bem, e outra vez a resposta foi não, pois o espírito não passa pelo mal, ele passa pelo estado da ignorância. Os que se tornam mal o são por vontade própria, pois exercem o direito ao livre arbítrio. O livre arbítrio se desenvolve juntamente à evolução da consciência do espírito, sendo que a causa da escolha pelo mal não se encontra nele, mas sim nas influências que ele sofre no caminho da sua evolução e que ele sede por sua livre vontade.
Essas influências vêm dos espíritos imperfeitos que ficam satisfeitos ao ver o fracasso alheio, foi isso que se quis simbolizar pela figura do Satanás. O espírito sofrerá com essas influências até que alcance um domínio tão grande sobre si que os maus desistam de tentar influenciá-los.
Ao perguntar ao espírito o porquê Deus permitiu que os espíritos pudessem seguir o caminho do mal, houve prontamente uma repreensão sob a alegação de ser ousadia pedir a Deus conta de seus atos, e em seguida explicou que a sabedoria de Deus está na liberdade de escolha que Ele dá a cada um, pois assim cada um tem o mérito de suas obras.
Explicou, ainda, que existe um degrau entre os espíritos que seguem o caminho do bem e o caminho do mal, mas que os que vêm seguindo o caminho do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros. No entanto, para eles as eternidades serão mais longas, mas terão os mesmos méritos que os outros, pois antes de entrarem para o caminho do mal eram apenas simples espíritos.
Quanto às suas aptidões intelectuais, foi explicado que todos os espíritos foram criados iguais, não sabendo de onde vieram, é preciso que o livre-arbítrio prossiga seu curso. Progridem mais ou menos rapidamente em inteligência quanto em moralidade.
Na umbanda também se acredita que o espírito está em constante evolução, seja ele encarnado ou não. São inúmeras às vezes em que os guias espirituais ensinam que toda situação que se passa é para aprendizado e que é necessário limpar da alma aquelas sombras que ainda carregamos.
Cada circunstância vivida irá nos fazer trabalhar algum ponto no qual precisamos melhorar . Se somos impacientes, enfrentaremos situações que nos levarão a trabalhar a paciência, se somos impulsivos, situações se repetirão até aprendermos a silenciarmos dentro de nós e agirmos com sensatez. E essas mudanças e, consequentemente o progresso, dependem de nós, dependem de nossa consciência sobre quem somos e de nosso esforço para alcançarmos dia a dia o crescimento moral e espiritual.
Da mesma forma, essa evolução também se dá em se tratando de espíritos desencarnados, inclusive quando se fala das entidades que nos auxiliam. Embora elas estejam em um grau de evolução muito maior que o nosso, elas o tempo todo nos dizem que estão em constante evolução.
O que se conclui desse ensinamento do livro dos espíritos é que Deus é infinitamente bom em nos dar a oportunidade de poder progredir espiritualmente. É confiar em nós, e nos conceder a cada nascer do sol, mais uma chance de reparar o erro e poder fazer diferente. Só um grande PAI, que é isso que Ele é, para confiar no filho, não obstante tantas falhas que esse filho carregue, esse PAI é que acredita que a Luz dentro do peito é muito maior que qualquer sombra que possamos carregar.
Bruno de Oxóssi e Natália de Iemanjá
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