Recordação da existência corpórea
O Livro II do livro dos espíritos, em seu capítulo 6, fala sobre a RECORDAÇÃO DA EXISTÊNCIA CORPÓREA, explicando que o espírito é capaz de se lembrar do que foi quando encarnado. Essa lembrança surge para ele pouco a pouco, na medida que nela fixa sua atenção. Ele se recorda de fatos que foram resultantes do estado em que ele se encontra, não necessariamente todas os momentos serão recordados. Não que eles não possam recordar, mas não são recordados por não serem úteis.
O espírito compreende melhor seu objetivo terrestre do que quando encarnado. Essas lembranças vêm através de seu próprio esforço ou lhe são apresentadas como presentes. O mesmo acontece com todas as suas existências, lembrando apenas do que for necessário.
Quanto ao corpo que se desprendeu, eles o veem como uma veste imprestável, sendo que o estado de decomposição deste corpo não lhe causa nenhum tipo de sentimento, é algo indiferente. Quanto aos ossos ou objetos que lhe pertenciam, estes poderão ser reconhecidos dependendo do seu grau de elevação. Os espíritos são gratos pelos objetos que os pertenceram lembrar as pessoas que ele no mundo deixou, mas o que os atrai são os pensamentos dessas pessoas e não os objetos.
Em relação aos sofrimentos sofridos na última existência, os espíritos lembram destes e ficam felizes ao compreender o valor da felicidade que gozam como espíritos. Quanto às alegrias, somente os espíritos inferiores sentem saudade das alegrias que gozaram na Terra. Os espíritos elevados preferem a felicidade eterna.
Os espíritos que começaram trabalhos de vulto com um fim útil não lamentam a morte. Sabem que seu trabalho será concluído, considerando que seus objetivos continuam no mundo dos espíritos. Quanto a trabalhos de arte, por exemplo, o amor que tinha por eles será de acordo com seu grau de elevação, e serão apreciados de um outro ponto de vista. No que se refere aos trabalhos que se executam na Terra, como o progresso da ciência, os espíritos irão se interessar dependendo do seu grau de elevação ou sua missão.
O amor à pátria segue o mesmo princípio. Para os espíritos elevados a pátria é o Universo. Na Terra, a pátria para eles é onde se concentra o maior número de pessoas que lhes são simpáticas.
As ideias dos espíritos se modificam quando na erraticidade e, aos poucos, a influência da matéria diminui, e ele vê as coisas com mais clareza. Explica-se o espanto do espírito ao regressar ao mundo dos espíritos como o efeito da perturbação ao despertar. O espírito, aos poucos, vai se inteirando da sua condição à medida que volta a lembrança do passado e que a impressão da vida terrena se lhe apaga.
Na Umbanda, entendemos que as linhas de trabalho em que um guia se apresenta pode ter correlação com suas existências anteriores. Além disso, eles nos auxiliam e mostram que, mesmo nas dificuldades que tiveram em suas encarnações, são capazes de praticar o amor e a caridade.
Bruno de Oxóssi
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