Gozo dos Bens Terrenos
Em continuidade ao estudo do “Livro dos Espíritos - Livro 3, capítulo 5”, é discutido sobre os prazeres terrenos e gozo dos bens materiais.
Quando questionados se o uso dos bens da Terra seria um direito de todos os homens, os Espíritos respondem que “Esse direito é a conseqüência da necessidade de viver. Deus não pode impor ao homem um dever sem dar a ele os meios de cumpri-lo”. Dando continuidade, pergunta-se também, com que finalidade Deus colocou o prazer como um atrativo dos bens materiais. Os Espíritos explicam que os bens materiais possuem tanto a finalidade de estimular o homem a cumprir sua missão quanto a finalidade de experimentá-lo por meio da tentação. Tentação esta que deverá auxiliá-lo a desenvolver a razão, e preservá-lo dos excessos.
Na sequência, são realizadas algumas perguntas sobre os limites traçados para os prazeres materiais, se tais limites existem e, caso existam, quais seriam. Os espíritos nos esclarecem que a própria Natureza traçou tais limites e que, pelos excessos, nós (encarnados) nos tornamos saciados e muitas vezes desmotivados. Explicam também que, a partir dos excessos, surgem os vícios e os danos tanto à saúde física quanto à saúde mental.
Ao analisarmos a doutrina espírita codificada por Kardec, do ponto de vista da Umbanda, podemos observar diversas semelhanças. A Umbanda, fundada em nosso plano de existência pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, tem como principal fundamento o Amor e a Caridade. O gozo de bens materiais deve ser analisado com muita cautela. Da mesma forma que os bens materiais se fazem importantes para o nosso desenvolvimento, é necessário ponderarmos, pois como dito anteriormente, a própria natureza traçou os limites e nenhum de nós estará fora da Lei e da Justiça Divina.
Não é difícil observarmos diversas pessoas no nosso convívio social que abusam dos prazeres materiais. Em um primeiro momento podem até se satisfazerem, pois esses bens funcionam também como uma forma de estímulo, proporcionando satisfação, mas esta é passageira e com o tempo esses indivíduos se tornam “anestesiados”. Muitas vezes podemos observar pessoas que acumulam bens de maneira ilícita e imoral e pode ser que nos questionemos por que Deus permitiria tal situação.
Na Umbanda, entendemos que Deus permite tais situações como forma de “expiar” o homem, pois, em toda sua bondade, Deus nos agraciou com o Livre Arbítrio e, em qualquer momento de sua existência, o homem imoral poderá se abster de tais prazeres momentâneos e poderá auxiliar o próximo. Deus nos dá, a todo o tempo, a possibilidade de nos voltarmos a Ele.
A felicidade, a evolução e o desenvolvimento espiritual do homem não devem ser pautados pelos bens materiais. Estes, no plano espiritual, não fazem diferença e Deus nivelará no nosso desencarne, o equilíbrio.
Pedro Maciel de Xangô
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