Sorte
das crianças depois da morte
O
assunto aqui discutido consta da parte segunda, Capítulo IV, de “O
livro dos espíritos”, intitulada “Sorte das crianças depois da
morte”.
Inicialmente,
cumpre ressaltar que o Capítulo IV da obra supracitada trata sobre a
pluralidade das existências, que é o quinto e último pilar no qual
a doutrina espírita se apoia. No sentido epistemológico, plural
significa várias, isto é, o contrário de unicidade. Então, o
espiritismo, que preza a racionalidade (tudo aquilo que se afirma tem
comprovação por meio da ciência ou de experimentos efetivamente
realizados) e a fé raciocinada (sem mistérios, segredos e
obscuridade), sustenta os dogmas da lei da reencarnação e da
imortalidade das almas, que são comumente desprezados por várias
outras religiões e crenças.
Pluralidade
das existências consiste em compreender que um espírito que passa
pelo desencarne pode habitar outro corpo, possibilitando àquele
espírito ir acumulando conhecimentos e experiências a cada
encarnação e finalmente evoluir para um grau superior. Unicidade
das existências é uma teoria primitiva, que crê que o espírito
pode viver uma única vez e que a cada concepção é criado um novo
espírito, sem conhecimento acumulado e, principalmente, sem
possibilidade de desenvolvimento. Essa teoria é totalmente ilógica
e isso já foi comprovado várias vezes. Um grande exemplo são as
crianças que ainda não passaram por nenhum aprendizado apresentarem
várias habilidades (pintura, dança, arte, conhecimento). É claro
que trouxeram essas idéias inatas de outras encarnações, não tem
outra explicação.
Partindo da premissa que a Lei do nosso Pai Criador é justa e misericordiosa, não podemos enxergar a morte como um castigo ou uma fatalidade, mas como uma oportunidade de superação e de seguirmos adiante neste mundo de provas e expiações, como um julgamento de utilidade divina. A reencarnação é uma mostra divina que tem como objetivo o progresso individual e o melhoramento coletivo da humanidade através do aprendizado concretizado. É uma oportunidade de evolução espiritual.
Partindo da premissa que a Lei do nosso Pai Criador é justa e misericordiosa, não podemos enxergar a morte como um castigo ou uma fatalidade, mas como uma oportunidade de superação e de seguirmos adiante neste mundo de provas e expiações, como um julgamento de utilidade divina. A reencarnação é uma mostra divina que tem como objetivo o progresso individual e o melhoramento coletivo da humanidade através do aprendizado concretizado. É uma oportunidade de evolução espiritual.
Após
essas considerações iniciais, discorrer-se-á ao assunto
propriamente dito, Sorte das crianças depois da morte, questões
197-199 de O livro dos espíritos, que trata sobre a morte na
infância, a desencarnação precoce. A morte prematura sempre abala
o sentimental de amigos e familiares, mesmo sabendo que se trata
apenas de uma separação temporária do espírito ao corpo. Os
espíritos de crianças que morrem em tenra idade são denominados
espíritos completistas, que são aqueles que tiveram uma interrupção
no aprendizado, seja ela involuntária ou por livre arbítrio. Por
isso são questionadas as escolhas divinas, já que o período da
infância é quando o espírito está mais propício ao aprendizado,
quando as instruções e conhecimentos passados são percebidos com o
fito de progressão espiritual. O que não se é colocado no período
de luto é que o desencarne também pode ter a finalidade de evolução
espiritual, que é um benefício se relacionado às tentações e
misérias mundanas a que os espíritos são submetidos.
A
pergunta 197 questiona se o espírito de uma criança que morreu em
tenra idade pode ser tão adiantado quanto o de um adulto e se pode
ser mais adiantado que o de seus genitores. É claro que pode ser até
mais adiantado que o de seus pais, se considerarmos que a sua bagagem
de conhecimentos e evolução moral foram apanhados de outras
encarnações. O que acontece quase sempre é o retorno de ancestrais
do plano espiritual para o carnal no corpo de crianças. O espírito
apenas não se assume completamente durante a infância devido à
insuficiência corpórea desenvolvida.
Na
maioria das vezes, os espíritos das crianças que morrem
precocemente já sabem que vêm apenas para completar o período de
ciclo restante da evolução espiritual. Por isso essas crianças
apresentam desde cedo uma precocidade intelectual, isto é, aspiram,
pressentem a morte e, ainda, com sentimento contrário à tristeza. A
divindade faz um julgamento de valor e percebe que a evolução
individual será mais aproveitável no plano espiritual que como
encarnado, daí explica-se o desencarne prematuro.
A
pergunta 198 indaga se o espírito de uma criança que morreu em
tenra idade pertence a categorias superiores. Aqui, deve-se colocar
que o ser pode não ter feito nenhum mal, mas da mesma forma também
não fez o bem, logo, não é justo estar no grau dos espíritos
superiores, visto que não passou pelas provas e expiações que
espíritos que encarnaram há mais tempo passaram. O grau de pureza
revela a progressão moral e espiritual adquirida, e não o fato de
se ter habitado o corpo de uma criança que morreu cedo. Pode
acontecer de alguns espíritos que habitaram o corpo de crianças
serem evoluídos, mas geralmente eles vêm buscar aprimoramento.
A
pergunta 199 vem pra nos mostrar o motivo do interrompimento da vida
na infância e o que acontece com o respectivo espírito após a
morte. A razão é a necessidade de complementar um determinado
período curto que tinha que ser cumprido em outra encarnação e não
o foi, seja por escolhas, seja por suicídios indiretos, ou qualquer
outra causa. Neste caso, o que acontece após o desencarne é um novo
ciclo com novas oportunidades e novos planejamentos.
Esse
desencarne pode acontecer para trabalhar a provação a eles
apresentada e proporcionar-lhes um reajuste com a Lei Divina por meio
da revisão de seus pensamentos e atitudes, que propicia lições de
vida e, conseqüentemente, a evolução individual.
Concluindo,
o período da infância denota pureza, simplicidade e sentimentos
verdadeiros, e demonstra o estágio em que todos um dia devemos
chegar. Na umbanda, as crianças são representadas pelos
Erês-Ibeijada, que são espíritos com arquétipo infantil que
adquiriram grau evolutivo de Erê e que trabalham retirando as
armaduras que nós mesmos criamos para que alcancem nosso íntimo e
trabalhem em nossas mágoas e bloqueios interiores, dissolvendo
amarguras, angústias e despertando a felicidade dentro de nós.
Como
a umbanda é uma religião relativamente nova, nós umbandistas
seguimos dogmas e teorias de outras religiões, como o espiritismo e
o candomblé, aplicando conceitos umbandistas. No tema em apreço, a
umbanda defende a reencarnação dos espíritos, não só de
crianças, mas espíritos em geral, tendo em vista que primamos,
sobretudo pelo desenvolvimento pessoal.
“Ninguém
pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”
Helder
de Oxalá
Belo texto!!!
ResponderExcluirBelo texto!!!
ResponderExcluir