Mundos Transitórios
Os mundos transitórios, assunto tratado no Livro dos Espíritos, em sua Parte Segunda, Capítulo VI, perguntas 234-236, são mundos onde os espíritos errantes podem se abrigar temporariamente, a fim de descansarem de uma extensa erraticidade muitas vezes árdua e também para se instruírem.
Todos sabemos que existem várias moradas, então, até mesmo para os Espíritos errantes existem mundos para repousarem da vasta erraticidade a que tenham se subordinado. A seleção para o mundo em que serão agrupados é feita de acordo com a afinidade que eles possuem.
A nível de conceituação, temos que: Erraticidade é o intervalo em que um Espírito errante aguarda para uma nova encarnação, é o período destinado ao seu descanso temporário e à espera de evolução para uma nova reencarnação. Espíritos errantes são àqueles desencarnados que precisam de outra encarnação para se aperfeiçoarem. Espírito puro é aquele que já atingiu a perfeição e por isso não precisa mais reencarnar. Transitórios, porque a permanência dos Espíritos nos mundos transitórios é temporária e não definitiva.
Importante frisar que os mundos transitórios são habitados apenas por espíritos com o seu perispírito. Estes espíritos têm o livre arbítrio para se deslocarem para onde quiserem ir, dependendo do seu grau de evolução. Ainda, vale ressaltar que a erraticidade não é sinal de inferioridade espiritual, é apenas um estado transitório a que todos os Espíritos podem se submeter devido a não apresentarem perfeição.
No conhecimento da doutrina dos espíritos, existem seis mundos classificados: primitivos, de provas e expiações, de regeneração, felizes, celestes e os transitórios. O que importa é que todos eles existem e estão disponíveis e aptos a receber quem deles necessite. Diferenças existem quando mudamos de um plano para outro. Ser melhor ou pior depende incondicionalmente de cada um em particular, principalmente, no ato de buscar aprendizados para a evolução. Cabe a cada um começar a preparação para mudanças, para o novo, e compreender que estas mudanças são necessárias para a evolução, e, principalmente, que evoluir é preciso.
“As condições de todos os mundos são temporárias, como as condições íntimas de todos os Espíritos, porque constantemente estamos mudando de costumes, exigidos pelo progresso. Somente Deus tem uma estabilidade. Ele foi, é e sempre será o mesmo, naquilo que D’ele conhecemos.” (Comentário do Espírito Miramez na obra “Filosofia Espírita).
Buscando relacionar o assunto aqui abordado em um contexto umbandista, infere-se que na Umbanda existem inúmeros espíritos trabalhadores, e que não cabe a nós saber o grau evolutivo de cada um. Porém sabemos que há espíritos de alto grau evolutivo, espíritos puros que não mais se encontrarão no estado errante.
Sabemos que há Entidades que habitam as chamadas colônias espirituais, dependendo de sua roupagem fluídica, como por exemplo: Aruanda, Cidade da Jurema, etc. Assim como o espiritismo, a Umbanda através das Entidades que se manifestam, concorre para o desenvolvimento e evolução espiritual e moral de cada um em particular, então, já que existem os mundos transitórios e a erraticidade, a Umbanda defende a existência destes mundos e a necessidade de se passar por eles para a evolução.
Márcia de Oxóssi
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