Considerações sobre a pluralidade das existências
O Capítulo 5 do Livro dos Espíritos nos serve como abastecimento maior para aprofundarmos na pluralidade das existências. Estudando este capítulo, podemos ajudar pessoas que não têm o conhecimento doutrinário necessário para crer na lei da reencarnação, por ausência de entendimento sobre o assunto.
Pluralidade das existências, conforme desmembramento da palavra, significa: plural – mais de um, então, nada mais é que várias possibilidades de um Espírito retornar a outros corpos, na finalidade de evolução. Compreende então a reencarnação dos Espíritos.
“Reencarnação é a misericórdia divina, a chance de melhorar, o amor do Criador que nos dá, a segunda chance para a nossa própria evolução.” (Pai Manoel de Aruanda, pelo Médium Ryan de Oroiná).
“Nenhuma ovelha do meu rebanho se perderá”. Sendo assim, Olorum não deixa de assistir nenhum de seus filhos. Ele dá a possibilidade de reencarnar para corrigir os atos até se alcançar a evolução, o reflexo do nosso Criador é seguir fielmente os preceitos éticos, morais e os constantes da lei divina.
A pluralidade das existências, aqui defendida, difere da unicidade das existências corpóreas. Enquanto a primeira sustenta a evolução através de sucessivas reencarnações do Espírito em outros corpos, acumulando conhecimentos e ficando tudo armazenado no corpo espiritual, a última defende que não há necessidade de acumulação de conhecimentos a serem lembrados nas outras encarnações, nem de evolução particular, começando-se sempre do início a cada desencarne, isto é, a cada concepção é criada uma nova alma. Por isso, várias pessoas, não tendo conhecimento do objetivo da pluralidade das existências, veem a reencarnação como uma punição. Muitos dizem que não querem voltar à Terra para não ter que passar tudo novamente, pois não enxergam a reencarnação como um gesto misericordioso do Criador, que possibilita a nossa evolução espiritual.
A umbanda preza pela evolução individual, portanto, defende a pluralidade das existências.
Muitos discutem sobre a questão da reencarnação ser benéfica ou não, conforme a condição material que determinados Espíritos são colocados. Quando alguns Espíritos reencarnam em uma matéria onde o indivíduo tem menos recursos financeiros e passa por dificuldade de sustento, indagam que o Criador o fez vir à Terra para sofrer, quando na verdade, vieram à Terra para aprender a trabalhar a humildade e aceitar ajuda de quem tem condições de oferecer, contribuindo assim para a evolução.
Antes de reencarnarmos novamente, o Criador não pede permissão para colocar-nos em uma situação de vida com mais ou menos condições. Ele nos coloca em uma situação onde temos a oportunidade de aprender aquilo que precisamos para nossa evolução e cabe a cada um ter esse entendimento para a própria evolução.
Portanto, a cada reencarnação temos um ou vários aprendizados, onde quando encarnamos novamente não nos lembramos de nada, mas, com os acontecimentos do presente, vão surgindo as ideias inatas ou intuitivas que nada mais são do que nossa evolução contínua que ficam armazenadas no corpo espiritual. Sempre achamos que esquecemos tudo ao reencarnarmos novamente, quando na verdade está tudo guardado em nosso corpo espiritual, que se estende com a pluralidade das nossas existências. No capítulo 5, Kardec faz várias perguntas onde nos comprova as pluralidades e nos explica que com as consecutivas existências tem-se a Justiça de Deus, onde nenhum espírito escapa da Lei do Progresso e tem todo seu merecimento.
Explica, também, diante de um versículo (Mateus 17:9 a 13) que os ensinamentos dos Espíritos são cristãos, apoiados na Justiça de Deus na imortalidade da alma, das penas, recompensas, livre arbítrio do homem. Esse capítulo vem nos aprofundar sobre as pluralidades das existências para que possamos entender melhor a finalidade de tal, pois é essa Doutrina que nos explica cada coisa que passamos em nossas vidas, sem ela seria inexplicável. Com essa doutrina, conseguimos enxergar o amor do nosso Criador, a misericórdia que o mesmo nos concedeu para que possamos sempre sermos melhores, lembrando que sempre devemos ser melhores para nós mesmos e nunca melhor que o outro, pois todos estamos na Terra com o mesmo propósito de evolução. Kardec nos deixa a certeza sobre tal assunto com o Evangelho de João 3:3 a 7:
“ 3 Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.
4 Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
5 Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus, O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.”
Na Umbanda, acreditamos na Doutrina das pluralidades das existências, onde aprendemos a cada reencarnação até alcançarmos nosso grau de evolução. Os guias do nosso terreiro, seres de Luz, são nossos exemplos disso, sempre nos contam histórias de vidas passadas onde aprenderam sobre humildade, paciência, caridade e etc. Eles vêm sempre para nos ajudar no que estamos precisando evoluir, nos mostrando o lado bonito da vida quando muitas vezes só enxergamos o ruim ao pensarmos que nosso Criador nos trouxe até a Terra para sofrer. As maiores dores de muitos Espíritos encarnados são o orgulho e o egoísmo. Nenhum espírito tem o regresso, sempre avançam ou ficam parados na evolução, e infelizmente muitos ficam parados em suas evoluções por não deixarem o orgulho e egoísmo de lado. Também nos falta caridade e compaixão.
“O Espírito é consciência Divina, Olorum criou todos do mesmo jeito, somos pedras brutas e vamos nos lapidando com as pluralidades das existências. O Espírito não volta, apenas avança. É necessário reencarnar para aprender e colocar na bagagem de progresso o aprendizado e utilizar dele para conseguir alcançar o reflexo do Criador.” – (Pai Manoel de Aruanda, pelo Médium Ryan de Oroiná).
Todos estamos na Terra em busca da nossa evolução, em busca de conseguirmos nos lapidar, e é o que a Umbanda nos traz, a evolução individual. Lembre-se sempre de ter a humildade ao ouvir o Guia que está ali para te ajudar nessa caminhada.
Axé!
Karol de Xangô e Pai Manoel de Aruanda, pelo Médium Ryan de Oroiná
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